Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Mateus Ruan Barroso Matos

INATISMO, AMBIENTALISMO E INTERACIONISMO

São Luís, MA
2021
Inatismo: Na canção Toda Menina Baiana, do álbum Realce, de 1979, Gilberto
Gil exalta os jeitos, encantos, defeitos e santos da menina nascida no estado
da Bahia. O artista canta que cada um dessas dádivas são presentes de Deus,
mostrando uma característica inatista à poesia.
“Toda menina baiana tem um santo, que Deus dá
Toda menina baiana tem encantos, que Deus dá
Toda menina baiana tem um jeito, que Deus dá
Toda menina baiana tem defeitos também que Deus dá
Que Deus deu
Que Deus dá”

Ambientalismo: No ano de 2009 o rapper Emicida disponibilizou seu primeiro


disco “Pra quem já mordeu um cachorro por comida até que cheguei longe”. O
artista começa a canta sua história na música “Intro (é necessário voltar ao
começo)”, onde destaca “eu lidero uma tropa vinda do breu, e eu não confio
nem perdoo, por isso mandaram eu”. Muitas de suas vivencias são contadas
com primazia ao longo do álbum, mas é no encerramento do disco que Emicida
sintetiza da melhor forma o que ambientou sua personalidade.
“Eu já passei fome, já apanhei calado
Já me senti sozinho, já perdi uns aliado
Eu já dormi na rua, fui desacreditado
Já vi a morte perto, um cano engatilhado
Eu já corri dos homem, bati nos arrombado
Quase morri de frio, eu já roubei mercado
Já invejei quem tem pai, já perdi um bocado
Eu sofri por amor, eu já vi quase tudo chegado”

Interacionismo: O filme “Nós” tem um dos melhores plot twist dos últimos
anos. O roteiro segue a tentativa de férias tranquilas de uma família
estadunidense no litoral do país, que antes de poder aproveitar a sombra e
água fresca da costa norte americana, são atacados por pessoas exatamente
idênticas a cada membro da família, mas com feições e forma de agir
completamente opostas, menos coordenadas e quase primitivas. O diretor
Jordan Peele guia a história da fuga dos protagonistas das suas cópias que
buscavam se tornar a versão titular à descoberta da origem delas. A grande
virada do filme está aí. Milhares de cópias, referentes a cada membro da
sociedade, emergem do subsolo, liderados pela cópia da matriarca, que após
chegar no ambiente de moradia dos clones, entende ter sido trocada por
acidente, ainda na infância, sendo a protagonista a sua segunda versão.
Chegamos à conclusão de que a humana que foi privada da sociedade e do
meio cultural na infância teve seu desenvolvimento cortado, restando somente
o que já lhe era de conhecimento pelo curto período vivido no solo, que foi
necessário para liderar toda a tropa de cópias que jamais tiveram a
oportunidade de sua líder. Por outro lado, a cultura absorvida e a interação na
parte de cima da sociedade pela sua versão alternativa foi o suficiente para
torna-la uma de nós.

Você também pode gostar