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ECONOMIA E FINANÇAS

Sétima Aula

Professor Dr. Jamir Mendes Monteiro


PLANO DE AULAS
• 7ª Aula:
Análise sob Condições de Risco e Incertezas:
• Evitar a incerteza: uma reação comum
• Fundamento normativo do risco
• A estruturação da informação
• A estruturação de decisões arriscadas
• Integração dos vários efeitos de estruturação

• Evitar a incerteza: uma reação comum


• Fundamento normativo do risco
• A estruturação da informação
• A estruturação de decisões arriscadas
• Integração dos vários efeitos de estruturação
EVITAR A INCERTEZA: UMA REAÇÃO COMUM
• CENÁRIO 1: durante o recrutamento de um diretor de vendas, a presidente de uma nova
empresa iniciante da Internet entrevista um executivo experiente que fala sobre sua
reputação de premiar “resultados” e se recusar a tolerar falhas. Impressionada com o
discurso de força do candidato, a presidente o contrata no dia seguinte, passando por
cima de diversos candidatos que pareciam menos decididos.

• CENÁRIO 2: o Presidente Harry Truman declarou que os Estados Unidos precisavam de um


economista que tivesse “um lado só”. Quando lhe perguntaram por que, Truman
respondeu que ele estava cansado de economistas que diziam: “por um lado... Mas,
por outro lado ...”.

• CENÁRIO 3: quando uma organização é atingida por uma crise de orçamento, uma reação
comum é cortar despesas que não são vistas, como aquelas que aumentam a
produtividade imediata (tal como treinamento gerencial). Essa providência administrativa
reflete a crença de que se deve destinar dinheiro somente às despesas que com certeza
aumentarão o lucro e a produtividade em curto prazo.

• QUAL É O ELEMENTO COMUM NESSES CENÁRIOS? em cada caso, os tomadores de


decisões estão tentando alcançar certezas em um mundo incerto. Eles querem saber o
que acontecerá e não o que poderia acontecer.

• GRAUS DE AVERSÃO AO RISCO E DE EXPOSIÇÃO AO RISCO: maior ou menor


capacidade das pessoas não enfrentarem uma situação devido ao risco iminente.
FUNDAMENTO NORMATIVO DO RISCO
• PRIMEIRO FUNDAMENTO: os indivíduos não são nem racionais nem consistentes quando
fazem julgamentos sob incertezas.

• SEGUNDO FUNDAMENTO: a estrutura normativa provê um fundamento para ilustrar os


desvios sistemáticos em relação à racionalidade a que estamos propensos quando
tomamos decisões sob condições incertas.

• PROCESSO DE DECISÃO RACIONAL: compreende os seguintes pontos (1) especificação


do problema; (2) identificação de todos os fatores; (3) ponderação dos fatores;
(4) identificação de todas as alternativas; (5) classificação de todas as
alternativas de cada fator e (6) identificação da solução ótima. Até aqui, esse processo não nos
informa como classificar alternativas quando o resultado de um fator (ou fatores)
particular é incerto, nem nos forneceu regras para determinar a alternativa ótima
sob incerteza.

• PROBABILIDADE: o conceito da teoria da probabilidade expressa o número de


possibilidades de algo acontecer num determinado número de eventos. Por exemplo, uma
probabilidade de 1 (100%) representa a certeza de que o evento ocorrerá, enquanto que
uma probabilidade de zero (0%) representa a certeza de que o evento não ocorrerá.
Qualquer valor entre esses números representa a incerteza (até que grau acreditamos que o
evento ocorrerá).
FUNDAMENTO NORMATIVO DO RISCO
• JOGAR UMA MOEDA NÃO VICIADA QUATRO VEZES:
Evento ABCD Evento ABCD
1 TTTT 9 THHT

2 TTTH 10 HTHT

3 TTHT 11 HHTT

4 THTT 12 HHHT

5 HTTT 13 HHTH

6 TTHH 14 HTHH

7 THTH 15 THHH

8 HTTH 16 HHHH

• Conforme a Tabela, onde H é coroa e T é cara, a probabilidade de duas ou mais


caras aparecerem é de 11/16 (eventos 1 a 11); a probabilidade de se obter
exatamente duas caras é de 6/16 (eventos 6 a 11), etc.
FUNDAMENTO NORMATIVO DO RISCO
• VALOR ESPERADO: calcular o valor esperado de qualquer alternativa envolve ponderar
todos os possíveis resultados associados com aquela alternativa segundo suas
probabilidades e somá-los. Por exemplo, para calcular o número esperado de caras
resultante de quatro jogadas de uma moeda (a resposta é 2) teríamos que ponderar todas
as combinações possíveis do número de caras que ocorrem em quatro jogadas segundo sua
probabilidade de ocorrência.

Utilizando as 16 jogadas do exemplo anterior, teremos:

Valor Esperado = 1/16 (0) + 4/16 (1) + 6/16 (2) + 4/16 (3) + 1/16 (4)

Apenas uma vez em 16 não ocorrerá cara; quatro vezes em 16, ocorrerá uma cara;
seis vezes em 16, duas caras; quatro vezes em 16, três caras e uma vez em 16, quatro
caras.
Ponderando, temos

Valor Esperado = 1/16 . 0 + 4/16 . 1 + 6/16 . 2 + 4/16 . 3 + 1/16 . 4


Valor Esperado = 0 + 4/16 + 12/16 + 12/16 + 4/16 = 32/16 = 2

• EQUIVALENTE DE CERTEZA: é o valor certo que faria o tomador de decisões ficar


indiferente entre um evento incerto e aquele valor certo. Por exemplo, se você
tivesse uma oportunidade de aceitar uma chance de 50% de ganhar R$1000.000, qual
seria a quantia certa que o faria desistir da aposta? R$100.000, R$200.000 ou
R$300.000?
A ESTRUTURAÇÃO DA INFORMAÇÃO
• PROBLEMA 1: uma grande fábrica de automóveis sofreu recentemente várias dificuldades
econômicas e, ao que tudo indica, é preciso fechar três fábricas e demitir seis mil
empregados. A vice-presidente de produção tem explorado maneiras alternativas de
evitar a crise. Ela desenvolveu dois planos:

Plano A: este plano salvará uma das três fábricas e dois mil empregos.
Plano B: este plano tem um terço de probabilidade de salvar todas as três fábricas e
todos os seis mil empregos, mas dois terços de probabilidade de não salvar
nenhum dos dois.

• QUAL PLANO VOCÊ ESCOLHERIA?

• RECONSIDERE:
Plano C: este plano resultará na perda de duas das três fábricas e quatro mil
empregos.
Plano D: este plano tem dois terços de probabilidade de resultar na perda de todas as
três fábricas e de todos os seis mil empregos, mas um terço de probabilidade
de não perder nenhum dos dois.

• E AGORA?

• O modo como o problema é apresentado modifica a perspectiva de referência do


indivíduo.
A ESTRUTURAÇÃO DE DECISÕES ARRISCADAS
• PROBLEMA 2: imagine que você está face a face com o seguinte par de decisões
concorrentes. Primeiro examine ambas as decisões e então indique as opções que
prefere.

Decisão i: Escolha entre


a)Um ganho certo de R$240,00
b)25% de chance de ganhar R$1.000,00 e 75% de chance de não ganhar nada.
Decisão ii: Escolha entre
c) Uma perda certa de R$750,00
d) 75% de chance de perder R$1.000,00 e 25% de chance de não perder nada.

• Na decisão i, 84% dos participantes escolheram (a), enquanto somente 16%


escolheram (b). Na decisão ii, 87% dos participantes escolheram (d), enquanto
somente 13% escolheram (c). A maioria escolheu “um ganho certo de
R$240,00” na decisão i por causa da nossa tendência à aversão ao risco quando
se trata de ganhos e das perguntas estruturadas positivamente. Ao contrário,
a maioria escolheu “75% de chance de perder R$1.000,00 na decisão ii por
causa da nossa tendência à exposição ao risco quando se trata de perdas e das
perguntas estruturadas negativamente.

A subdivisão da tomada de decisões por toda a organização provavelmente


aumentará o potencial de inconsistência e escolha irracional.
INTEGRAÇÃO DOS VÁRIOS EFEITOS DE ESTRUTURAÇÃO
• A importância crítica da estruturação da informação sobre o modo como tomamos decisões
em situações incertas.

• Saber identificar situações nas quais tende a adotar uma determinada estrutura a ponto de
excluir outras perspectivas.

• Se pudermos entender e aplicar esse conhecimento, a consistência e a qualidade das nossas


decisões serão imensamente aprimoradas.

• Lembrar que:

Há muita incerteza no mundo e uma das escolhas mais básicas é se aceitaremos


essa incerteza como um fato ou tentaremos inventar um mundo estável só nosso.
Esse desejo muito natural das pessoas de reduzir a incerteza, que pode ser básico
para todo o empreendimento cognitivo de entender o mundo, se descontrola
totalmente a ponto de essas pessoas passarem a acreditar que a incerteza não
existe.

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