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A Sociedade como Realidade

Objetiva

Livro- Construção Social da Realidade- Peter Berger e


Thomas Luckmann
A Sociedade como Realidade Objetiva
A primeira constatação:
1. A diferença entre animais e Homens
2. Instinto (ato automático, já determinado realizado de forma sem reflexão)-
animais
3. Razão ( que condições , possibilidades, formas- ato reflexivo)- homens
Em ambas os casos- a Sobrevivência
Os animais já possuem um papel genético já definido. Um caminho definido-
um repertório de comportamento, de adaptação ao meio- pronto e transferido
de geração a geração.
- um local já definido de viver
- pouca ou quase nenhuma mudança
- Um único objetivo- viver
A Sociedade como Realidade Objetiva

Homem- ser adaptável ao meio - Podemos morar em qualquer lugar!


Porque podemos mudar, transformar o meio que vivemos- ação humana na
natureza.
Portanto, a diferença entre o homem e os animais é o uso da inteligência
para modificar o meio.
Nós somos programados para ter o maior número de atividades possíveis,
devido nossa plasticidade cerebral, já o animal é somente sobreviver,
reproduzir e morrer.
Os autores destacam a sexualidade humana como fator de diferenciação com
os animais.
A Sociedade como Realidade Objetiva

Isto é, o ser humano em desenvolvimento não somente se correlaciona


com um ambiente natural particular, mas também com uma ordem
cultural e social específica, que é mediatizada para ele pelos outros
significativos que o têm a seu cargo.

Ou seja, para sermos humanos precisamos de outro humano, ou um


grupo de humanos. Sozinho ele não desenvolve as habilidades de
convivência, de proximidade que são características próprias da nossa
espécie.
Homo sapiens = Homo Socius
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A ordem social não faz parte da "natureza das coisas" e não pode
ser derivada das "leis da natureza". A ordem social só existe porque
ela foi criada, construída.

Embora seja possível dizer que o homem tem uma natureza, é mais
significativo dizer que o homem constrói sua própria natureza, ou,
mais simplesmente, que o homem se produz a si mesmo-
explicações sociológicas- (Sócio histórica) e Psicológicas (por
exemplo, a Freudiana).
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Não apenas a sobrevivência da criança humana depende de certos
dispositivos sociais, mas a direção de seu desenvolvimento orgânico é
socialmente determinada.

Desde o nascimento, o desenvolvimento orgânico do homem é na verdade


uma grande parte de seu ser biológico enquanto tal, está submetido a uma
contínua interferência socialmente determinada.

Para pensar…o filho do rico é mais inteligente que o filho de uma pessoa
pobre?
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Temos abertura para as inúmeras possibilidades de escolha
Mas ao mesmo tempo, temos uma contradição: já que temos
inúmeras possibilidades, porque precisamos de orientação,
estabilidade, de um caminho para sobreviver?
Aí vem a sociedade….
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A Origem da Institucionalização
Toda atividade Humana é passível de se tornar hábito. Ou seja,
uma repetição que se torna um padrão.

O hábito implica, além disso, que a ação em questão pode ser


novamente executada no futuro da mesma maneira e com o
mesmo esforço econômico. Por exemplo- o caminho até a Uningá
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Psicologicamente, o hábito dá tranquilidade e segurança e


evita que devemos procurar outras possibilidades de
encontrar uma solução para as necessidades ou
problemas. Outro ganho é que podemos utilizar essa
energia para outras tarefas, possibilidades, enfim…
Isso só é possível pela experimentação, troca de
informações, conhecimento que no fundo produzem um
comportamento.
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O resultado do hábito, como já dizemos, produz


comportamentos e também implica em previsibilidade em
relação às pessoas. Por exemplo, qual o papel esperado
pelo professor em sala de aula?
Ou ainda, quais são os comportamentos esperados pelas
pessoas que estão à nossa volta?
Esse processo é a base da nossa sociedade!
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A continuidade na produção e repetição de hábitos como dissemos,


é a base da Sociedade e, principalmente, das instituições.
Quando pensamos nas instituições, prontamente conseguimos
definir seu papel.
Os autores Berger e Luckmann
A institucionalização ocorre sempre que há uma tipificação recíproca
de ações habituais por tipos de atores. Dito de maneira diferente,
qualquer uma dessas tipificações é uma instituição."
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As tipificações das ações habituais que constituem as instituições são
sempre partilhadas. São acessíveis a todos os membros do grupo social
particular em questão, e a própria instituição tipifica os atores individuais
assim como as ações individuais.

A instituição pressupõe que determinadas ações do tipo X sejam


executadas por atores do tipo X.

E, portanto, nós reconhecemos as pessoas e as instituições a partir das


suas ações. Logo, podemos reproduzir essas ações. Por exemplo, vocês
se tornarão psicólogos(as) e reconhecerão outros pela identificação.
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Segundo os autores nós podemos reconhecer no outro e esperam tais


hábitos comportamentos como próprio dele

Logo que A e B entram em ação comum, qualquer que seja a maneira,


produzir-se-ão rapidamente tipificações. A observa B executar. Atribui
motivos às ações de B e, ao ver repetirem-se as ações, tipifica os motivos
como recorrentes.
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Os autores também destacam um processo que entre A e B ajuda a


construir o processo de criação de hábitos e o reconhecimento dos papéis a
serem desempenhados. Eles (os autores) vão além e destacam quando
nesta relação entre um terceiro (um filho, por exemplo- indivíduo- C) e desta
forma esse indivíduo vai se construir a partir dos hábitos observados em A
e B e também ajuda a cristalizar comportamentos ou hábitos observados em
A e B. Por exemplo, os papéis maternos e paternos. - TIPIFICAÇÃO
RECÍPROCA
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E consequentemente são os comportamentos já esperados (vou
me arriscar aqui!!) os papéis sociais que desempenhamos.

Desta forma criamos padrões de comportamento esperados pelo


determinado grupo e esperamos que eles sejam realizados, ou
“naturalizados”.
OU SEJA, INSTITUÍMOS!!!
INTERAÇÃO, CONTINUIDADE, PROCESSO.
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No texto, os autores colocam o exemplo da chegada de um


filho. Tudo muda naquele universo entre A e B. Os pares
começam a instituir normas para a criança e para si
mesmos. Por exemplo, chamar a criança por nome
específico, agir com seriedade na condução da educação
das crianças (mundo adulto) e isso é transmitido de
geração para geração, não de forma genética, mas porque
alguém fez e funcionou!!
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Qual o benefício deste esquema de viver em sociedade com a


tipificação de hábitos e comportamentos?
A primeira é a segurança que isso gera em nós!! Não seremos
surpreendidos e colocados em confronto a todo momento
com situações que certamente vão gerar estresse, desgaste
mental.
Mas, ao mesmo tempo, devemos questionar a cristalização
dos papéis sociais…
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Segundo os autores a soma das Instituições formam a


sociedade pois estabelecem um controle social e são a
base da sociedade. Logo, toda a atividade humana que
foi institucionalizada (normatizada, com regras) foi
submetida a um controle social.
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Instituições são mecanismos sociais que têm como objetivo


regular o comportamento de um determinado grupo em
determinado espaço social.
A Instituição é produto, portanto, da ação humana. É histórica, é
resultado de um momento histórico. Não nasce de um dia para o
outro.
Caracterizada por uma variedade de regras ( algumas punitivas
ou não) que direcionam a nossa vida. Ela produz
direcionamentos, regras e normatização.
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Voltando no nosso caso, a institucionalização da


nossa profissão pode ser simbolizada por
instituições: no campo concreto, o CRP e as nossas
práticas e a outra no campo subjetivo que é o nosso
Código de Ética é introjetado por nós.
A Sociedade como Realidade Objetiva

Exteriorização- mostro meu comportamento para grupo-


tipificação- reconhece em você aquele ato
Objetivação- realização da atividade e transmitida-
transformação
Interiorização - elas, as pessoas, tomam para si como
“bom” e reproduzem aquele ato.

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