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2020 - 2022

BRASIL: COLÔNIA
BRASIL: COLÔNIA
Como foi o contato entre os povos indígenas do Brasil e os primeiros colonos
portugueses? Aqui você vai aprender mais sobre a formação do território brasileiro e o
desenvolvimento do Brasil durante o período colonial.

Este módulo é composto pelas seguintes apostilas:

1. Capitanias Hereditárias e Governos Gerais


2. O Ciclo do Açúcar
3. As Invasões Estrangeiras no Brasil Colônia
4. A Formação do Território Brasileiro
5. O Ciclo de Mineração
6. As Revoltas Nativistas
7. As Revoltas Emancipacionistas
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
E GOVERNOS GERAIS

Desembarque de Pedro Álvares Cabral, 1500. Obra de Oscar Pereira da Silva.

O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO EFETIVA DO BRASIL (1530)


Apesar de terem chegado ao território brasileiro em 1500, os portugueses não se
interessaram o suficiente pela nova terra descoberta, a ponto de investirem numa
colonização àquela altura. Em vez disso, preferiram concentrar seus esforços na
Índias Orientais, cuja nova rota havia sido descoberta por Vasco da Gama poucos
anos antes (1498).

Não obstante, as notícias da descoberta do Brasil e da existência do Pau Brasil,


despertaram o interesse dos franceses, que nesse primeiro momento frequentavam a
costa brasileira a fim de contrabandear a mercadoria. Essa presença francesa foi tão
marcante que eles chegaram a fundar duas colônias no Brasil.

Por outro lado, em 1530 Portugal perdeu o monopólio do comércio nas Índias Orientais.
Portanto, as atenções da metrópole (Portugal) voltaram-se para a colônia (Brasil). A
grande questão que se colocava era qual a melhor maneira de se iniciar a exploração e
povoamento do Brasil, cujo território era imenso.

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Sendo assim, o rei de Portugal, D. João
Capitanias Hereditárias e Governos Gerais

III (1521-1557), enviou para o Brasil


uma expedição colonizadora que foi
comandada por Martim Afonso de Sousa,
cuja missão além de colonizar o território,
era descobrir a existência de metais
preciosos e combater os franceses. No ano
de 1532, Martim Afonso de Sousa fundou
a Vila de São Vicente, no litoral do atual
estado de São Paulo, que foi o primeiro
núcleo de povoamento da colônia.
Rei D. João III. Obra de Cristóvão Lopes.

AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534)

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Exatamente dois anos após a fundação de Vila de São Vicente, foi implantado no

Capitanias Hereditárias e Governos Gerais


Brasil o sistema de Capitanias Hereditárias. Assim, as terras na colônia portuguesa,
respeitando os limites do Tratado de Tordesilhas, foram divididas em 15 longas faixas
de terra, do litoral até os limites da linha de Tordesilhas.

Cada faixa de terra foi denominada de Capitania Hereditária, com exceção da Capitania
de São Vicente, a qual correspondiam duas faixas de terra. Portanto, o território da
colônia ficou dividido em 14 Capitanias, que foram entregues a um Capitão Donatário.
Algumas Capitanias ficaram sob a responsabilidade de um mesmo Capitão, então no
final havia 14 Capitanias e 12 Donatários.

Os Donatários eram comerciantes ou pessoas ligadas à nobreza, que evidentemente,


eram bem relacionados com a Coroa portuguesa. Isto porque cabia ao Rei nomear os
Capitães Donatários. Por esse motivo também, as terras não eram de propriedade
dos Donatários, mas sim da Coroa.

Contudo, era responsabilidade do Capitão Donatário explorar a Capitania sob sua


responsabilidade através dos seus próprios recursos; defender a Capitania e ainda
poderia doar seções da mesma a terceiros (sesmarias). O Donatário era, na realidade, a
autoridade máxima dentro da Capitania, mas devido à falta de apoio financeiro por parte
da Coroa, a maioria das Capitanias fracassou, sendo que elas duraram até o século XVIII.

Outros motivos para o fracasso do sistema de Capitanias Hereditárias foram:

f Doenças tropicais

f Conflitos com os indígenas

f A grande distância entre o Brasil e Portugal

CRIAÇÃO DOS GOVERNOS-GERAIS

Igreja do Bomfim, Salvador, Bahia.

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Com o objetivo de centralizar a administração do governo colonial, a Coroa portuguesa
Capitanias Hereditárias e Governos Gerais

instituiu o governo-geral a partir de 1548. Mas foi somente em 1549 que foi nomeado
o primeiro governador-geral Tomé de Sousa, sendo que a capital ficou sendo a recém
fundada cidade de Salvador, na Bahia.

O rei D. João III estava interessado em fazer da colônia brasileira um empreendimento


lucrativo, já que até então, pouco ela tinha contribuído para o orçamento da metrópole.
Por outro lado, Portugal acreditava poder encontrar ouro e prata no Brasil, já que
chegavam muitas notícias de metais preciosos descobertos na América Espanhola

Este sistema de governo-geral durou até 1572, com o governo de Mem de Sá. Depois
dele, a administração da colônia foi dividida em dois governos-gerais, um ao norte e
outro no sul. Entretanto, no século seguinte, o governo-geral foi reunificado e, a partir de
1640, após a Restauração Portuguesa, o governador-geral passou a se chamar Vice-rei.

1º Governador-Geral Tomé de Sousa (1549-1553)

Além de estabelecer boas relações com


os povos indígenas, Tomé de Sousa foi
responsável por trazer vários colonos e
cabeças de gado para o Brasil. Entre esses
colonos havia vários padres jesuítas. Este
movimento de trazer os jesuítas condizia
com a Reforma Católica em curso na
Europa. O objetivo deles era atuar na
conversão dos indígenas e no próprio
fortalecimento da fé católica entre os
colonos europeus no Brasil.

Pintura de Tomé de Souza


ajudando na construção de Salvador

2º Governador-Geral Duarte da Costa (1553-1558)

O governo de Duarte da Costa ficou


marcado pelo combate que moveu contra
os franceses que haviam fundado uma
colônia na Baía de Guanabara em 1555, a
que chamaram de França Antártica. Além
disso, ele trouxe mais colonos e mais padres
jesuítas, entre eles, Manoel da Nóbrega e
José de Anchieta, que muito contribuíram
para a educação no Brasil, vindo a fundar
um colégio no ano de 1554 que veio dar
origem à cidade de São Paulo.
Duarte da Costa

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3º Governador-Geral Mem de Sá (1558-1572)

Capitanias Hereditárias e Governos Gerais


Foi somente na administração de Mem de Sá
que os franceses foram expulsos em 1567,
pondo fim à Confederação dos Tamoios,
com quem eles tinham estabelecido aliança.
Dois anos antes (1565), o seu filho, Estácio
de Sá, foi responsável pela fundação do Rio
de Janeiro, que na verdade era um forte
para mover o combate aos franceses e seus
aliados indígenas. No entanto, Estácio de Sá
foi morto dois anos depois por uma flecha
indígena em batalha, na mesma época em
que seu tio, Mem de Sá, vinha pessoalmente
para o Rio de Janeiro. Um outro marco do
governo de Mem de Sá foi o começo da
escravização de africanos na colônia.
Mem de Sá. Obra de Manuel Víctor Filho

ANOTAÇÕES

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