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Para Spinoza existe substância que possui infinidade de atributos, o que implica que todas as

criaturas vivas são apenas modos desses atributos, são todas modificações dessa substância
imanente. Em seu empreendimento filosófico, Espinosa restabelece a unidade do real. À luz de
seu pensamento, só há uma única substância, que possui infinidade de atributos, mas apenas
conhecemos dois deles: pensamento e extensão. Segundo o filósofo da imanência, todos os
objetos naturais – humanos e não humanos – são modos finitos pelos quais se expressa a
substância infinita. Nesse sentido, não há nada fora da "existência", do "real". É nesse sentido
que é pertinente ressaltar que a monista espinosana difere dos monoteísmos tradicionais e do
pensamento teológico-religioso, pois, segundo essas visões, Deus cria o mundo se separa da
sua criação. Sendo assim, Deus transcenderia a realidade, sendo uma causa transcendente dos
processos reais. Não parece um dado sem importância que o monismo de Espinosa foi
identificado, ao longo do tempo, num primeiro momento como uma espécie de ateísmo e,
mais recentemente, como uma posição filosófica panteísta. Logo, isso pode implicar
panteísmo e certo tipo de ateísmo. Aqui, porém, quer dizer algo prático: para Deleuze não
basta dizer que para Spinoza a natureza é igual a deus. Ele acredita que devemos partir das
teses práticas que fizeram de Spinoza objeto de escândalo. Consequentemente, trata-se de
discutir a denúncia de Spinoza da concisão, dos valores e das tristes paixões. Aqui, as
denúncias de Spinoza dessas três noções principais se assemelham à filosofia de Nietzsche.

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