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GERENCIAMENTO

DE CRISES

NEGOCIAÇÃO
ASPECTOS DOUTRINÁRIOS
OBJETIVOS Conceituar situação de crise

Instrutivos Identificar as características de uma crise

Definir gerenciamento de crise

Identificar as alternativas táticas específicas do


gerenciamento de crise

Citar a constituição de um gabinete de crise

Identificar o objetivo e as fases do


gerenciamento de crise

Identificar distinguir as medidas adotadas no


processo de gerenciamento de crise

Alternativas táticas do gerenciamento

Estrutura do posto de comando gabinete da crise


CRISE!
O QUE É? (DEFINIÇÃO NO GC)
• Crise toda situação que envolva perturbação da
ordem pública ou ameaça a vida que necessitem de
emprego em mediato e adequado da força, exemplos:
incêndios e catástrofes naturais ocupações ilegais
manifestações, acidentes, epidemias atos terroristas
sequestros...
CRISE!
O QUE É? (DEFINIÇÃO NO GC)
SITUAÇÕES DE CRISE
GCM EM ATENDIMENTO

• Manifestações no paço municipal


• Câmara dos Vereadores
• Desocupação de áreas públicas invadidas
• Situações de crise em terminais de transbordo
• Escolas, Unidades de saúde
• Enfim o campo de atuação é amplo e cabe ao
operador tático estar pronto a responder a
sociedade.
EXEMPLOS INTERNACIONAIS
11 de Setembro NY / Escola em Beslan

11 DE SETEMBRO
EXEMPLOS INTERNACIONAIS
11 de Setembro NY / Escola em Beslan

ESCOLA EM BESLAN - RÚSSIA


CRISE INTERNACIONAL
FINAL TRÁGICO

• Situação encerrada com 3 terroristas


capturados e 27 mortos e três
escaparam
• 338 reféns foram mortos dentre elas 161
crianças e 167 adultos sendo 12
soldados do exército
• Total de feridos 700 pessoas
Impacto Negativo Opinião
Pública
Video sobre a ocorrência
Desenvolvimento
• CARACTERÍSTICAS DE UMA CRISE:
• Ameaça grave a vida

• Comprometimento da ordem pública imprevisibilidade

• Premência de tempo (compressão do tempo)

NECESSIDADES ADOTADAS PARA GERENCIAMENTO:


COMPETÊNCIA DOS ORGÃOS
ESTADUAIS E MUNICIPAIS

 Art. 144 CF/88:

 §5º às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da


ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, (...).

 A GCM desenvolve a sua atividade procurando evitar a


ocorrência do ilícito e daí ser denominada preventiva.
COMPETÊNCIA DOS ORGÃOS
ESTADUAIS E MUNICIPAIS
 A polícia administrativa reparte-se em: geral e especial. Dentre
as polícias administrativas especiais está a polícia de
manutenção da ordem pública, com características próprias,
como veremos adiante.
 Com efeito, a ordem pública há que ser mantida, preventiva
ou repressivamente (repressão imediata), quando o indivíduo ou
uma parcela da coletividade põe em risco a tranqüilidade social
ou atenta contra pessoas ou bens, públicos ou particulares.
 Repressão (PM) X Prevenção (GCM);
DECRETO ESTADUAL 9686/99

• Art. 1 – Cria o Conselho de Intermediação de Conflitos Sociais


e Situações de Risco;
• Art. 2 – Composição do Conselho/Presidência;
• Art. 5 – Conter, Isolar, comunicar ao SEJUSP – PM;
• Art. 7 – CCA – Designado pelo SEJUSP (Oficial Superior
PM);
• Art. 8 – Negociadores designados pelo Presidente do
Conselho;
ALTERNATIVAS TÁTICAS

• Negociação Policial;

• Emprego de técnicas menos que letais;

• Tiro de Comprometimento;

• Entrada Tática.
USO SELETIVO DA FORÇA
• O uso seletivo da força é a escolha adequada de opções de
força pelo GCM em resposta ao nível de submissão do
indivíduo suspeito ou infrator a ser controlado.
OBJETIVOS DE GERENCIAMENTO DE CRISES

• Preservar vidas;

• Aplicar a Lei;

• Restabelecer a ordem.
Negociação

“ Ás vezes, numa negociação, o mais importante


é ouvir o que não foi dito.” Peter Drucker
Negociação
Mas o que é “NEGOCIAR”?
Negociação

• A Negociação não é uma


competição, e sim um
processo de tomada de
decisões para se atingir
um consenso entre as
partes.
• Lembre-se o “ganhar-
ganhar”.
- Origens da Doutrina de Negociação no Brasil

Alguns casos que mudaram a forma de atuação em crises nos Brasil:

- Adriana Caringi, março de 1990;


- ônibus 174, junho de 2000;
- Caso Elohá, outubro de 2008;
• O Brasil Já teve incidentes críticos que serviram
para expor o amadorismo até então das
instituições policiais, notadamente quando atuam
os Grupos de Negociação e Grupos Táticos;
• Alguns ainda pensam que a atividade de
negociação é um meio para a atuação do grupo
tático;
• Problemas atuais:
- desconhecimento e descrédito na doutrina
(notadamente do escalão superior**);
- seleção e formação inadequadas, possibilitando o
acesso de aventureiros e “heróis” aos locais de crise**;
• Não há mais espaço para atuações amadoras. Não
podemos mais avaliar a resposta institucional em uma
crise apenas pelo resultado atingido.
• Exemplos Negativos:
- Morte de Sargento da PMRJ (2002);
- Morte de Major da PMESP (2011);
- Morte de Sargento da PMSC (2013).
Negociação
Negociação

Técnicas
Não-Letais

Tiro de
Comprometimento

Entrada
Tática

Solução da
Crise
Negociação

• Temos que sempre ter em mente que a Negociação


não é somente fazer acordos ou trocas;

• O principal foco sempre será “exercer influência


sobre o pensamento, comportamento e decisões de
outras pessoas”. (Agente causador da Crise).
Lembre-se também:

NECESSIDADES

Expressivas Instrumentárias

EMOCIONAL Enfoque RACIONAL

•Não faladas; Geralmente, situação •Faladas;


•Pedidos geralmente de Vítima •Exigências diretas e
difíceis de atender; objetivas;
•Objetivos confusos; •Tem sentido;
•Ex. ser aceito, ser •Representan uma meta;
amado, afeto, auto •Ex. comida, água,
estima, ser valorizado, Geralmente, situação dinheiro, fuga,
etc. de Refém armamento, etc.
Vantagens: Da Negociação Real
• Proporciona ganho de tempo, para o trabalho de inteligência;

• Possibilita planejamento evitando decisões precipitadas e


equivocadas;

• Maior chance de sucesso, apresenta menor risco;


• O sucesso raramente é fruto da ação ou do trabalho
de apenas uma pessoa;
Negociador
**Não trabalha sozinho;
Negociação
• Quem não dispõe de todas as alternativas táticas,
não está em condições de atuar de forma adequada
em uma crise nem tampouco dar a resposta
institucional esperada pela sociedade.
Negociação
• Tipos de negociação:

- Negociação Técnica (Pura, Real ou Estratégica):

- Negociação Tática (ou Preparatória): onde há uso de


força. (reflexo na opinião pública).
• Uso da Força:
Com certeza, a
postura da Polícia será
alvo de críticas por
parte da população, da
imprensa e dos
“especialistas de
plantão”, o que pode
acarretar prejuízo à
Instituição e desgaste
político.
• O Negociador:

- É o único canal de ligação do Causador de Crise com o


exterior;
- Tenta chegar a um acordo com o menor risco aos
envolvidos;
- Todas as informações que entram e saem do Palco da
Crise passam pelo Negociador;
- Não tem poder de decisão, então:
“Quem manda não negocia e quem negocia não manda.”
• Tem como principais funções em uma crise:

• Coletar informações

• Minimizar riscos aos envolvidos;

• Barganhar;

• Ganhar tempo;

• Apoiar às ações táticas.


• Equipe de Negociação Padrão:

• Assim como em várias polícias do mundo, a EN (Equipe de


Negociação) deve ser composta no mínimo por seis agentes:

• Comandante da Equipe;
• Negociador Principal;
• Negociador Secundário;
• Negociador Anotador;
• Apoio Logístico;
• Psicólogo.
• Comandante da
Equipe:

• Organizar o grupo;
• Distribuir tarefas;
• Supervisionar atividades;
• Ligação entre EN e GT,
e também com o GC.
Legenda: EN (equipe de negociação;
GT (grupo tático); GC (gerente da
crise).
• Negociador Principal:

• Conduz diretamente o
processo de negociação,
através do contato verbal
ou por meio eletrônico com
o Causador da Crise.
• Negociador Secundário:

• Assessora e auxilia o
Negociador Principal;
• Deve estar em condições
de substituí-lo. Caso seja
necessário. (envolvimento
emocional)
• Negociador Anotador:

• Mantém relatório passo-a-


passo dos fatos;
• Fornece dados novos ao
Negociador Principal;
• Assessora com informações
já anotadas;
• Mantém e atualiza os
Quadros de Situação;
• Entrevista reféns ou vítimas
liberadas.
• Apoio Logístico:

• Administra e opera os
materiais e equipamentos
do grupo;

• Motorista da equipe.
A EQUIPE DE
NEGOCIAÇÃO
• Psicólogo:
• Profissional da área de saúde mental;
• GCM com treinamento em GC e Negociação;
• Avalia o estado mental dos envolvidos;
• Traça o perfil do Causador da Crise;
• Cuida da saúde mental dos integrantes da equipe;
• Não negocia diretamente.
• “Não importa o tamanho de sua Polícia, nunca
negocie sozinho.”
Negociação
- Tipologia dos Causadores:

• Criminosos;
• Mentalmente Perturbados;
• Terroristas;
Negociação não é Mediação de Conflito

• A mediação de conflitos é um processo pacífico


de resolução de conflitos, em que uma terceira
pessoa, imparcial e independente, com a
necessária capacitação, facilita o diálogo entre as
partes para que estas possam se comunicar
melhor e, se possível, chegar a um acordo.
Conclusão

• A Negociação não é uma ciência exata, e sim uma arte.


• Por este motivo, não há como seguir uma regra específica
para todos os casos; muito vai depender da experiência,
do desprendimento e da dedicação do Negociador e da de
sua equipe.

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