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Historia do Funk Carioca no Brasil

O funk carioca ou simplesmente funk, é um estilo musical oriundo das favelas do estado do Rio de Janeiro, no
Brasil. Apesar do nome, é diferente do funk originário dos Estados Unidos. Isso ocorreu pois, a partir dos anos
1970, começaram a ser realizados bailes da pesada, black, soul, shaft ou funk no Rio de Janeiro. Com o tempo, os
DJs foram buscando outros ritmos de música negra, mas o nome original permaneceu. O funk carioca tem uma
influência direta do miami bass e do freestyle. O termo "baile funk" é usado para se referir a festas em que se toca
o funk carioca.
DJ Marlboro, nome artístico de Fernando Luís Mattos da Matta é um cantor, DJ, compositor e empresário
brasileiro, tido como o criador (devido à introdução da bateria eletrônica que perdurou no gênero) do estilo
musical conhecido como "funk carioca”, uma fusão de hip hop, de electro e de música popular brasileira, com
suas composições e letras em português,

1982–1987: Origem do Freestyle

A música freestyle se desenvolveu no início dos anos 80, principalmente nas comunidades hispânicas de
Manhattan e Bronx e nas comunidades ítalo-americanas do Brooklyn, Bronx e outros bairros da cidade de Nova
York, espalhando-se pelos cinco distritos de Nova York e chegando a Nova Jersey. Inicialmente foi uma fusão de
instrumentação sintética e percussão sincopada do electro dos anos 80, como favorecida pelos fãs de
breakdancing. Samples encontrados no synthpop e no hip-hop, foram incorporados. As principais influências
incluem "Planet Rock" (1982) de Afrika Bambaataa e Soul Sonic Force , "Let the Music Play" de Shannon (1983) e
"Silent Morning" de Noel

Afrika Bambaataa e Soul Sonic Force


Miami Bass

Miami Bass (também conhecido como Bass Music ou Miami Sound) é um subgênero do Hip Hop que tornou-se
popular nos EUA e países da América Latina nos anos 80 e 90. Ele é conhecido por usar a batida continuada da
caixa de ritmos Roland TR-808 e dança sincopada. O foco do Miami Bass era mais na proficiência dos DJ's em
manipular instrumentais do que no conteúdo lírico em si, que era focado em temas sexuais e de festa.

História

O subgênero recebeu este nome quando o Freestyle começou a tornar-se popular nos bairros negros de Miami,
como por exemplo em Liberty City. Os DJ's começaram a desenvolver instrumentais mais graves, rápidos e
intensos, com um número de BPM superior e com a utilização de Kicks bastante graves.
Este era bastante diferente do Gangsta Rap, já que o Miami Bass não era focado em falar em problemas sociais,
críticas ao sistema, criminalidade ou discriminação racial e social, o subgênero era essencialmente uma contra
resposta ao rap que estava muito politizado e polémico na época. Apesar da atenção inicial da media nacional
americana no final dos anos 1980, o Miami Bass nunca encontrou uma aceitação mainstream consistente (é a
corrente de pensamento mais comum ou generalizada no contexto de determinada cultura. A corrente
dominante inclui toda a cultura popular e cultura de massa, as quais são difundidas pelos meios de comunicação
de massa.), embora a sua importância tenha tido um impacto profundo no desenvolvimento do hip hop. O
subgênero daria origem ao início do desenvolvimento do Funk Carioca, subgênero esse que é muito baseado no
Miami Bass.
O Miami Bass passa a ser a influência principal do DJ, que incorpora as técnicas de sampling e de rap dos DJs dos
EUA. O impacto do hip-hop que inspira o Miami Bass é sentido, então, pois também nos bailes surgem os MCs 5,
artistas que cantam ou fazem rap com suas próprias letras sobre o sampling do DJ. Até então, era comum que o
DJ, ocasionalmente, usasse o microfone para ―puxar‖ algum refrão ou fazer algum comunicado, mas nessa nova
relação, o MC é encarregado de toda a responsabilidade de manipulação do microfone, relacionando-se com o
público de maneira mais íntima e impactante. Com essa maior proximidade entre o público e o MC, que era muito
mais rara em relação ao DJ, começa a surgir uma figura de ça -se a
produzir e registrar essa arte, mas ainda em pequena escala. A tentativa dos DJs e MCs cariocas de emular o
Miami Bass, então, pode ser considerada a origem do funk carioca como prática musical. É onde a música
estadunidense deixa de ser meramente reproduzida e se submete a uma recriação pelos indivíduos responsáveis
pela música do baile funk.
5 DJ (Disk jockey) é o indivíduo responsável pela seleção e reprodução da música no baile (ou em outras situações, tais como no
rádio ou televisão). MC (Mestre de cerimônia), no contexto musical, é o artista que canta (por intermédio do rap) suas composições
ou improvisações, seja esse processo ao vivo (em eventos) ou não (em gravações).
Funk carioca

O funk carioca, na verdade, é o “funk tradicional”, já que as primeiras melodias desse gênero no Brasil vieram
do Rio de Janeiro. A maioria dos funks mais tocados no Brasil integra esse subgênero. Vale lembrar que,
apesar de ser denominado “carioca”, ele não precisa, necessariamente, ser produzido na região.

Polêmicas envolvendo o funk

O funk, assim como outros gêneros musicais, possui elementos controversos. O principal ponto de debate, de
certo, são as letras. Porém, elas não são a única razão das divergências quanto este gênero musical. Aqui,
separamos as principais polêmicas do funk.
Dança

A dança no funk, no geral, é diversificada. Os principais passos são o “passinho do romano”, o “passinho dos
maloca” e o “passinho” – clique em cada um caso queira ver um exemplo. Este último, inclusive, foi declarado
patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro, em 2018.

Entretanto, a principal contestação quanto à dança é o fato de ela possuir uma certa sensualidade, sendo, muitas
vezes consideradas vulgar por algumas pessoas.

Erotização infantil

É comum na indústria do entretenimento pessoas de várias idades buscarem sucesso, incluindo as crianças.
Contudo, a erotização em que boa parte dessas crianças é exposta é um assunto que está em alta, inclusive sobre
as crianças que estão no funk.

Melody (ex MC Melody) por exemplo, começou sua carreira aos oito anos de idade. Porém, seu vestuário e as
letras de suas canções são frequentemente contestadas, justamente por sua idade. O Ministério Público chegou a
abrir inquérito contra seu pai – quem gerencia a carreira de Melody – por causa de suas roupas consideradas
adultas, o que influenciou com que ele reformulasse toda a sua carreira da filha.

Letras

As letras dos funks atuais, em sua maioria, falam sobre o corpo feminino, bem como relacionamentos, ostentação
e sexo. Entretanto, a forma com que esses assuntos são abordados é o que gera vários questionamentos.
Vestuário

O funk, assim como outros gêneros musicais, possui sua “roupa a caráter”. O ponto ostentação também entra
nessa categoria: jóias caras, roupas de marca e assim por diante. Entretanto, a principal controvérsia é sobre as
roupas que as mulheres usam. Aliás, as “poucas” roupas que usam.

O funk vai ser crime?

No ano de 2017, uma sugestão de projeto de lei criminalizando o funk atingiu 20 mil assinaturas, número mínimo
para que uma proposta seja encaminhada para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa e
debatida pelos senadores. O projeto, de autoria do empresário Marcelo Alonso, classifica o gênero musical como
crime de saúde pública à criança, ao adolescente e à família.
Entretanto, a CDH decidiu por não transformar a sugestão em projeto de lei. De acordo com a comissão, a matéria
iria contra a cláusula pétrea – que não pode ser alterada – da Constituição (localizadas no Art. 60, § 4).

“Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:


I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.”

O funk, sendo um gênero musical como qualquer outro, busca trazer alguma mensagem inspirado no meio em
que é inserido. Entretanto, ele também está condicionado à diferentes interpretações. Será que o gênero irá
passar por mais mudanças? Seria essa era mais calma para o funk ou suas polêmicas ainda estão no começo?

Conseguiu entender a história do funk no Brasil? Concorda com as polêmicas? Acredita que ele deva ser
considerado crime?

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