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ARTE

1ª SÉRIE

HIP-HOP E RAP NO BRASIL


OBJETIVOS DA AULA
- Conhecer as origens do rap e seu contexto histórico no
Brasil;
- Conhecer alguns artistas e suas principais
obras;
- Compreender e analisar algumas letras
das músicas de rap.
ESTUDANTE, PENSE...
Leia o trecho da música “Boa Esperança” do rapper Emicida. Depois reflita e
responda oralmente às questões a seguir:
1) O que significa “camburão”? O que o “Por mais que você corra, irmão
rapper quis dizer ao relacionar este termo Pra sua guerra vão nem se lixar
ao trecho “Negreiros a retraficar”? Esse é o X da questão
2) O que o cantor quer dizer quando diz que Já viu eles chorar pela cor do orixá?
E os camburão o que são?
“o tempero do mar foi lágrima de preto”? Negreiros a retraficar
3) Quem seriam “eles” na frase “já viu eles Favela ainda é senzala, Jão
chorar pela cor do orixá”? Bomba relógio prestes a estourar
O tempero do mar foi lágrima de preto
Caso tenham esta possibilidade, utilizem a ferramenta Papo reto, como esqueletos, de outro
Jamboard para realizar uma interação digital com as dialeto” (...)
possíveis respostas. Clique aqui.
RAP NO BRASIL
O rap se desenvolveu no Brasil com
muita influência do gênero em sua
versão norte-americana. Anos 1970
e 1980, bailes blacks funks (não
confundir com a versão carioca), a
cultura Hip-Hop foi se
transformando, ocupando a
realidade dos jovens de periferia Na foto o rapper Djonga, mineiro
em todo o país, em especial em São representante da nova geração de rappers.
Paulo e Rio de Janeiro.
RAP NO BRASIL
Diferentemente do rap norte-americano, que por
muito tempo ficou em torno de rivalidades entre
gangues, abordando violência e muita
ostentação, aqui em nosso país a comunidade
artística do gênero é mais unida e as letras são
muito mais politizadas e reflexivas. Não que
temas como ostentação não façam parte deste
universo, porém a parte politizada é uma linha
recorrente.
Rapper BK, outro representante da nova geração de rappers no Brasil.
RAP NO BRASIL
A desigualdade em nosso país sempre foi e ainda é
um dos grandes problemas que temos. O rap
brasileiro escancara ao mainstream a realidade das
quebradas, sem nenhum tipo de filtro e medo em
suas letras. As músicas causam impacto em quem
as ouve, rompendo bolhas sociais e atingindo
pessoas que não fazem parte das favelas,
fazendo-as refletir sobre estes problemas.

Drik Barbosa, outra representante da nova geração de rappers no Brasil.


RAP NO BRASIL
Já para as favelas, o rap se transforma em
autoestima, representatividade. Poder ver e ouvir
músicos vindos desses locais em programas de
televisão, estações de rádio e premiações
internacionais, dita todo o comportamento e
pensamento da juventude das favelas. Muitos dos
jovens e das jovens de periferias sonham em ser MCs,
justamente por esses sentimentos de esperança na
arte.
Linn da Quebrada, outra representante da nova geração de rappers no Brasil.
RAP NO BRASIL
As décadas de 1980 e 1990 foram a época da primeira
geração de rappers de maneira organizada, com: RZO,
Racionais, Thaíde, MV Bill, Rapin Hood, Facção Central
etc.
Os anos 2000 temos a segunda geração: Sabotage,
Black Alien, Marcelo D2, Criolo, Emicida, Rashid,
ConeCrewDiretoria etc.
Dos anos 2010 até hoje: BK, Baco Exu do Blues, Linn da
Quebrada, Drik Barbosa, Djonga, Glória Groove etc.

Glória Groove, da nova geração, incorpora rap, funk e trap em suas músicas performáticas.
RZO
A “Rapaziada da Zona Oeste” é um
grupo de rap criado em 1980.
Composto por três membros-chave:
Helião, Sandrão e DJ Cia. Ao longo do
tempo abordaram o conceito de
“família”, na qual ampliaram o
Nomes como Negra Li, Sabotage,
número de membros, a fim de Marrom, DBS, Quadrilha, U-Time, Função
valorizar e engrandecer a cena do rap RHK entre tantos outros fizeram parte da
no Brasil. história da “Família RZO”.
RACIONAIS MC’s
Fundado em 1988, o Racionais MC’s é
um dos lendários grupos da história
do rap brasileiro. O álbum
Sobrevivendo ao inferno é
considerado um marco na história da Ice Blue, Edi Rock, KL Jay e Mano Brown
música brasileira. As letras giram em
Indicação de livro: Sobrevivendo
torno do racismo, da desigualdade ao inferno acabou se tornando
social, da violência nas periferias e até um livro pela Companhia Das
Letras, leitura obrigatória para o
mesmo detalhes da vida de um vestibular da UNICAMP.
presidiário.
“Hei, São Paulo, terra de arranha-céu
NEGRO DRAMA A garoa rasga a carne, é a Torre de Babel
Escute a música e acompanhe a letra Família brasileira, dois contra o mundo
Mãe solteira de um promissor vagabundo
desta que é uma das mais famosas Luz, câmera e ação, gravando a cena vai
Um bastardo, mais um filho pardo sem pai
músicas do grupo Racionais MC’s, Hei, senhor de engenho, eu sei bem quem
depois leia as seguintes matérias e você é
Sozinho cê num guenta, sozinho cê num
converse com seus colegas a respeito: entra a pé” (...)

• “2 em cada três menores infratores não tem pai”: • O que o artista quer dizer ao falar o termo
https://bit.ly/3dXSOkA Acesso em: 16 dez. 2021 “vagabundo”?
• “A realidade das mãe solo no Brasil” • Qual relação você consegue fazer entre a letra e
https://bit.ly/3F38Gy5 Acesso em: 16 dez. 2021
• “Jovens negros morrem mais do que os não
a música com as notícias expostas?
negros”: https://bit.ly/3sjXE3E Acesso em: 16 dez. • Contextos de desigualdade social e racial
2021 influenciam no aumento da violência?
• “O aborto masculino”: https://bit.ly/3e0fAYN • Como o abandono paterno influencia na vida da
Acesso em: 16 dez. 2021 mãe solo e de seus filhos?
MV BILL
Rapper, ator, produtor, escritor e ativista. Alexandre é
natural da Cidade de Deus, Rio de Janeiro. Cresceu no
ambiente hostil da violência e preconceito, porém
encontrou na leitura de livros e na música um
caminho para se seguir. Em um momento de sua vida
conheceu Celso Athayde, que o empresariou
enquanto músico, porém a parceria foi além, quando
fundaram a CUFA – Central Única das Favelas.

Perfil: Celso Athayde é um ativista, escritor, empresário e empreendedor de sucesso.


Cresceu morando em favelas e parte da sua infância debaixo de um viaduto. Sua história de
vida é inspiradora e traz esperança para os moradores das favelas.
EMICIDA
Leandro, nascido e criado na periferia
de São Paulo, é considerado um dos
grandes nomes do Hip-Hop atualmente,
muito pela sua pesquisa e valorização
da identidade negra no Brasil, com a
produção do álbum AmarElo e um
documentário da Netflix que recebe o
mesmo nome.
Indicação de filme: O documentário AmarElo
é uma celebração da história e cultura negra
em nosso país. Ao mesmo tempo traz os
bastidores da criação do álbum de mesmo
nome.
AmarElo A música que carrega o nome do
álbum e do documentário é um
hino de união e de apoio para
todos os que sofrem com
preconceito, doenças, traumas e
mais mazelas que assolam nossa
existência. Com base em uma
música de Belchior, Emicida,
Majur e Pablo Vitar nos
apresentam esta obra-prima.
Você terá 25 minutos para realizar esta
MÃO NA MASSA atividade.

Agora você terá um desafio. Junto com um colega tentará criar uma letra
de rap. Assim como os rappers brasileiros falam das mazelas que assolam
a vida do jovem de periferia, busque inspiração no seu cotidiano, criando
uma letra reflexiva e com rimas. O seu professor irá colocar alguns beats
(clique aqui) para sua música.

1) Qual foi a maior dificuldade em realizar esta atividade?


2) Você gostou de desenvolve-la?
O QUE VIMOS NA AULA DE HOJE?
- Conhecemos as origens do rap e seu contexto histórico
no Brasil;
- Conhecemos alguns artistas e suas
principais obras;
- Compreendemos e analisamos algumas
letras das músicas de rap.
REFERÊNCIAS
GOMBRICH, Ernst. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
HILVERS, Ian; OSBORN, Harold. Dicionário Oxford de arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática, 2007.
MELO FILHO, C. [et al.]. Práticas de linguagens: perspectivas multiculturais. 1. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Etapa Ensino
Médio. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/base-nacional-comum-curricular-
bncc-etapa-ensino-medio>. Acesso em: 26/01/2021.

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