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Tratado do
Corpo sem Órgãos
Ricardo Rodrigues Teixeira
março/junho 2010
Livro 1: De Deus
Primeiras definições:
I. causa de si
V. modo
Primeiro axioma:
substância única,
infinitamente infinita.
MONISMO Tudo que é,
ONTOLOGIA BIMEMBRE ou é em si (é substância),
(DUPLA-ARTICULAÇÃO)
ou é em outra coisa (é modo).
Proposição IV:
Duas ou mais coisas distintas, se distinguem entre si, ou pela
diversidade dos atributos das substâncias, ou pela diversidade
das afecções das mesmas.
Proposição VIII:
Toda substância é necessariamente infinita.
Escólio I:
EXISTIR NECESSARIAMENTE
DISTINÇÃO ENTRE
O QUE É PRODUZIDO POR CAUSAS EXTERNAS E
O QUE É CAUSA DE SI, AQUILO QUE DEVE SUA PERFEIÇÃO
EXCLUSIVAMENTE À SUA NATUREZA, À SUA ESSÊNCIA.
Proposição XIV:
Não se pode dar nem conceber substância alguma exceto Deus.
Corolário I:
Deus é único, só há na natureza uma única substância que é
absolutamente infinita.
Corolário II:
A coisa extensa e a coisa pensante, ou são atributos de Deus, ou
são afecções dos atributos de Deus.
Proposição XV:
Tudo quanto é, é em Deus e sem Deus nada pode ser,
nem ser concebido.
(Escólio importantíssimo!)
Proposição XVI:
Da necessidade da natureza divina devem se seguir infinitas coisas
de infinitos modos (isto é, tudo o que pode cair sob um
entendimento infinito).
infinitas coisas
infinitos modos
tudo que pode caber num
ENTENDIMENTO INFINITO
Proposição XVII:
Deus age em virtude das únicas leis de sua natureza e não é forçado
por ninguém.
Proposição XVIII:
Deus é causa imanente, não transitiva, de todas as coisas.
Proposição XIX:
Deus é eterno, ou seja, todos os atributos de Deus são eternos.
Proposição XX:
A existência de Deus e sua essência são uma e a mesma.
Proposição XXIII:
Todo modo que existe necessariamente e é infinito, deve ter se seguido
necessariamente, ou da natureza de algum atributo de Deus considerado
em absoluto, ou a partir de algum atributo afetado de uma modificação
que existe necessariamente e é infinita.
idéias corpos
(tanto verdadeiras, quanto falsas,
assim com “afetos” de todo tipo)
AFIRMAÇÃO DA EXISTÊNCIA NECESSÁRIA
DE TUDO AQUILO QUE É EM DEUS
No Escólio distingue:
Proposição XXXI:
O entendimento em ato, seja finito ou infinito, assim como a vontade,
o desejo, o amor etc., devem ser referidos à Natureza naturada, e não
à naturante.
Proposição XXXII:
A vontade não pode ser dita causa livre, mas apenas causa necessária.
Proposição XXXIII:
As coisas não poderiam ter sido produzidas por Deus de nenhuma
outra maneira e em nenhuma outra ordem que não aquelas em que
foram.
Proposição XXXV:
Tudo o que concebemos que está na potência de Deus,
é necessariamente.
Proposição XXXVI:
Nada existe de cuja natureza não se siga algum efeito.
APÊNDICE DO LIVRO 1
A desmontagem do antropomorfismo
(se nem tudo parece favorável ao homem,
é preciso a intervenção de uma vontade superior
– à imagem e semelhança de nossa vontade, humana –,
que intervenha a nosso favor)
Bem, Mal, Belo, Feio, Ordem, Desordem são apenas “modos de imaginar
que não dizem nada sobre a natureza de coisa alguma,
mas tão somente sobre a contextura da própria imaginação.”