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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS CARIACICA

ARTHUR TAMBAROTO TOREZANI LUÍS


DANIEL DE SOUZA MARTINS
ENZO SILVA OLIVEIRA
GUILHERME ALTOÉ FOEGER
HENRIQUE OLIVA LEITE
PAULO VITOR PESTANA

Relatório dos Seminários

Atividade proposta com o objetivo de realizar


um relatório sobre os seminários realizados
em aula.

Orientador: Rodrigo Rodrigues

CARIACICA

2023
1. A Revolução Francesa, os contratualistas e o iluminismo

A Revolução Francesa (1789-1799) foi um marco crucial na história, caracterizada


pela busca da igualdade, liberdade e fraternidade. Os ideais revolucionários tiveram
impacto na estrutura política europeia.
Os pensadores contratualistas, como John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Thomas
Hobbes, influenciaram as bases filosóficas da Revolução. Locke defendeu a proteção
dos direitos naturais, Rousseau propôs a soberania popular, enquanto Hobbes
enfatizou a necessidade de um contrato social para manter a ordem.

O Iluminismo, movimento intelectual do século XVIII, promoveu a razão, a ciência e a


liberdade individual. Figuras como Voltaire, Montesquieu e Diderot desenvolveram
para a disseminação dessas ideias, desafiando o absolutismo e influenciando a
Revolução.

A Revolução Francesa evoluiu por diferentes fases, desde a Assembleia Nacional


Constituinte até o Reinado do Terror e a ascensão de Napoleão Bonaparte. Cada fase
refletiu mudanças sociais e políticas.

2. Racionalismo Idealista e empirista

2.1 Idealismo

O idealismo não é uma simples teoria, mas um conjunto de teorias filosóficas


metafísicas complexas que entendem a realidade como uma complexidade existente
em, pelo menos, dois planos: um plano material (da realidade material, sensorial e
perceptível) e um plano ideal, de uma existência ideal, onde se estabelecem apenas
conceitos, significados e formas perfeitamente estabelecidas. Podemos remontar o
idealismo a Platão, e temos um desenvolvimento maior da corrente com os idealistas
alemães do século XVIII
O idealismo parte do princípio de que há a existência metafísica de uma realidade
complexa e ideal. O que é ideal é aquilo que existe enquanto ideia, enquanto conceito,
como algo descolado da matéria. O idealismo é justamente a afirmação dessas ideais
como ponto central do conhecimento.
A realidade material é o que existe como matéria e é apreendido pelos órgãos do
sentido, ou seja, aquilo que é visto, tocado, ouvido, aquilo que provoca experiências
sensoriais. A realidade ideal somente pode ser compreendida por meio do intelecto,
da racionalidade. O idealismo é a corrente teórica que coloca nas ideais a centralidade
para qualquer entendimento da realidade.
vale destacar alguns importantes pensadores dessa modalidade:

René Descartes

•DE 1596-1650

•René Descartes foi um filósofo, físico e matemático francês. Durante a Idade


Moderna, também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius;

•Descartes nasceu em La Haye em Touraine, França. Estudou na Universidade de


Poitiers e, posteriormente, na Universidade de Paris, onde recebeu uma educação
sólida em matemática e filosofia. Durante sua vida, Descartes procurou por várias
partes da Europa, buscando conhecimento e interagindo com outros intelectuais da
época;

•Dúvida Métododica;

•Cogito, Ergo Sum;

•Dualismo Cartesiano;

•Método Cartesiano.
Gottfried Wilhelm Leibniz

•DE 1646-1716

•Gottfried Wilhelm Leibniz foi um proeminente polímata e filósofo alemão e figura


central na história da matemática e na história da filosofia.

•Foi um filósofo, matemático, cientista e diplomata alemão. Ele nasceu em Leipzig, na


Alemanha, e estudou direito, filosofia e matemática em universidades na Alemanha e
na França. Leibniz é conhecido por sua vasta gama de contribuições intelectuais em
diversas áreas;

•Leibniz desenvolveu uma epistemologia que se baseava na ideia de que todas as


ideias são inatas na mente, contrastando com a visão de John Locke, que acreditava
que a mente era uma "folha em branco" (tabula rasa);

•Mônadas;

•Teoria do Conhecimento;

•Princípio da Identidade dos Indiscerníveis.

Baruch Espinoza

•DE 1632-1677

•Também conhecido como Benedictus de Espinosa, foi um filósofo e pensador do


século XVII. Ele é amplamente considerado um dos filósofos mais influentes da
história da filosofia ocidental.
•A principal epistemologia de Espinosa está intrinsecamente ligada à sua filosofia em
geral. Sua epistemologia é baseada em seu entendimento monista da realidade, onde
Deus e a Natureza são essencialmente a mesma coisa.

•Conhecimento Racional;

•Conhecimento de Deus;

•Ética Geométrica;

•Determinismo e Causalidade;

•Negação das Emoções como Conhecimento

2.2 Empirismo

Empirismo é uma vertente da teoria moderna do conhecimento que defende que a


origem do conhecimento e das ideias advém da experiência.
Basicamente, o empirismo defende que todo o conhecimento advém da experiência
prática que temos cotidianamente, ou seja, que as nossas estruturas cognitivas
somente aprendem por meio da vivência e das apreensões de nossos sentidos.
O empirismo defende que toda a nossa estrutura cognitiva é formada com base na
experiência prática, de modo que, quanto mais vastas, intensas e ricas as nossas
experiências, mais amplo e profundo torna-se o nosso conhecimento. Aristóteles já
defendia que o conhecimento advém da experiência, contrariando as teses platônicas,
que eram essencialmente inatistas.
John Locke, um dos principais empiristas da Modernidade, afirmou que o ser humano
é uma tábula rasa. A tábula era um instrumento romano de escrita, feito com cera. As
pessoas escreviam na cera com uma espécie de estilete e, quando queriam apagar,
bastava raspar ou derreter esse material.
Quando a tábula estava sem inscrições, era chamada de tábula rasa. Esta pode ser
comparada a uma folha em branco. Isso significa que o ser humano nasce sem
nenhum conhecimento e é preenchido de acordo com as vivências que ele adquire. O
empirismo moderno foi defendido por filósofos como Thomas Hobbes, Francis Bacon,
John Locke e David Hume, o que pode classificá-lo como, essencialmente, britânico.
Hobbes retomou a teoria do conhecimento aristotélica para enumerar o conhecimento
como o despertar de vários graus, a saber: a sensação, a percepção, a imaginação,
a memória e a experiência. A sensação é o primeiro despertar do conhecimento, que
fornece dados para a percepção. A percepção, por sua vez, ativa a imaginação
(somente imaginamos aquilo que podemos, de algum modo, conhecer na prática).
Tudo isso fornece dados que podem ativar a memória, e o acúmulo de memória
constitui o conjunto de saberes denominado experiência.
Bacon é o primeiro grande teórico do método filosófico e científico da indução. O
método indutivo afirma que o conhecimento rigoroso é obtido pela repetição de
experiências e pode ser controlado por meio da observação metódica do ser humano.
Locke formula uma espécie de empirismo crítico. A epistemologia de John Locke
admite que há apenas uma categoria inata no ser humano: a capacidade de
depreender conhecimento com base nas experiências. Segundo Locke, as estruturas
cartesianas erram, desde o início, ao separar o ser humano em duas categorias
distintas: corpo e alma. Segundo o filósofo, o ser humano é composto por corpo e
alma simultaneamente, sem separações. E isso faz com que a alma impulsione o
corpo a conhecer, pois não há qualquer tipo de conhecimento racional inato.
Para Hume, as ideias não são inatas, mas derivam das sensações e das percepções
que o ser humano adquire. As sensações e percepções são fruto de um conjunto de
vivências que adquirimos por meio dos sentidos. O que determina o grau e a
capacidade de conhecimento humano são o nível e a intensidade das experiências
adquiridas pelos sentidos.
Filósofos empiristas:

-Thomas Hobbes: para quem o conhecimento é advindo da experiência, que é


constituída pelo conjunto dos graus do conhecimento, ou seja: sensação, percepção,
imaginação e memória.
-John Locke: para quem o ser humano é como uma tábula rasa (folha em branco) e
obtém conhecimento a partir do momento em que vai vivendo e, consequentemente
(segundo a metáfora da tábula rasa), sendo rabiscado (ou marcado por essas
experiências).

-Francis Bacon: para quem o método filosófico e científico deve partir do método
indutivo, que surge com base na observação da repetição de eventos.

-David Hume: para quem o conhecimento empírico é fruto do conjunto de experiências


práticas que adquirimos com as vivências, e estas são uma espécie de baliza pra
determinar o modo como o ser humano entende o mundo e o que sabe dele.

podemos citar também Johannes Kepler; que foi um astrônomo, astrólogo e


matemático alemão. Considerado figura chave da revolução científica do século XVII,
é, todavia, célebre por ter formulado as três leis fundamentais da mecânica celeste; e
Galileu Galilei, mais conhecido como Galileu Galilei, foi um astrônomo, físico e
engenheiro florentino, às vezes descrito como polímata. Frequentemente é
referenciado como "pai da astronomia observacional
Galileu Galilei foi um cientista italiano nascido em 1564 em Pisa, Itália. Ele é conhecido
por suas contribuições revolucionárias para a astronomia e a física. Galileu aprimorou
o telescópio e fez descobertas astronômicas importantes, como as luas de Júpiter e
as fases de Vênus, que apoiaram o modelo heliocêntrico de Copérnico. Ele formulou
as Leis do Movimento, demonstrando que objetos caem com a mesma aceleração na
ausência de resistência do ar, independentemente de seu peso. No entanto, suas
ideias entraram em conflito com a Igreja Católica, que o condenou por heresia em
1633 devido ao apoio às ideias heliocêntricas. Galileu passou o restante de sua vida
em prisão domiciliar, durante a qual continuou suas pesquisas. Ele faleceu em 1642
em Arcetri, na Itália. Suas contribuições científicas e a defesa do método científico
deixaram um legado duradouro na história da ciência.
podemos verificar exemplares de empirismo presentes nos dois autores, devido à
metodologia utilizada por eles, na qual era baseada de experimentos e obtenção de
dados empíricos, podendo assim formular hipóteses e leis.
3. Positivismo e Nietzsche

Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) nasceu em Röcken, na Saxônia, filho de uma


família de pastores protestantes. Seu pai e seus dois avôs eram pastores. Conhecido
por sua crítica à moralidade tradicional, religião e filosofia ocidental. Ele é mais
conhecido por seu conceito de "além-do-homem" (Übermensch) e pela ideia de
"vontade de poder". Suas obras influenciaram profundamente a filosofia, a psicologia,
a literatura e a teologia, e ele é frequentemente considerado um dos filósofos mais
importantes e controversos da história. Nietzsche também foi um crítico feroz do
niilismo, advogando a busca de uma nova forma de significado e propósito na vida
humana.
A epistemologia de Friedrich Nietzsche, ou seja, sua teoria do conhecimento, é central
para sua filosofia. Nietzsche questiona a ideia de que existe uma verdade objetiva ou
conhecimento absoluto. Ele argumenta que o conhecimento humano é sempre
influenciado por nossas perspectivas, crenças e valores, e que não podemos alcançar
uma compreensão verdadeira e imparcial do mundo. Fez de sua filosofia uma
afirmação da vontade de viver, lutando contra as tradições e moralismos. Utilizando
vários aforismos, o autor fragmentou as ideias e situou um marco entre as figuras
gregas de Apolo e Dionísio.
Nietzsche critica a crença de que a razão pura pode levar ao conhecimento objetivo,
em parte devido à sua visão de que todas as ideias e valores são condicionados pela
cultura, história e linguagem. Ele enfatiza a perspectiva individual e subjetiva na
formação do conhecimento, sugerindo que cada pessoa interpreta o mundo de acordo
com suas próprias inclinações e predisposições.
Além disso, Nietzsche sugere que o conhecimento é muitas vezes motivado por
impulsos emocionais e instintivos, e que a busca pela verdade está relacionada à
busca por poder e dominação. Ele desafia a noção de que o conhecimento é
desinteressado e objetivamente válido, argumentando que o conhecimento é sempre
permeado por motivações individuais e interesses pessoais.

3.1 Principais obras de Nietzsche

Suas principais obras foram, no ano de 1871, divulgou "O Nascimento da Tragédia",
em 1879, iniciou sua ampla crítica dos valores, escrevendo "Humano, Demasiado
Humano", nos anos de 1882-1883 escreve, na baía de Rapallo,"Assim falou
Zaratustra", em 1881 teve a percepção de "O Eterno Retorno".

"O Último Homem" é um conceito presente na filosofia de Nietzsche e é abordado em


sua obra "Assim Falava Zaratustra". Nessa obra, Nietzsche cria um personagem
chamado Zaratustra, um sábio que desce de sua montanha para compartilhar suas
ideias com a humanidade. O conceito do "Último Homem" é dado como a
representação de uma humanidade degenerada e conformista. Nietzsche o descreve
como aquele que se contenta com uma vida medíocre, preocupado apenas com
necessidades básicas e prazeres imediatos. Ele busca uma vida fácil, sem grandes
esforços ou desafios, evitando qualquer risco ou sofrimento. O Último Homem é
marcado pelo seu conformismo, falta de ambição e ausência de um propósito ou
objetivo maior na vida.

3.1 Nietsche ≠ Positivismo

O positivismo enfatiza a importância de fenômenos observáveis, mensuráveis e


frequentemente rejeita especulações metafísicas ou raciocínio abstrato. Ao contrário
de Nietzsche, o positivismo tende a se concentrar mais no método científico como
meio primário de adquirir conhecimento. Ele busca aplicar princípios científicos a
todas as áreas da experiência humana, incluindo sociologia e ética. Nietzsche
considerava o positivismo uma abordagem filosófica que promovia uma visão
excessivamente científica e reducionista do mundo, que negligencia aspectos mais
profundos da experiência humana, como por exemplo, a subjetividade, valores e a
criatividade.

4. Escola de Frankfurt

A Escola de Frankfurt foi um grupo de pensadores críticos que emergiu na Alemanha


no início do século XX. Influenciados pela teoria marxista, eles buscaram entender a
interação entre cultura, sociedade e política. Pensadores como Theodor Adorno, Max
Horkheimer e Herbert Marcuse faziam parte desse grupo, que criticava a alienação
social, explorando temas como a cultura de massa e a indústria cultural. Seu trabalho
abrange uma variedade de disciplinas, incluindo filosofia, sociologia e teoria crítica,
contribuindo para uma compreensão profunda das dinâmicas sociais e culturais.
Em relação à epistemologia, a Escola de Frankfurt desenvolveu uma abordagem
crítica em relação ao conhecimento e à forma como ele é produzido e reproduzido na
sociedade. Eles argumentavam que o conhecimento não é neutro, mas sim
influenciado pelo contexto social, político e econômico em que é produzido.
Além disso, a Escola de Frankfurt enfatizou a importância de uma abordagem
interdisciplinar para o estudo do conhecimento, buscando integrar a filosofia, a
sociologia, a psicologia e outras disciplinas para uma compreensão mais ampla e
crítica do conhecimento e da prática científica.
Os pensadores da Escola de Frankfurt também criticaram a objetividade e a
neutralidade da ciência, argumentando que ela muitas vezes serve aos interesses da
classe dominante e contribui para a manutenção das desigualdades sociais. Eles
propuseram uma abordagem mais crítica e reflexiva em relação ao conhecimento,
buscando compreender e questionar as condições sociais e políticas que moldam a
produção do conhecimento.
Suas publicações mais influentes incluem "Dialética do Iluminismo", de Horkheimer e
Adorno, e "A Ideologia Alemã", de Habermas. A Escola de Frankfurt teve uma forte
influência no desenvolvimento da teoria crítica, da teoria pós-moderna e dos estudos
culturais.

5. Filosofia Pós Moderna

A filosofia pós-moderna é um movimento intelectual que surgiu no final do século XX


e questiona as certezas e verdades absolutas da modernidade. Ela se caracteriza por
uma visão crítica em relação às grandes narrativas e metafísicas, valorizando a
diversidade, a fragmentação e a ambiguidade.
Um dos principais temas abordados pelos filósofos pós-modernos é a desconstrução,
introduzida pelo filósofo francês Jacques Derrida. Essa abordagem questiona a
linguagem, a identidade e a realidade, mostrando como os significados são
construídos e desconstruídos através de complexas redes de relações.
Outro importante autor da filosofia pós-moderna é Jean-François Lyotard, que cunhou
o termo "meta-relato" para se referir às grandes narrativas da modernidade, como o
progresso, a emancipação e a razão. Segundo Lyotard, essas narrativas perderam
sua validade e devem ser substituídas por pequenas histórias e relatos locais que
dêem voz às minorias e às diferenças.
Michel Foucault também foi influente na filosofia pós-moderna, especialmente em sua
crítica à noção de poder e suas relações com o conhecimento, a verdade e a moral.
Foucault mostrou como o poder se manifesta em todas as esferas da vida e como o
conhecimento é sempre moldado por relações de poder.
Outros autores importantes da filosofia pós-moderna incluem Jean Baudrillard, Gilles
Deleuze, Félix Guattari e Richard Rorty, entre outros. Em comum, esses filósofos
questionam a ideia de um conhecimento absoluto, defendendo a descentralização e
a diversidade de perspectivas.
Em resumo, a filosofia pós-moderna se caracteriza por sua crítica à modernidade,
valorizando a diversidade, a fragmentação e a ambiguidade. Seus principais autores
questionam as grandes narrativas, a noção de verdade e a relação entre poder e
conhecimento, propondo uma visão mais plural e descentralizada do mundo.

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