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MANUAL DE
SEGURANÇA DE AUTORIDADES
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2008
OSTENSIVO CGCFN-1-16
MARINHA DO BRASIL
2008
FINALIDADE: BÁSICA
1ª Edição
OSTENSIVO CGCFN-1-16
ATO DE APROVAÇÃO
AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC
Em_____/_____/_____ CARIMBO
OSTENSIVO - II - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-16
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto.................................................................................................... I
Ato de Aprovação............................................................................................... II
Índice .................................................................................................................. III
Introdução........................................................................................................... IV
CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTOS E ORGANIZAÇÃO
1.1 - Introdução .................................................................................................. 1-1
1.2 – Conceitos ................................................................................................... 1-2
1.3 – Funções e composição das Equipes de Segurança .................................... 1-2
1.4 – Atribuições ................................................................................................ 1-6
CAPÍTULO 2 - RECURSOS HUMANOS
2.1 – Atribuições essenciais dos Agentes de Segurança .................................... 2-1
2.2 – Normas de Conduta Pessoal ...................................................................... 2-2
2.3 – Mentalidade de Segurança ........................................................................ 2-3
2.4 – Inteligência Humana.................................................................................. 2-4
2.5 – Processo de observação, memorização e descrição................................... 2-5
2.6 – Comportamento da Autoridade ................................................................. 2-7
CAPÍTULO 3 - TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA
3.1 – Generalidades ............................................................................................ 3-1
3.2 – Princípios de Segurança e Proteção........................................................... 3-1
3.3 – Grau de Segurança e Proteção................................................................... 3-2
3.4 - Círculos Concêntricos de Segurança e Proteção (Modelo Ideal)............... 3-2
3.5 – Escoltas (Modelo Ideal)............................................................................. 3-4
3.6 – Medidas Preventivas para o cotidiano nos grandes centros urbanos.......... 3-30
CAPÍTULO 4 - FORÇAS ADVERSAS E AMEAÇAS
4.1 – Introdução.................................................................................................. 4-1
4.2 – Forças Adversas ........................................................................................ 4-1
4.3 – Motivações dos elementos adversos.......................................................... 4-6
ANEXO – Material e Recursos Tecnológicos.................................................................. . A-1
INTRODUÇÃO
1 – PROPÓSITO
O propósito desta publicação é fornecer uma orientação aos Fuzileiros Navais envolvidos
nas tarefas de segurança de autoridades executadas por Destacamentos de Segurança de
Embaixadas do Brasil, Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais – tanto em locais
de conflito armado, quanto em visitas protocolares de Chefes de Estado ou outras
autoridades estrangeiras no Brasil – pelas Companhias de Polícia e demais equipes de
segurança. O presente manual não se propõe a reapresentar conhecimentos como técnicas
de defesa pessoal e técnicas de tiro já constantes em outras publicações.
2 – DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em 4 Capítulos. O Capítulo 1 aborda noções básicas sobre a
organização e atribuições dos profissionais que trabalham na atividade de segurança,
como o enfoque direcionado para a segurança pessoal. O Capítulo 2 destaca a
importância do componente humano em qualquer estrutura de segurança, por mais
avançado tecnologicamente que ele seja. O Capítulo 3 apresenta as técnicas e os
procedimentos a serem aplicados pelos Fuzileiros Navais designados para a proteção de
dignitários. O Capítulo 4 expõe várias considerações sobre as forças adversas em vários
ambientes, comentando seu modus operandi, motivação e propósito de suas ações.
3 – CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411-MANUAL DE
PUBLICAÇÕES DA MARINHA, em: PMB, não controlada, ostensiva, básica e manual.
4 – SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a CGCFN-2903 - Manual de Segurança de Autoridades, 1ª
edição, aprovada em 21 de maio de 2007, preservando seu conteúdo, que será adequado ao
previsto no Plano de Desenvolvimento da Série CGCFN (PDS-2008), quando de sua próxima
revisão.
OSTENSIVO - IV - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-16
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS E ORGANIZAÇÃO
1.1 – INTRODUÇÃO
Cada vez mais as atividades de Segurança de Autoridades são confiadas às tropas de
reconhecido profissionalismo, presentes, tanto em ambientes de conflito armado – onde
é possível a ocorrência de atos terroristas, seqüestros, emboscadas ou ação de franco-
atiradores – quanto no cotidiano dos grandes centros urbanos, em virtude do
crescimento dos níveis de violência – comprovados pelos assaltos, seqüestros, extorsões
e outras formas de coação - e das retaliações patrocinadas por facções criminosas, cujos
interesses são contrariados por agentes do Estado.
Nesses ambientes adversos, governantes, legisladores, juízes, diplomatas, comandantes
militares e chefes de Estado, em visitas protocolares, constituem-se em um grupo
específico, que pelo exercício de suas atribuições, por muitas vezes, deslocam o desejo
de vingança por afetação de interesses alheios. Além disso, tais autoridades
personificam a representatividade do poder de seus respectivos governos, instituições e
empresas e, por este motivo, são potenciais alvos de ofensas ou agressões, que na
verdade são dirigidas contra suas organizações, ainda que tenham o mero intuito de
desmoralizá-las.
Portanto, devido ao elevado grau de exigência, a atividade de segurança de autoridade
deve ser confiada a pessoas que reúnam um conjunto de atributos pessoais e
profissionais, apropriados para um trabalho que se caracteriza pela necessidade de alto
nível de atenção, longa duração, dedicação integral e ameaças difusas.
Não obstante, o pendor pessoal, é indispensável a fiel e constante observância às táticas,
técnicas e procedimentos, necessidade de acompanhamento da evolução dos recursos
tecnológicos e permanente necessidade de atualização e qualificação profissional.
A designação de um Fuzileiro Naval para integrar uma Equipe de Segurança de
Autoridade tem dois significados de relevante distinção. O primeiro traduz o
reconhecimento da Administração Naval pelos antecedentes profissionais já
demonstrados, e o segundo, revela a confiança da Instituição em atribuir a nobre tarefa
de preservar a integridade física da autoridade a ser protegida.
2
A M 3
1
L E G E NDA
AUTORIDADE
SEGURANÇA APROXIMADA
SEGURANÇA VELADA
SEGURANÇA OSTENSIVA
A A
A
A A
b) Equipamentos Individuais
- Colete à prova de impactos;
- Armamento individual com carregadores sobressalentes;
- Bloco de notas;
- Óculos escuros (opcional); e
- Equipamento de comunicações.
c) Tipos de Ataque e Procedimentos
- Verbal – multidão xingando, ofensas verbais;
Procedimento: cerrar a formação e passar rápido.
- Físico – socos, pedras, pauladas;
Procedimento: cerrar a formação e passar rápido.
- Com arma branca ou de fogo;
Procedimento: reagir rápido com armas ou golpes, curvar a autoridade e retirá-la
da área.
- Bombas ou granadas;
Procedimento: gritar “bomba” e deitar-se sobre a autoridade. Após a explosão, ou
não, retirá-la da área.
- Com armas de longo alcance;
Procedimento: se o atirador for visto antes de atirar, gritar “fuzil” indicando a
localização do atirador pelo “método do relógio”, curvar e proteger a autoridade,
retirando-a para um local abrigado.
3.5.2 – Escolta motorizada
Durante a realização dos deslocamentos motorizados, a Equipe de Segurança passará
a observar outro conjunto de medidas apropriadas para esta nova situação. A
estrutura de segurança empregada variará em função da disponibilidade de viaturas,
número de militares, características do itinerário e dos locais de desembarque.
a) Prescrições a serem observadas por ocasião do emprego de viaturas:
I) inspecionar o carro antes de guardá-lo e antes de usá-lo;
II) deslocar-se por itinerário previamente escolhido;
III) variar os itinerários;
IV) manter as portas trancadas e vidros fechados (no carro da autoridade);
V) ter a máxima atenção em todos os movimentos;
VI) manter velocidade alta com segurança;
VII) em caso de ataque, manter-se em movimento;
VIII) estacionar sempre com a frente voltada para a saída;
IX) ter sempre em mente a necessidade posicionar a viatura para uma eventual
saída antecipada ou fuga; e
X) não permanecer sentado no carro estacionado, aguardando a autoridade em
locais que não sejam efetivamente seguros.
b) Equipamentos da viatura
Os equipamentos a serem conduzidos na viatura deverão estar consoantes com a
3 M M
C 2
2 A 1
PONTO DE DESEMBARQUE
A 1
APÓS O DESEMBARQUE
PONTO DE DESEMBARQUE
A
1 APÓS O DESEMBARQUE
2
2
3 M
M
A 1 2
6 M M 3 M
A
5 A 4 2 1
PONTO DE DESEMBARQUE
2 1
6 3
M M M
PONTO DE DESEMBARQUE
5
APÓS O DESEMBARQUE
A 4
2
PONTO DE DESEMBARQUE
M M
A
3 M
2 1
6 5 A 4 2 1
PONTO DE DESEMBARQUE
APÓS O DESEMBARQUE
5 A 4 1
M 1 M
6 5 2 4
Fig. 3.8 – A viatura está a uma pequena distância frontal e afastada lateralmente,
de modo a ter uma ampla visão.
Fig. 3.9 – Em uma via com duas faixas de rolamento, a viatura de cobertura efetivamente
bloqueia a faixa da esquerda para monitorar a retaguarda, permitindo que o carro que se
aproxima possa ultrapassar após a verificação do veículo. Em seguida a viatura de
cobertura retorna para a faixa da esquerda.
Fig. 3.10 – Em uma via de média ou alta velocidade, a viatura de cobertura se coloca na
faixa externa e monitora os carros que se aproximam pela retaguarda. Entretanto, ela não
permitirá que um carro se interponha entre ela e a viatura da autoridade.
Fig. 3.12 – A viatura de cobertura está próxima e na parte mais de fora da curva para ter
uma visão mais profunda além e para dentro da curva. A viatura da autoridade está no
centro ou levemente orientada para fora da curva. A viatura da autoridade não deve
exagerar na proximidade, particularmente, em curvas muito fechadas.
Fig. 3.15 – Em uma rótula, com curva à direita, a viatura da autoridade é protegida à
esquerda pela viatura de cobertura, que se posiciona à retaguarda, assim que ambas saírem
da curva.
Fig. 3.16 – Em uma rótula, com saída para a direita ou indo em direção reta, as viaturas
trocam de posição na abordagem final, com a viatura da autoridade se posicionando do lado
interno do centro da curva e a viatura de cobertura provendo sua proteção. Ao final da
conversão e na saída da rótula, as viaturas novamente trocam de posição. Desta forma,
previne-se qualquer ataque oriundo de uma entrada.
Fig. 3.17 – Na entrada de uma via de alta velocidade, a viatura de cobertura permanece na
faixa externa do acesso e é a primeira a acessá-la, garantindo a faixa para a entrada da viatura
da autoridade. Logo depois, volta à formação padrão.
Fig. 3.18 – Na saída de uma via de alta velocidade, a viatura da autoridade sai primeiro,
posicionando-se na parte interna do acesso, enquanto a viatura de cobertura desacelera na sua
faixa de rolamento e, logo em seguida, sai da via principal, voltando a se posicionar à
retaguarda.
2º Ponta de Lan ça
Regulador de Velocidade
5 a 10 metros de intervalo
CARRO DO
CERIMONIAL
Seguranças em Cunha
CARRO DA
AUTORIDADE
Auxiliar do
Cmte da Escolta Comandante da Escolta
CARRO DA
COMITIVA
CARRO DA COMITIVA
SEGURANÇAS
CARRO DA
COMITIVA
CARRO
RESERVA
Segurança Fecha
Comboio
Fig. 3.20 – Cavalo de pau. Puxe o freio de mão para travar as rodas traseiras e mantenha o
freio de mão suspenso. O erro usual é a aplicação do feio de mão a uma velocidade muito alta.
Fig. 3.21 – Manobra em “Y”. A manobra em “Y” é uma das manobras evasivas mais simples.
Consiste na parada total do veículo, o engate da marcha à ré e o giro do brusco da direção,
evadindo-se do local do ataque.
Fig. 3.22 – Cavalo de pau invertido. Consiste em engrenar a marcha à ré, até atingir a
velocidade de 50 km/h, quando deve ser feito o giro brusco da direção e é realizado o cavalo
de pau inverso.
Fig. 3.23 – Evasão com emprego de cortina de fumaça. A viatura da autoridade dá um sinal
para alertar que há um bloqueio à frente, seja por buzina, rádio ou sinal convencionado. A
viatura de cobertura acelera, ultrapassa a viatura da autoridade, abre fogo e lança granadas
fumígenas. Após isso, as duas viaturas evadem-se pelas técnicas anteriormente apresentada
(cavalo de pau invertido ou Y)
Fig. 3.25 – Conduta em caso de bloqueio frontal e traseiro. Ambas as viaturas param
transversalmente ao sentida da pista, formando um corredor protegido, onde as portas internas
de ambos os carros serão abertas. Cada metade da Equipe de Segurança abre fogo contra as
forças adversas, lança granadas fumígenas e rompe contato, buscando uma rota de fuga.
Sempre preocupado com a proteção da autoridade.
Fig. 3.27 – 1º Caso) Um único veículo bloqueando a pista. A velocidade deve ser reduzida,
quando o veículo estiver a uma distância de um a dois carros do bloqueio, por meio de uma
frenagem brusca, que não trave as rodas. A partir daí deve ser escolhido um ponto de colisão,
geralmente o arco da roda traseira. Quando seu pára-choque tocar na viatura de bloqueio,
mantenha a aceleração e deixe a direção reta.
Fig. 3.28 – 1º Caso) Bloqueio duplo. É adotada a mesma técnica do caso anterior,
Destacando-se que a única distinção refere-se à seleção do ponto de choque. Devem ser
levados em consideração as distâncias entre as viaturas e os espaços livres na pista. Sendo
Fig. 3.29 – Sob nenhuma condição tente contornar o bloqueio, evitando deixar o flanco da
autoridade exposto ao fogo inimigo. Sua intenção deve ser sempre causar a ação de choque ou
ferir seriamente as forças adversas pela colisão. A 40 km/h não há nenhum risco para os
passageiros da viatura da autoridade.
Fig. 3.30 – Evitando o fogo das forças adversas. Evite emparelhar com o veículo perseguidor,
freie cadenciadamente e rompa o contato, por meio da utilização da via da contramão ou
fazendo uma curva em U, contrária ao movimento original. Deve ser evitado o
Fig. 3.31 – Caso a viatura da autoridade seja fechada, a melhor opção é a colisão. Todos os
ocupantes da viatura se abaixam, um dos seguranças provê a cobertura da autoridade e se
busca a colisão na parte da roda traseira do veículo bloqueador. Colidindo com força e
empurrando o outro veículo, mantendo a direção reta e depois rompendo contato visual.
Fig. 3.32 – Caso a viatura das forças adversas tenha ultrapassado completamente o veículo da
autoridade, não resta outra opção a não ser realizar a colisão traseira. Esta não é a melhor
escolha.
Fig. 3.33 – O impacto na traseira da viatura das forças adversas não é favorável, pois pode
causar mas pode ser a única opção caso não tenha sido possível detectar a ameaça antes.
Fig. 3.34 – O impacto na região frontal da viatura das forças adversas também não é
favorável, pois pode causar o engatamento dos veículos e proporcionar bons campos de tiro
ao atacante. Caso os veículos se engatem, jogue a direção repetidamente contra o outro
veículo e acelere.
3.5.6 - Formas de embarque de autoridade
As formas de embarque também são definidas como ortodoxa e não ortodoxa. O
embarque deve seguir a ordem inversa das formações assumidas para o desembarque.
LEGENDA
AUTORIDADE
SEGURANÇA
MOTORISTA
Níveis de Blindagem: