Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O ÔNIBUS 174
Todos puderam acompanhar de perto, pela a televisão, em 12 de junho do de 2000, o
assaltante Sandro do Nascimento, sobrevivente da chacina da Candelária, em 1993,
seqüestrou um ônibus da linha 174 (Gávea-Central), no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de
Janeiro .
Dez passageiros foram feitos reféns, entre eles, a professora Geisa Firmo Gonçalves,
morta ao final do incidente, assim como o próprio assaltante.
Sandro entrou no ônibus com um revólver calibre 38 e pulou a roleta. Vinte minutos
depois, dois policiais que passavam pela rua em uma viatura interceptaram o veículo, alertados
pelo sinal de um passageiro.
O motorista, o cobrador e outras pessoas conseguiram fugir, mas dez passageiros
ficaram retidos. A negociação para libertar os reféns teve início uma hora mais tarde, quando o
Batalhão de Operações Especiais chegou ao local com dezoito homens.
Sandro obrigou uma mulher a escrever mensagens nos vidros dos ônibus, simulou a
execução dela e colocou o revólver na boca de outras duas.
Às 18h49, o assaltante deixou o veículo usando a professora Geisa como escudo. Um
policial disparou um tiro que deveria atingir Sandro, a bala acertou ele. O bandido, então, atirou
na professora à queima-roupa, atingindo-a duas vezes nas costas e uma no tronco.
Ele foi imobilizado e levado, ileso, para um camburão. Dez minutos depois, foi asfixiado
e morto por um policial.
Perto de 35 milhões de brasileiros acompanhou em tempo real o drama dos passageiros
do ônibus. Muitas orações foram feitas, muita tensão e um ar de muitas emoções pairou sobre
aquele ônibus. Sentimentos de vingança, insegurança, raiva e tristeza.
No dia seguinte o ônibus estava de volta às ruas. Mas sempre quando ele passava ali
perto do clube militar, aonde teve o acontecimento; podia-se ouvir várias pessoas rezando
dentro do ônibus, apesar de nenhum dos passageiros ali dentro estar rezando. Não importando
o horário em que ele passava isso sempre acontecia, mesmo com o ônibus vazio. Para terror
do motorista e do trocador, quando o ônibus passava de madrugada por ali os dois sempre
ouviam a mesma reza, e nenhum passageiro estava sendo transportado.
Uma equipe de TV da rede Globo chegou a preparar uma reportagem sobre esse
fenômeno, mas na ultima hora foi cancelada. O que aconteceu foi que depois de um mês
rodando após o incidente, o ônibus quebrou e nunca mais voltou a rodar. Estava parado na
oficina da empresa servindo de sucata e tendo suas peças reutilizadas em outros ônibus.
A superstição sobre o 174 ficou tão forte que a empresa teve de acabar coma linha, no
lugar entrou a linha 158 (Gávea - Central), que faz o percurso idêntico.
UMA TRAGÉDIA FAMILIAR Revista Época Edição 94 de 06/03/2000
EM SÃO PAULO, TRAIÇÃO E ESPANCAMENTOS LEVAM UMA POLICIAL MILITAR
A MATAR O MARIDO NA FRENTE DOS FILHOS
Em cinco anos de carreira na Polícia Militar de São Paulo, a soldado Maria
Angélica Alapone Sena recebeu treinamento para ser uma agente da lei. No sábado 26,
Maria Angélica matou com sete tiros o marido, Aírton Fernandes Sena. O som do
primeiro estampido colocou-a em transe.
"Daí não vi mais nada", disse. O revólver Taurus, calibre 38, foi descarregado no
quarto do casal - na presença dos quatro filhos. Ao final, entregou a arma para a filha
Angélica, de 14 anos.
"Chame uma ambulância", ordenou. De short, camiseta e chinelos, seguiu para a
delegacia e entregou-se. Alegou legítima defesa. Como assumiu o crime, Maria
Angélica, de 30 anos, responderá ao processo em liberdade.
"Ela é equilibrada e disciplinada", garante o tenente-coronel Roberto Marciano,
comandante do 2o Batalhão de Trânsito, onde a soldado presta serviço. Há um mês,
Maria Angélica relatou a Marciano problemas domésticos. O marido batia nela e nos
quatro filhos. Também havia engravidado uma outra mulher.
A PM foi aconselhada a prestar queixa de agressão. Recusou-se. "Não quero
criar problemas para ele", disse ao tenente-coronel. Ela já tinha expulsado o marido de
casa havia três meses. No sábado, Sena resolveu tentar uma reconciliação e acabou
morto.
Eram 22 horas quando ele estacionou o caminhão na Zona Norte de São Paulo.
Não gostou de ver os filhos na rua. Obrigou-os a entrar em casa. Espancou todos.
Maria Angélica e Sena iniciaram uma discussão que só terminou com a tragédia.
A PM será submetida a júri popular. Está sob tratamento psicológico. Só sairá da
corporação se for condenada a mais de dois anos de prisão.
O BATISMO DE FOGO:
Era madrugada e fomos solicitados pelo 15o BPM, tratava-se de uma ocorrência com
reféns num motel.
Um casal de assaltantes entrou no motel e renderam a segurança, um dos clientes
desconfiou da situação e telefonou para a Brigada Militar o local foi cercado houve troca de tiros
e os assaltantes pegaram oito casais que estavam nos quartos, fazendo-os reféns e
ameaçando tirar a vida dos mesmos.
Chegamos no local e começamos a recolher informações sobre o fato, criminosos,
quantidade e características dos reféns e planta do local, enquanto instalávamos o grupo de
segurança, sniper e seu auxiliar.
Após todos os itens importantes registrados iniciamos o planejamento de negociação e
preparação do grupo de assalto, em virtude da situação decidimos empregar a técnica de
assalto por confinamento pois não sabíamos qual dos quatro andares encontrava-se os
criminosos e seus reféns, para depois de confinados iniciarmos a negociação. Já havia passado
a FASE AFETIVA, a mais crítica, porém não tínhamos contato visual ou auditivo com os
criminosos.
Iniciamos o assalto, primeiro andar revistado e limpo, segundo piso primeiro contato e
fomos alvejados por vários tiros de pistola 7.65, tentamos negociar, mas os assaltantes
assustados subiram para o terraço (neste contato não respondemos aos disparos por causa
dos reféns, só tomamos posição e nos abrigamos) nesta fuga para os andares superiores os
criminosos deixaram para traz 06 casais, ficando apenas com quatro pessoas. Após
revistarmos os reféns e recolhermos mais informações reiniciamos o confinamento. Terceiro
andar revistado e limpo, só restava o terraço.
Cobertura pronta, inicia a progressão do primeiro homem no terraço, após chegada a
seu ponto, o segundo homem inicia a progressão e novamente somos alvejados por tiros,
sentindo-se cercado o criminoso concorda em conversar (o Ten. Mamede, junto com sua
equipe inicia tratativas).
Conseguindo romper parte das defesas e desconfianças do criminoso, criou-se um fino
laço de confiança, momento que o casal de criminosos decide liberar duas pessoas, ficando
agora com apenas dois reféns atrás das caixas de reservatório de água, passadas algumas
horas o criminoso muda completamente sua posição e começa a gritar que vai morrer pois sua
vida não tem mais sentido, mas antes vai matar os reféns, engatilha sua pistola e quando
começa a se virar para os reféns decido que é hora do assalto final.
ASSALTO FINAL:
Tenho várias imagens de ações em minha mente até hoje, esta é uma delas; Fiz o sinal
de ataque com a mão esquerda e com a direita lancei uma granada de luz e som, quando ela
explodiu quatro componentes do CT9 e eu estávamos em volta do casal de assaltantes com
nossas armas apontadas para suas cabeças. Os criminosos atordoados e assustados com a
ação rápida e inesperada, obedeceram rapidamente às ordens de largar suas armas e
colocarem suas mãos sobre a cabeça. O senhor e a senhora que estavam como reféns nada
sofreram, apenas a senhora que estava nua enrolada em um lençol com o susto urinou-se "mas
isto o CT9 não era treinado para evitar".
Porto Alegre, 14 de Abril de 2001.
HEITOR SÁ DE CARVALHO JUNIOR - MAJOR/BM/RGS. "Semper Fidelis"
PERSEGUIÇÃO
A perseguição policial com carros e helicópteros foi mostrada pelas emissoras de TV
alemãs.
O ônibus foi parado quatro horas depois do início do seqüestro em uma das principais
estradas de ligação entre o norte e o sul do país.
A rodovia, que já é normalmente muito movimentada nas sextas-feiras, teve grandes
congestionamentos.
O seqüestrador aparentava ter entre 25 e 30 anos e foi descrito pelos policiais como
"sulista", uma vaga definição usada por eles para se referir a moradores da região do
Mediterrâneo, de países árabes ou asiáticos.
HISTÓRICO
O ônibus pertencia ao sistema de transporte público de Bremen. Até agora, não se sabe
o motivo do seqüestro.
Antes da rendição, o seqüestrador pediu para conversar com o prefeito de Bremen,
Henning Scherf, além de solicitar comida e um motorista para continuar a jornada rumo ao sul
do país.
Este é o segundo seqüestro de ônibus na Alemanha nos últimos dias.
Na semana passada, outro veículo foi levado por um assaltante de banco em Berlim. A
polícia libertou os dois reféns depois de atirar no ombro do seqüestrador.
O novo seqüestro traz lembranças dolorosas aos alemães. Em 1988, duas mulheres
mantidas reféns foram mortas por um assaltante de banco que também foi perseguido em
estradas durante dois dias. O crime ocorreu na cidade de Gladbeck.
02:27 2002-10-28
REFÉNS APOIAM MEDIDAS USADAS POR AUTORIDADES
Reféns sobreviventes do atentado terrorista chechena em Moscou declararam ao
Pravda.Ru que se não tivesse sido utilizado o gás imobilizador, as consequências teriam sido
muito piores.
Um refém disse ao Pravda.Ru que “Os terroristas sabiam que se utilizaria gás e tiveram
máscaras. Se o gás não tivesse sido suficientemente forte, teriam tido o tempo necessário para
accionarem os seus explosivos”.
No Domingo, um grande número de reféns tiveram alta dos hospitais de Moscou onde
foram internados, depois de um tratamento adequado. 200 dos 329 reféns a serem tratados no
hospital Nº 13 de Moscou, o melhor equipado, terão alta no Domingo, de acordo com
declarações prestadas à imprensa por Leonid Aranov, o Diretor do Hospital.
Declarações por fontes internacionais que os parentes das vítimas não têm acesso em
visita são falsas.
Começa a circular rumores entre os reféns de que alguns dos terroristas eram toxico-
dependentes, pois foram encontradas seringas junto aos corpos.
117 reféns morreram na operação de resgate, 50 terroristas foram eliminados e houve
baixas entre as tropas de elite, mas ainda não foram confirmadas.
CRISE
Em dezembro de 1994, a Rússia deu início à guerra contra a república da Tchetchênia.
O conflito durou 21 meses, deixou milhares de mortos e terminou com a retirada dos russos. A
Tchetchênia passou a gozar de ampla autonomia.
Em setembro de 1999, o então primeiro-ministro russo Vladimir Putin --hoje presidente-,
ordenou nova ofensiva militar contra a Tchetchênia, considerada uma república rebelde,
alegando que ela abrigaria rebeldes islâmicos que pretendiam estabelecer um Estado
fundamentalista no Daguestão, república russa vizinha à Tchechênia.
Após quase três anos de combates, Moscou domina a maior parte da região, incluindo a
capital, Grosni, e as principais cidades.
Obs.: O Cap PM Barros Comandante do Grupo de Ações Táticas Especiais, era um dos
negociadores do caso, obviamente não relatado na matéria. O referido oficial passou mais de
três dias na casa da família da vítima. Parabéns Cap PM Barros, parabéns GATE paraibano,
pelo profissionalismo e “dever do silêncio”.
CHEGA DE HIPOCRISIA
Dia 1 de dezembro passado, dois assaltantes invadiram uma das lojas DIC em São
Bernardo do Campo. Foram feitos 14 reféns e as negociações com a polícia - cerca de 50
policiais acompanhavam a ocorrência - duraram quatro horas. No final, os bandidos resolveram
sair atirando ao que a polícia revidou atingindo ambos que morreram no hospital. Entretanto,
um cinegrafista amador insiste em afirmar que a polícia executou os criminosos com tiros na
cabeça ao que o Ten Cel. PM Antonio Carlos Rodrigues, que chefiava o GATE no cerco à loja,
garante ser uma inverdade. Enfim, precisamos decidir o que realmente queremos, pois se a
polícia deixa os criminosos fugirem com os reféns e posteriormente esses inocentes são mortos
pelos seqüestradores, a culpa é da Polícia que não agiu. É incompetente. Se a Polícia age
tentando resgatar o refém e por questões adversas acaba matando os bandidos, ela é culpada.
É violenta. Será que queremos uma Polícia que pelo simples olhar consegue deter toda
criminalidade, como heróis de histórias em quadrinhos? Lamento desapontar, mas a realidade é
um pouco diferente e, às vezes, exige medidas mais firmes. Os policiais cumpriram à risca os
seus deveres: deter os criminosos e libertar os reféns. Se houve morte, não foi porque nenhum
policial quis que assim fosse e sim, porque a circunstância levou a isso. Chega de hipocrisia!