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CIÊNCIAS SOCIAIS4
SEMESTRE 1
UNIVERSIDADE METROPOLITANA
Núcleo de Educação a Distância
DE SANTOS
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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
PLANO DE ENSINO
SEMESTRE: 4º
EMENTA:
As bases de formação do pensamento político brasileiro. Relações de interlocução
entre a sociedade que origina a política e o pensamento social do país. Introdução
ao pensamento político brasileiro. A formação da nação. Política, escravidão e
liberalismo no Brasil. O pensamento conservador brasileiro e a modernização
conservadora. Joaquim Nabuco, Euclides da Cunha, Oliveira Viana, Azevedo Amaral
e Getúlio Vargas. Os intérpretes do Brasil da geração de 30. Gilberto Freyre, Sérgio
Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. A institucionalização do pensamento
político: ISEB e CEBRAP. Florestan Fernandes: a questão racial e a revolução
burguesa.
OBJETIVO GERAL:
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
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Objetivos da Unidade
Objetivos da Unidade
Objetivos da Unidade
Objetivo da unidade
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Unidade V - O pensamento político de Florestan Fernandes
Objetivos da unidade
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Bibliografia Básica
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo, Companhia das
Letras, 2004.
Bibliografia Complementar
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SCHAWRZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo. São Paulo, Editora
34 Letras, 1999.
METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio
de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e
atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de
textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas,
envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo
ensino/aprendizagem.
AVALIAÇÃO:
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Sumário
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Resumo Unidade IV .......................................................................................................................72
Aula 26 _ Temática: Florestan Fernandes - biografia .................................................................74
Aula 27 _ Temática: Florestan Fernandes: A Revolução Burguesa no Brasil ..........................75
Aula 28 _ Temática: Florestan Fernandes: A Revolução Burguesa no Brasil (I) .....................78
Aula 29 _ Temática: Florestan Fernandes: A Revolução Burguesa no Brasil (II) ....................81
Aula 30 _ Temática: Florestan Fernandes: A Revolução Burguesa no Brasil (III) ...................83
Aula 31 _ Temática: Florestan Fernandes: A questão racial (I) .................................................85
Aula 32 _ Temática: Florestan Fernandes: A questão racial (II)................................................87
Resumo Unidade V ........................................................................................................................89
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Aula 01_ O que é pensamento político
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vislumbrar como o pensamento político passou a ser construído nas mais diversas
sociedades.
Importante
Quando você pensa nos políticos brasileiros, o que lhe vem à mente? Será
que não estamos impregnados por aquele velho pensamento de que “eles são todos
iguais”? Para responder essas questões, que tal tentar compreender como se deu a
formação de nosso pensamento político?
Para Reflexão
Referência Bibliográfica
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SCHAWRZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo. São Paulo, 34
Letras, 1999, especialmente o capítulo: “As ideias fora do lugar”.
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Aula 02_A formação da nação: o século XIX
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é o interesse de um grupo tipicamente associado à elite proprietária de terras e
escravos, ou seja, apesar de “independentes”, continuamos a ser mandados
pela mesma elite portuguesa.
O que devemos ressaltar é a gestação do Liberalismo português dentro das
chamadas Reformas Pombalinas (1755-1777). Tais Reformas foram os resultados
do período em que Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal,
tornou-se primeiro ministro do governo de José I e implementou em Portugal um
conjunto de reformas que foram marcadas pelo seu caráter iluminista.
O inicio da atuação de Pombal remete as condições do Estado português,
pois o terremoto e o incêndio de Lisboa em 1757 fora para o marquês uma
oportunidade rara de aumento expressivo de poder. No plano político, parece ter
sido decisiva a circunstância de Pombal ter ficado em Portugal no momento do
pânico, quando fugiam todos os que podiam, entre os quais os membros do
governo. Pombal aproveitou a oportunidade para implementar um projeto político
que acabou inferindo a ele a mística de um “herói modernizador”.
O liberalismo que deriva da atuação de Pombal apresenta suas limitações
porque ser o resultado de uma mescla de princípios de um pensamento ligado as
fileiras da igreja que tem um peso secular entre os lusitanos.
Portugal sempre apresentou um forte traço católico, pois sua organização
como Estado esteve vinculado a um projeto centralizador capitaneado pela igreja
católica. Pombal levou adiante seu ideário modernizador, porém sem romper
totalmente com as tradições religiosas do pensamento político português. O
resultado disso foi um Liberalismo pautado por forte influência da ordem religiosa.
Importante
O Liberalismo que foi implementado no Brasil é resultado das contradições
do Estado português durante a modernização implementada pelo marquês de
Pombal, enquanto esse teve o cargo de primeiro ministro durante o governo de José
I.
Para Reflexão
Qual seria se levarmos em consideração a atual conjuntura política, a
concepção vigente de Liberalismo. A concepção que temos é similar aos países
europeus? Pense a respeito.
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PRADO JR, Caio. Evolução política do Brasil – colônia e império, São Paulo:
Brasiliense, 2006, 21ª edição, p.45.
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Aula 03_ Liberalismo
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Dessa forma a Coroa portuguesa, ancorada no conservadorismo, segurou até
quando pôde qualquer tipo de avanço ou mesmo de modernização na sociedade.
Ela buscou adaptar-se a situação que começava a lhe fugir através de um
gradualismo legislativo cheio de manobras, visando desarmar a oposição. Assim,
entre outros aspectos, conseguiu enfrentar a questão Abolicionista até os anos 70
do século XIX.
Essa conduta não apresentava condições de manter-se frente à necessidade
de modernização que a estrutura mundial do liberalismo impunha, segundo Marco
Aurélio Nogueira:
“Aos poucos a máquina estatal foi se revelando pesada e lerda demais
para acompanhar as mudanças em curso; o próprio sistema parlamentar
por ele articulado para atravessar os séculos passou a lhe escapar e, acima
de tudo, a mostrar pouca eficiência diante dos novos desafios. Ao mau
funcionamento somavam-se atração das novas ideias, a debandada dos
monarquistas e a perda de importantes bases de apoio. A crise foi
inevitável, agudizando-se sobremaneira ao longo dos anos 80.”³
Importante
Para Reflexão
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² O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes
potências europeias que teve lugar na capital austríaca, entre 1 de Outubro de 1814
e 9 de Junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do
continente europeu após a derrota da França napoleônica na primavera anterior,
bem como restaurar aos respectivos tronos às famílias reais derrotadas pelas tropas
de Napoleão Bonaparte e firmar uma aliança entre os signatários. O Congresso
de Viena representou uma tentativa das forças conservadoras europeias para deter
o avanço do Liberalismo e do Nacionalismo de diversos povos (polacos, belgas,
finlandeses, gregos e outros) que se encontravam dominados politicamente pelos
impérios então existentes. Também serviu como um instrumento de contenção dos
movimentos revolucionários liderados pela burguesia.
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Aula 04_Política e escravidão no Brasil
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Sendo assim, podemos perceber que a contradição existente entre o
pensamento liberal, especificamente o pensamento político derivado desse ideário, e
a manutenção da escravidão entre nós, as particularidades do sistema escravocrata
estavam em desacordo com o cenário do fim do século XIX, que mostrava as novas
determinações necessárias para que a continuidade da forma de dominação da elite
proprietária. Uma necessidade que ganhava, portanto, maior urgência, era a de
extinção da mão de obra escrava. Esse contexto foi o cenário propicio para o
surgimento de uma árdua tarefa capitaneada por aqueles que iremos definir como
Abolicionistas.
O abolicionismo foi um discurso de ruptura, que estava pautado no direito
natural dos homens a liberdade, ressaltando dessa forma a condição sub-humana
em que o escravo se encontrava. O abolicionismo foi um discurso de ruptura por ter
decretado pela primeira vez, na história do Brasil, a insustentabilidade moral de
manter determinados homens reduzidos à condição de coisas, apropriados por
outros homens.
Importante
Entre os que defenderam o ideário abolicionista temos de destaque: José do
Patrocínio, André Rebouças, Aristides Lobo, Teodoro Sampaio e Joaquim Nabuco.
Para Reflexão
O movimento abolicionista, devido ao seu caráter jurídico, ou seja, uma
discussão dentro dos princípios das leis foi criticado por alguns, pois o mais
interessado na questão o escravo africano, ficou a margem das discussões. Será
que era possível “Integrar” o africano na “Campanha Abolicionista”? É factível
discutirmos limites ao movimento pela não atuação do escravo?
¹ CARVALHO, José Murilo de. O teatro das sombras: a política imperial. Rio de
Janeiro: IUPERJ, 1988, p. 50
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Aula 05 _ Temática: Joaquim Nabuco
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Com essa condição de arguto observador e refinado senso intelectual,
Nabuco, vai além das meras observações e nos fornece uma análise crítica da
organização social e política da sociedade pautada pelo escravismo. Ele foi um dos
primeiros pensadores a explicar a lógica de nossa vida política e social através da
escravidão, vista por ele como muito mais que um fenômeno social. Ela passou a
ser:
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encontrara até então pode ser resumida em poucas palavras. No período
anterior à Independência e nos primeiros anos subsequentes, houve, na
geração trabalhada pelas ideias liberais do começo do século, um certo
desassossego de consciência pela necessidade em que ela se viu de
realizar a emancipação nacional, deixando grande parte da população em
cativeiro pessoal.”
Importante
Para Reflexão
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nomeados pelo Imperador e presidiam o ministério. O Segundo Reinado teve
37 gabinetes até ser extinto com a Proclamação da República em 1889.
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Aula 06 _A transição para a República
“(...) Por ora, a cor do governo é puramente militar, e devera ser assim. O
fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase
nula. O povo assistiu a tudo aquilo bestializado, atônito, surpreso, sem
conhecer o que significava.” ¹
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(1910), de João Cândido (1880-1969), e a do Contestado (1912),
na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina.” ³
Importante
Durante o processo de crise do Império e a passagem para a República, ganhou
importância entre nós o legado ideológico positivista. Oriundo das formulações de
Auguste Comte, o positivismo passou a ter grande influência junto aos integrantes
do exército, principalmente aqueles que exerceram o papel de liderança na
proclamação da República.
Para Reflexão
Procurar compreender a importância do positivismo nos primeiros anos da República
no Brasil.
¹ LOBO, Aristides. Carta dirigida ao Diário de São Paulo, apud: RABELLO,
Sylvio. Euclides da Cunha, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966, p. 44.
² O caudilhismo é um fenômeno cultural que primeiro surgiu durante o início do
século XIX na América do Sul revolucionária, como uma forma de líder de milícia
com personalidade carismática e um programa suficientemente populista de
reformas genéricas a fim de auferir larga adesão, ao menos no início, das pessoas
comuns. O caudilhismo eficaz sustenta-se em culto à personalidade. Como o
caudilho tipicamente mantinha seu poder controlando redes de apoio que não
toleravam qualquer estrutura rival, alguns caudilhos adotaram posições anticlericais.
Muitos usaram seu poder recém- conquistado (ainda irrestrito, uma vez que era
extra constitucional para aumentar sua riqueza e promover seus próprios interesses.
³ WEFFORT, op. cit., p. 225
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Aula 07_Euclides da Cunha (I)
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Essa medida fez com que os soldados tivessem contato com uma massa de
ex-escravos, o que acabou gerando um sentimento abolicionista entre eles.
²
GALVÃO, Walnice Nogueira. Euclides da Cunha. São Paulo: Ática, 1984. (Coleção
Grandes Cientistas Sociais), p. 22
³
Benjamin Constant Botelho de Magalhães (Niterói, 1836 — Rio de Janeiro, 1891)
foi um militar, professor e estadista brasileiro. Formado em engenharia pela Escola
Militar, participou da Guerra do Paraguai (1865-1870) como engenheiro civil e militar.
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Como professor, lecionou nas escolas Militar, Politécnica, Normal e Superior de
Guerra, entre outras. Foi o terceiro diretor do Imperial Instituto dos Meninos Cegos,
localizado no município do Rio de Janeiro, hoje chamado Instituto Benjamin
Constant em sua homenagem. Adepto do positivismo, em suas vertentes filosófica e
religiosa - cujas ideias difundiu entre a jovem oficialidade do Exército brasileiro -, foi
um dos principais articuladores do levante republicano de 1889, foi nomeado
Ministro da Guerra e, depois, Ministro da Instrução Pública no governo provisório. Na
última função, promoveu uma importante reforma curricular. As disposições
transitórias da Constituição de 1891 consagraram-no como fundador da República
brasileira.
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Aula 08_ Euclides da Cunha (II)
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“Essa entidade abstraia, que cresce e se avoluma a todo instante — cuja
vida é feita das existências das gerações desaparecidas, traduz uma lei no
seu movimento firme, retilíneo e invencível para o futuro. Como todas as leis
naturais — esta é indestrutível. Modificar esse movimento é infringi-la.
Demorá-lo de um segundo ou de um século, é suprir o trabalho que devia
ser realizado, por uma acumulação proporcional de energia que afinal o
realizará — brutal, enérgica e precipitadamente. Daí as agitações da
História; as revoluções— perturbações impressas no movimento tranquilo
do progresso, inteiramente subordinado a uma lei, que é como uma força
constante — a Evolução.”
Importante
Para Reflexão
¹ A Belle Époque foi um período na história da França que começou no fim do século
XIX e durou até a Primeira Guerra Mundial. A Belle Époque foi considerada uma era
de ouro da beleza, inovação e paz entre a França e seus vizinhos europeus. Novas
invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural
estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte
tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura
inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de
estilo “Belle Époque”.
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Resumo Unidade I
Referências Bibliográficas
CARVALHO, José Murilo de. O teatro das sombras: a política imperial. Rio de
Janeiro: IUPERJ, 1988.
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_____________________. A integração do negro na sociedade de classes.
Volume I. São Paulo: Ática, 1978
GALVÃO, Walnice Nogueira. Euclides da Cunha. São Paulo: Ática, 1984. (Coleção
Grandes Cientistas Sociais).
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.
ODÁLIA, Nilo. “Oliveira Viana: a teoria do Estado”. In: BASTOS, Elide Rugai e
MORAES, João Quartim de. (org.) O pensamento de Oliveira Viana. Campinas:
Ed. Unicamp. 1993.
PRADO JR, Caio. Evolução política do Brasil – colônia e império, São Paulo:
Brasiliense, 2006, 21ª edição, p.45.
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TOLEDO, Caio Navarro. ISEB: fábrica de ideologias, São Paulo: Ática, 1977.
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Aula 09 _ Temática: O pensamento conservador: Oliveira Viana
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Oliveira Viana foi um conservador, mas também é necessário levar em
consideração que apresentou uma inovação em relação ao pensamento político
brasileiro.
Os temas fundamentais de sua obra foram: o sertão, a raça e a centralização
política. Se entendermos que a menção à raça era uma forma pejorativa de fazer
referência ao povo, esse seria mais um tema recorrente em seus escritos.
Sendo um seguidor de Joaquim Nabuco e de Euclides da Cunha, a obra de
Oliveira Viana, criou as bases para a consolidação do pensamento social e político
no Brasil. Sua obra é fundamentada para estabelecer elementos que deem subsídio
para os interesses políticos dos integrantes da aristocracia, acreditamos que por
esse motivo foi, em grande sentido, formulador de uma explicação sobre a
sociedade brasileira.
“Além do conservadorismo, em especial um racismo que alguns anos
depois serviria para estigmatizá-lo, Oliveira Viana trazia em Populações
Meridionais, as bases de uma concepção de Estado que também pouco
contribuiu para a sua popularidade entre os intelectuais, muitos deles com
uma inclinação à esquerda. Sua concepção do Estado alimentava- se de
um pensamento de longas raízes na política do Império, sobretudo em
Paulino José de Souza, o visconde do Uruguai, e José Antônio Pimenta
Bueno, o marquês de São Vicente. Como seus precursores, Oliveira Viana
expressava-se a favor de uma centralização do poder que entendia menos
com um fim em si e mais como um meio necessário para que o povo fosse
educado e organizado para o exercício da democracia.” ¹
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Aula 10_O pensamento conservador: Oliveira Viana (II)
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Com isso não se construirá a Nação civilizada, poderosa, grande, nos moldes
fornecidos pelos países desenvolvidos. Ao mesmo tempo, temos traços formadores
de grande potencial, que nos autorizam a almejar uma Nação; “(...) queterá um
futuro grandioso pela frente”. ²
O Estado, para Oliveira Viana, é o Estado e ele “modernamente” constituído
seria a força motriz para que de fato fosse consolidada nossa nacionalidade. Essa
relação nos parece um elemento constante em alguns pensadores.
³ ODÁLIA, Nilo. “Oliveira Viana: a teoria do Estado”. IN: BASTOS, Elide Rugai e
MORAES, João Quartim de. (org.) O pensamento de Oliveira Viana,
Campinas, Ed. Unicamp. 1993, p. 148.
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Aula 11 _ Temática: O pensamento conservador: Azevedo Amaral
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DE SANTOSantigas inspirações liberais, abolindo os partidos, fortalecendo o executivo,
individualizando a liderança e a responsabilidade do Chefe da Nação.“ ²
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posse em virtude do movimento armado desencadeado a 3 de outubro de 1930, e foi
exilado.
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Aula 12 _ Temática: Pensamento Conservador: Azevedo Amaral (II)
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“As novas condições decorrentes desse estado, que vai progressivamente
consolidando-se, redundam em uma importância cada vez maior do nosso
mercado interno como eixo da expansão econômica do Brasil. Somente
pelo surto manufatureiro, que nos vai convertendo em um país
agroindustrial ou em outras palavras pela criação de um sistema econômico
quase autárquico ou pelo menos semi autárquico, conseguiremos escapar
aos inevitáveis efeitos da fatal restrição progressiva das nossas exportações
de produtos agrícolas e em menor escala de matérias primas.” ¹
E nessa obra que Azevedo Amaral utiliza seus argumentos para a defesa de
uma industrialização que tinha como meta superar o atraso agrário em que
estávamos debruçados.
O projeto modernizante pretendido por Azevedo Amaral, tendo como alvo um
desenvolvimento industrial coordenado pelo Estado, envolvia uma polêmica com os
defensores da permanência da estrutura agrária no país. Desde sua primeira obra o
autor indicava como traço determinante do atraso de nossa economia e nosso
passado colonial.
O autor identifica que o setor agrário, ao priorizar os lucros advindos do
mercado agroexportador descuidou do desenvolvimento de uma base econômica
produtiva e da possibilidade de formação de um mercado interno.
Qual a solução?
Não tínhamos que permanecer atados a uma suposta “vocação agrícola” era
necessário uma complementaridade entre agricultura e indústria. A articulação de
um processo de acumulação de capital deveria ter como núcleo a implementação da
indústria que subordinaria a agricultura a um projeto de proporções nacionais. Isto é,
a modernização do setor agrário, que passaria a abastecer a indústria.
Importante
A obra de Azevedo Amaral está intimamente relacionada ao Estado Novo
(1937-1945) tendo ele exercido cargos políticos durante o período.
Para Reflexão
É possível identificarmos hoje, algum intelectual exercendo um cargo de
destaque dentro da organização administrativa do Estado?
¹ Idem, p. 70
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Aula 13 _ Temática: O pensamento conservador: Era Vargas (1930-1945)
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Resumo - Unidade II
Referências Bibliográficas
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GALVÃO, Walnice Nogueira. Euclides da Cunha. São Paulo: Ática, 1984. (Coleção
Grandes Cientistas Sociais).
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Aula 14 _ Temática: A geração de 30 (Intérpretes do Brasil)
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“Não obstante a origem social tradicional desses pensadores, o maior
mérito de suas primeiras obras é ter oferecido uma visão moderna da
sociedade brasileira. Sempre apegados à pesquisa histórica, eles nos
legaram interpretações de nossa tradição, em imagens que cobrem a
formação do país desde as origens. Suas obras, em especial as primeiras,
tornaram-se leitura obrigatória para quem queria compreender a formação
do país agrário e sua transformação em país urbano e industrial. Abriram
novos caminhos para gerações de intelectuais e se consagraram como os
intérpretes mais significativos de nossa tradição e de nossa modernidade,
sendo reconhecidos hoje, a justo título, como nossos clássicos modernos.” ¹
Importante
Os representantes mais expressivos dessa geração notabilizaram-se em criar
uma forma típica de análise da sociedade, introduzindo um novo referencial teórico e
tendo este como problemática para elaboração de seu trabalho.
Para Reflexão
Procure compreender como foi possível duas formas diferenciadas de
pensamento durante a vigência da Era Vargas (1930-1945).
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Aula 15_Temática: Geração de 30 – Gilberto Freyre (I)
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Gilberto Freyre é a importância dada ao mestiço. Ele passou, então, a ser um
elemento tipicamente brasileiro.
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Aula 16 _Temática: Geração de 30 – Gilberto Freyre (II)
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Aula 17 _ Temática: Geração de 30 – Sérgio Buarque de Holanda (I)
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DE SANTOS “(...) Trabalho e aventura; método e capricho; rural e urbano; burocracia e
caudilhismo; norma impessoal e impulso afetivo – são pares que o autor
destaca no modo de ser ou na estrutura social e política, para analisar e
compreender o Brasil e os brasileiros.” ³
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experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. O evento
marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos. A nova poesia
através da declamação. A nova música por meio de concertos. A nova arte plástica
exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura. O adjetivo “novo”, marcando
todas estas manifestações, propunha algo a ser recebido com curiosidade ou
interesse. Participaram da Semana nomes consagrados do Modernismo brasileiro,
como Mário e Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Anita Malfatti, Menotti Del
Pichia.
² CANDIDO, Antonio. O significado de Raízes do Brasil.In: HOLANDA, Sérgio
Buarque de. Raízes do Brasil, São Paulo: Companhia das Letras, 26ª edição,
1995, p.13, (prefácio).
³ Idem, p13.
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Aula 18 _ Temática: Geração de 30 – Sérgio Buarque de Holanda (II)
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Aula 19 _ Temática: Geração de 30 – Caio Prado Jr. (I)
A obra de Caio Prado Jr, tem o peso de ser a primeira avaliação de nossa
sociedade com o referencial marxista fora de qualquer elemento partidário, sua
avaliação aparecia como forma de captação e leitura do real, desligado de qualquer
desígnio prático imediatista.
A grande preocupação para Caio Prado é identificar a forma de constituição
do capitalismo em uma sociedade tipicamente agrária e atrasada, do ponto de vista
do desenvolvimento industrial. O referencial teórico marxista permite ao autor uma
elaboração contundente sobre o tema. O historiador paulista procura esclarecer
quais foram as vias de desenvolvimento do capitalismo brasileiro e suas
consequências para a configuração atual. ²
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² Para maior compreensão do autor cabe aqui uma explicação: Na literatura
marxista, existem dois conceitos para analisar as “vias não clássicas” para o
capitalismo, ou melhor, para a modernização. O primeiro e o de “via prussiana”,
elaborada por Lênin com o objetivo principal de conceituar a modernização agrária;
e o de “revolução passiva”, utilizada por Gramsci para determinar processos
sociais e políticos de transformação pelos setores dominantes da sociedade.
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Aula 20 _ Temática: Geração de 30 – Caio Prado Jr. (II)
Importante
Além do brilhantismo intelectual cabe destacar a postura de Caio Prado Jr.,
no que diz respeito a sua militância política. Foi um pensador que realizou a ruptura
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com sua classe social de origem e, dessa forma, colocou-se próximo as questões
que diziam respeito às classes subalternas.
Para Reflexão
Quais outros pensadores marxistas de relevo que podemos encontrar na
sociedade brasileira?
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Resumo - Unidade III
Referências Bibliográficas
CARVALHO, José Murilo de. O teatro das sombras: a política imperial. Rio de
Janeiro: IUPERJ, 1988.
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FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural no
Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935.
GALVÃO, Walnice Nogueira. Euclides da Cunha. São Paulo: Ática, 1984. (Coleção
Grandes Cientistas Sociais).
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.
ODÁLIA, Nilo. “Oliveira Viana: a teoria do Estado”. In: BASTOS, Elide Ru-gai e
MORAES, João Quartim de. (org.) O pensamento de Oliveira Viana. Campinas:
Ed. Unicamp. 1993.
TOLEDO, Caio Navarro. ISEB: fábrica de ideologias, São Paulo: Ática, 1977.
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VIANA, Oliveira. Problemas de política objetiva. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1945, 2ª edição.
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Aula 21 _ Temática: O pensamento institucional – ISEB e CEBRAP
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Aula 22 _ Temática: O pensamento institucional – ISEB
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como afirmava esse documento, fosse dotado de “autonomia administrativa e plena
liberdade de pesquisa, de opinião e de cátedra”.
¹ TOLEDO, Caio Navarro. ISEB: fábrica de ideologias, São Paulo: Ática, 1977, p.
178.
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Aula 23 _ Temática: O pensamento institucional – Hélio Jaguaribe (ISEB)
“Herdeiro de tendências que vem desde os anos 1930 e 1940 e das novas
ideias econômicas da Comissão Econômica para a América Latina
(CEPAL), o nacionalismo político e econômico ocupou um lugar central no
debate, enriquecido com as influencias do ISEB, tornou-se uma linguagem
política dominante no cenário brasileiro. Talvez se possa dizer que, no
segundo governo Vargas (1950-1954) e no governo Kubitschek (1955-
1960), a influência da ideologia nacionalista equilibrou-se dentro de uma
política cujo eixo central era dado pela noção do desenvolvimento”. ²
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tráfico negreiro, seriam reforçadas, a partir da Abolição e da imigração estrangeira,
com o início da formação de um mercado de trabalho livre.
Foi, portanto, como resultado dessa longa história que “fomos compelidos a
produzir internamente o que antes importávamos”. Depois de três séculos e meio de
colônia, o Brasil ingressou em 1850 numa fase semi colonial que duraria quase um
século, para só então entrar, a partir de 1930, em sua fase de desenvolvimento
nacional. “O Brasil deixou, assim, de ser um país pura e simplesmente semi colonial,
como havia sido até por volta dos anos 1930.” No plano da política e da cultura, essa
longa história teria conduzido o país a uma auspiciosa coincidência dos interesses
do proletariado, da Burguesia industrial, do campesinato e da classe média, os quais
teriam seus interesses “representados pelo desenvolvimento”.
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Aula 24 _ Temática: O pensamento institucional – CEBRAP
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DE SANTOS “A obra de Fernando Henrique Cardoso nesse período orienta-se
geralmente no sentido de intervenções sobre questões atuais, procurando
definir os parâmetros do debate. Esse estilo, se por um lado não
desenvolvia pesquisas ou argumentações teóricas sistemáticas, lhe permitia
discutir fenômenos de conjuntura sem ter que limitar a realidade à camisa
de força de marcos analíticos. Isso implicou um corte um tanto com a
tradição uspiana de tratamento acadêmico e de afastamento dos temas
políticos candentes, como com o estilo isebiano de grandes interpretações
sistemáticas e normativas.” ²
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Aula 25 _ Temática: O pensamento institucional – CEBRAP (Fernando
Henrique Cardoso)
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Para Reflexão
É possível encontrarmos alguma proximidade entre a obra intelectual e o
papel de atuação política?
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Resumo Unidade IV
Nessa unidade procuramos identificar a criação de instituições que visavam
uma interpretação da sociedade brasileira e para tanto foram de total relevância para
uma leitura da realidade brasileira.
Também apontamos como as fileiras dessas instituições ganhavam
autonomia pensadora e que procuraram elaborar uma forma típica de pensamento
político. Nesse sentido destacamos o papel de Hélio Jaguaribe e Fernando Henrique
Cardoso.
Referências Bibliográficas
GALVÃO, Walnice Nogueira. Euclides da Cunha. São Paulo: Ática, 1984. (Coleção
Grandes Cientistas Sociais).
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HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.
ODÁLIA, Nilo. “Oliveira Viana: a teoria do Estado”. In: BASTOS, Elide Rugai e
MORAES, João Quartim de. (org.) O pensamento de Oliveira Viana. Campinas:
Ed. Unicamp. 1993.
PRADO JR, Caio. Evolução política do Brasil – colônia e império, São Paulo:
Brasiliense, 2006, 21ª edição, p.45.
TOLEDO, Caio Navarro. ISEB: fábrica de ideologias, São Paulo: Ática, 1977.
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Aula 26 _ Temática: Florestan Fernandes - biografia
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Aula 27 _ Temática: Florestan Fernandes: A Revolução Burguesa no Brasil
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revolução burguesa no Brasil tem um dos seus aspectos mais positivos justamente
no distanciamento interpretativo.
Daí que a sociologia de Florestan, densa e abrangente, fosse o instrumento
mais apropriado para a compreensão de uma história que, inserida marginalmente
na história do desenvolvimento do capitalismo, só podia ser compreendida mediante
o reconhecimento de seus sujeitos característicos e peculiares. Nesse sentido é que
o autor pode reconstituir a nossa história social centrada num eixo de referências
econômicas e políticas que se propunham contraditória.
A constituição do pensamento do autor paulista aponta para os rumos
da Revolução Burguesa são particulares e não corresponde a forma típica das
revoluções burguesas europeias. Em nosso caso o capitalismo dependente que aí
se configura não é apenas em relação de dependência econômica e de insuficiente
poder sobre o excedente econômico.
Ele é um complexo de relações sociais e de mentalidades orientadas em
oposição às demandas, ideias da revolução burguesa e do próprio capitalismo. A
lenta revolução burguesa num país como o Brasil, com as mudanças e
transformações sociais que pode e precisa promover, emerge e se dissemina a
partir do déficit de historicidade entre o social, o politicamente necessário e o seu
mínimo possível de modo a assegurar o máximo de permanência das estruturas
tradicionais.
Também é necessário apontar que constituem o livro o que é fundamental na
construção teórica do pensamento de Florestan Fernandes: “A Integração do Negro
na sociedade de classes”. Para o autor não é o proletário incipiente e frágil que
oferece a referência para construir uma interpretação do Brasil. A referência é a
escravidão e o que ela faz com a multidão de desvalidos trazidos da África para o
cativeiro doloroso nos engenhos, fazendas e estâncias. A sociedade de que resulta
daí é uma sociedade de privilégios e não uma sociedade competitiva como deveria
ser a sociedade capitalista.
A escravidão acaba adquirindo sentido e se institui em nome do lucro e em
nome da inserção marginal do Brasil no amplo processo de reprodução ampliada do
capital nos centros hegemônicos do capitalismo nascente a escravidão, para
Florestan, gerou uma estrutura social vigorosa, produziu instituições duradouras e
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engendrou mentalidades que persistem de algum modo até os nossos dias. Ainda
hoje pagamos pesado tributo e essa herança.
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Aula 28 _ Temática: Florestan Fernandes: A Revolução Burguesa no Brasil (I)
“É preciso que o leitor entenda que não projetava fazer obra de ‘Sociologia
acadêmica’. Ao contrário, pretendia, na linguagem mais simples possível,
resumir as principais linhas da evolução do capitalismo e da sociedade de
classes no Brasil. Trata-se de um ensaio livre, que não poderia escrever
que não fosse sociólogo. Mas que não põe em primeiro plano as frustrações
e as esperanças de um socialista militante.” ¹
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desencadeamento da revolução burguesas. Para o tratamento desse período
formador, o autor passa em revista o universo valorativo orientador das ações dos
agentes envolvidos, apontando para o fato de que a mentalidade econômica, na
colônia, estava sujeita a uma distorção inevitável. Naturalmente, a análise põe em
tela dimensões psicossociais, para a caracterização daquilo que Florestan apontava
como o “espírito burguês”. Segundo a professora Maria Arminda do Nascimento
Arruda:
“Por isso, a construção da sociedade nacional, a partir da
independência e do liberalismo como doutrina de ação das
elites nativas, é crucial, pois é possível, daí, vislumbrar a
emergência de novos valores orientadores da ação.” ²
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Centrada na dinâmica social dos agentes, a reflexão procura entender “a
formação do chamado ’Brasil Moderno’, floração cultural da silenciosa revolução
econômica” em que aquela revolução política iria equacionar nossas agruras
lentamente. Resumindo, a análise procura recuperar a gênese dessa identidade
problemática, que está no coração da história brasileira, cuja combinação de
elementos díspares responde pela nossa particularidade.
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Aula 29 _ Temática: Florestan Fernandes: A Revolução Burguesa no Brasil (II)
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Visto que as atividades comerciais, voltadas ao mercado interno e de cunho
capitalista, não foram capazes de se desconectar da lógica que presidia o
movimento do passado, os seus agentes assinalaram os mesmos critérios esta
mentais da ordem escravista, desenhando um estilo de vida semelhante ao da
aristocracia agrária. O produto final reflete uma sociedade cujos bloqueios
impediram a emergência plena da ordem social competitiva e dos critérios inerentes
a uma estrutura de classes, com visíveis e danosas consequências para a
construção de relações sociais superiores.
¹ Idem, p. 94.
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Aula 30 _ Temática: Florestan Fernandes: A Revolução Burguesa no Brasil (III)
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para a terceira; de outro, o tom da interpretação também muda. É significativo que a
junção entre essas duas partes se dê através de um capítulo denominado pelo
autor, de fragmento. Essa seção parece solta no corpo do trabalho, porém ela
desempenha a ligação entre os capítulos iniciais e finais, ou seja, constitui-se como
elo de passagem.
Por sua grandeza e autenticidade, a Revolução Burguesa no Brasil é a
grande obra de Florestan Fernandes e a sua principal contribuição para a
compreensão da sociedade brasileira.
¹ Idem, 242.
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Aula 31 _ Temática: Florestan Fernandes: A questão racial (I)
Nessa resposta dada ao professor Bastide, para nós pouco importa o que
motivou Florestan a lançar-se no estudo da questão racial e da integração (ou não)
dessa na sociedade de classes.
Seja qual tenha sido o motivo, o que deve ser destacado é que tal precisão
resultou na inauguração de uma nova fase do estudo do negro na Brasil. Até então
tais estudos, iniciados na transição dos séculos XIX-XX, haviam passado por duas
fases lógicas e históricas: a primeira identificada com Nina Rodrigues, focalizava o
negro como expressão de raça, retendo, quase sempre negativamente, os seus
atributos biológicos; a segunda, associada especialmente à produção intelectual de
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Arthur Ramos, via o negro como expressão de uma cultura sempre negligenciando
as suas condições existenciais, o seu enraizamento social.
A partir dessa possibilidade a produção intelectual nos brindou com uma
interpretação única a respeito do assunto, apontando para a necessidade de
pensarmos como criar mecanismos políticos e sociais para que de fato haja a
integração na sociedade de classes.
¹ PEREIRA, João Baptista Borges, “A questão racial brasileira na obra de
Florestan Fernandes” .In : Revista USP, nº. 29, março/abril/maio de 1996, p. 34.
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Aula 32_Temática: Florestan Fernandes: A questão racial (II)
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“Por irônico que pareça, foram esses círculos dominantes, das camadas
conservadoras que deram impulso e orientações finais às agitações
antiescravistas, imprimindo-lhes uma direção política totalmente avessa aos
intuitos humanitários dos abolicionistas e frontalmente contrária ao ardor
redencionista dos escravos ou dos libertos”. 1
Essa revolução social teve seu início nos núcleos intelectuais inconformistas e
chegou às senzalas em forma de rebeliões e fugas e “produziu seus frutos nas mãos
daqueles contra os quais ela se voltou”. 2 Esses frutos foram colhidos por aqueles
que direcionaram a formação da ordem social competitiva e que não se tratou
segundo Florestan, da acanhada e vacilante elite, mas sim do círculo dos grandes
homens de negócios da época: os fazendeiros prósperos e os agentes da
comercialização do processo de exportação do café.
O negro não se encaixa nessa nova ordem social, pois é possuidor de uma
anomia 3 social que o torna inapto ao trabalho livre. O negro não foi agente de seu
destino, pois não saiu de uma situação que lhe conferisse autonomia econômica,
social e política. Com a concorrência imigrante, ele encontrou campo de trabalho
nas zonas rurais de menor vitalidade. O imigrante intervém no processo de
consolidação e renovação do capitalismo como agente de trabalho que se comporta
como assalariado típico, com atitudes perante o trabalho e como propulsor da
acumulação capitalista com base na poupança.
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populações negras teve efeito produtivo, pois foi condição prévia para que o negro
dentro de seu próprio meio se sociabilizasse rumo à sociedade de classes.
Vale a reflexão!
1
FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes.
Volume I. São Paulo: Ática, 1978, p. 40.
2
Idem, p. 40.
3
Anomia: ausência de leis, de regras, de normas de organização.
4
KOWARICK, Lucio. Trabalho e vadiagem: a origem do trabalho livre no
Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1987.
Resumo Unidade V
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disso, suas obras apresentam um caráter inovador em relação a tudo que até então
havia sido produzido entre nós.
Referências Bibliográficas
CARVALHO, José Murilo de. O teatro das sombras: a política imperial. Rio de
Janeiro: IUPERJ, 1988.
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GALVÃO, Walnice Nogueira. Euclides da Cunha. São Paulo: Ática, 1984. (Coleção
Grandes Cientistas Sociais).
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.
ODÁLIA, Nilo. “Oliveira Viana: a teoria do Estado”. In: BASTOS, Elide Rugai e
MORAES, João Quartim de. (org.) O pensamento de Oliveira Viana. Campinas:
Ed. Unicamp. 1993.
PRADO JR, Caio. Evolução política do Brasil – colônia e império, São Paulo:
Brasiliense, 2006, 21ª edição, p.45.
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WEFFORT, Francisco Correia. Formação do pensamento político brasileiro:
ideias e personagens. São Paulo: Ática, 2006.
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