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CEMP – Ensino Médio

Disciplina: Filosofia Professora: Rachel Brito


Estagiária: Ana
2º Ano do Ensino Médio

Resumo de Racionalismo, Empirismo, Criticismo e Idealismo alemão

Johann Gottlieb Fichte foi filósofo alemão pós-kantiano.


Em Fichte, o mundo objetivo nasce do mundo subjetivo, como se a realidade fosse apenas um
palco que o homem teria criado para agir. Isso pode ser explicado assim: a partir do mundo
objetivo (natureza) é criado o mundo subjetivo (eu).
O que é esse Eu que produz a si mesmo e a realidade? É pura liberdade, pura possibilidade.
Ele é infinito e ilimitado. Por exemplo, posso ser o que imaginar ser, desde que não saia de
meu mundo interior. Mas, para ser alguma coisa, preciso agir no mundo externo. Ao agir, o
Eu cria o não-Eu (não eu seria tudo aquilo que não é a gente. Exemplo: não-caneta é tudo
aquilo que não é caneta), que é a própria realidade. Ou seja, segundo Fichte, o mundo não
existiria.
Friedrich Wilhelm Joseph Schelling foi um filósofo alemão e um dos principais
representantes do idealismo alemão.
Para ele, a natureza era tão relevante quanto nós e quanto à subjetividade do “eu”. Ou seja,
para ele, a natureza e a consciência individual do ser eram as mesmas coisas.
Schelling explica que nós somos o produto gerado pela natureza.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um dos filósofos alemães mais importantes do século
XIX.
Sabemos que nesse século houve um grande marco do movimento romântico, que influenciou
tanto nas artes quanto na literatura. Em muitos países - como a Alemanha- tivemos uma
exaltação da natureza.
Hegel criticou a filosofia transcendental de Immanuel Kant por ser muito abstrata e muito
focada na formação da autoconsciência do indivíduo. Sendo assim, preferiu ir por caminhos
mais “concretos” na sua filosofia. Com conceitos como a dialética e o ser, Hegel chega à
conclusão de que o ser está sempre em constante mudança. Ele chega a essa conclusão graças
à elaboração de seu conceito sobre dialética.
- Dialética de Hegel:
Está estreitamente ligada à filosofia do devir, isto é, o ser - indivíduo - em constante
movimento e em processo (como vir a ser).
Em sua principal obra, Fenomenologia do Espírito, ele explica as três etapas da dialética com
um exemplo do desenvolvimento da planta, que ela passa pelo botão, flor e fruto. Essas três
etapas também são chamadas de Tese, Antítese e Síntese. Ou seja, o botão é a tese, que é a
fase inicial. A flor seria a antítese. Nessa fase, a flor estaria “negando” o botão para poder se
modificar, a fim de chegar na fase final, logo, na síntese, no fruto. Lembrando que esses três
conceitos estão interligados, não existe um sem o outro.
Hegel usa esse exemplo como base, mas podemos relacionar -assim como ele relaciona- esse
exemplo com tudo que há no mundo, pois para ele tudo está em constante mudança, até nós
mesmos.

Resumo de Racionalismo e Empirismo

A Revolução Científica foi uma grande quebra dos paradigmas na história do pensamento
Ocidental. Podemos citar como exemplo a experiência que Galileu apresentou. Ele nos
mostrou que a Terra não era o centro do Universo.
O racionalismo seria a tentativa de orientar o homem a alcançar a verdade através da razão.
Já a corrente filosófica chamada de empirismo, que se opõe ao racionalismo, fundamenta que
o conhecimento não vem através da razão, e sim da experiência sensorial que adquirimos ao
longo da vida.
René Descartes

René Descartes foi um pensador francês do século XVII. A sua filosofia se torna uma das
principais fundamentações da Revolução Cientifica. É nessa época que se inaugura um tempo
caracterizado por dúvidas e incertezas. Sendo assim, Descartes é o primeiro filósofo a propor
o seu método cartesiano. É por meio desse método que o filosofo francês tenta reorganizar a
forma de conduzir a racionalidade humana. Com Descartes, mais precisamente na sua obra O
Discurso do Método, vemos que ele apresenta uma série de argumentos “céticos”, a fim de
alcançar alguma certeza sobre o mundo, logo, ele se vê tentando duvidar de tudo o que pareça
ter um fundamento indubitável para conseguir chegar em um único argumento certeiro.
Primeiramente, temos o argumento contra os sentidos, que é chamado de argumento do erro
dos sentidos. Ou seja, ele duvida dos sentidos afirmando que eles são enganosos. Ele justifica
essa dúvida por meio da afirmação de que eles nos enganam diversas vezes; não trazendo
uma certeza concreta. Por exemplo, se há um indivíduo com problema de visão e enxerga
algo errado, se confundindo, isso seria uma enganação que os nossos sentidos nos submetem
a passar. Em segundo lugar, Descartes aponta o argumento do sonho, onde ele relata que
podemos estar sonhando nesse exato momento, logo, não sabemos se essa é a realidade ou se
estamos apenas sonhando. Então, a matemática parecia ser a última trincheira na qual
Descartes poderia se refugiar indubitavelmente. A questão é: Como duvidaríamos da
matemática sem parecer que estamos entrando em contradição? Pois seria isso que
aconteceria se duvidássemos, se não aceitássemos que 2 + 3 = 5 ou que um quadrado tem 4
lados. Ele encontra uma única “certeza”, a “certeza matemática”. Observamos que até se
sonharmos a matemática não mudaria, se estamos em vigília ou não as operações e fatos
matemáticos não iram mudar, sendo assim, Descartes, por enquanto, se agarrou a essa
“certeza matemática”. Entretanto, ao chegarmos ao terceiro argumento, que seria o do “gênio
maligno”, Descartes leva a dúvida ao máximo; e se questiona se alguma coisa pode resistir ao
gênio enganador, levantando a questão de que há uma possibilidade de que Deus tenha feito
com que nós nos enganemos com a matemática e com todo o resto. Se há um gênio maligno e
enganador é porque ele está enganando alguém, e se ele engana alguém, é porque há um
“enganado”, consequentemente, um “eu”. A única coisa que Descartes não podia duvidar era
da própria dúvida, ou seja, não podia duvidar de seu pensamento, surgindo então o seu “ponto
final”, o “Penso, logo existo”. Esse seu pensamento final foi o ponto de partida de seu
percurso do conhecimento.
Vale ressaltar que houve contra-argumentos, como, por exemplo, Deus é bom e não faria isso
conosco, houve também o argumento da existência do mal, um Deus sumamente bom
fazendo com que “eu” me engane sempre com tudo.

John Locke

Foi um filósofo inglês que defendia que todo o conhecimento humano deriva da experiência
sensível, isto é, ele apresenta a ideia como sendo uma construção do pensar humano, mas que
só pode existir depois de captada pelos sentidos (5 sentidos). Para ele, o processo seria
primeiramente a captação dos dados através desses 5 sentidos, e, após isso, essa sensação é
pensada pela nossa mente e transformada naquilo que ele chama de ideia. Logo, para Locke, -
diferentemente de Descartes, não há a possibilidade de existirem ideias inatas, ou seja, para
ele, elas derivam da experiência.
A experiência para Locke é dividida em dois tipos. Há as experiências relativas a objetos
externos, as quais originam ideias de sensações, como as que se referem as cores, sons e
sabores. Há também as experiências de operações internas do espírito, as quais se baseariam
em reflexões, sendo seus exemplos as ideias de vontade e percepção.
Para Locke, há dois principais tipos de ideias: simples e complexas. As ideias simples são
ideias singulares, como dor, prazer, homem, água etc. Já as ideias complexas são as ideias
simples que podem ser combinadas para construí-las. As ideias complexas dependem das
simples, como por exemplo a ideia de humanidade, que depende da ideia simples de homem.

Immanuel Kant

Foi um filósofo prussiano, pode ser considerado como um dos principais filósofos da
era moderna. Ele passa por uma fase crítica que buscava delimitar o alcance do
conhecimento, ou seja, até que ponto o homem pode conhecer. Busca também determinar a
origem do conhecimento humano e o fundamento do agir prático. Em outras palavras, Kant
busca encontrar fundamentos para o conhecimento e para a ética na própria racionalidade
humana.
A teoria do conhecimento de Kant concentra-se, principalmente, na obra Crítica da
Razão Pura. Nesta obra, o filósofo busca delimitar o alcance do conhecimento humano, pois
para ele o intelecto humano seria finito, logo, não se pode conhecer tudo, mas é necessário
sabermos até onde esse limite vai. Sendo assim, para ele, conhecer significa emitir um juízo
sobre um certo objeto. O juízo seria o exercício racional do homem. No entanto, devemos
saber que existem alguns tipos de juízos. Os 2 primeiros se chamam: a priori e a posteriori.
Juízos a priori são aqueles que ocorrem sem a presença da experiência, apenas seguindo o
intelecto do sujeito. (ex. operações matemáticas). Eles são universais e ocorrem sempre da
mesma forma. Já os juízos a posteriori são juízos experimentais, não acontecem da mesma
forma, logo, não podem ser universais. (ex. calcular a velocidade do vento hoje. Essa
velocidade amanhã não será a mesma.)
Kant também diferencia os juízos sintéticos dos analíticos. O juízo analítico seria aquele que
analisa o conteúdo sem trazer novos conhecimentos. Ex. “Todo corpo é extenso”. A
informação “ser extenso”, que está diretamente ligada ao corpo, não acrescenta nenhum
conhecimento por justamente sabermos que para um corpo ser um corpo, ele é
obrigatoriamente extenso. Já o juízo sintético seria aquele em que podemos ter algo inovador
em relação ao sujeito. Ex. “Esse corpo possui uma massa de 10 kg”. A informação “massa de
10 kg” acrescenta um conhecimento ao sujeito - ao corpo -. Por fim, faz-se necessário
comentar que os juízos sintéticos são a posteriori, pois dependem da experiência. Já os juízos
analíticos são a priori, pois não dependem da experiência.

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