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John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês, um dos principais representante

do empirismo - doutrina filosófica que afirmava que o conhecimento era


determinado pela experiência, tanto de origem externa, nas sensações, quanto
interna, a partir das reflexões.

Locke se destacou especialmente por seus estudos de filosofia política e


deixou grande contribuição ao desenvolvimento do liberalismo, principalmente
a noção de Estado de Direito.

Tábula rasa
Para Locke, o princípio do inatismo, além de não provar nada, é
completamente desnecessário para uma teoria do conhecimento. Se
realmente nossas almas imortais compartilhassem um mesmo
estoque de informações, por que todos não teríamos as mesmas
concepções científicas de mundo, por exemplo? Por que os europeus
desenvolveram a ciência, enquanto índios que habitavam as
Américas, não? Segundo Locke, Deus nos conferiu apenas as
faculdades para que pudéssemos adquirir conhecimento, dentro de
certos limites.
Contrariando o inatismo, ele afirma que, ao nascermos, somos como
uma folha em branco - "tábula rasa", diziam os empiristas - que é
escrita na medida em que vivemos e temos experiência de mundo:
"Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em
branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias;
como ela é suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a
ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma
variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da
razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da
experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela
deriva fundamentalmente o próprio conhecimento." (1978, I, II, ii)

David Hume

David Hume foi filósofo, historiador, ensaísta e diplomata escocês, um dos


mais importantes filósofos modernos do Iluminismo.
Seus pensamentos foram revolucionários o que o levou a ser acusado de
heresia pela Igreja Católica por ter ideias associadas ao ateísmo e ao
ceticismo. Por esse motivo, suas obras foram acrescidas no "Índice dos
Livros Proibidos" (Index Librorum Prohibitorum).

Inspirado nas correntes filosóficas do empirismo e do ceticismo, Hume foi


um crítico do racionalismo cartesiano em que os conhecimentos estavam
associados à razão. Suas ideias foram inspiradoras para diversos filósofos
posteriores, como Immanuel Kant e Augusto Comte.

O entendimento do Mundo

Para entender o conhecimento adquirido pelos indivíduos, Hume define que


podemos entender o mundo de duas maneiras: através das impressões ou
através das ideias.

 Impressões: as impressões são as sensações mais fortes, mais vivas e de


certa forma, mais recentes.
 Ideias: as ideias podem ser definidas como as memórias, como as
lembranças, portanto, sensações mais distantes e menos vívidas.

As ideias podem ser divididas em simples e complexas.

 Ideias Simples: são as cópias diretas das impressões. Por exemplo, um


brinquedo, roupa ou objeto que o indivíduo possuía enquanto criança. A
impressão antiga de fato existiu, e na vida adulta é retomada como uma ideia
simples, uma lembrança de algo existente, porém distante.
 Ideias Complexas: são objetos da nossa imaginação. O exemplo clássico de
uma ideia complexa é o do Pégaso, um cavalo com asas.

Para Hume, a imaginação manipula ideias simples e gera ideias


complexas. A junção de um cavalo e um pássaro, alimentam a imaginação e
transformam as duas figuras em um cavalo alado, resultado da imaginação.
Segundo o filósofo, ideias simples e complexas podem se mesclar, formando
uma terceira ideia ainda mais complexa, como um cavalo alado colorido.

A partir dos conceitos de impressões e ideias, Hume formula a ideia


do Princípio da Cópia, que define que todas as ideias são de alguma forma,
cópia das impressões. Não é possível formular cópias sem que haja
sensações e impressões. Os indivíduos nunca poderão produzir cópia de
impressões que nunca tiveram.

Empirismo

No desenvolvimento de todas as suas obras filosóficas, Hume defende


o empirismo como forma de se atingir o conhecimento. O conceito de
empirismo foi definido pela primeira vez em 1690, por John Locke, filósofo que
foi grande influenciador das obras de Hume.
Os empiristas creem que as experiências e sensações humanas são as
únicas capazes e responsáveis pela formação de ideias. A razão, por sua
vez, é responsável pela organização dos conhecimentos obtidos a partir das
sensações.

Para que o indivíduo atinja o conhecimento é preciso que primeiro, passe por
experiências sensoriais. Posteriormente, o pensador deve submeter o objeto a
diversas análises, testes, experiências e observações para garantir ou não a
veracidade daquilo que pesquisa.Por fim, os resultados e conhecimentos
obtidos a partir das experiências, observações e testes são organizados são
organizados.

Para Hume, os conceitos do empirismo servem para a construção do princípio


da causalidade. De acordo com ele, os eventos não seguem uma relação de
causa e consequência. O filósofo não reconhece a existência de conexões
causais entre os fatos.

A organização dos fatos é temporal e a partir dessa temporalidade é que ela


deve ser analisada. De acordo com essa quebra de uma visão filosófica
histórica, Hume reforça a ideia da necessidade de toda evidência ser empírica,
ser, portanto, ligada às sensações.

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