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Necropolítica

e Rap
Tem Cor
Na Sociedade

Tem Cor No Ensino


Tem Cor No Ensino
apresenta:

Necropolítica e Rap
Autoras: Nonny Gomes e Tati

Nefertari;

Revisão: Nonny Gomes, Tati



Nefertari, Amiri e Keilla Vila

Flor;

Ilustração: Lucas Parente e Matheus



Neves;

Edição: Nonny Gomes e Keilla Vila


Flor

Tem Cor No Ensino


Necropolítica e Rap

Tem Cor No Ensino


apresenta:
Necropolítica e Rap
Olá!
A pandemia tem evidenciado as desigualdades sociais por
todo o mundo e no Brasil não está sendo diferente. Em meio
às crises, a população em vulnerabilidade econômica é a
primeira a ser atingida e como no Brasil é impossível dissociar
o fator racial das análises de classe, nesta edição do
Novembro Negro de 2021 do Tem Cor No Ensino, estamos
propondo um debate acerca do conceito de Necropolítica,
cunhado por Achile Mbembe, associado ao RAP, rítimo
musical bastando popular no Brasil e no mundo.
Esperamos que gostem das páginas seguintes e que elas
auxiliem na produção e montagem de um Novembro Negro de
reflexões e formação de uma juventude para lutar contra
violências e injustiças.

Com carinho,
a equipe do Tem Cor.

Olá!
Necropolítica e Rap

Tem Cor No Ensino


apresenta:
Necropolítica e Rap
Índice

Apresentação dos personagens ........................................... 05

História do RAP .................................................................... 07

Necropolítica ......................................................................... 14

Encerramento ........................................................................ 23

A equipe ................................................................................ 24

Índice 04
Necropolítica e Rap

Salveee galera! Como


Fala habitantes, lembram vocês estão?
de mim? Poxa, Azibo, obrigado pelo convite!
Eu sou o Azibo e mais uma vez Então, gente, eu sou o Amiri -
venho aqui trocar uma ideia com Amiri é um nome em Swahili e
vocês! significa príncipe, sou um homem
Dessa vez vamos falar sobre negro retinto, uso dreads, estou
Necropolítica e RAP! E para isso vestindo uma regata branca e
vou trazer aqui um habitante calça jeans, sou rapper da zona
muito querido para me ajudar. oeste de SP.
Chega mais Amiri!!!!

Apresentação 05
Necropolítica e Rap

Mais tarde eu vou trazer aqui uma lista de artistas e


músicas para vocês conhecerem, mas antes disso vou
reforçar uns recados aqui:
Tomem a vacina! Importante demais.
Não é porque você tomou a primeira ou as duas doses
que a pandemia acabou ou está tudo liberado. Vamos
se ligar!
Evitem ao máximo aglomerações! Continuem usando
máscara e álcool em gel!

Apresentação 06
Necropolítica e Rap

Agora que eu lembrei a vocês desses protocolos de


segurança, quero bater um papo rapidinho sobre:
RAP! Isso mesmo.
O significado da sigla RAP, é: “Rhythm and Poetry ” e
sua tradução é: “ Ritmo e Poesia ”.
A nossa história começa pela Jamaica, um país
caribenho e de origem indigena. Xaymaca como foi
batizada pelos povos originários se tornou conhecida
como “Terra de madeira e água" e também como
“Terra das primaveras” .
A Jamaica ficou sob o domínio espanhol e britânico,
período em que a população originária foi escravizada
e assassinada, o que levou também à escravização
de pessoas africanas naquele território.
Obviamente houve muita resistência por parte dos
escravizados, como o que aconteceu em 1838.

RESISTÊNCIA
RESISTÊNCIA

História do RAP 07
Necropolítica e Rap

E vocês devem estar se perguntando, “Mas o


que isso tem a ver com o rap?” e a resposta é:
Tudo. A história da Jamaica nos leva ao inicio
da historia do Rap, já que a Jamaica tem sua
população predominante de pessoas negras,
que vieram do continente africano e trouxeram
consigo suas culturas e experiências.
Durante o fim da década de 1940 começa a
surgir os bailes de ruas conhecidos como
Sound System - Sistema de Som, carros
equipados com altos falantes enormes e
potentes que levava músicas para as
comunidades e é exatamente nesse ponto que
podemos dizer que se inicia o que hoje
conhecemos como rap.

História do RAP 08
Necropolítica e Rap

E Em 1950 um mano chamado Count Machuki se


tornou o primeiro DJ jamaicano, que deu início ao
“Deejaying”, quando há uma improvisação em cima de
uma base/música. Count Machuki além de tocar as
músicas nos bailes também acrescentava rimas
próprias, se tornou um mestre de cerimônia ao
apresentar os bailes, se tornando assim a origem do
rap, pois o rap mesmo só vai ter início na década de 70
em Nova York - Estados Unidos. Isso mesmo, da
Jamaica para os Estados Unidos.
E a pergunta que surge agora é, como isso
aconteceu? pois é, senhoras e senhores, Dj Kool Herc
e sua irmã, Cindy Campbell são a resposta.
Em agosto de 1973, Kool Herc e Cindy Campbell
organizaram a festa “Back to School Jam” - Festa de
volta às aulas, marcando o nascimento do Hip Hop e
consecutivamente do RAP - que tem como significado
“Ritmo e Poesia”.

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Riitm ia
R
P
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História do RAP 09
Necropolítica e Rap

Enquanto Dj da festa Back to School Jam, Kool Herc produziu o


que é conhecido como “scratch” percebeu que o público se
animava mais quando tocava apenas a batida da música, sendo
também o momento em que os dançarinos mais dançavam, assim
Dj Kool Herc utilizando dois toca discos realizava seus scratches.
Como aprendeu com os djs de sound system da Jamaica, Herc
também utilizava o microfone para falar e mandar rimas em cima
das batidas, nessa festa em questão, esse papel ficou para o seu
amigo Coke La Rock, considerado como um dos primeiros Mcs de
Rap.
O que podemos afirmar é que depois da festa Back to School Jam,
o Bronx nunca mais foi o mesmo. Outras festas foram surgindo,
outros Djs apareceram e o Hip Hop - uma cultura de rua, se
transformou em um movimento mundial. Ao lado de Kool Herc,
outros dois Djs foram importantes para que tudo isso acontecesse:
Grandmaster Flash e Afrika Bambaataa.
Os 4 elementos do HIP HOP: DJ (Disc Jockey), quem “pilota”
os toca-discos e anima a festa; o MC (Master of Ceremony, ou
mestre de cerimônias), quem canta e comanda a festa; e
esses dois elementos constituem o rap (sigla de rhythm and
poetry, ritmo e poesia); a Dança de rua, sendo o breaking a
mais praticada e conhecida; e, por fim, o Graffiti, a arte
plástica que era utilizada inicialmente para marcar o território
das gangues.(Bastos, 2020)

História do RAP 10
Necropolítica e Rap

Agora que eu dei uma pequena contextualizada para


vocês, vamos conhecer um pouco sobre RAP no Brasil?
Vem comigo
Era final da década de 1980 quando um pessoal
começou a dominar o centro de São Paulo, e fizeram da
São Bento - a estação de metrô, um palco.
O largo da São Bento se transformou no palco do
movimento cultural que mais tarde iria dominar o Brasil.
Foi nesse lugar que Mcs, B.boys/B.girls, grafiteiros e Djs,
ou seja, os quatro elementos do Hip-Hop se reuniam.

DEST
INO:
BRASILÂN
DIA

História do RAP 11
Necropolítica e Rap

A galera se reunia para trocar ideias e experiências, mas principalmente para


acompanhar as batalhas de break, realizadas por diversos grupos de break,
como a crew "Back Spin" uma das pioneiras do break no Brasil, existente até os
dias atuais.
As crew de break foram muito importantes para a difusão do rap e do
movimento Hip-Hop no Brasil, foi com a união dos grupos de break que em
1988 aconteceu o projeto Hip-Hop Cultura de Rua - o primeiro disco de Hip-Hop
do Brasil.
Esse disco apresentou duas lendas do movimento, nada mais e nada menos
que Thaíde e DJ Hum, com o rap "Corpo Fechado". CLÁSSICO, CLÁSSICO.
Depois disso, o movimento Hip-Hop passa a crescer cada vez mais e o rap
alcança proporções enormes, começa surgir vários grupos, vários Mc's e grupos
de rap, entre eles Racionais Mc's.

CLÁSSICO
CLÁSSICO
OC
ISSÁ

O
LC

CISS
CLÁSSICO
ÁLC
LC
CLÁSSICO

CLÁ
S

SSIC
OCI

O CLÁSSICO
OCISS

CLÁSSICO
O
Á

C
LC

ISS

CLÁSSICO
ÁLC

História do RAP 12
Necropolítica e Rap

Pois bem, o rap está dominando tudo e não


podemos esquecer do papel das posses -
coletivos de pessoas do Movimento Hip-Hop
que organizam eventos, atividades e muitas
das vezes são responsáveis pela formação
política. A primeira posse da periferia e pioneira
entre as posses, é a Aliança Negra, fundada
em 1988.
Eu vou deixar aqui um RAP como sugestão
para os professores passarem em sala de aula.

Se liga na dica:
Amiri- Vida de Negro

Espero que gostem do meu som!

História do RAP 13
Necropolítica e Rap

Mas, galera!!!! O que o rap tem a


ver com necropolítica?
Seguinte:agora eu vou deixar
Azibo explicar essa parte, pode
ser? Vocês prestem atenção, viu?


A
O P OLÍ TIC
N ECR E RAP

Necropolítica 14
Necropolítica e Rap

Pois bem, meus


habitantes. Bora
saber o que é essa
tal de necropolítica?
Quem puder, dê
uma alongada aí,
vai. Bebe uma água
e foca aqui comigo.

Necropolítica é um conceito desenvolvido


pelo filósofo e historiador Achille Mbembe.
Mbembe é um grande intelectual e
professor, nascido em Camarões - país
localizado na África Ocidental.
Para chegar ao conceito de Necropolítica,
Achille Mbembe dialogou com os
conceitos de biopolítica e biopoder do
também filósofo e historiador Michael
Foucault, que são mecanismos de
controles presentes na sociedade.

Necropolítica 15
Necropolítica e Rap

TA PARECENDO DIFÍCIL ESSE TEMA,


HEIN?!!! MAS PERA AI, HABITANTES, EU
TO AQUI PARA FACILITAR O
ENTENDIMENTO, OK? VOU EXEMPLIFICAR
TUDO O QUE EU DISSER COM LETRAS DE
RAP HAHAHAH. APOSTO QUE VOCÊS VÃO
SE AMARRAR. CONFIA E SEGUE

Necropolítica 16
Necropolítica e Rap

Então, habitantes... Basicamente


Achille Mbembe trata sobre o que
Traficando Informação
podemos chamar de ‘o exercício
Da guerra interna dentro da favela
do direito de matar, deixar viver’’
Só morre preto e branco pobre que
isso sendo direcionado a grupos
faz parte dela
específicos de pessoas. Quando
O sistema faz o povo lutar contra o
o autor faz esse apontamento
povo
quer nos dizer que o racismo é a
Mas na verdade nosso inimigo é
base da necropolítica.
outro
(é importante a gente entender
que: racismo e capitalismo
norteiam a necropolítica.)
TRECHO DA MÚSICA ’QUAL
Olha esse trecho do som do MV
MENTIRA VOU ACREDITAR-
Bil e uma outra letra dos
RACIONAIS MCs’
Racionais MC's:

Quem é preto como eu, já tá ligado


qual é
Nota fiscal, RG, polícia no pé
Escuta aqui, o primo do cunhado do
meu genro é mestiço
Racismo não existe, comigo não tem
disso, é pra sua segurança..."
Falou, falou, deixa pra lá
Vou escolher em qual mentira vou
acreditar.

Necropolítica 17
Necropolítica e Rap

"Negro drama,
Eu sei quem trama,
E quem tá comigo,
Ao construir o conceito O trauma que eu carrego,
e abordar o racismo Pra não ser mais um preto fodido,
como base para as

políticas de mortes, o O drama da cadeia e favela,


autor evidencia que é Túmulo, sangue,
criado todo um contexto Sirenes, choros e velas,
para que a morte

dessas pessoas sejam Passageiro do Brasil,


aceitáveis. São Paulo,
Se liga nessa musica Agonia que sobrevivem,
dos Racionais MCs - Em meia zorra e covardias,
Negro Drama: Periferias,vielas,cortiços,

Você deve tá pensando,


O que você tem a ver com isso?
Desde o início,
Por ouro e prata,

Olha quem morre,


Então veja você quem mata,
Recebe o mérito, a farda,
Que pratica o mal,

Me ver pobre, preso ou morto,


Já é cultural."

Necropolítica 18
Necropolítica e Rap

Acho que vocês perceberam que eu e a


galera do Tem Cor no Ensino somos
fãs de Racionais, certo? SIM, TEMOS
BOM GOSTO!

Continuando...
Nesses versos cantados
por Edi Rock, o grupo
aborda a situação das
pessoas negras no Brasil.
E a gente consegue
entender como a
escravização de africanos
e a colonização são
responsáveis pelo
"drama" dessa
população.

TÓRIA
H IS

DOSI L
B RA

Necropolítica 19
Necropolítica e Rap

Além disso, retrata como é comum


na vida dessas pessoas a violência
policial, o encarceramento e a
pobreza, ambos causados pelo
racismo/capitalismo e perpetuado
pelo estado. GENTE, ISSO É
NECROPOLÍTICA PURA E
VIVENCIADA!
Eu vou dar alguns exemplos do
que ocorreu e ocorre no Brasil para
vocês visualizarem melhor.
Antes de mais nada, vou lembrar a
vocês que a cada 23 minutos um
jovem negro é assassinado no
Brasil e isso tem TUDO a ver com Bia Ferreira- Necropolítica
o que estamos abordando neste (trecho)
material! A cada 23 minutos, mais uma mãe
preta chora
Coração apertado e ele só foi
jogar bola
Se tiver atrasado, devagar, não
corre agora.
A polícia não viu que era roupa da
escola.
Necropolitica é isso,
Te incomoda?!
Mbembe me ensinou
E eu to repassando/espalhando*
agora!

Necropolítica 20
Necropolítica e Rap

Exemplo 1: Pandemia no Estado de São Paulo. Vocês sabiam que as


populações negras são as mais atingidas pela letalidade da Covid-19?
Em São Paulo, por um tempo, Brasilândia concentrou o maior número
de mortos. Vale lembrar que essa é uma região periférica também.
Essa é uma maneira muito precisa de ver o que chamamos de ‘deixar
viver’

Exemplo 2:
Caso Aghata. Menina que, segundo testemunhas, foi atingida por um
disparo de fuzil da PMRJ.

TRECHO DA MÚSICA DE MV BILL - DECLARAÇÃO DE GUERRA


Uma criança pede o fim da guerra entre vermelhos e terceiros
Me lembra que somos brasileiros Mais ideologia, menos conflito
Não façam de nós mais um grupo de risco
O alemão não habita na favela
Confira você mesmo e olhe pela sua janela

CONTRA O
GENOCÍDIO DO
POVO PRETO

Necropolítica 21
Necropolítica e Rap

Exemplo 3:
Em 02 de outubro de 1992 aconteceu a chacina que ficou conhecida
como o Massacre do Carandiru, onde a polícia assassinou pelo menos
cento e onze presos da Casa de Detenção de São Paulo, mais
conhecida como Carandiru. Trinta e quatro desses presos ainda não
tinham sido condenados e esperavam pelo seu julgamento.
Esse episódio foi amplamente denunciado através de letras de RAP
como dos grupos Racionais Mc's e Facção Central. Ou até mesmo por
quem presenciou o massacre, que é o caso do grupo de rap
"Comunidade Carcerária".

"Cada detento uma mãe, uma crença


Esse é mais um exemplo Cada crime uma sentença
clássico de necropolítica. Cada sentença um motivo, uma
Vou sugerir que vocês história de lágrima
ouçam Diário de um Detento Sangue, vidas e glórias, abandono,
dos Racionais. Reflitam! miséria, ódio
Sofrimento, desprezo, desilusão, ação
do tempo
Misture bem essa química
Pronto, eis um novo detento
Lamentos no corredor, na cela, no
pátio
Ao redor do campo, em todos os
cantos
Mas eu conheço o sistema, meu
irmão, hã
Aqui não tem santo"

Necropolítica 22
Necropolítica e Rap

CARAMBA, MANO!!!!
ESTUDAR NECROPOLÍTICA
USANDO EXEMPLOS DE SABIA QUE VOCÊ IA
RAP TORNA TUDO MAIS GOSTAR E POR ISSO PEDI
FÁCIL MESMO! AZIBO SUA AJUDA, AMIRI! EU
LITERALMENTE DEU AULAS ESPERO QUE OS MEUS
AGORA HEIN, CURTI HABITANTES QUERIDES
DEMAIS!! TENHAM GOSTADO
TAMBÉM!!!
Galera!!! Até a próxima
edição.

Encerramento 23
Necropolítica e Rap

Tem Cor No Ensino


apresenta:
Necropolítica e Rap
A equipe:

Nonny Gomes é mulher negra, cis, 32


anos, bacharel em Direito e graduanda em
Licenciatura em Geografia, co-
idealizadora do Projeto Tem Cor no
Ensino. Trabalha com redes sociais em
@aanonnyma.

Tati Nefertari é mulher negra cis, 25


anos, graduanda em Pedagogia e
coordenadora da Biblioteca Comunitária
Assata Shakur - focada em livros de
autoras e autores negros.
Trabalha com redes sociais em
@tatinefertari.

A equipe 24
Necropolítica e Rap

Tem Cor No Ensino


apresenta:
Necropolítica e Rap
A equipe:

Amiri é homem negro retinto, cis. É


rapper. Seu nome em Swahili significa
príncipe. O acompanhe nas redes em
@amirioficial.

Ana Carolina é mulher negra, cis e


lésbica. Tem 25 anos, é graduada em
literatura e mestra em Letras, professora
e tradutora.
Trabalha com redes sociais em:
@heycoralina.

A equipe 25
Necropolítica e Rap

Tem Cor No Ensino


apresenta:
Necropolítica e Rap
A equipe:

Lucas Parente é homem cis, tem 25 anos,


é formado em História, professor de
ensino básico e ilustrador.
Não trabalha com redes sociais.

Matheus Neves é homem negro, cis, tem


25 anos, é professor de História e
assessor parlamentar.

Keilla Vila Flor é mulher negra, cis, tem 25


anos, é formada e mestranda em História,
professora de ensino básico e co-
idealizadora do Tem Cor No Ensino.
Trabalha com redes sociais em @KellVila.

A equipe 26

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