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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”


AVM FACULDADE INTEGRADA

AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIENCIA PARA INCLUÇÃO DE


ALUNOS COM DEFICIENCIA MENTAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL I

Por: Ivonete Andre da Lapa

Orientador
Prof. Mery Sue

Rio de Janeiro
2014

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


2

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”


AVM FACULDADE INTEGRADA

AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIENCIA PARA INCLUÇÃO DE


ALUNOS COM DEFICIENCIA MENTAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL I

Apresentação de monografia à AVM Faculdade


Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Neurociências Pedagógica
Por: . Ivonete André da Lapa
3

AGRADECIMENTOS

Á Deus minha rocha e motivação para


viver, estudar, compartilhar.
Ás minhas igrejas pelo apoio, sustento.
À minha família minha base para tudo,
onde os primeiros fundamentos foram
lançados.
Aos meus alunos que me inquieta,
descontrói, reconstrói. Motivação de
toda esta busca.
Aos meus mestres, amigos por
partilharem comigo deste emaranhado
mundo do saber e dessaber. Onde o
que é hoje, amanhã não é.
4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho do fundo de minha


alma aos meus queridos e eternizados
alunos. Vinícius Costa, Bruno Bernardo,
Kauane Maria, Sandro Viana, Mariana
Egger, Matheus Cardoso e Yago Camilo.
5

RESUMO
LAPA, Ivonete Andre. As contribuições da neurociência para inclusão de
alunos com deficiência mental no ensino fundamental l. 2014. Especialização
em Educação Especial e Inclusiva. Faculdade Integrada A Vez do Mestre, Rio
de Janeiro, 2014.

Nesta pesquisa pretende se abordar a possibilidade de inserção dos


significativos avanços da neurociência, como constituintes de saberes
disciplinares, nos cursos de formação de professores que trabalham com
alunos com deficiência mental. Na perspectiva adotada, esses saberes, que
fundamentam um saber pedagógico, proporcionam subsídios teóricos para a
ação docente, uma vez que a compreensão de como o cérebro funciona
permite um melhor entendimento da aprendizagem e o consequente
aprimoramento da transposição didática. Como resultado, destaca-se a
necessidade de revisão das estruturas curriculares dos cursos de formação de
professores, em especial das licenciaturas, indicando como alternativa a
inserção de disciplinas, ou a reestruturação de disciplinas já existentes, com
vistas a propiciar a interlocução entre neurociência, ensino e aprendizagem. A
inclusão da criança especial no chamado ensino regular é um desafio para a
educação especial de todo o mundo. No Brasil, de acordo com a política
educacional, está assegurado o ingresso do aluno deficiente em turmas do
ensino regular, sempre que possível. Todavia, ainda poucos alunos com
necessidades especiais têm tido a oportunidade de frequentar salas de aula
regulares e, mesmo quando esta oportunidade lhes é oferecida, as escolas
e/ou profissionais têm poucos recursos e conhecimento para garantir o
sucesso e permanência desses alunos. Entretanto, em se tratando da
neuropsicologia, que estuda a relação entre o cérebro e comportamento, as
ideias de Luria vêm sendo a base para o entendimento das funções cerebrais
e, principalmente, para a compreensão das disfunções corticais. O
conhecimento e o domínio dessa teoria é condição básica ao profissional que
deseja não só investigar os problemas de aprendizagem da criança e do
adolescente, mas principalmente elaborar estratégias educacionais eficazes.

Palavras chaves: Neurociência, Aprendizagem, Educação Especial, Deficiência


Mental, Formação docente.
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ABSTRACT

This research aims to address the possibility of inclusion of significant


advances in neuroscience, as constituents of disciplinary knowledge, training
courses for teachers working with students with learning disabilities. In the
perspective adopted in this knowledge, underlying pedagogical knowledge,
provide theoretical background for teaching action subsidies, since
understanding how the brain works allows a better understanding of learning
and the consequent improvement of the didactic transposition. As a result,
there is a need to revise the curriculum structures of teacher education
courses, especially undergraduate, indicating alternatively inserting disciplines,
or the restructuring of existing disciplines, in order to facilitate the dialogue
between neuroscience, teaching and learning. The inclusion of special children
in regular schools is called a challenge for special education worldwide. In
Brazil, according to educational policy, you are ensured the entry of disabled
students in regular classes whenever possible. However, only a few students
with special needs have had the opportunity to attend regular classes, and
even when the opportunity is offered to them, schools and / or professionals
have few resources and knowledge to ensure the success and retention of
these students. However, in the case of neuropsychology, which studies the
relationship between brain and behavior, Luria's ideas have been the basis for
the understanding of brain function, especially for understanding cortical
dysfunction. The knowledge and mastery of this theory is a basic condition for
the professional who wants not only to investigate the learning problems of
children and adolescents, but mostly develop effective educational strategies.
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METODOLOGIA

Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de livros,


jornais, revistas, questionários.... e a resposta, após coleta de dados, pesquisa
bibliográfica, pesquisa de campo, observação do objeto de estudo, as
entrevistas, os questionários, etc. Contar passo a passo o processo de
produção da monografia. É importante incluir os créditos às instituições que
cederam o material ou que foram o objeto de observação e estudo.
A neurociência no Brasil está representada principalmente pela
Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC), que
congrega a pesquisa básica da área. A pesquisa em neurociência tem sólida
tradição e ampla representação em nosso país (Silveira, 2004; Timo-Iaria, s.d.;
Ventura, 1997). A partir das décadas de 40 e 50 do século passado, a área
recebeu grande impulso com Aristides Leão e Hiss Martins Ferreira estudando
o fenômeno de depressão cortical alastrante na Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ); Carlos Ribeiro Diniz isolando e caracterizando o veneno de
escorpião na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e Miguel Covian
estabelecendo um grupo de pesquisa em eletrofisiologia do sistema nervos na
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto
(USP-RP). Na década de 1970, outros grupos iniciaram novas direções de
pesquisa em neurociência: Carlos Eduardo Rocha Miranda e Eduardo
Oswaldo Cruz fundaram seus laboratórios para o estudo do sistema visual na
UFRJ, Cesar Timo-Laria iniciou trabalhos no controle neural do metabolismo e
em mecanismos de atenção e sono, Elisaldo Araújo Carlini criou um grupo de
psicofarmacologia na Escola Paulista de Medicina e psicólogos experimentais
e etólogos, em torno de Carolina Bori e Walter H. A. Cunha, começaram a
trabalhar na USP e na Universidade de Brasília (UnB). Essas origens se
refletem nos grupos de neurociência que existem hoje.
8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Aspectos históricos da Neurociência 11

CAPÍTULO II - Contribuições da Neurociência para o conhecimento


morfofuncional do cérebro 20

CAPÍTULO III – O aluno com deficiência mental e as contribuições da


neurociência para sua inclusão no ensino fundamental l. 39

RELATO DE EXPERIENCIA 47
9
CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 55

ANEXOS 58

ÍNDICE 59

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

INTRODUÇÃO

Conforme diretrizes nacionais para a educação especial a educação é


o principal alicerce da vida. Ela transmite e amplia a cultura, estende a
cidadania, constrói saberes para o trabalho. Segundo Souza (2001), ela é
capaz de ampliar as margens da liberdade humana, à medida que a relação
pedagógica adote, como compromisso horizonte étnico-político, a
solidariedade e a emancipação. As diretrizes nacionais para a educação
especial instituídas pela resolução nº 02/2001 apresenta que outrora: O aluno
com deficiência, particularmente, era atendido apenas em separado o então
simplesmente excluído do processo educativo, com bases em padrões de
normalidade; a educação especial, quando existente, também mantinha-se
apartada em relação a organização e provisão de serviços educacionais.
10
Como se fosse o diferente colocado à margem da educação. Com os avanços
na perspectiva da universalização do ensino, Souza (2001), à frente do
ministério de Educação entende que:

A adoção do conceito de necessidades educacionais


especiais e do horizonte da educação inclusiva implica
mudanças significativas. Em vez de se pensar o aluno como a
origem de um problema, exigindo-se dele um ajustamento a
padrões de normalidade para aprender com os demais,
coloca-se para os sistemas de ensino e para as escolas o
desafio de construir condições par atender bem à diversidade
de seus alunos .

Posto esta prerrogativa, a questão inquietante deste trabalho é inquirir


que a escola em seus moldes tradicional não apresenta condições favoráveis
para receber alunos e promover a aprendizagem de alunos que apresenta
condições educacionais especiais. Esta pesquisa foca a inclusão de aluno com
deficiência mental no ensino fundamental I e as contribuições da neurociência
para o seu atendimento. Conforme Batista e Mantoan (2007), a deficiência
mental constitui um impasse para o ensino na escola comum, pela
perplexidade de seu conceito e pela grande quantidade e variedade de
abordagens do mesmo. Para elas:

A deficiência mental não se esgota na sua condição


orgânica ou intelectual e nem pode ser definida por um único
saber. Ela é uma interrogação de inúmeras áreas de
conhecimento. E esta dificuldade de conceituação trouxe
consequências indeléveis na maneira de lidarmos com ela e
com que a possui.

Outra grande questão que se levanta é, o professor está preparado para


atender as especificidades educacionais que seus alunos apresentam? Batista
e Mantoan (2007), sinalizam que, o aluno com deficiência tem uma maneia
própria de lidar com o saber, que não corresponde ao que a escola preconiza.
Segundo elas, não corresponder ao esperado pela escola pode acontecer com
todo e qualquer aluno, mas os alunos com deficiência mental denunciam a
impossibilidade de a escola atingir esse objetivo. Por não permitirem que a
escola dissimule esta verdade. Para elas a escola atual deve considerar a
aprendizagem e a construção do conhecimento escolar com uma conquista
11
individual e intransferível do aprendiz, que não cabe em padrões e modelos
idealizados.
Acredita-se que este modelo de ensinagem requer uma instituição
escolar aberta para o diálogo e reformulação constante de suas práticas
educativas. O professor nesse contexto além dos requisitos de sua formação
de base, precisa conhecer os fundamentos da neurociência para reenventar
sua prática frente à diversidade educacional que seus alunos apresentam.
Conhecer os fundamentos morfofuncionais do cérebro e sua implicação no
processo de troca em sala de aula torna-se necessidade urgente para a vida
do docente da atualidade. Conforme Valle (2008), educar é facilitar a aquisição
de novos comportamentos, e estes resultam do funcionamento do cérebro.
Para ela os profissionais mais interessados pela neuropedagogia, devem ser
os educadores.

Ensinar crianças com dificuldades de aprendizagem requer por


parte do professor uma investigação de como cada indivíduo
aprende. Como ajudar alguém a aprender se não
compreendemos cada etapa deste processo? O professor
deve estar a par das habilidades e das fraquezas de como
cada criança aprende, não apenas nos que diz respeito às
habilidades escolares mas também em termos de habilidades
de aprendizado, como a atenção, a percepção, memória.
Quem pretende ensinar deve saber desvendar os diferentes
processos da aprendizagem.

Nos resultados da pesquisa de campo realizada com 20 alunos do curso


de graduação em pedagogia de 5 universidade conceituadas do Rio de
Janeiro, observa –se que a maioria dos alunos estão concluindo seus cursos
sem o conhecimento morfofuncional do cérebro. As grandes curriculares
analisadas não apresentam nenhuma disciplina que difunde a reflexão sob
este aspecto primordial para uma prática educativa emancipadora e
comprometida com a especificidade educativa que cada aluno apresenta.
Contrariando o que rege a declaração de Salamanca (Espanha, 1994):

Todas as crianças, de ambos os sexos, tem direito


fundamental à educação e que a ela deva ser dada a
oportunidade de obter e manter nível aceitável de
conhecimento; cada criança tem características, interesses e
capacidades e necessidades de aprendizagem que lhes são
12
próprias; os sistemas educativos devem ser projetados e os
programas aplicados de modo que tenham em vista toda esta
gama de diferenças, características e necessidades; as
crianças com necessidades educacionais especiais devem ter
acesso às escolas comuns que deverão integrá-las numa
pedagogia centralizada na criança , capaz de atender a essas
necessidades.

E consequentemente a LDB 9394/96 em seu artigo 58 que atende o disposto


no artigo 208 III da Constituição da República, conforme artigo 4º a educação
especial deve ser prestada preferencialmente, na rede regular de ensino, visando a
inclusão dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais.
O conhecimento do desenvolvimento morfofuncional do cérebro, e suas
implicações com a dinâmica de aprendizagem do aluno com deficiência mental, é
uma articulação necessária que habilita o professor, a gestão da escola a
desenvolver uma ensinagem emancipadora. Carvalho (2011), conclui que:

Na perspectiva adotada, esses saberes, que fundamentam um


saber pedagógico, proporcionam subsídios teóricos para a
ação docente, uma vez que a compreensão de como o
cérebro funciona permite um melhor entendimento da
aprendizagem
e o consequente aprimoramento da transposição didática.
Como resultado, destaca-se a necessidade de revisão das
estruturas curriculares dos cursos de formação de professores,
em especial das licenciaturas, indicando como alternativa a
inserção de disciplinas, ou a reestruturação de disciplinas já
existentes, com vistas a propiciar a interlocução entre
neurociência, ensino e aprendizagem.

Todavia, ainda poucos alunos com necessidades especiais têm tido a


oportunidade de frequentar salas de aula regulares e, mesmo quando esta
oportunidade lhes é oferecida, as escolas e/ou profissionais têm poucos
recursos e conhecimento para garantir o sucesso e permanência desses
alunos. Entretanto, em se tratando da neuropsicologia, que estuda a relação
entre o cérebro e comportamento, as ideias de Luria vêm sendo a base para o
entendimento das funções cerebrais e, principalmente, para a compreensão
das disfunções corticais. O conhecimento e o domínio dessa teoria é condição
básica ao profissional que deseja não só investigar os problemas de
aprendizagem da criança e do adolescente, mas principalmente elaborar
estratégias educacionais eficazes.
13

CAPÍTULO I
ASPECTOS HISTÓRICOS DA NEUROCIENCIA

Acredita-se que os aspectos que fundamentam a neurociência


contribuem para uma nova definição no olhar no educador enquanto agente
facilitador da aprendizagem. Um levantamento histórico feito pelo INEP em
outubro de 2003 e IPEA em 2011 revelam que a maioria das instituições
acadêmicas não estão aptas para atuar em prol da formação docente. Poucos
cursos de graduação apresentam subsídios para que o futuro professor possa
entender como se processa a aprendizagem e como seu aluno aprende. O
estudo da neurociência instrumentaliza o professor para atuar com as
14
especificidades educacionais do seu aluno ajudando-o a entende-lo pautado
em questões biológica para compreender o comportamental favorecendo a
utilização de estratégias de ensino mais adequadas. Conforme, Rodrigues e
Ciasca (2006):

Estudar a relação entre o cérebro e o comportamento é o


principal objetivo da Neuropsicologia. É por meio dessa área
de atuação que se pode entender como diferentes áreas
cerebrais atuam em conjunto para produzir comportamentos
complexos, tal como é o caso da aprendizagem. Problemas
em qualquer área do sistema nervoso central podem gerar
disfunções e prejudicar o aprendizado. Depreende-se, então,
que o profissional que lida com a criança deve ter
conhecimentos básicos sobre a neuropsicologia, de modo a
compreender as funções mentais.

A pesquisadora Cavada (2008), propõem que, a capacidade para de


movimentar, perceber as sensações, de se comunicar, ri, chorar é antigo no
homem. A relação desses fenômenos com o sistema nervoso muda com o
passar dos tempos até o aparecimento de um conjunto de doutrinas que fixou
em desvendar a estrutura e funcionamento do sistema nervoso. Observando
esta estrutura conceitual apresentado abaixo aspectos dos marcos
Fundamentais na evolução deste campo de conhecimento. A maioria dos
autores começam a estudar histórias sob o desenvolvimento da neurociência a
partir do século V ac. Cavada e Silveira (2008) concordam em seus artigos
apresentando o estudioso Alcmaeon de Crotona como o responsável pela
descoberta dos nervos ópticos. Em suas pesquisas e dissecações propôs que
o cérebro era a sede do pensamento e do sentimento. Esta ideia revoluciona o
pensamento intuitivo grego que atribuía estas funções ao coração. Aristóteles
pai do pensamento grego também apresentava que a função do cérebro era
esfriar o sangue aquecido pelo coração, portanto, para ele a sede do
pensamento e dos sentimentos estava no coração. O discípulo de Hipócrates
Galeno, trabalha as diferenças estrutural do cerebelo e cérebro. Ele difundiu
que, o cerebelo era responsável pelas funções dos músculos e o cérebro pelos
os sentimentos e memórias. Versálius ampliando a concepção anatômica do
cérebro apresenta o conceito de localização da função cerebral ventricular
que permaneceu até o Renascimento. Observando o comportamento dos
15
animais René Descartes (1596 – 1650) a teoria mecanicista para explicar o
funcionamento do cérebro. Cevada afirma que:

Para Descartes, esta teoria não explica a complexidade do


comportamento humano, para o homem, ao contrário dos
animais, tem um intelecto e uma alma dada por Deus. Assim,
Descartes acreditava que o cérebro controla o comportamento
humano no que ele tem de Animal e habilidades especiais
que residem fora do homem, na mente ("l'esprit"). Descartes
começa duas linhas de pensamento extraordinariamente
influente hoje. Para um lado a filosofia mecânica,
desenvolvida principalmente por seus sucessores, que
argumenta que
estão começando a conhecer a máquina bem, fisicamente,
incluindo o corpo humano e do cérebro, chegar saber todos
os meandros do mundo. Além disso, Descartes é o pai dos
problemas mente-cérebro, que é atualmente objeto de debate
acalorado entre muitos neurocientistas.

Esta autora amplia sua pesquisa apontando que, com o


desenvolvimento do microscópio e as técnicas de coloração do tecido do
sistema nervoso o estudo da neurociência experimentou um avanço que
culminou com a grande obra Santiago Ramon e Cajal (1852 – 1934). Já outro
estudioso da época Italiano Camillo Golgi (1843-1926), formulou a doutrina
Cajal-neuronal do sistema nervoso. Conforme afirma Cevada (2008):
Para Camilo Golgi o sistema nervoso são células
independentes, neurônios, que contatam entre si em locais
específicos, e construiu um grande corpo de doutrina
neuroanatomical. Cajal foi um cientista moderno, não apenas
descrever estruturas estáticas, mas perguntado sobre os
mecanismos que governar. Suas contribuições para os
problemas de desenvolvimento, degeneração e regeneração
de sistema nervoso permanecem atuais.

As pesquisadoras Rodrigues e Ciasca (2006) dizem que apesar dos


avanços propiciados pelos estudos anatômicos, o século XVIII ainda foi
marcado pela visão do cérebro como um órgão homogêneo, cuja função era
distribuir energia para todo o corpo, segundo a vontade do indivíduo. Elas
ainda destaca que é também nesse século que as teorias localizacionistas
começaram a ganhar força, merecendo destaque a de Albrecht von Haller
(1707-1777). Este autor afirma que, a origem da sensação e do movimento
16
estaria na substância branca do cérebro e do cerebelo. Elas ainda afirmam
que:

Em se tratando de teorias localizacionistas, Franz Gall (1757-


1828) é, sem dúvida, aquele que melhor representa essa
corrente de pensamento. No século XIX, quando as tentativas
de se explicar o intelecto pela fisiologia dos sentidos eram a
tônica, Gall lançou o que veio a ser denominado mais tarde de
Frenologia. Segundo o autor, o cérebro seria constituído por
35 regiões, que conteriam as faculdades intelectuais e os
comportamentos emocionais (tais como generosidade,
coragem, instintos matrimoniais, amor sexual, etc). O maior
desenvolvimento de um (ou mais) desses comportamentos
resultaria em proeminências no cérebro que, por sua vez,
possibilitaria identificar as diferenças individuais.

Na mesma época, Gall teve uma pesquisadora Marie Jean Pierre


Flourens (1823) que se opôs a sua tese apresentando a teoria que veio a ser
conhecida como teoria do Campo Agregado. Ela fez experimentos em animais
utilizando o método de ablação. Ela conseguiu comprovar o papel do cerebelo
nos movimentos motores. E que todas as regiões do cérebro participariam de
cada função mental, em especial as regiões cerebrais do telencéfalo. Essas
duas correntes ganharam adeptos e permanecem até o século XX.

Ainda no campo histórico da neurociência cognitiva, outro estudioso,


Ventura (1995) diz que a Psicologia é uma das principais disciplinas no
desenvolvimento da neurociência. Apesar de toda a tradição filosófica
ocidental, desde os gregos até hoje foi questionado sobre a natureza da mente
e do comportamento humano. Os estudo científico de Charles Darwin (1809-
1882), sobre a evolução da espécies, abriu o caminho para a Psicologia
Experimental, que se dedica a estudar o comportamento no laboratório, e
etologia, que estuda o comportamento no ambiente natural. As observações
de Darwin também implicou que é possível correlacionar os resultados do
estudo do comportamento do sistema nervoso ou dos animais comportamento
e do sistema nervoso humano. Para Ventura (1995):

No século XIX, um problema fundamental surgiu na história


da neurociência: a localização da função no cérebro. A
convergência de Neuroanatomia e Neurofisiologia é evidente
em todo o localizacionista estudo apresentados abaixo:
17
O médico austríaco e neuroanatomista Franz Joseph Gall
(1757-1828) propôs que as funções de espírito tem um
biológico, cérebro, especificamente base. Ele postulou que o
cérebro não é um único corpo, mas é pelo menos de 35
centros, cada um dos quais diz respeito a uma função mental.
Além disso, Gall pensava que cada centro iria desenvolver e
aumentam de tamanho quando trabalhadas, da mesma
maneira que o comprimento dos músculos aumenta com
exercício. Crescimento causaria centros protrusão no crânio,
e, portanto, a localização de relevos cranianos e estimar seu
tamanho revelar personalidade indivíduo. As ideias de Gall
foram altamente controverso, não só por causa da dificuldade
de confirmar a dados, mas também porque implicavam uma
concepção materialista da mente, afirmando que determinadas
partes do cérebro regulam as funções como especificamente
humanos, tais como esperança, generosidade e auto-estima.

O professor Sabatini (2012), conclui que no início do século XX, uma


nova escola surgiu na Alemanha em torno da ideia de localização cortical,
liderado por Vladimir Betz anatômica, Theodore Meynert, Oskar Vogt e
Korbinian Brodmann. Esta escola tenta distinguir diferentes áreas funcionais
no córtex cérebro com base na sua citoarquitetura. Usando este método,
Brodmann (1868-1918) descreveu cinquenta duas áreas do córtex humano e
sugeriu que cada um tem uma função específica. Outra particularmente
adequado para ilustrar a convergência das disciplinas caso, levando a
Neurociência moderna é o desenvolvimento de estudos sobre a linguagem, a
função cognitiva especificamente humana. Já o cirurgião francês Pierre Paul
Broca (1824-1880) descreveu em 1861 o caso de um paciente Eu poderia
entender a linguagem mas não consegue falar. Seu cérebro tinha uma lesão
na parte posterior lobo frontal esquerdo, o que agora é conhecido como a área
de Broca. Além de apresentar as suas conclusões, Wernicke propôs uma
nova teoria da função do cérebro, chamada conectivismo. Segundo ela,
apenas as funções mentais mais básica, como atividades motoras perceptivas
ou simples, a sua localização uma única região do cérebro. As conexões entre
as diferentes áreas de ativar as funções intelectual complexa. A introdução de
modernas técnicas de mapeamento cerebral funcional resultou neste campo,
como em muitos outros, um novo caminho para a compreensão da função
cerebral mais complexa, principalmente do especificamente humano. O efeito
fundamental da neurociência atual encontra-se na abordagem multidisciplinar
18
para todos questões relacionadas com o mais complexo, esplêndida e
admirável corpo da natureza do sistema nervoso.

www.senc.es/.../Historia_de_La_Neurociencia_CC.p

Conforme documentos da revista psique teoria e pesquisa (2010),

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, 2010, Vol. 26 n. especial, pp. 123-129 129

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1996.

3 - ARMAS, Ramón; TORRES-CUEVAS, Eduardo; BALLESTER, Ana Cairo.


Historia de La Universidad de La Habana. Havana, Editorial de Ciências
Sociales, 1984.

4 - Ciranda do Meio Ambiente. Concepção e coordenação. Rio de Janeiro:


Memória Futura, 1991.

5 - ARMAS, Ramón; TORRES-CUEVAS, Eduardo; BALLESTER, Ana Cairo.


Historia de La Universidad de La Habana. Havana, Editorial de Ciencias
Sociales, 1984.

6 - BEVILAQUA, Clovis. Direito das Sucessões. RJ: Ed. Rio, 1978.

7 - Comissão do Senado Federal. Educação, o desafio do ano 2000. Anais de


Seminário, Brasília-DF: 1991, 270 p.

8 - LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1991.

9 - MACHIAVELLI, Nicoló Di Bernardo. El Princepi. Tradución de GRASSI,


Roberto. 17ª edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.

10 - ERBOLATO, Mário L. Técnicas em Codificação Jornalística. 5ª ed., São


Paulo: editora Ática, 1991, 256 p.
11 – www.vezdomestre.com.br. Pedagogia Inclusiva. 1-4, 2004
12 – CARVALHO, Vilson Sérgio. Pedagogia Inclusiva.
www.vezdomestre.com.br , 1-4, 2004
23

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I
(TÍTULO) 11
1.1 - A Busca do Saber 12
1.2 – O prazer de pesquisar 15
1.2.1 - Fator psicológico 15
1.2.2 - Estímulo e Resposta 17

CONCLUSÃO 48
ANEXOS 49
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
BIBLIOGRAFIA CITADA 54
ÍNDICE 55

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