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CGCFN-31.

3 OSTENSIVO

MANUAL DE
CONTROLE DE DISTÚRBIOS

MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS

2014
OSTENSIVO CGCFN-31.3

MANUAL DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS

MARINHA DO BRASIL

COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS

2014

FINALIDADE: BÁSICA

1ª REVISÃO
OSTENSIVO CGCFN-31.3

ATO DE APROVAÇÃO

APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-31.3 - MANUAL DE


CONTROLE DE DISTÚRBIOS, 1ª REVISÃO.

RIO DE JANEIRO, RJ.


Em 06 de junho de 2014.

FERNANDO ANTONIO DE SIQUEIRA RIBEIRO


Almirante-de-Esquadra (FN)
Comandante-Geral
ASSINADO DIGITALMENTE

AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC

Em_____/_____/_____ CARIMBO

OSTENSIVO - II - REV.1
OSTENSIVO CGCFN-31.3

ÍNDICE
Páginas
Folha de Rosto .................................................................................................................. I
Ato de Aprovação ............................................................................................................. II
Índice................................................................................................................................. III
Introdução ......................................................................................................................... V
CAPÍTULO 1 - DISTÚRBIOS
1.1 - Generalidades .................................................................................................. 1-1
1.2 - Conceitos básicos ............................................................................................ 1-1
CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA DO USO GRADUAL DA FORÇA
2.1 - Generalidades .................................................................................................. 2-1
2.2 - Negociação ...................................................................................................... 2-1
2.3 - Identificação dos Sujeitos................................................................................ 2-1
2.4 - Identificação dos níveis da metodologia do uso gradual da força................... 2-2
2.5 - O Triângulo da força letal ............................................................................... 2-5
2.6 - Procedimentos para aplicação da força ........................................................... 2-6
CAPÍTULO 3 - MATERIAL UTILIZADO EM CONTROLE DE DISTÚRBIOS
3.1 - Generalidades .................................................................................................. 3-1
3.2 - Armamento e Munição.................................................................................... 3-1
3.3 - Agentes Químicos ........................................................................................... 3-6
3.4 - Equipagens e Equipamentos............................................................................ 3-7
CAPÍTULO 4 - A COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
4.1 - Generalidades .................................................................................................. 4-1
4.2 - Organização Básica da Companhia de Controle de Distúrbios....................... 4-2
4.3 - Composição da Companhia de Controle de Distúrbios .................................. 4-3
4.4 - Atribuições dos componentes da Companhia de Controle de Distúrbios ....... 4-4
4.5 - Adestramento .................................................................................................. 4-8
CAPÍTULO 5 - FORMAÇÕES E COMANDOS
5.1 - Generalidades .................................................................................................. 5-1
5.2 - Formações da Companhia de Controle de Distúrbios..................................... 5-1
5.3 - Formações do Pelotão de Controle de Distúrbios ........................................... 5-3
5.4 - Comandos........................................................................................................ 5-5

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

CAPÍTULO 6 - AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS


6.1 - Generalidades ................................................................................................. 6-1
6.2 - Emprego da Tropa de Controle de Distúrbios ................................................ 6-2
6.3 - Planejamento................................................................................................... 6-2
6.4 - Segurança da Tropa ........................................................................................ 6-6
6.5 - Procedimentos a serem cumpridos no Controle de Distúrbios ....................... 6-8
ANEXO A - Alcance de utilização do material empregado no Controle de Distúrbios .. A-1
ANEXO B - Quadro de distribuição do material empregado pela Companhia de
Controle de Distúrbios ................................................................................ B-1
ANEXO C - Modelo de Relatório de emprego de armamento não letal.......................... C-1
ANEXO D - Técnicas de utilização do Cassetete em Controle de Distúrbios ................. D-1
ANEXO E - Composição da Companhia de Controle de Distúrbios ............................... E-1

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

INTRODUÇÃO
As Tropas de Fuzileiros Navais poderão, quando determinado por autoridade
competente, organizarem-se e serem empregadas no Controle de Distúrbios. Esta publicação
trata dos aspectos relacionados com as técnicas e os meios utilizados por ocasião deste tipo de
emprego. O Controle de Distúrbios está diretamente ligado às Atividades de Emprego
Limitado da Força, porém pode estar inserido em outros contextos previstos na Doutrina
Básica da Marinha (DBM), que exigirão adaptações e ampliações ao contido neste Manual e
nas Regras de Engajamento previstas para cada situação.
No primeiro capítulo são apresentadas as generalidades e os conceitos básicos dos
Distúrbios, incitados por Agentes de Perturbação da Ordem Pública, os tipos de turbas e as
ações por elas desencadeadas.
O capítulo dois descreve a Metodologia do Uso Gradual da Força, enfatizando os
princípios da proporcionalidade e da força mínima necessária, a fim de controlar uma
determinada ameaça apresentada.
O capítulo três apresenta o Material utilizado pelas Tropas de Controle de Distúrbios.
O capítulo quatro descreve a organização e composição da Companhia de Controle
de Distúrbios.
No capítulo cinco são abordadas as Formações e os Comandos a serem utilizados
pela Companhia e pelo Pelotão de Controle de Distúrbios.
O capítulo seis descreve, em termos gerais, o planejamento, o emprego e os
procedimentos a serem cumpridos pela tropa no transcurso das Ações de Controle de
Distúrbios.
As principais alterações realizadas nesta revisão consistem na alteração da
composição da Companhia de Controle de Distúrbios, na alteração dos tipos de formação do
Pelotão de Controle de Distúrbios, na inclusão da metodologia do uso gradual da força, no
detalhamento das Ações de Controle de Distúrbios e na retirada das técnicas de utilização do
fuzil em Controle de Distúrbios. Foram ainda consideradas as orientações decorrentes da
Diretriz Ministerial nº 9/2014.
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações
da Marinha, como: Publicação da Marinha do Brasil, não controlada, ostensiva, básica e
manual.
Esta publicação substitui a CGCFN-31.3 – Manual de Controle de Distúrbios dos
Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais, 1ª edição, aprovada em 12NOV2008. O

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conteúdo da Nota de Coordenação Doutrinária nº 01-2012, do CGCFN, passa a integrar a


presente revisão.

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

CAPÍTULO 1
DISTÚRBIOS
1.1 - GENERALIDADES
Distúrbios são manifestações decorrentes da inquietação ou tensão de parcela da
população, que tomam a forma de atos de violência. São empreendidos por Agentes de
Perturbação da Ordem Pública (APOP) e podem originar-se de diversas causas de
cunho social, político e econômico, cujo estudo não é objeto desta publicação.
Adicionalmente, condições resultantes de calamidades públicas podem contribuir para a
geração de distúrbios, seja pela tentativa da população de escapar de catástrofes, seja
pelo aproveitamento da situação reinante por indivíduos ou grupos inescrupulosos.
Quando não controlados pelas autoridades competentes, os referidos distúrbios poderão
ocasionar:
- a redução ou perda da confiança do povo nas autoridades constituídas;
- a intimidação ou desgaste do poder legal;
- a perturbação da ordem e do funcionamento das Instituições e dos Órgãos Públicos e
Privados; e
- a agitação, a intimidação ou o pânico de toda a população.
1.2 - CONCEITOS BÁSICOS
1.2.1 - Agentes de Perturbação da Ordem Pública
São pessoas ou grupos de pessoas cuja atuação momentaneamente comprometa a
preservação da ordem pública ou ameace a incolumidade das pessoas e do
patrimônio.
1.2.2 - Ato ameaçador
É a ação agressiva e deliberada com o intuito de provocar efeitos lesivos ou danosos
contra, respectivamente, pessoas ou patrimônio.
1.2.3 - Legítima defesa
É o uso moderado dos meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem.
1.2.4 - Autodefesa
Legítima defesa com o emprego dos próprios meios em resposta a um ataque direto.
1.2.5 - Reação mínima
É a menor intensidade de violência, suficiente e necessária, para repelir ou prevenir o
ato ameaçador, se possível, sem danos ou lesões.

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1.2.6 - Proporcionalidade
Correspondência proporcional entre a ação dos APOP e a reação da tropa empregada,
de modo a não haver excesso por parte do integrante desta, durante toda a operação.
1.2.7 - Força mínima
É o menor grau de força necessário para desestimular o APOP a prosseguir nos seus
atos, causando-lhe o mínimo de danos possível, seja sobre sua pessoa (dano físico ou
psíquico), seja sobre o seu patrimônio.
1.2.8 - Manifestação
É a demonstração, realizada por pessoas reunidas, com sentimento hostil ou
simpático a determinada autoridade ou a alguma condição ou fato de natureza social,
política ou econômica.
1.2.9 - Aglomeração
Grande número de pessoas temporariamente reunidas. Geralmente, os integrantes de
uma aglomeração pensam e agem como elementos isolados e não organizados.
1.2.10 - Multidão
Grande número de pessoas reunidas e psicologicamente unificadas por interesses
comuns. Em geral, a formação de multidão caracteriza-se pelo aparecimento do
emprego do pronome "nós" entre os participantes, que utilizam frases de efeito, tais
como: "nós estamos aqui para protestar..." ou "nós viemos prestar nossa
solidariedade...".
1.2.11 - Tumulto
Desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a um desígnio
comum de realizar certo empreendimento, por meio de ação planejada, contra
alguém que a elas possa se opor.
1.2.12 - Perturbação da ordem
Abrange todos os tipos de ação, inclusive decorrentes de calamidade pública que,
por sua natureza, origem, amplitude e potencial, possam vir a comprometer o
exercício dos poderes constituídos, o cumprimento das leis e a manutenção da
ordem pública, ameaçando a população, propriedades públicas e privadas.
1.2.13 - Turba
Multidão cujos componentes, sob o estímulo de intensa excitação ou agitação,
perderam o senso da razão e o respeito à lei e seguem líderes em atos de
perturbação da ordem pública.

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a) Transformação de uma Aglomeração em Turba


Quando a totalidade ou a maioria dos elementos de uma aglomeração estabelece
um objetivo comum e manifesta a intenção de realizá-lo sem medir
consequências, origina-se uma Turba.
A motivação para tal transformação poderá estar na figura de um líder que
aproveite um fato violento, ou mesmo um acontecimento fortuito, ou que
empolgue por suas palavras os componentes da Aglomeração.
b) Tipos de Turba
I) Turba agressiva
É aquela que estabelece um estado de perturbação da ordem e realiza atos de
violência, como acontece em distúrbios resultantes de conflitos sociais ou
políticos, nos linchamentos ou levantes de detentos em penitenciárias.
II) Turba pânica
É aquela que procura fugir de algum local, na tentativa de garantir a sua
segurança. Seus elementos poderão perder o senso da razão, o que poderá
induzi-los a provocar danos em pessoas e bens móveis e imóveis. O pânico
poderá originar-se de boatos, incêndios, explosões, calamidades etc.
III) Turba predatória
É a impulsionada pelo desejo de apoderar-se de bens materiais, como em
distúrbios para obtenção de alimentos.
c) Atos dos participantes de uma Turba
Os componentes de uma Turba são influenciados, em maior ou menor grau, por
seu espírito inventivo, pela capacidade de seus líderes e pela existência ou não de
armas, suprimentos, equipamentos e outros materiais.
Os seguintes fatores ditarão o grau de violência de que será capaz uma Turba:
- espécie de indivíduos que a compõem;
- número de pessoas envolvidas;
- localização;
- a causa da perturbação; e
- as armas disponíveis.
A Turba poderá dirigir impropérios aos elementos encarregados de manter a
ordem, como, por exemplo, observações obscenas e insultos, com a finalidade de

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ridicularizá-los ou irritá-los, o que caracteriza o desacato. Tais atitudes, embora


não exijam o emprego imediato da força, são ilícitas e devem ser coibidas.
Poderão ocorrer também ações de vandalismo contra propriedades particulares e
públicas, arremesso de objetos de toda sorte contra a Tropa, lançamento,
deliberado de veículo em direção ou de encontro a pessoal ou instalações,
distribuição de panfletos contendo frases ofensivas às autoridades ou de estímulo
à continuação das ações.
d) Os líderes da Turba
Os líderes agem diferentemente dos demais, pois dão início às atividades do
movimento, incitam com “slogans” e coordenam as ações. Poderão colocar à
frente dos manifestantes crianças, mulheres e idosos, com a finalidade de
desencorajar as ações da Tropa.
e) Emprego de fogo e engenhos diversos
As Turbas poderão empregar o fogo, nas seguintes formas:
- incendiar edifícios para bloquear o avanço da Tropa ou criar confusão;
- empregar coquetel “molotov”;
- espalhar qualquer substância inflamável sobre determinada área e lançar fogo,
quando a Tropa nela penetrar;
- derramar qualquer substância inflamável na direção da Tropa aproveitando
declive do terreno e, posteriormente, lançar fogo; e
- lançar qualquer substância inflamável do alto de edifícios sobre a tropa e,
posteriormente, inflamá-la.
Existem diversos engenhos que poderão ser utilizados contra a Tropa, como, por
exemplo:
- botijões de gás e garrafas de oxigênio que poderão ser detonados, como meio de
demolição;
- cargas explosivas colocadas em edifícios que poderão ser acionadas à passagem
da Tropa, com o propósito de causar baixas e obstruir vias de acesso;
- cargas explosivas enterradas que poderão ser acionadas à passagem da Tropa
para causar baixas;
- explosivos acionados por controle remoto, ou espoletas de retardo, transportados
por animais e viaturas que poderão ser conduzidos em direção à Tropa para
causar baixas; e

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- cargas de demolição que poderão ser utilizadas para romper barragens ou dutos a
fim de inundar uma área.
f) Utilização de armas de fogo
Os líderes da Turba poderão, ainda, encorajá-la a realizar ações mais violentas e
ousadas pelo emprego de armas de fogo contra a Tropa.

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CAPÍTULO 2
METODOLOGIA DO USO GRADUAL DA FORÇA
2.1 - GENERALIDADES
Durante as últimas duas décadas a doutrina de emprego de Tropas inseridas em ações de
Controle de Distúrbios (CD) sofreu diversas atualizações. Uma das principais consiste
no entendimento de que o CD deixou de ser uma ação que exigia o contato físico da
Tropa com os integrantes da Turba para conter o seu avanço, dividi-la e dispersá-la e
passou a ser uma ação de dispersão à distância, empregando os armamentos e recursos
de baixa letalidade nos limites de seus alcances.
Em casos onde o contato faz-se necessário e inevitável, avulta de importância a adoção
de uma metodologia do uso da força, sendo imperativa a observância dos princípios da
proporcionalidade, legalidade e necessidade. Tal metodologia é adotada para auxiliar na
identificação do nível de força apropriado a ser utilizado para um determinado nível de
resistência. Nas Atividades de Emprego Limitado da Força, nas quais os Grupamentos
Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) devam seguir orientações rígidas e
precisas contidas em regras de engajamento, o referido modelo auxilia sobremaneira na
utilização do mínimo de força que seja razoavelmente necessária, sob as circunstâncias
que assim a requeiram, para controlar a situação apresentada.
2.2 - NEGOCIAÇÃO
A negociação pode ser entendida como a ação de convencimento empreendida pelas
Forças com o objetivo de persuadir a outra parte envolvida, por meio da apresentação
dos benefícios mais relevantes em relação ao ponto de vista defendido. A negociação
deve preceder o emprego da dissuasão e do uso gradual da força.
Sempre que possível deve ser utilizado pessoal adequadamente preparado para negociar
com Multidões, podendo ser o Comandante da Tropa enquadrada ou outro militar
habilitado e com pendor para tal. No intuito de atenuar as dificuldades encontradas nesta
difícil e importante tarefa, poderá ser previsto o auxílio das Equipes de Negociação
Distritais dos diversos Distritos Navais.
2.3 - IDENTIFICAÇÃO DOS SUJEITOS
Para a correta compreensão da metodologia do uso gradual da força, faz-se necessária a
identificação de dois tipos de sujeito, cada qual com duas subdivisões:

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2.3.1 - Sujeito passivo


a) Complacente
Sujeito que segue as solicitações e orientações verbais emitidas.
b) Resistente
Sujeito que não segue as solicitações e orientações verbais emitidas, mas não
oferece resistência física às tentativas de obtenção de controle. Exemplo:
manifestantes que não reagem ao contato físico dos militares ou indivíduo que
esboça uma leve reação.
2.3.2 - Sujeito ativo
a) Resistente
Sujeito que não segue as solicitações e orientações verbais, oferece resistência
física que impede ou pode impedir a obtenção do controle, mas que não tenta ferir
integrantes da Tropa.
b) Agressor
Sujeito que tenta ferir ou atacar os integrantes da Tropa ou qualquer outro
indivíduo. Exemplo: uma agressão física ou qualquer outra ação que leve o militar
a acreditar que o sujeito atente contra a incolumidade física de um indivíduo.
2.4 - IDENTIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DA METODOLOGIA DO USO GRADUAL DA
FORÇA
Identificado o tipo de sujeito, resta determinar em qual nível da Metodologia do uso
gradual da força o mesmo está inserido. A referida Metodologia é composta por seis
níveis, a saber:
2.4.1 - Presença oficial
Constitui-se na boa aparência refletida por uma Tropa bem uniformizada e equipada,
com excelente conduta profissional e comunicação verbal e não verbal tomadas em
conjunto. Tais condições criam um ambiente propício à obediência e,
consequentemente, à dissuasão. Neste mister, esta simples demonstração de força
poderá desencorajar atos contrários à ordem pública e ameaçadores à incolumidade
das pessoas e do patrimônio.
A habilidade do militar em se comunicar de maneira eficaz, mantendo sempre o
contato visual, aliada ao trato firme, digno e respeitoso com o interlocutor são
imprescindíveis.

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2.4.2 - Comandos verbais e consequências


Envolve a emissão de determinações claras e concisas. Ordens verbais devem ser
simples, razoáveis e dadas de forma imperativa. Neste nível, o militar deixará de
simplesmente se comunicar e dará ordens específicas. Se o sujeito não responder ou
não obedecer a uma ordem verbal, a mesma deve ser repetida usando-se a força da
autoridade. Além disso, deve-se ressaltar as consequências da referida desobediência.
2.4.3 - Técnicas de controle
Neste nível são utilizadas técnicas para controlar os sujeitos passivos resistentes.
Nenhuma arma, de qualquer natureza, é empregada. Ocorre o amplo emprego de
técnicas de imobilização, tais como: pontos de pressão e manipulação de
articulações. É também observada a aplicação de algemas com a posterior condução
dos APOP. Cabe ressaltar que, nas operações realizadas no Território Nacional, de
acordo com a Súmula Vinculante nº 11 do Supremo Tribunal Federal, o uso de
algemas só é lícito em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito.
2.4.4 - Técnicas de respostas agressivas
Constitui-se no primeiro nível da escala do uso da força a ser utilizada em resposta a
sujeitos ativos. Destina-se a intimidar e compelir o sujeito a fazer algo a que se
recusa. São utilizadas técnicas de atordoamento e imobilizações, emprego de
irritantes químicos, tal como “spray” de pimenta e gás lacrimogêneo, ações com cães
de guerra, socos e pontapés, não para agredir, mas sim para se obter distância, no
intuito de se utilizar os instrumentos de menor potencial ofensivo. Importante frisar
que infligir dor ao sujeito só se aplica em situações de autodefesa, conforme as regras
de engajamento estabelecidas. Para o emprego de granada de gás lacrimogêneo ou
outros artefatos de efeitos irritantes deverão ser observadas medidas de segurança
básicas, tais como:
- direção e velocidade do vento favoráveis à Tropa;
- o lançamento direto sobre pessoas é proibido;
- o acionamento das munições ao nível do solo;
- a existência de escolas e hospitais nas proximidades;
- a existência de rotas de fuga;
- maior prudência quando se tratar de recintos pequenos, de difícil circulação ou

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áreas confinadas; e
- não deverá ser utilizado em dias chuvosos ou úmidos, bem como simultâneo com
jato d’água.
2.4.5 - Utilização de Armas Intermediárias
As Armas Intermediárias são utilizadas para auxiliar o militar no controle de sujeitos
ativos quando não for possível exercê-lo quando da observância das técnicas de
respostas agressivas. Essa opção torna-se extremamente válida e deverá ser
observada antes da utilização da força letal. Neste nível são utilizados cassetetes,
bastões retráteis, dispositivos elétricos incapacitantes (eletrochoque) e munição de
borracha (elastômero). Deverão ser observados cuidados especiais, quando da
utilização destes recursos, tais como:
- a visada deverá ser feita, preferencialmente, no centro do corpo, em grandes áreas
musculares e, se possível, nos membros inferiores. A visada na cabeça e no pescoço
é proibida;
- quando a intenção for dissuadir o APOP, deverão ser efetuados disparos na altura
dos joelhos;
- evitar o disparo de projéteis de borracha em pessoas posicionadas em locais altos
pela possibilidade de produzir quedas, que possam levar a ferimentos graves ou a
mortes;
- respeitar as prescrições constantes nos respectivos manuais técnicos para utilização
das armas de baixa letalidade, particularmente os dispositivos elétricos
incapacitantes; e
- a utilização de armas de baixa letalidade contra idosos, gestantes, crianças e
portadores de necessidades especiais é proibida quando esses estiverem isolados, e
deve ser evitada, se possível, quando se confundirem com uma Turba.
2.4.6 - Força Letal
Ato destinado a causar, ou com alta probabilidade de causar, a morte ou lesões
extremamente graves. Com a finalidade de auxiliar o militar na identificação deste
nível de força, deve-se observar o gráfico contendo os níveis da Metodologia do uso
gradual da força (Fig. 2-1).

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Fig. 2-1 - Níveis da Metodologia do uso gradual da força

2.5 - O TRIÂNGULO DA FORÇA LETAL


Triângulo da Força Letal é um modelo de tomada de decisão destinado a desenvolver a
habilidade do militar para responder, com qualidade e profissionalismo, às situações
operacionais de confronto, particularmente com utilização de armas de fogo. A Força Letal
só poderá ser utilizada quando os APOP reunirem os três fatores representados pelos lados
do triângulo constante da figura 2-2.
2.5.1 - Arma
Definida como objeto capaz de causar a morte ou ferimentos graves, tais como armas de
fogo, coquetel “molotov”, taco de basebol, facas, entre outros. Esse fator pode, ainda, ser
representado pela capacidade física, habilidade em artes marciais ou compleição física
avantajada que seja significativamente superior à do militar que o aborda.
2.5.2 - Oportunidade
Diz respeito ao potencial do agressor em usar sua habilidade para matar ou ferir
gravemente um militar ou outra pessoa. Um sujeito desarmado, mas com grande
compleição física, pode, em tese, ter a habilidade de ferir seriamente ou matar uma outra
pessoa de menor compleição e menos condicionada fisicamente. A oportunidade,
entretanto, não existe se este sujeito está a vinte metros de distância, por exemplo. De
igual maneira, um sujeito armado com uma faca poderá matar ou ferir seriamente, mas
pode faltar oportunidade se as distâncias envolvidas forem aumentadas.

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2.5.3 - Ações
São concretizadas quando um APOP toma vantagem de sua arma e oportunidade
intencionando colocar a Tropa ou outras pessoas em iminente risco de vida ou de lesões
graves.
Importante salientar que apenas o fato de o sujeito possuir uma arma, na cintura, por
exemplo, não credencia o militar a utilizar de Força Letal. Para que efetivamente a Força
Letal seja empregada deve existir, ainda, a oportunidade e a ação.

Fig. 2-2 – Triângulo da Força Letal


Cabe ressaltar que não é imperativo seguir todos os níveis da Metodologia do uso da
força, passo a passo, até chegar ao último. Dependendo das circunstâncias, o nível da
Metodologia poderá evoluir do primeiro ao último em segundos. Deste modo, alguns
indicadores servem de parâmetro para determinar o momento em que se deve elevar o
nível de força, são eles: segurança dos militares envolvidos, do patrimônio ou das
pessoas sob a proteção de nossas Tropas, ataque por parte dos APOP e repetições
excessivas das mesmas ordens verbais emanadas pela Tropa.
2.6 - PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DA FORÇA
Diante das considerações mencionadas, deve-se, de modo geral:
1) sempre empregar a força mínima necessária para cessar a ameaça; e
2) se a situação caminhar para o emprego do armamento com munição letal pela Tropa,
este só poderá ser feito mediante ordem do seu Comandante, exceto quando não for
possível comunicar-se com este por razões diversas, geralmente oriundas de extremo
ruído, dispersão das Tropas e confusão, sendo, neste caso, o responsável pela
autorização do uso da Força Letal, será o mais antigo da cena de ação. Tal emprego
deve ser considerado como último recurso, para a preservação da própria integridade
física, de terceiros, de instalações e/ou de bens materiais essenciais ao cumprimento da
missão, valendo-se rigorosamente das Regras de Engajamento estabelecidas e
autorizadas. Em todos os casos, não é aconselhável executar disparos de advertência,

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haja vista a alta probabilidade de ocorrerem efeitos colaterais indesejáveis neste tipo de
ação. Contudo, caso seja extremamente necessário utilizar-se deste recurso, deverá ser
executado, em locais visíveis pelos APOP, de forma a intimidá-los. Deve-se, ainda, ao
utilizar o armamento letal:
- atirar somente na direção do APOP claramente identificado;
- buscar ferir e não matar o APOP;
- direcionar os tiros para os membros inferiores dos APOP, com o objetivo de
incapacitá-los, ou para o motor ou pneus do veículo, se estiverem embarcados;
- tomar todas as precauções razoáveis para não ferir qualquer outra pessoa além do
APOP;
- deverá ser mantido o controle na execução dos fogos, os quais cessarão tão logo
alcancem o efeito desejado e/ou o APOP houver cessado a ameaça;
- sempre realizar disparos intermitentes; e
- imediatamente após o ocorrido, o Comandante da Tropa envolvida deverá reportá-lo
ao escalão superior e prestará todo o socorro possível às vítimas, sejam elas
pertencentes à Tropa ou não.

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

CAPÍTULO 3
MATERIAL UTILIZADO EM CONTROLE DE DISTÚRBIOS
3.1 - GENERALIDADES
Neste capítulo serão abordados armamentos, munições, agentes químicos, equipagens e
equipamentos passíveis de serem utilizados em CD.
Nos Anexos A e B são detalhados, respectivamente, o alcance dos armamentos e
equipamentos utilizados pelos integrantes da Companhia de Controle de Distúrbios
(CiaCD), assim como as equipagens, armamento e munição.
3.2 - ARMAMENTO E MUNIÇÃO
Ocorrendo impactos em pessoas, quando utilizado qualquer armamento não letal, é
recomendável que seja preenchido o relatório constante do Anexo C.
Os seguintes armamentos e munições serão empregados pela CiaCD.
3.2.1 - Armamento letal
a) Pistola 9mm
Armamento utilizado para a autoproteção do militar e, secundariamente, para
autodefesa dos militares do Pelotão de Controle de Distúrbios (PelCD), caso
necessário.
b) Fuzil com luneta/mira reflexiva
Empregado pelos Seguranças em missões eventuais de tiro, cujo propósito seja a
neutralização de uma ameaça que represente risco iminente à vida dos militares,
como, por exemplo, atiradores posicionados em prédios.
3.2.2 - Armamento e munição não letal
a) Espingarda militar 18,6mm
Armamento de uso consagrado nas ações de CD, utilizando munições de borracha
e lacrimogênea. São distribuídas nos Grupos de Controle de Distúrbios (GpCD) e
empregadas por determinação do Comandante do PelCD (CmtPelCD).
Devido à potência e às características da munição, pode ser empregada contra
alvos tipo ponto ou área, a uma distância entre quinze e cinquenta metros,
conforme o tipo de munição empregada.

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA


Munições explosivas NÃO PODEM ser disparadas diretamente contra pessoas pois
podem provocar ferimentos graves e até serem letais.

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

b) FN-303
Poder ser empregado, sem letalidade e com precisão, para marcar ou neutralizar,
momentaneamente, um alvo a uma distância que varia de um a cinquenta metros.
Utiliza munições de:
I) Impacto
De emprego semelhante às munições de borracha das espingardas 18,6mm.
II) Tinta lavável
Utilizada para marcar elementos específicos da Turba, podendo ser removida
facilmente.
III) Tinta não lavável
Utilizada para marcar elementos específicos da Turba, sendo de difícil
remoção.
IV) Pimenta
Além de provocar a dor inerente ao impacto, libera gás de pimenta,
contribuindo para causar maior desconforto e dispersar manifestantes (efeito
aproximado de quarenta minutos).
c) Lançador de granadas 40mm
O lançador de granadas 40mm possibilita o emprego de munições de borracha e
espuma, podendo ser empregado sem letalidade e com precisão para neutralizar
um alvo a uma distância que varia de cinco a vinte e cinco metros, conforme o
tipo de munição utilizada.
Este armamento possibilita, ainda, lançar granadas a uma distância entre
cinquenta e setenta metros, empregando as seguintes munições:
I) Efeito moral
Tem o propósito de demonstrar força e afetar o moral dos integrantes da Turba,
produzindo som e fumaça. Preferencialmente, será a primeira munição a ser
empregada, por não causar dano colateral, permitindo o emprego gradual da
força.
II) Fumígena
Tem o propósito de produzir densa cortina de fumaça que causa confusão e
mascara a localização precisa da Tropa, possibilitando seu reposicionamento
em curto prazo.
Permite, secundariamente, o levantamento preciso da direção do vento,

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

possibilitando o emprego apropriado de outros agentes.


III) Pimenta
Tem como principal efeito a dispersão dos manifestantes a grande distância da
linha de escudos. Além disso, a duração dos efeitos do agente químico, em
média quarenta minutos, contribui sobremaneira para dissolução da Turba.
IV) Lacrimogênea
Possui efeito semelhante ao agente pimenta, com menor tempo de duração
(efeito aproximado de quinze minutos).

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA


Munições explosivas NÃO PODEM ser disparadas diretamente contra pessoas, pois
podem provocar ferimentos graves e até serem letais.

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA


Quando utilizando munições de impacto controlado devem ser observadas as
seguintes precauções:
- o disparo deve ser feito a uma distância acima de vinte metros, apontando-se a arma
para as pernas;
- evite o disparo contra a cabeça ou o baixo ventre; e
- o disparo a curtas distâncias somente deve ser efetuado com as munições
especificamente desenvolvidas para essa finalidade (proximidade).

d) Pistola de eletrochoque
Armamento empregado pelo Elemento Eletrochoque do Grupo de Presa, cuja
finalidade é imobilizar o APOP, a fim de facilitar sua captura.
Seu utilizador não poderá manter acionada a tecla do gatilho por mais de cinco
segundos, a fim de evitar possíveis sequelas no alvo. Considera-se o alcance
máximo de dez metros.
Não deverão ser utilizados disparos simultâneos de mais de uma pistola de
eletrochoque sobre um mesmo alvo. Disparos subsequentes desse armamento
sobre um mesmo alvo só se justificam quando o Grupo de Presa não conseguir
efetuar o aprisionamento durante o efeito causado pelo primeiro disparo.
Atingir áreas de nervos ou de músculos, evitando os ossos e a gordura, pois agem
como isoladores. São as seguintes as áreas preferenciais de contato:
- peitoral e parte superior das costas;
- lado esquerdo e direito do abdomem; nádegas;

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

- coxas e pernas acima dos joelhos; e


- braço e antebraço.
Evitar as seguintes partes do corpo:
- cabeça;
- pescoço;
- virilha;
- seios;
- garganta; e
- coluna cervical.
Em geral são observados os seguintes efeitos no corpo humano, podendo não ser
os mesmos para todas as pessoas:
- de um a dois segundos - contrações mínimas dos músculos forçando o atingido a
soltar objetos que estiverem nas mãos;
- de dois a quatro segundos - tende a derrubar o agressor; e
- cinco segundos - incapacitação temporária com imobilização não letal de curto
prazo.
ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA
Não usar:
- em ambientes onde haja substâncias inflamáveis;
- em ocasiões de infratores mantendo pessoas sob mira de arma de fogo com dedo no
gatilho (espasmo muscular);
- em disparos a menos de dois metros de distância (queima-roupa); e
- por pessoal sem habilitação ou capacitação adequada.

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA


Visando evitar lesões secundárias graves por consequência do disparo de dardos em
uma pessoa, deve-se observar as seguintes situações, em que o uso não é recomendado:
- indivíduos que estão em superfícies elevadas ou instáveis (árvores, escadas etc);
- os que estão impossibilitados de se segurar ou se protegerem nos casos de queda
(algemado, amarrado etc.);
- indivíduos que estão em ambiente onde a projeção da queda pode se dar em objetos
cortantes ou perigosos (facões, enxadas...); e
- pessoas que estão operando qualquer meio de transporte (veículos, motocicletas), ou
outros meios (elevador, carros elétricos, patins...).

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA


Sempre aponte o seu dispositivo elétrico incapacitante para baixo até que você esteja
pronto para usá-lo.
Considere-o como estando sempre “carregado”.
Mantenha o dedo fora do gatilho até o momento do disparo efetivo.

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

e) Espargidor de pimenta
Possui excelente eficácia na incapacitação de pessoas, atuando por meio da ação
de agentes químicos, sendo apropriado para a defesa pessoal e para dispersar e
neutralizar pequenos grupos.
Os espargidores de pimenta pequenos (pequeno volume de gás e curto alcance)
são utilizados para autodefesa e, secundariamente, para dispersar indivíduos e
pequenos grupos. Quando for necessária a dispersão ou neutralização de maior
número de APOP, deverão ser utilizados espargidores grandes com maior volume
de gás e maior alcance, devendo ser respeitadas as prescrições constantes nos
respectivos manuais técnicos dos fabricantes.
Características:
- substância: capsaicina (pimenta);
- excelente eficácia física e psicológica;
- efeitos imediatos de quarenta minutos;
- surpreende totalmente as pessoas;
- fechamento involuntário dos olhos;
- forte lacrimejamento;
- fotofobia ou fotosensibilidade;
- sensação de sufocação e queimação;
- tonteira;
- grande reação emocional;
- irritação e corrimento nasal;
- odor característico;
- desorientação; e
- formas de emprego: grupo aerosol; grupo espuma; grupo gel; e grupo ampola.
RECOMENDAÇÕES:
- o espargimento deve ser contínuo com duração de um a dois segundos;
- evitar o disparo contra o vento (aerosol);
- o espargimento do gás deve ser direcionado para a face do agressor, de maneira
circular, fazendo com que o agressor inale e seja atingido nos olhos;
- buscar surpreender o agressor; e
- serão necessários dois ou mais jatos de “spray” caso o agressor esteja usando
óculos ou cobertura.

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA


A maioria dos espargidores são inflamáveis, NÃO PODEM ser utilizados sobre
pessoas portando objetos inflamáveis ou conjugado com a pistola eletrochoque, havendo
risco de provocar queimaduras.

f) Granada de mão (lacrimogênea/pimenta/efeito moral/fumígena)


Possuem características similares às granadas disparadas pelos lançadores, exceto
quanto ao seu alcance, que depende diretamente da técnica de lançamento e da
força física do lançador. Considera-se o alcance máximo de vinte e cinco metros.

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA


As granadas lacrimogênea, de pimenta, de luz e som etc., NÃO PODEM ser
utilizadas em áreas que contenham produtos inflamáveis, tais como refinarias, postos de
combustíveis. Nestes locais devem ser utilizadas somente granadas frias.

3.3 - AGENTES QUÍMICOS


O emprego de Agentes Químicos constitui uma das principais ferramentas de CD. São
normalmente utilizados no nível quatro (técnicas de respostas agressivas) da
Metodologia do uso gradual da força.
3.3.1 – Classificação
Os Agentes Químicos são classificados em:
- Agentes Fumígenos; e
- Agentes Inquietantes que englobam os lacrimogêneos.
3.3.2 - Emprego
a) Fumígenos
Tem as seguintes finalidades:
- criar cortinas de fumaça;
- produzir efeitos psicológicos; e
- obter indicação da direção do vento, para lançamento de granadas de gás
lacrimogêneo ou emprego do espargidor de gás.
b) Lacrimogêneos
Os gases lacrimogêneos, entre outros, são os principais meios para dispersar
Multidões, com resultados satisfatórios. O uso do gás tem grande efeito
psicológico, pois abala a "sensação de unidade" que mantém a coesão das
Multidões.

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Características:
- sólido micropulverizado;
- odor de pimenta;
- classificação tática – inquietante (irritante);
- classificação fisiológica – lacrimogêneo; e
- efeitos fisiológicos – lacrimejamento intenso, ardência na pele e mucosas
variáveis e tosse, entre outros (dez a trinta minutos).
3.4 - EQUIPAGENS E EQUIPAMENTOS
As equipagens e os equipamentos empregados pela CiaCD são apresentados a seguir.
3.4.1 - Equipagens utilizadas pela Tropa empregada em CD
- capacete balístico nível III-A;
- colete balístico nível III-A;
- viseira antitumulto;
- máscara contra gases;
- joelheira, caneleira e cotoveleira antitumulto;
- bornal de perna para máscara contra gases; e
- algemas plásticas (duas).
3.4.2 - Megafone/dispositivo acústico direcional “HyperSpike”
Utilizado para transmitir mensagens direcionadas para a Multidão a grandes
distâncias.
3.4.3 - Extintor de incêndio
Utilizado, primordialmente, para conter pequenos focos de incêndio provocados
pelos APOP.
3.4.4 - Bastão retrátil de polímero (21 polegadas)
Utilizado para defesa pessoal a curta distância.
3.4.5 - Cassetete longo
Empregado em ações defensivas e ofensivas. As técnicas de utilização do cassetete
são apresentadas no Anexo D.
3.4.6 - Escudo antitumulto
Empregado defensivamente para proteger a Tropa contra o lançamento direto de
objetos pelos manifestantes. É empregado de forma ofensiva, por meio da linha de
escudos empurrando e direcionando a Turba para um local desejado.

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3.4.7 - Comunicações
O Comandante da Companhia de Controle de Distúrbios (CmtCiaCD) será o
responsável pela instalação, operação e manutenção do sistema de comunicações da
Subunidade (SU) e pela sua correta exploração, integrando o sistema de
comunicações do escalão superior (Componente de Combate Terrestre - CCT ou
CmdoGptOpFuzNav).
Para assegurar o estabelecimento das ligações com o escalão superior e com seus
elementos subordinados, poderá constituir ou integrar as seguintes Redes-Rádio:
- Rede Tática do escalão superior;
- Rede Tática do CCT (atuando como CCT) ou Rede Tática da CiaCD (quando
subordinada ao CCT);
- Rede Tática do PelCD; e
- outras Redes julgadas necessárias de acordo com a missão.
3.4.8 - Ferramentas de sapa e de corte
Dependendo da situação, a Tropa poderá necessitar de ferramentas de sapa e de corte
(machados, alavancas, pás, picaretas, alicates etc.) para remover obstáculos,
desobstruir passagens e arrombar prédios e instalações, como armazéns e oficinas,
seja para desalojar manifestantes, seja para permitir ações de controle de avarias,
incluindo combate a incêndio.

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CAPÍTULO 4
A COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
4.1 - GENERALIDADES
A Companhia de Fuzileiros Navais (CiaFuzNav), devidamente reorganizada e equipada,
será o elemento básico de emprego em CD. Após observada a referida reorganização,
passará à denominação de Companhia de Controle de Distúrbios (CiaCD), sendo esta o
menor valor de Tropa empregado em ações de CD. Outras Unidades do Corpo de
Fuzileiros Navais poderão ceder efetivos para serem empregados em ações de CD,
necessitando para tal maior tempo de adestramento específico. As Companhias de
Polícia do Comando da Tropa de Reforço, do Batalhão Naval e dos Grupamentos de
Fuzileiros Navais Distritais, por serem vocacionadas para as ações de CD, poderão
conduzir o referido adestramento.
A frente a controlar, em princípio, determinará a composição da CiaCD que poderá
contar com um, dois ou três Pelotões. Assim, a CiaCD a um Pelotão é capaz de ocupar
uma frente bem definida de até vinte metros e controlar uma frente de sessenta metros
empregando fogos de dispersão. A dois Pelotões a frente ocupada não deverá
ultrapassar setenta metros e a frente a controlar poderá alcançar 105m. A três pelotões a
frente ocupada será de 120m e a frente a controlar não ultrapassará 160m.

Fig. 4-1 – Frentes a controlar

Os parâmetros supracitados são passíveis de serem utilizados quando as frentes


puderem ser perfeitamente determinadas como ocorre no bloqueio de tentativa de
invasão de instalações por APOP, na desocupação de instalação ou área invadida por

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manifestantes antes da chegada da Tropa, na recuperação de espaços invadidos


(penetrações) por APOP em áreas ocupadas por forças de segurança ou ainda na
desobstrução de vias públicas bem delimitadas. Nas situações fluídas, quando não for
possível determinar, com antecedência, a frente a controlar, será conveniente reduzir
essas frentes como medida de precaução, não devendo, contudo, tal redução ultrapassar
vinte por cento.
De acordo com as características da área onde será empregada, a CiaCD poderá ser
reforçada com viaturas blindadas, o que lhe propiciará proteção para o deslocamento até
a posição onde será desdobrada, redução da frente a mobiliar e o aumento na capacidade
dissuasória.
Nos artigos subsequentes serão discutidos a composição e o emprego da CiaCD em
ações de CD.
4.2 - ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA COMPANHIA DE CONTROLE DE
DISTÚRBIOS
A CiaCD é estruturada com três Pelotões de Controle de Distúrbios (PelCD) e uma
Seção de Comando (SeçCmdo), sendo cada PelCD organizado em uma SeçCmdo e três
Grupos de Controle de Distúrbios (GpCD).

Fig. 4-2 – Organização da CiaCD

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4.3 - COMPOSIÇÃO DA COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS


A CiaCD contará com frações orgânicas e outras colocadas à disposição, necessárias ao
cumprimento de suas tarefas. O Anexo E apresenta a composição da CiaCD.
4.3.1 - SeçCmdo
A SeçCmdo possui a organização abaixo apresentada:
SeçCmdo da CiaCD
Comandante
Imediato
Operador de Vídeo/Fotógrafo
Mensageiro
DstIrdSonora DstCães Gp de Aprisionamento DstSau GpTrnp
Operador Identificador Médico Encarregado
Cinófilo (06)
Auxiliar Elm de Custódia (03) EF (02) Motorista (10)
TOTAL: 30 militares

4.3.2 - PelCD
O PelCD é o Elemento de execução das ações de CD propriamente ditas.
A atuação de maneira isolada do PelCD não é aconselhável, haja vista a falta dos
apoios essenciais providos pela SeçCmdo da CiaCD. Portanto, sempre que houver
necessidade de ser empregado isoladamente, deverá contar, obrigatoriamente, com
operador de video/fotógrafo e, sempre que possível, com Cães de Guerra, grupo de
aprisionamento, meios de transporte, incluindo ambulância. Havendo disponibilidade
e possibilidade de emprego, contará com Viaturas Blindadas.
O PelCD possui a seguinte organização:
SeçCmdo do PelCD
Comandante
Auxiliar
Escudeiro do Cmt
Segurança (02)
1°GpCD 2°GpCD 3°GpCD
Comandante Comandante Comandante
Atirador (02) Atirador (02) Atirador (02)
Lançador (02) Lançador (02) Lançador (02)
Escudeiro (07) Escudeiro (07) Escudeiro (07)
APOIOS
Grupo de Presa
Marcador
Enfermeiro Elm Cmb Incd
Elm Eletrochoque
Aprisionador
TOTAL: 46 militares

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4.4 - ATRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES DA COMPANHIA DE CONTROLE DE


DISTÚRBIOS
4.4.1 - SeçCmdo
a) Comandante
Analisa sua missão e considera os meios colocados à disposição, de modo a ter
um perfeito entendimento das tarefas que devam ser cumpridas por sua
Subunidade.
b) Imediato
Auxilia o Comandante quanto aos aspectos táticos e logísticos da CiaCD, bem
como mantém o acompanhamento das condições da Tropa, da situação do
material e da munição.
É o responsável pela coordenação dos elementos de combate a incêndio, pelo
emprego das viaturas, dos equipamentos de comunicações e do(s) operador(es) de
vídeo/fotografo.
c) Operador de vídeo/fotógrafo
Registra em vídeo e/ou fotografia as ações, buscando identificar as lideranças e os
indivíduos mais exaltados, posicionando-se onde possa melhor documentar as
ações da Tropa. Sempre que possível, a CiaCD deverá ser reforçada com outros
Operadores de vídeo/fotógrafo, que lhe proporcionem maior flexibilidade de
emprego deste recurso.
d) Destacamento de Irradiação Sonora (DstIrdSonora)
Composto pelo Operador do Dispositivo Acústico de Longo Alcance (DALA) ou
“Long Range Acoustic Device” (LRAD) e seu Auxiliar.
O DALA é um dispositivo de comunicações, empregado mediante ordem do
Comandante da Companhia de Controle de Distúrdios (CmtCiaCD), que
possibilita a emissão de comandos de voz a grandes distâncias, bem como a
produção de sons que provocam desconforto aos integrantes da Turba, visando a
dispersá-la. Este dispositivo pode ser empregado diretamente sobre o solo ou
instalado em Viatura Blindada ou não.
e) Destacamento de Cães (DstCães)
Quando organizado é empregado junto aos elementos de primeiro escalão,
aumentando a ação de choque ou provendo a proteção de flanco dos PelCD.
É constituído por seis Equipes de Cinofilia (cinófilo e seu Cão de Guerra), sendo

OSTENSIVO - 4-4 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

distribuídas, normalmente, duas Equipes por PelCD. Poderá haver um acréscimo


da quantidade de cães empregados conforme a necessidade apresentada.
f) Destacamento canhão d’água (reforço)
Quando disponível, tal equipamento é utilizado para a dispersão de Multidões. O
Destacamento será composto pelo Comandante, pelo Operador do Canhão e
Motorista. Tal efetivo será acrescido ao da SeçCmdo da CiaCD. O emprego
improvisado de viatura de combate a incêndio não é recomendado.
g) Grupo de aprisionamento
Composto pelo Identificador e por três Elementos de Custódia, sendo responsável
por manter a guarda dos aprisionados, identificá-los e segregá-los, se necessário.
h) Destacamento de Saúde (DstSau)
É composto por um Médico, preferencialmente, e dois Enfermeiros.
Adicionalmente, cada PelCD contará com o apoio de um Enfermeiro, totalizando
cinco Enfermeiros na CiaCD.
As baixas são evacuadas até a posição da ambulância para atendimento médico e
triagem. Se necessário, serão encaminhadas para instalações de saúde,
observando-se a cadeia de evacuação planejada.
i) Grupo de Transporte (GpTrnp)
Responsável por prestar apoio ao movimento à CiaCD, apoiar a dispersão e o
transporte de cães, a evacuação de feridos, a condução de presos e, como tarefa
adicional, executar a distribuição de suprimentos. Poderá ser constituído,
normalmente, pelos seguintes tipos de viaturas:
- Vtr TNE 5 Ton;
- Vtr Bld SR;
- Vtr TNE ½ Ton ou ¾ Ton;
- Vtr AMB;
- Vtr TE Trnp Cães/Rbq TE Trnp Cães; e
- Vtr para transporte de APOP detidos.
j) Mensageiro
Transmite as ordens do CmtCiaCD e executa outras tarefas que lhe forem
determinadas.

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4.4.2 - PelCD
a) Comandante do PelCD
Planeja, emprega taticamente e controla sua fração e os apoios disponíveis.
Emprega o armamento não letal disponível, de forma a dispersar a Turba o mais
distante possível da Tropa.
Determina, durante as ações, quando empregar os Atiradores e Lançadores e qual
armamento e munição não letal serão utilizados.
Determina, quando necessário, o emprego do Segurança, visando a salvaguardar a
Tropa.
b) Auxiliar
Auxilia diretamente o CmtPelCD na execução de suas funções, particularmente
quanto ao emprego apropriado dos armamentos.
c) Escudeiro do Comandante do PelCD
Provê a proteção aproximada do CmtPelCD.
d) Segurança
Função desempenhada por militar perito atirador de fuzil. Executará missões
eventuais de tiro mediante ordem direta do CmtPelCD ou do CmtCiaCD, caso
existam ameaças à integridade da Tropa. Adicionalmente, proverá a segurança
durante os deslocamentos por ser um dos poucos militares a portar armamento
letal que poderá ser utilizado nas situações em que os APOP empreguem
armamento letal que possam vir a colocar em risco a vida dos militares. Deverá,
preferencialmente e se disponível, utilizar luneta/mira reflexiva em seu
armamento, de forma a tornar o tiro mais eficaz e minimizar danos colaterais.
e) Comandante do GpCD (CmtGpCD)
Responsável por cumprir as ordens e determinações emanadas pelo CmtPelCD,
pela segurança, pelas formações determinadas e pelo controle das ações, pela
eficiência e pelo correto emprego de seu Grupo.
Deve manter a coesão e a rigidez das formações, por meio de comando de voz,
ações enérgicas e, quando necessário, utilizando o espargidor de pimenta, visando
a dispersar os APOP, bem como controlar e coordenar as ações dos Atiradores.
f) Atirador
Responsável por executar as missões de tiro com munição não letal determinadas
pelo CmtPelCD, coordenadas e controladas pelo CmtGpCD.

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Deverá portar espingarda militar 18,6mm ou FN-303, conforme definido pelo


CmtCiaCD, com base nos levantamentos realizados na fase de planejamento.
g) Lançador
Função exercida, preferencialmente, por um CB-FN, que porta o lançador de
granadas 40mm. Este armamento possui a característica de lançar diferentes tipos
de munições a uma distância entre cinquenta e setenta metros, com considerável
precisão, sejam elas de efeito moral, fumígena, pimenta ou lacrimogênea,
buscando dispersar a Turba e, por consequência, fazendo com que o controle do
distúrbio ocorra o mais distante possível da Tropa.
O Lançador de granadas 40mm pode, ainda, empregar munição de borracha e de
espuma, quando for necessário complementar as ações executadas pelos atiradores
de espingarda militar 18,6mm ou de FN-303.
O lançador também é empregado para lançar as granadas de mão (Efeito Moral,
pimenta ou lacrimogênea) quando a turba estiver a uma distância inferior a
quarenta metros da Tropa.
h) Escudeiro
Os militares que desempenham esta função portam escudo e cassetete longo.
A linha de escudos protege a Tropa de objetos lançados contra ela e bloqueia, em
última instância, o acesso dos agitadores ao interior da formação, formando uma
barreira física e evitando o contato direto. Ofensivamente, impede a passagem e
auxilia a conduzir a Turba em uma direção desejada. Além disso, a linha de
escudos produz um grande efeito psicológico.
i) Elemento de combate a incêndio (ElmCmbIncd)
Elemento responsável por atuar em proveito da Tropa e não em função dos
acontecimentos externos, particularmente nos casos onde ocorram lançamentos de
artefatos incendiários contra a formação.
j) Grupo de presa
Tem como tarefa identificar e, mediante ordem do CmtPelCD, aprisionar os
APOP que estejam insuflando a Turba ou incitando ações violentas e conduzi-los
ao Grupo de Aprisionamento, com vistas a diminuir o ímpeto do distúrbio. É
composto pelos seguintes elementos:
I) Marcador
Função exercida por um graduado, que acumula com o Comando do Grupo de

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Presa. Seu armamento é o FN-303, com munição para marcação de APOP a ser
capturado. Responde diretamente às ordens do CmtPelCD, ficando em
condições de localizar e marcar o APOP. Caso necessário, poderá executar as
tarefas dos Atiradores.
II) Elemento eletrochoque
Função é exercida, preferencialmente, por um CB-FN com habilitação e
suficientemente adestrado no emprego da pistola de eletrochoque. É o
responsável pela neutralização do elemento selecionado pelo Marcador,
visando ao seu posterior aprisionamento.
Ressalte-se que a utilização da pistola de eletrochoque tem por finalidade a
neutralização momentânea do APOP, uma vez que atua sobre o sistema
nervoso central, causando contrações musculares e desorientação mental,
incapacitando-o em um curto período de tempo, dependendo da compleição
física do agressor, sem causar dano irreparável.
III) Aprisionador
Porta algemas de metal ou de plástico, devendo ser adestrado em defesa
pessoal e técnicas de imobilização com algemas. É o responsável pela
imobilização e condução do elemento neutralizado até o Grupo de
Aprisionamento.
4.5 - ADESTRAMENTO
Uma vez que a Tropa de CD é formada a partir da reorganização de militares
especificamente designados, faz-se necessário o adestramento pertinente antes do seu
efetivo emprego. As Organizações Militares (OM) previstas para constituir Tropa de
CD devem manter uma “Tabela Mestra” de CD permanentemente atualizada e realizar
adestramento periodicamente. O tempo estimado para o preparo da CiaCD sendo ela
organizada a partir de uma CiaFuzNav ou de CiaPol é de cinco dias, caso existam a
referida “Tabela Mestra” e adestramento períodico, e de dez dias caso contrário.
Para a CiaCD organizada por Tropas de outras naturezas, o tempo estimado é de quinze
dias.

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

CAPÍTULO 5
FORMAÇÕES E COMANDOS
5.1 - GENERALIDADES
Durante as ações de CD poderão ser adotadas formações de controle que auxiliarão
sobremaneira no cumprimento das tarefas designadas. Para a melhor compreensão
durante a execução destas ações, serão observados Comandos específicos e de fácil
entendimento para as Tropas de CD.
Entende-se como intervalo o espaço lateral entre dois homens; e distância como o
espaço entre elementos considerados em coluna. Nas formações de CD, os intervalos e
as distâncias entre os homens são de um passo, normalmente, entretanto poderão ser
ajustados às situações particulares, sendo importante sempre explorar a profundidade
das formações.
A cadência normal para a Tropa se deslocar e reunir, a fim de tomar qualquer das
formações para o CD, é a de passo acelerado (de 170 a 180 passos por minuto).
A cadência normal para o deslocamento da Tropa, depois que esta tomar qualquer das
formações para o CD, é inferior à do passo ordinário (116 passos por minuto).
A cadência poderá ser aumentada ou diminuída, a critério do Comandante da
Subunidade/Fração, para enfrentar as diversas situações.
5.2 - FORMAÇÕES DA COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
A CiaCD utiliza as formações em linha (Fig. 5-1) e em cunha (Fig. 5-2) e o PelCD, em
linha, em cunha e escalonado à direita/esquerda.
De acordo com a evolução da situação, outras formações poderão ser adotadas pelas
Tropas de Fuzileiros Navais em ações de CD, como por exemplo apoio lateral e
circular.

OSTENSIVO - 5-1 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Fig. 5-1 - CiaCD em linha

Fig. 5-2 - CiaCD em cunha

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5.3 - FORMAÇÕES DO PELOTÃO DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS


5.3.1 - Em linha
É utilizada para conter a Turba ou bloquear seu acesso a determinado local.

Fig. 5-3 - Formação em linha

5.3.2 - Em cunha
É utilizada para penetrar e separar grupos de uma Turba e realizar uma ação rápida
em qualquer direção.
Ela pode ser modificada, adotando a formação circular fim prover defesa a toda
volta.

Fig. 5-4 - Formação em cunha

5.3.3 - Escalonado à esquerda/direita


É a formação usada para dispersar uma Turba posicionada junto a um edifício,
parede ou outros locais semelhantes. Pode ser utilizada para mudar a direção do
movimento de uma Turba, forçando-a a seguir para área de escoamento que se deseja
ou, ainda, empregada para dirigir o movimento da Multidão em uma só direção.

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OSTENSIVO CGCFN-31.3

Fig. 5-5 - Formação escalonado à esquerda/direita

5.3.4 - Apoio lateral


Essa formação permite deslocamento em vias estreitas com existência de vias
transversais ao deslocamento, fornecendo proteção à frente e aos flancos.

Fig. 5-6 – Formação apoio lateral

5.3.5 - Circular
Essa formação visa à defesa do próprio PelCD, caso este seja envolvido pela Turba.
Nesse caso, os Escudeiros formarão um círculo, e todo o restante do PelCD permanecerá
em seu interior. Militares deverão permanecer em condições de utilizar os
equipamentos/armamento inerentes à sua função.

OSTENSIVO - 5-4 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Fig. 5-7 – Formação circular

5.4 - COMANDOS
Durante o emprego de uma Tropa de CD, faz-se necessário simplificar ao máximo todos
os comandos, as formações e as manobras, de modo a obter um melhor entendimento
por parte dos militares e, com isso, uma execução imediata das ordens.
Para tal, deve-se atentar para:
- evitar comandos por gestos, pois alguns elementos, mais avançados em relação a seus
Comandantes, não enxergarão os sinais;
- impedir correria no centro da formação;
- realizar os deslocamentos, no interior da formação, com rapidez, em passo acelerado,
mantendo os intervalos e as distâncias estabelecidas, para evitar acidentes entre os
elementos da Tropa;
- utilizar, nos comandos à viva voz, frases curtas; e
- utilizar ao máximo a linguagem clara nas comunicações rádio, evitando-se indicativos
complicados e chamadas longas. Caso inexista Rádio-Operadores, cada CmtCiaCD,
CmtPelCD e CmtGpCD deverá operar o seu próprio equipamento, evitando
intermediários.
5.4.1 - Comando para as formações
Para a entrada em posição em todas as formações supracitadas será utilizado o
seguinte Comando:
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”
Local – “CINCO ou DEZ METROS ou O PRÓPRIO LOCAL DO PelCD”
Frente – “FRENTE ARQUIBANCADA CENTRAL ou DOZE HORAS (método do
relógio)”

OSTENSIVO - 5-5 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Formação – “EM LINHA / ESCALONADO DIREITA OU ESQUERDA / CUNHA /


APOIO LATERAL / CIRCULAR”
Execução – “EM ACELERADO, MARCHE”
Obs.: Ao término do Comando, a Tropa deslocar-se-á a distância e frente
determinadas, desdobrando-se de acordo com a formação estabelecida.
5.4.2 - Comandos especiais
Durante as ações de CD, poderão ser observados alguns Comandos que facilitarão a
correta compreensão das ordens emanadas e, consequentemente, a sua perfeita
execução.
a) Desembarcar
Tão logo a viatura atinja a área de estacionamento, o CmtPelCD comanda
"DESEMBARCAR". Preferencialmente em local coberto, longe das vistas dos
APOP. Este comando desencadeia o desembarque dos GpCD e,
subsequentemente, o seu deslocamento para o local previsto, para ser assumido o
dispositivo inicial.
b) Coluna por dois
Este Comando é utilizado para a realização de deslocamentos rápidos tanto no
início, quanto no final das ações.
Tomando por base o centro, militares partem da posição em que estiverem para
duas colunas alinhadas em fila indiana. Os dois militares-base do centro formam a
testa, e os demais vão formando as duas colunas, mantendo a integridade dos
GpCD.
Exemplo:
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”
Frente – “FRENTE ARQUIBANCADA CENTRAL ou TRÊS HORAS (método
do relógio)”
Formação – “COLUNA POR DOIS”
Execução – “MARCHE”
c) Posição demonstração
Utilizada como posição inicial do PelCD, já desdobrado, visando a demonstrar a
presença oficial da Tropa de CD no local. A Tropa parte da posição em que
estiver (Ex.: COLUNA POR DOIS) para esta posição. Militares alinhados ombro
a ombro com espaçamento de um braço empunhando o cassetete. O escudo

OSTENSIVO - 5-6 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

permanece encostado no chão à frente de cada militar.


Exemplo:
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”
Frente – “FRENTE ARQUIBANCADA CENTRAL ou 9 HORAS (método do
relógio)”
Formação – “POSIÇÃO DEMONSTRAÇÃO”
Execução – “MARCHE”
d) Lançar granadas
Utilizado pelos CmtPelCD, nas situações e nos momentos julgados apropriados,
para determinar o lançamento de granadas. Ao comando de "LANÇAR
GRANADAS", os militares que as transportam projetam-nas (uma para cada
comando) no meio da Turba. Caso as granadas sejam apanhadas e jogadas de
volta contra a Tropa, os militares que as lançaram devem procurar, rapidamente,
relançá-las em direção à Turba.
e) Cerrar à direita ou esquerda
Caso seja percebida qualquer tentativa de desbordamento ou de abertura de
brecha(s) no seu dispositivo, o CmtPelCD determinará o reajuste na formação. Ao
comando de "CERRAR À DIREITA (ou À ESQUERDA)", os componentes do
GC deslocam-se lateralmente, para a direita ou para a esquerda, com rapidez,
impedindo a tentativa percebida.
f) Abrir intervalos
Utilizado pelos CmtPelCD em situações que requeiram intervalos maiores entre
os militares dos GpCD, tais como ocupar uma frente mais ampla do que a que
vinha sendo ocupada. Ao comando de "ABRIR INTERVALOS", os componentes
dos GpCD, tomando por base o centro do dispositivo do Pelotão, deslocando-se
lateralmente, até que seja coberta toda a frente pretendida. Durante a execução
desse comando, devem ser estipulados limites direito e esquerdo, como forma de
ser previamente definida a frente a ser ocupada pela Tropa.
g) Cerrar intervalos
Utilizado quando a Turba, fazendo uso do princípio da massa, seleciona
determinado ponto do dispositivo para tentar penetrar. Ao ser comandado
"CERRAR INTERVALOS", os componentes dos GpCD, tomando por base o
centro de seu dispositivo, deslocam-se lateralmente, diminuindo, conforme

OSTENSIVO - 5-7 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

necessário, os intervalos observados.


h) Bateria de escudos dinâmica
Por meio desse comando, o PelCD desloca-se em ordinário marche, efetuando
pancadas no escudo com o cassetete (marcadas no pé esquerdo).
Exemplo:
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”
Primeiro Comando – “ORDINÁRIO” (Todos tomam a posição de sentido)
Segundo Comando – “MARCHE” (Tropa desloca-se em ordinário marche,
efetuando pancadas no escudo com o cassetete, marcadas
no pé esquerdo)
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO” (Tropa cessa as pancadas no escudo)
Comando – “ALTO” (Tropa cessa o movimento)
i) Estocadas dinâmicas
Por meio desse comando, o PelCD desloca-se realizando estocadas à frente com o
cassetete na lateral do escudo.
Exemplo:
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”
Primeiro Comando – “EM” (Todos tomam a posição de sentido)
Segundo Comando – “FRENTE” (Tropa desloca-se realizando estocadas à frente
com o cassetete na lateral do escudo)
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”
Comando – “ALTO” (Tropa cessa o movimento)
j) Carga
Por meio desse comando, o PelCD executa um deslocamento para frente, em
acelerado, permanecendo na mesma formação.
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”
Comando – “CARGA”
Distância – “CINCO ou DEZ METROS”
Execução – “MARCHE”
k) Em guarda baixa/em guarda baixa emassada/em guarda alta/em guarda alta
emassada/escudos acima
Utilizado para a proteção da Tropa. O posicionamento dos escudos irá variar
conforme a direção de incidência dos objetos arremessados pela Turba.

OSTENSIVO - 5-8 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”


Local – “CINCO ou DEZ METROS ou O PRÓPRIO LOCAL DO PelCD”
Frente – “FRENTE ARQUIBANCADA CENTRAL ou SEIS HORAS (método do
relógio)”
Formação – “EM GUARDA BAIXA (Fig. 5-8) / EM GUARDA BAIXA
EMASSADA (Fig. 5-9) / EM GUARDA ALTA (Fig. 5-10) / EM
GUARDA ALTA EMASSADA (Fig. 5-11) / ESCUDOS ACIMA
(Fig. 5-12)”
Execução – “MARCHE”

Fig. 5-8 – Formação em guarda baixa

Fig. 5-9 – Formação em guarda baixa emassada

OSTENSIVO - 5-9 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Fig. 5-10 – Formação em guarda alta

Fig. 5-11 – Formação em guarda alta emassada

Fig. 5-12 – Formação de escudos acima

OSTENSIVO - 5-10 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

l) Colocação de máscara contra gases


Por meio desse comando, o PelCD executa a colocação da máscara contra gases
na formação em que estiver.
Advertência – “ATENÇÃO ESCUDEIROS”.
Primeiro Comando – “ENUMERAR” (Escudeiros enumeram da esquerda para a
direita, cada militar fala seu respectivo número em voz alta
e levanta o cassetete até a altura do escudo para que o
militar ao lado veja que é sua vez de enumerar e saiba qual
é o seu número. Facilita, também, o controle pelo mais
antigo da Tropa.).
Segundo Comando – “GRUPO ÍMPAR, UM PASSO À RETAGUARDA,
MARCHE”.
Terceiro Comando – “PARA COLOCAR A MÁSCARA, EXECUÇÃO” (neste
momento os Escudeiros ímpares se abaixam, colocam o
escudo à frente para sua proteção, retiram o capacete,
colocam a máscara, ajustam e testam para ter certeza de que
o filtro está fixado corretamente e de que a máscara está
hermeticamente fechada. Feito isso, cada militar recoloca o
capacete e retorna à formação, dando um passo a frente.
Assim, o militar mais antigo tem o controle do término da
colocação de máscara de todo o grupo).
Quarto Comando – “GRUPO PAR, UM PASSO À RETAGUARDA, MARCHE”
Quinto Comando – “PARA COLOCAR A MÁSCARA, EXECUÇÃO” (executa
mesmo procedimento do grupo ímpar).
Sexto Comando – “SEÇÃO DE COMANDO E APOIOS, PARA COLOCAR A
MÁSCARA, EXECUÇÃO”. Estes por estarem à retaguarda
dos Escudeiros, protegidos física e visualmente, colocam a
máscara posteriormente. Contudo, deverão permanecer em
condições de utilizar os equipamentos/armamentos
inerentes à sua função.

OSTENSIVO - 5-11 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

CAPÍTULO 6
AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
6.1 - GENERALIDADES
As Tropas de CD, normalmente inseridas em um GptOpFuzNav, são empregadas nas
ações de CD para restaurar e/ou manter a ordem, utilizando táticas e técnicas adequadas
a cada situação, tais como nos conflitos de alta intensidade e nas atividades de emprego
limitado da força.
O Comando dos GptOpFuzNav empregados em ações de CD, normalmente, contará
com as seguintes Seções:
- de Pessoal;
- de Inteligência;
- de Operações;
- de Logística;
- de Assuntos Civis;
- de Comunicação Social;
- de Equipe de Negociação;
- de Comunicações (incluindo Guerra Eletrônica e Defesa Cibernética);
- de Assuntos Jurídicos; e
- outras julgadas pertinentes, conforme as peculiaridades da missão.
Tendo em vista a grande visibilidade ocasionada por ações desta natureza, deverá ser
criada uma Seção de Comunicação Social (SeçComSoc) específica e com estrutura
permanente. A Seção deverá atuar sempre em articulação com o Centro de
Comunicação Social da Marinha, por meio da cadeia de comando do GptOpFuzNav.
Entre outros aspectos, caberá à Seção de ComSoc a centralização dos atendimentos aos
veículos de comunicação das diferentes mídias e a produção de conteúdos informativos
a serem veiculados aos públicos externo e interno. É essencial a condução de pautas que
visem ao fortalecimento da imagem das nossas Forças, além de ações que visem à
desmobilização dos APOP.
Com o objetivo de registro da atuação da Tropa junto aos escalões avançados e com os
propósitos de dar transparência às ações realizadas, além de resguardar seus executantes
de eventuais distorções informativas, deverá haver uma equipe de filmagem e fotografia
composta por pessoal especializado.
Dependendo do vulto da Operação e dos meios disponíveis, o GptOpFuzNav poderá

OSTENSIVO - 6-1 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

ativar um Centro de Operações Civis-Militares (COpCivMil), onde serão planejadas


atividades de ComSoc, Operações Psicológicas (OpPsc) e Assuntos Civis (AssCiv),
com apoio de assessoria jurídica, a fim de integrar essas áreas do conhecimento, facilitar
as Operações Militares e alcançar os objetivos operacionais e táticos.
6.2 - EMPREGO DA TROPA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
Uma Tropa de CD poderá ser empregada como núcleo do Componente de Combate
Terrestre (CCT) de um GptOpFuzNav constituído especificamente para ações de CD ou
como parte do CCT de GptOpFuzNav com tarefa mais ampla de ocupar e proteger
instalações sensíveis de interesse do Poder Naval ou situadas na orla marítima, tais como:
estaleiros, portos, usina de força, aeroportos, sistemas de água, de energia elétrica e de
telecomunicações, estações rodoviárias e ferroviárias, fábricas, quartéis, prédios públicos,
siderúrgicas etc. Em qualquer dos casos, poderá receber as seguintes tarefas relacionadas
abaixo que serão detalhadas no inciso 6.5.2:
- desocupar instalações ocupadas ilegalmente por APOP;
- bloquear tentativas de invasão de instalações por APOP; e
- desobstruir vias públicas que dão acesso àquelas instalações, em coordenação com os
Órgãos de Segurança Pública, para garantir o trânsito de pessoas e veículos e, por
consequência, seu funcionamento.
A Tropa organizada para atuar em ações de CD, pelas especificidades de seu
treinamento, armamentos e equipamentos, não deve ser empregada como Força de
Reação, pois a troca dos armamentos e equipamentos demanda tempo, nem sempre
disponível, para fazer frente à ameaça.
A preparação para o emprego de Tropa em ações de CD, inclui:
- planejamento das ações;
- reconhecimento das áreas de atuação;
- apoio logístico;
- acolhimento e reunião dos meios em apoio; e
- prontificação da Tropa.
6.3 - PLANEJAMENTO
O planejamento para a execução de ações de CD, no quadro da Garantia da Lei e da
Ordem, deverá ser elaborado no contexto da Segurança Integrada, podendo ser prevista
a participação de órgãos:
- do Poder Judiciário;

OSTENSIVO - 6-2 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

- do Ministério Público; e
- de Segurança Pública.
Os Distritos Navais que possuam nos seus Núcleos de Polícia Judiciária Militar,
Equipes de Negociação Distrital e de Peritos Criminais poderão apoiar os
GptOpFuzNav neste tipo de ação. A falta dessas equipes em determinada área Distrital
poderá ser suprida por elementos congêneres dos Órgãos de Segurança Pública locais,
previamente solicitados pelos Distritos Navais.
6.3.1 - Diretiva para emprego de Tropa em ações de CD
As ações de CD deverão ser executadas de acordo com a Diretiva específica para tal,
a qual deverá conter, entre outros, os seguintes dados:
- reforços disponíveis para emprego nas ações de CD;
- formas de atuação dos APOP face às ações repressivas;
- tarefas dos elementos de CD;
- ideia geral de como será conduzida a operação;
- medidas de coordenação com outros elementos da Tropa e Órgãos de Segurança
Pública;
- meios e procedimentos para a ligação, observação e comunicações;
- procedimentos com presos, feridos e mortos;
- postos de vigilância nos acessos à instalação ou área que se deseja proteger;
- posições de bloqueio;
- procedimentos para retraimento dos elementos de CD;
- controle de trânsito;
- apoios que poderão ser prestados pela instalação a ser protegida (aproveitamento da
vigilância eletrônica disponível, por exemplo);
- medidas para identificação de pessoal e viaturas; e
- normas e medidas de coordenação com autoridades civis e com outras Forças
eventualmente empenhadas no mesmo local, incluindo a troca de elementos de
ligação.
Especial atenção deverá ser dada às regras de engajamento (neste caso, consideram-
se regras de engajamento o conjunto de normas e procedimentos expedidos por
autoridade competente, que orientam as ações de uma Tropa empenhada no CD).
Deverão ser expedidas por todos os escalões envolvidos e particularizadas, quando
necessário, para cada tipo de situação visualizada. Deverão levar em consideração a

OSTENSIVO - 6-3 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

necessidade de que as ações a serem realizadas estejam de acordo com as orientações


dos escalões superiores e que observem os princípios da proporcionalidade,
razoabilidade e legalidade.
Deve-se ter em mente, também:
- a definição de procedimentos para a Tropa, buscando abranger o maior número de
situações; e
- a proteção aos cidadãos e aos bens patrimoniais incluídos na missão.
Essas regras, consolidadas em documento próprio, serão divulgadas com suficiente
antecedência a todos os militares envolvidos na operação.
As regras de engajamento deverão ser claras e detalhadas. Depois de publicadas,
deverão ser fielmente cumpridas, sendo, inclusive, objeto de adestramento.
6.3.2 - Inteligência e Contrainteligência
Nas ações de CD, torna-se imprescindível a disponibilização dos conhecimentos
acerca da natureza das questões que deflagraram o processo de perturbação da
ordem, as características da Turba a controlar, da área de operações e da população
da região envolvida. Além disso, será preciso avaliar o posicionamento da imprensa,
da opinião pública e dos grupos de pressão interessados na(s) questão(ões) que
deu(ram) origem aos protestos. Para tal, será necessário um permanente
acompanhamento pelos Órgãos de Inteligência de todo o processo de evolução da
situação em questão, destacando-se o acompanhamento dos principais órgãos da
mídia local, no intuito de se obter uma constante atualização da situação. Estes
conhecimentos proporcionarão condições para a execução de ações de
restabelecimento da ordem com o mínimo de danos à população e de desgaste para a
Força empregada. A atividade de Inteligência deverá preceder ao início da Operação,
sendo desenvolvida desde a fase preventiva, com o acompanhamento das atividades
reivindicatórias (posicionamento dos órgãos e lideranças patrocinadoras,
manifestações, protestos etc.) com potencial para se transformarem em perturbação
da ordem. A produção do conhecimento será usada em prol das ações das Forças
empregadas e fornecerá dados para o desenvolvimento das atividades de
Comunicação Social (ComSoc).
Sendo assim, a Seção de Inteligência do DN ou GptOpFuzNav, quando ativado,
deverá efetuar o levantamento de dados, de modo a produzir os conhecimentos
essenciais à tomada de decisão do Comandante em todas as fases da operação,

OSTENSIVO - 6-4 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

produzindo um Plano de Inteligência que deverá conter, entre outros, os seguintes


dados:
- prováveis locais dos Distúrbios;
- tamanho das frentes a controlar;
- causas prováveis dos Distúrbios;
- classes de pessoas envolvidas;
- trato com mulheres, menores, índios e estrangeiros;
- número estimado de pessoas envolvidas;
- maximização dos recursos de vigilância visual e eletrônica, quando disponível,
como alerta antecipado da aproximação dos APOP;
- pontos e/ou itinerários a serem cobertos pela vigilância aérea eletrônica com a
utilização de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT);
- orientação para o recolhimento de provas, tais como objetos lançados em direção à
Tropa pelos APOP;
- prováveis áreas de reunião/concentração;
- líderes conhecidos;
- levantamento dos diferentes grupos envolvidos na Turba;
- planos e atividades recentes dos APOP;
- depósitos de armas e materiais dos APOP;
- localização de edificações importantes para observação; e
- localização de meios de comunicações (telefones públicos) e outros serviços de
utilidade pública, bem como depósitos de inflamáveis na área de operação.
A utilização dos conhecimentos oriundos de Órgãos de Inteligência externos
decorrerá da coordenação prévia do Comando do Distrito Naval da área com esses
órgãos, buscando a maximização da coleta de dados e o alerta antecipado à
ocorrência de fatos motivadores do emprego das Tropas.
No tocante à Contrainteligência, deverão ser executadas ações para salvaguardar os
conhecimentos, o pessoal e preservar as instalações (meios de comunicação com
salto de frequência, evitar o uso do celular e manter Tropa fora das vistas dos APOP
até sua real necessidade de utilização).
6.3.3 - Apoio de serviços ao combate
Deve-se ter em mente o tempestivo atendimento das necessidades de Apoio de
Serviços ao Combate (ApSvCmb), dada a grande fluidez das ações de CD. Para tal, o

OSTENSIVO - 6-5 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Componente de Apoio de Serviços ao Combate (CASC) do GptOpFuzNav,


responsável pelas ações de CD, deverá observar as peculiaridades do emprego da
Tropa neste tipo de ação. Dependendo do local de emprego, observadas as funções
logísticas, várias medidas deverão ser tomadas para garantir a permanência da Tropa
pelo tempo que for necessário, a saber:
a) Recursos humanos
Deverá ser dada ênfase ao controle dos efetivos, haja vista o grande desgaste
psicológico ao qual a Tropa estará exposta. Para tal, deverá ser planejado um
correto recompletamento, tendo em mente o rodízio dos militares que se
encontram em primeiro escalão. Deverá, ainda, ser planejado o apropriado
acolhimento dos APOP em coordenação com os Grupos de Presa.
b) Saúde
Provisão de apoio de saúde imediato e estabelecimento de uma cadeia de
evacuação adequada à situação. Deve-se ter especial atenção ao tratamento de
feridos por objetos lançados em direção à Tropa e ferimentos provocados por
queimaduras, comumente observados nas ações de CD.
c) Suprimento
A distribuição de suprimentos será, preferencialmente, por ponto, sendo executada
pelo GpTrnp da SeçCmdo da CiaCD. Especial atenção deverá ser dada aos
estoques de munição não letal, imprescindíveis neste tipo de ação, cujo consumo
tende a ser elevado. Além disso, poderão ser previstos outros itens, geralmente
não contidos na cadeia de abastecimento, tais como: aparelhos de vídeo/foto,
cerca de contenção de público, dispositivos elétricos incapacitantes (eletrochoque)
e irritantes químicos.
d) Manutenção
Deve-se priorizar a substituição dos equipamentos defeituosos ou danificados em
detrimento da manutenção. Por consequência, a quantidade de itens em reserva
deve ser superior ao previsto para uso habitual.
e) Transporte
Uso judicioso dos meios de transporte envolvidos, incluindo Viaturas Blindadas,
quando necessário.
6.4 - SEGURANÇA DA TROPA
A Tropa deverá prover sua segurança, tanto quando estiver em área de reunião, quanto

OSTENSIVO - 6-6 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

ao se deslocar para os locais de ocorrência de distúrbios, vale dizer, durante todo o


desenrolar das operações.
6.4.1 - Segurança durante o movimento motorizado
A segurança durante o movimento para a área de operação é aumentada pelo
reconhecimento e seleção de itinerários que ofereçam maior segurança, bem como
pela vigilância na vanguarda, nos flancos e na retaguarda, proporcionada por
observadores preposicionados. Poderá ser previsto o emprego de Batedores para
apoiar os deslocamentos nos referidos itinerários selecionados.
Cada unidade de marcha deverá dispor de um plano de alerta, incluindo a segurança
das viaturas, para o caso de ser atacada durante o movimento, devendo designar ao
menos dois militares com munição letal por viatura.
6.4.2 - Segurança nas marchas a pé
Devem ser adotadas precauções semelhantes às previstas para os movimentos
motorizados. Durante os altos, medidas de segurança devem ser adotadas, tomando-
se sempre a formação mais indicada para a proteção dos elementos de comando.
6.4.3 - Segurança no movimento através das ruas
A Tropa deverá evitar o movimento em ruas onde haja edifícios altos. Peritos
atiradores poderão ser designados para se deslocar junto à Tropa, em observação
constante, ou permanecerem em posições de tiro em locais pré-selecionados,
enquanto a Tropa avança.
6.4.4 - Segurança dos flancos e da retaguarda
Durante as ações de CD, cuidados especiais devem ser tomados, a fim de evitar que
os APOP realizem ações violentas contra os flancos e a retaguarda da Tropa. Deve-se
proteger os flancos com a utilização dos cães. Os Seguranças devem estar atentos
para qualquer ameaça vinda da retaguarda da Tropa. Além disso, pode ser alterada a
formação do dispositivo de CD conforme a direção de incidência desta ameaça.
Patrulhas motorizadas equipadas com equipamentos de comunicações, designadas
pelo Comando do GptOpFuzNav e, se possível, observadores aéreos alertarão a
Tropa, com a finalidade de evitar surpresas.
6.4.5 - Segurança no emprego das viaturas
As viaturas utilizadas para transporte de pessoal e de material, inclusive ambulâncias,
e, particularmente, as destinadas à condução dos APOP detidos, deverão ser
protegidas durante todo o período de emprego da Tropa.

OSTENSIVO - 6-7 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Os locais de estacionamento na área de operação deverão atender aos requisitos de


segurança aplicáveis, como grau de dispersão, afastamento de prédios de onde
possam ser arremessados objetos (principalmente coquetéis “molotov”),
disponibilidade de hidrantes, alternativas para escoamento etc.
O emprego de viaturas sem capotas ou toldos deve merecer atenção especial, para
evitar que a Tropa embarcada sofra ações de provocação ou tentativas de
desmoralização, incluindo o lançamento de substâncias como o talco e a cal, além de
outros objetos, a partir de prédios, ao longo de itinerários ou na área de
estacionamento.
A decisão de empregar essas viaturas como elementos de bloqueio ou em ação direta
contra os APOP deve ser precedida de cuidadosa análise do custo-benefício, em
função das vulnerabilidades quanto a incêndio e depredações.
As Viaturas Blindadas são aptas para emprego em situações em que seja requerida
ação de choque, para dispersar os APOP ou restabelecer o controle em áreas
ameaçadas.
6.5 - PROCEDIMENTOS A SEREM CUMPRIDOS NO CONTROLE DE DISTÚRBIOS
6.5.1 - Preventivos
Fundamentam-se em ações positivas sobre a Multidão, imunizando-a ou protegendo-
a contra a propaganda sediciosa, a insuflação ao tumulto e à agitação e procurando
atender, com firmeza e sem quebra de prestígio, as justas reivindicações levantadas.
Estas ações, em geral, são de competência da esfera governamental.
O GptOpFuzNav atuará preventivamente por meio do preposicionamento de
elementos para monitorar a movimentação da Turba, da utilização de dispositivos
sonoros de amplificação a fim de disseminar orientações e buscar a negociação, e do
isolamento de áreas, instalando barreiras físicas.
Das ações listadas, a mais importante consiste no monitoramento, método eficaz para
a coleta de valiosos dados, tais como os itinerários a serem seguidos e o
desenvolvimento das ações dos manifestantes. Os dados coletados servirão para a
seleção das ações mais apropriadas a serem seguidas e, ainda, para ajudar a
neutralizar uma determinada situação por meio da negociação. O monitoramento
deve ser contínuo. Informações desencontradas em tempo e espaço podem ocasionar
respostas desproporcionais, as quais favorecerão uma desnecessária escalada da
violência.

OSTENSIVO - 6-8 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Se a situação permitir, poderão ser designadas equipes com tarefas específicas de


monitoramento, as quais deverão reportar em tempo real o tamanho, a natureza e a
localização da Multidão que se forma na área monitorada, além de qualquer evolução
da situação que possa influenciar no planejamento de uma futura ação de CD. A
equipe poderá ser composta por três ou quatro militares, sendo um Rádio-operador e
um militar portando binóculos e/ou equipamento fotográfico apropriado. Deverão
buscar posições preferencialmente altas e cobertas, de modo a ter ampla observação
da área onde a Multidão se reúne. Poderão também ser usadas aeronaves neste tipo
de ação. Caso seja possível, a equipe de monitoramento deverá fotografar e/ou filmar
as atividades dos manifestantes, principalmente de seus líderes. Isto poderá servir
como meio de prova em caso de futuras práticas de atividades criminosas.
6.5.2 - Repressivos
Devem conter ações rápidas e enérgicas, dividindo-se em:
- Bloqueio;
- Dispersão; e
- Contenção.

Fig. 6-1 – Faseamento dos procedimentos repressivos

OSTENSIVO - 6-9 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

a) Bloqueio
As Tropas de CD poderão ser empregadas para negar o acesso de uma Turba a
instalações de interesse do Poder Naval ou a qualquer outra determinada por
autoridade competente.
Deve-se buscar esgotar os procedimentos de negociação, na tentativa de dissuadir
os APOP. Para tal, poderá ser utilizado o LRAD para alcançar todos os
integrantes da Turba. Caso a negociação não atinja os efeitos desejados, deverá
ser observada a metodologia do uso gradual da força.
Formações de Controle de Distúrbios serão adotadas, sendo a formação em linha a
mais apropriada, desdobradas à retaguarda de barreiras físicas dispostas em
profundidade para impedir a progressão da Turba, as quais deverão ser batidas a
distância, no limite das armas não letais de maior alcance.
b) Dispersão
Dispersar consiste em medidas utilizadas para fragmentar uma Turba reunida de
modo a prevenir a ocorrência de pessoas feridas e a destruição do patrimônio
público. É extremamente eficaz contra Turbas não muito grandes em ambientes
urbanos. Contudo, tal medida poderá aumentar a intensidade das ações da Turba,
espalhando-a em pequenos focos. No intuito de minimizar este efeito, deverão ser
planejadas rotas de dispersão para que a Turba possa ser direcionada
apropriadamente.
Ressalta-se que a decisão por dispersar uma Turba deve ser tomada tendo sido
esgotadas todas as tentativas preliminares de negociação, que antecedem a
utilização da metodologia do uso gradual da força.
Após a coleta de dados realizada durante a fase de monitoramento, com a
consequente constatação da formação e início do deslocamento de uma Turba com
intenção de transpor o bloqueio, poderá ser organizado, a critério do Comandante
da CiaCD e se a situação permitir, um Destacamento de Controle Avançado
(DCA). Ele deverá ser composto por GpCD apoiado por uma Viatura Sobre
Rodas, preferencialmente Blindada. Sua principal tarefa consiste em desorganizar
a Turba ainda em suas ações iniciais, à frente da barreira de contenção mais
avançada, antes do contato propriamente dito com o núcleo de contenção da
CiaCD. Para tal, deverá ser observado o uso em larga escala de irritantes químicos
e munição de borracha, conforme as regras de engajamento estabelecidas.

OSTENSIVO - 6-10 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Durante a dispersão é possível que ocorram situações que obriguem a Tropa a


isolar prédios e áreas ou a separar a Multidão de outras pessoas que ainda não
tenham sido envolvidas pela mesma. Para a execução destas ações, o Comandante
do GptOpFuzNav deverá designar uma Tropa específica para tal, normalmente
configurada como Força de Reação. Os propósitos dessas ações são os seguintes:
- evitar que a desordem se amplie para áreas ainda não atingidas por ela;
- proteger próprios públicos ou privados;
- retirar pessoal ainda não envolvido nos acontecimentos da área conturbada; e
- impedir que pessoas não autorizadas penetrem em áreas a serem garantidas pela
Tropa ou que APOP se retirem de determinado local onde estejam detidos.
Sempre que a situação permitir, deverão ser estabelecidas barreiras físicas a certa
distância de onde se encontra a Tropa de Reação. A Multidão deverá receber a
ordem de não ultrapassar a referida barreira. Caso haja transgressores, deverá ser
observada a metodologia do uso gradual da força para o cumprimento de sua
tarefa.
Outras medidas de isolamento podem ser utilizadas, tais como: patrulhamento,
controle de prédios públicos e pontos de revista nas vias que incidem no local a
ser protegido. Em certos casos, essas medidas só serão eficazes se implementadas
antes que os Distúrbios se iniciem.
Ao iniciar a dispersão de uma Turba, a Tropa deverá desembarcar e reunir-se em
um local fora das vistas da Turba. Esse local deverá ser coberto,
preferencialmente abrigado e tão próximo da Turba quanto possível, a fim de que
a Tropa possa agir contra a mesma, no mais curto prazo e sem desgastes; contudo,
deverá guardar suficiente distância da mesma, para não comprometer a segurança.
Como regra geral, deve ser evitada a dispersão em áreas muito abertas, pois tal
medida pode contribuir para que a Turba rapidamente receba reforços.
Em coluna, ou formação mais apropriada, a Tropa se desloca até um ponto, que
possibilite relativa segurança em relação às ações da Turba, à vista da Multidão,
permanecendo atenta ao desenrolar dos fatos. Neste momento é observado o
primeiro nível da metodologia do uso gradual da força, qual seja a presença
oficial. Esta simples demonstração de força poderá desencorajar atos contrários à
ordem pública e ameaçadores à incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Em seguida, caso a Turba persista em suas atividades, será observado o segundo

OSTENSIVO - 6-11 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

nível da metodologia do uso gradual da força, quando o Comandante da Tropa (ou


outro militar que possua melhores habilidades de comunicação) aproximar-se-á da
Turba, até uma distância de onde possa ser ouvido, e fará uma proclamação, de
forma simples e clara:
- enuncia somente seu Posto ou Graduação e função (exemplo: 2ªTen (FN)
Comandante da Tropa), avisando a multidão que atos de violência e vandalismo
não serão tolerados, e que os manifestantes deverão se dispersar, não devendo
ultrapassar as barreiras à sua frente;
- afirma a ilegalidade dos atos que praticam, anunciando o limite de tempo para a
dispersão dos manifestantes e as consequências no caso de descumprimento; e
- divulga as vias de escoamento para uma dispersão ordenada.
Caso a Turba não obedeça à proclamação, outras medidas enérgicas deverão ser
tomadas, seguindo os níveis da metodologia do uso gradual da força e as regras de
engajamento estabelecidas, no intuito de realizar uma dispersão forçada.
Deve-se, a todo o momento, filmar a ação, visando tanto inibir qualquer ato ilegal
pelos APOP como servir de suporte legal contra possíveis contestações
apresentadas pelos mesmos. As lideranças e outros APOP que estejam cometendo
crimes deverão ser capturados, seja com o auxílio do DstCães ou somente
utilizando-se dos militares do Grupo de Presa.
Uma vez que a turba inicie a dispersão, poderá ser necessário que as Tropas de
CD avancem com o intuito de manter a Turba em movimento e na direção
desejada, tendo especial atenção em se indicar o caminho a ser seguido. Em
hipótese alguma a Turba deverá ser encurralada. Isto poderá provocar uma
desnecessária escalada da violência.
Se confirmada a dispersão pacífica, a Tropa de CD acompanhará de perto os
movimentos da Turba e, após um ponto pré-determinado, o acompanhamento
passará a ser feito por meio de patrulhas motorizadas.
c) Contenção
A Contenção é o processo de limitar o avanço de uma Turba além de uma linha
previamente estabelecida contendo seus integrantes na área em que estiverem
ocupando. Essa linha caracteriza o limite máximo de avanço da Turba, a partir da
qual fica comprometida a proteção que se deseja proporcionar a uma instalação ou
área crítica. Torna-se uma opção viável quando se pretende impedir que uma

OSTENSIVO - 6-12 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Turba se espalhe por áreas adjacentes. Além disso, dificulta o reforço da Turba
por outros APOP e a fuga dos que ocupam a área.
Um método de contenção eficaz alia a utilização de barreiras físicas para limitar a
área, patrulhas motorizadas no perímetro para barrar pontos críticos e impedir o
deslocamento em direções indesejadas, bem como Tropa de CD na formação de
controle de distúrbios apropriada, utilizando as técnicas de contenção em contato
aproximado com os integrantes da Turba. A exemplo do que já foi mencionado
nas medidas de dispersão, deve-se ter especial atenção para não encurralar a Turba
durante os procedimentos de contenção, evitando-se uma desnecessária escalada
da violência. Se disponíveis Viaturas Blindadas poderão ser posicionadas para o
bloqueio de ruas, complementando as medidas de contenção. Adicionalmente,
poderão ser utilizadas como Postos de Comando Tático proporcionando
segurança, comunicações e mobilidade.
Viaturas Sobre Rodas, preferencialmente Blindadas, deslocando-se nas
proximidades da Turba, em coluna com pequenos intervalos entre elas, são
amplamente empregadas como uma barreira de grande efeito psicológico. Podem
ser utilizadas para conter uma grande Turba que se desloca rapidamente. O cordão
em movimento, formado pelas viaturas, cria um obstáculo temporário entre a
Turba e a linha estabelecida pela Tropa de CD, a partir da qual a Turba não
poderá avançar. A velocidade do cordão em movimento não deverá ultrapassar a
dez km/h, com intervalos de aproximadamente 6 metros entre as viaturas. Luzes
do giroflex, sirenes e buzinas poderão ser utilizadas para ampliar o efeito
psicológico pretendido.
Há uma tendência natural em se enfatizar a dispersão, particularmente a forçada,
em detrimento à contenção, na abordagem dos procedimentos repressivos
observados nas ações de CD. A dispersão forçada pode resultar em uma quebra da
Turba em múltiplos grupos que podem se espalhar por uma área maior, tornando o
controle ainda mais difícil. Tal fato pode vir a representar maiores problemas de
ordem pública e, também, uma ameaça contínua as nossas Forças.
Em muitos casos, será preciso avaliar se uma Turba não poderia ser controlada em
melhores condições por meio da contenção, confinando suas atividades em uma
área previamente estabelecida. Em geral, o Distúrbio tenderá a ter sua duração

OSTENSIVO - 6-13 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

limitada, e o número de integrantes da Turba suscetível de diminuir à medida que


necessidades individuais prevalecem sobre as coletivas.

OSTENSIVO - 6-14 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

ANEXO A
ALCANCE DE UTILIZAÇÃO DO MATERIAL EMPREGADO NO CONTROLE DE DISTÚRBIOS

DISTÂNCIAS EM METROS
MATERIAL
1 5 10 15 20 25 50 70 100 300

Pistola 9mm

Pistola elétrica

Espingarda militar 18,6mm

Fuzil FN - 303

Lançador de granada 40mm


Lançador de granada 40mm
(borracha)
Granada de mão

Espargidor de pimenta pequeno

Espargidor de pimenta grande

Bastão retrátil

Cassetete longo

Extintor de CO2 de 6 Kg

Guia para cão policial

LRAD

OSTENSIVO - A-1 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

ANEXO B
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DO MATERIAL EMPREGADO PELA COMPANHIA
DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
Equipagem comum a todas as funções
1. Capacete balístico nível III-A;
2. Colete balístico nível III-A;
3. Viseira antitumulto;
4. Joelheira, caneleira e cotoveleira antitumulto;
5. Máscara contra gases;
6. Bornal de perna para máscara contra gases; e
7. duas Algemas plásticas.
Equipagem e armamento/munição específico das seguintes funções: 
Armamento/munição
1. Pistola 9mm;
2. três Carregadores;
Função: 3. quarenta e cinco Cartuchos
Comandante da 9mm; e
CiaCD / 4. Espargidor de pimenta
Imediato / PelCD (pequeno). 
Equipagem/equipamento
Posto: 1. Coldre;
Of SUP / Of Itr / 2. Porta-carregador de pistola
Of Sublt 9mm Sistema Mole;
(FN/QC-FN/AFN) 3. Rádio EP-450;
4. Megafone;
5. Bastão retrátil de polímero; e
6. Porta-bastão retrátil. 
Armamento/munição
1. Pistola 9mm;
2. cinco Carregadores;
3. setenta e cinco Cartuchos
9mm; e
Função: 4. Espargidor de Pimenta
Auxiliar do PelCD (pequeno). 
Equipagem/equipamento
Graduação: 1. Coldre;
SO/SG-FN 2. Porta-carregador de pistola
9mm Sistema Mole;
2. Rádio EP-450;
3. Bastão retrátil de polímero; e
4. Porta-bastão retrátil. 

OSTENSIVO - B-1 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Armamento/munição
1. Pistola 9mm;
2. três Carregadores;
3. quarenta cinco Cartuchos
9mm; e
Função:
4. Espargidor de pimenta
Comandante
(grande). 
do
Equipagem/equipamento
GpCD
1. Rádio EP-450;
2. Coldre;
Graduação:
SG-FN-IF 3. Porta-carregador de pistola
9mm Sistema Mole;
4. Porta-espargidor de pimenta
(grande);
5. Bastão retrátil de polímero; e
6. Porta-bastão retrátil. 
Armamento/munição 
1. Espingarda 18,6mm/Fuzil FN-
303;
2. quatro Carregadores para Fuzil
FN-303;
Função: 3. trinta e dois Cartuchos de
Atirador borracha; e
4. Espargidor de pimenta
Graduação: (pequeno).
CB-FN-IF
Equipagem/equipamento
1. três Porta-cartucho 18,6mm
oito “slots” Sistema Mole;
2. Bastão retrátil de polímero; e
3. Porta-bastão retrátil. 
Armamento/munição
1. Lançador de granadas 40mm;
2. seis Granadas efeito moral;
3. seis Granadas de gás
pimenta/lacrimogênio
seis Granadas fumígenas;
Função:
4. seis Granadas de mão de gás
Lançador
de pimenta/lacrimogênio; e
5. Espargidor de pimenta
Graduação:
(pequeno). 
CB-FN-IF/
Equipagem/equipamento
SD-FN
1. Bornal de perna (extra);
2. Bastão retrátil de polímero;
3. Porta-bastão retrátil; e
quatro Porta-cartucho 40mm
dois “slots” Sistema Mole.

OSTENSIVO - B-2 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Armamento/munição 

N/C
Função:
Escudeiro
Equipagem/equipamento
Graduação: 1. Cassetete longo;
CB-FN-IF/ 2. Porta-cassetete; e
SD-FN 3. Escudo antitumulto dupla
face.

Armamento/munição 
1. Fuzil FN-303;
2. quatro Carregadores para
Fuzil FN-303; e
3. Espargidor de pimenta
Função:
(pequeno).
Marcador
Equipagem/equipamento
Graduação:
SG-FN-IF 1. Rádio EP-450;
2. Bornal de perna (extra);
3. Bastão retrátil de polímero; e
4. Porta-bastão retrátil. 

Armamento/munição 
1. Pistola elétrica;
2. Bateria reserva;
3. dez Eletrôdos; e
Função: 4. Espargidor de pimenta
Elemento (pequeno).
eletrochoque
Equipagem/equipamento
Graduação: 1. Bornal de perna (extra);
CB-FN-IF/ 2. Bastão retrátil de polímero; e
SD-FN 3. Porta-bastão retrátil.

OSTENSIVO - B-3 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Armamento/munição
1. Espargidor de pimenta
(pequeno). 

Função:
Aprisionador

Graduação: Equipagem/equipamento
SD-FN 1. três Algemas metálicas;
2. Bastão retrátil de polímero; e
3. Porta-bastão retrátil. 

Armamento/munição
1. Fuzil M16A2;
2. quatro Carregadores;
3. 120 Cartuchos 5,56mm; e
4. Espargidor de pimenta
Função: (pequeno).
Segurança
Equipagem/equipamento
Graduação: 1. Bastão retrátil de polímero;
CB-FN-IF 2. Porta-bastão retrátil;
3. Porta-carregador M16 Sistema
Mole; e 
4. Luneta/mira reflexiva. 

Armamento/munição 

N/C 
Função:
Elemento de
combate a
incêndio Equipagem/equipamento
1. Bastão retrátil de polímero;
Graduação: 2. Porta-bastão retrátil; e
SD-FN 3. Extintor CO2 6kg. 

OSTENSIVO - B-4 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Armamento/munição
1. Pistola 9mm;
2. três Carregadores; e
3. quarenta e cinco Cartuchos
Função:
9mm. 
Cinófilo

Equipagem/equipamento
Graduação: 1. Bastão retrátil de polímero;
CB-FN-IF/ 2. Porta-bastão retrátil; e
SD-FN 3. Cão de Guerra.  

OSTENSIVO - B-5 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

ANEXO C
MODELO DE RELATÓRIO DE EMPREGO DE ARMAMENTO NÃO LETAL
==============================================

RELATÓRIO DE EMPREGO DE ARMAMENTO NÃO LETAL

Data-hora do emprego: ________________________________________________________


Lugar do emprego: ___________________________________________________________
Companhia/Pelotão envolvido: _________________________________________________
Militar envolvido: ____________________________________________________________
Natureza do emprego:_________________________________________________________
Tipo da força empregada (Verificar todas que se aplicam)
( ) Física ( ) Cassetete
( ) Agentes químicos ( ) Projétil de borracha
( ) “Spray” de pimenta ( ) Eletrochoque
( )Outros: ________________________________________________________________
Natureza das lesões e tratamento indicado:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Conduzido ao hospital pelas lesões: Sim ( ) / Não ( )
Conduzido ao hospital por problemas psicológicos: Sim ( ) / Não ( )
Suspeito sob influência de: Drogas ( ) / Álcool ( ) / Outros_______________________
Tipo de emprego:
( ) Barricada ( ) Suspeito armado ( ) Tentativa de invasão
( ) Escolta ( ) Interdição de área ( ) Busca e apreensão
( ) Perturbação da Ordem Pública ( ) Outros: ________________________________
Idade:_______ Sexo:_______ Peso:_______ Raça:_______ Peso (aproximado): __________
Distância aproximada do alvo na hora do emprego: _________________________________
Ponto principal de pontaria: ( ) Centro do corpo ( ) Braços ( ) Coxas
Ocorreu: ( ) Ambiente confinado ( ) Área aberta

==============================================

OSTENSIVO - C-1 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

==============================================

Descrição da lesão:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Descrição do emprego:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Local,_____de_________de _________.

ASSINATURA
POSTO/NIP/NOME COMPLETO

==============================================

OSTENSIVO - C-2 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

ANEXO D
TÉCNICAS DE UTILIZAÇÃO DO CASSETETE EM CONTROLE DE DISTÚRBIOS
1 - GENERALIDADES
Localizado no nível cinco da metodologia do uso gradual da força (Inciso 2.4.5 - Armas
Intermediárias), o Cassetete constitui-se em uma das principais ferramentas utilizadas
pelas Tropas em ações de CD.
A utilização do Cassetete é baseada no exame da situação feito pelo Comandante da
Tropa. Poderá ser usado em ações ofensivas ou defensivamente para proteger pessoas e
propriedades. Na fase final de um conflito, quando a intensidade da violência já tenha
decrescido e é esperado que o mesmo não perdure por muito tempo, as Tropas,
provavelmente, estarão em postura defensiva. Nesse caso, o Cassetete facilitará o
cumprimento de suas tarefas.
2 - ESTOCADAS E CORTES
As tropas que portam Cassetete devem conhecer os pontos vulneráveis do corpo humano.
Os APOP devem ser detidos, desencorajados ou dispersos, mas devem-se evitar golpes
letais ou causar danos permanentes às pessoas, tais como os golpes em articulações do
corpo humano. Na figura D-1 são mostrados os pontos vulneráveis do corpo humano e na
figura D-2 os pontos que, se atingidos, podem provocar a morte.
As estocadas são movimentos feitos com a ponta do cassetete, para golpear uma zona ou
ponto específico do corpo do antagonista, com a finalidade de desarmá-lo ou incapacitá-
lo momentaneamente (Fig. D-3).
Os cortes são golpes rápidos de través, executados com o terminal do cassetete, o qual se
move em ângulo até um ponto ou zona específica do corpo do adversário com a
finalidade de desarmá-lo ou incapacitá-lo momentaneamente (Fig. D-4).
Existem situações em que não são necessários golpes contra a Multidão. Nesse caso, o
militar que porta o cassetete o manterá firmemente, apontando na direção do plexo solar
do APOP (Fig. D-5).

OSTENSIVO - D-1 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Fig. D-1 - Pontos vulneráveis do corpo humano

Fig. D-2 - Pontos fatais quando golpeados

OSTENSIVO - D-2 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Fig. D-3 - Estocada

Fig. D-4 - Corte

OSTENSIVO - D-3 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

Fig. D-5 - Militar apontando o cassetete em direção ao plexo solar do APOP

OSTENSIVO - D-4 - REV.1


OSTENSIVO CGCFN-31.3

ANEXO E
COMPOSIÇÃO DA COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
SeçCmdo da CiaCD
1 Of SUP/Itr CmtCiaCD
1 Of Sublt ImtCiaCD
1 SD-FN Operador video/fotógrafo
1 SD-FN Mensageiro
4 Militares

DstIrdSonora DstCães Gp de aprisionamento


1 SG/CB-FN Operador 6 CB/SD-FN Cinófilo 1 SG/CB-FN Identificador
1 CB/SD-FN Auxiliar 3 CB/SD-FN Elm Custódia
2 Militares 6 Militares 4 Militares

DstSau Gp de transporte
1 Of Sublt Médico 1 SO/SG-MO Encarregado
2 SG/CB-EF Enfermeiro 10 CB/SD-FN Motorista
3 Militares 11 Militares

PelCD
SeçCmdo do PelCD
1 Of Sublt CmtPelCD
1 SO/SG-FN AuxPelCD
1 SD-FN Escudeiro do Cmt
2 CB-FN Segurança
5 Militares

1º GpCD 2º GpCD 3º GpCD


1 SG-FN Cmt GpCD 1 SG-FN Cmt GpCD 1 SG-FN Cmt GpCD
2 CB-FN Atirador 2 CB-FN Atirador 2 CB-FN Atirador
2 CB/SD-FN Lançador 2 CB/SD-FN Lançador 2 CB/SD-FN Lançador
7 CB/SD-FN Escudeiro 7 SD-FN Escudeiro 7 SD-FN Escudeiro
12 Militares 12 Militares 12 Militares

Gp de Presa
1 SG-FN Marcador
1 CB/SD-FN Elm Eletrochoque 1 SG/CB-EF Enfermeiro
1 SD-FN Aprisionador 1 SD-FN ElmCmbIncd
3 Militares 2 Militares

TOTAL UM
46 138 TOTAL TRÊS PelCD 168 TOTAL CiaCD
PelCD

OSTENSIVO - E-1 - REV.1

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