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25/03/24, 15:04 Introdução a planos de negócios

Introdução a planos de negócios


Ugo Medrado Corrêa

Descrição

Plano de negócios: definição, formulação, aplicação e


acompanhamento.

Propósito

Compreender o conceito de plano de negócios e sua importância para o


empreendedorismo, além dos elementos fundamentais em sua
formulação e das técnicas de aplicação e acompanhamento ao longo
do tempo.

Preparação

Você precisará de papel e caneta para acompanhar o material.

Objetivos

Módulo 1

O conceito de plano de negócios

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Descrever o conceito de plano de negócios.

Módulo 2

A elaboração de plano de negócios


Formular um plano de negócios.

Módulo 3

A execução do plano de negócios


Aplicar um plano de negócios.

meeting_room
Introdução
O plano de negócios é uma ferramenta indispensável para todos
os empreendedores, ajudando-os a estabelecer objetivos e metas
concretas, realistas e claras. Isso não é óbvio como pode parecer
à primeira vista: infelizmente, grande parte das novas empresas
quebra já nos primeiros anos de operação.

Em outras palavras, uma ideia brilhante para a criação de uma


empresa nem sempre suscita o sucesso do empreendimento. Por
esse motivo, é fundamental usar ferramentas de estratégia e
planejamento quando se começa um novo negócio.

Inicialmente, conceituaremos neste tema esse mecanismo do


plano de negócios e analisaremos sua importância para o
empreendedorismo. Em seguida, conheceremos os principais
pontos para a construção do plano. Por fim, discutiremos como
funciona a aplicação e o acompanhamento dele no início da
operação de uma nova empresa.

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1 - O conceito de plano de negócios


Ao final deste módulo, você será capaz de descrever o conceito de plano de negócios.

Plano de negócios
De modo geral, o empreendedorismo significa o começo de um novo
negócio. Também é um fato que a atividade empreendedora pode ter
vários significados subjetivos.

Exemplo
Realização pessoal, inovação, renda, poder, oportunidade de mudança e
tomada de riscos.

Infelizmente, como falamos acima, a experiência dos empreendedores


mostra que a realidade é mais dura que a imaginada no mundo das
ideias. A probabilidade de fracasso de uma nova empresa é muito
grande. No Brasil e em outros países, como, por exemplo, os EUA,
poucas organizações não precisam fechar suas portas já nos primeiros
anos de existência.

Saiba mais

Desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em


2019, o estudo “Demografia das empresas e estatísticas de
empreendedorismo” aponta que apenas 47,2% das empresas

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permanecem em operação após quatro anos. Depois do primeiro ano de


existência, 21% delas já encerram suas atividades. Nos Estados Unidos,
os números, de acordo com o Bureau of Labor Statistics, são parecidos:
21,5% saem do mercado após o primeiro ano, enquanto 50% dão um fim
às suas operações em até 48 meses.

Definição
Diante dessa realidade difícil, surge uma pergunta inevitável:

O que leva uma empresa ao sucesso?

É muito fácil encontrar promessas de um certo método infalível capaz


de transformar qualquer pessoa em um empreendedor milionário. Quem
nunca ouviu a história na qual uma ideia brilhante nascida na garagem
de casa foi o começo de uma corporação multinacional bilionária?

Na verdade, quando observamos tal fenômeno mais de perto, podemos


observar que muitos fundadores de companhias de sucesso já
acumulavam uma experiência significativa no setor de atuação antes de
montar o próprio negócio. Um exemplo clássico do “mito da garagem” é
o caso de Steve Jobs.

Steve Jobs
Antes de se tornar o criativo líder da companhia de tecnologia Apple,
Steve Jobs foi funcionário da Atari, uma empresa inovadora de
videogames de enorme sucesso nos anos 1980, e da Hewlett-
Packard (também conhecida como HP), outra organização gigante
do setor de tecnologia.

Fonte: DORNELAS, 2007

Os pesquisadores reconhecem que não existe uma fórmula universal


para o sucesso: cada empresa tem uma história própria. Contudo, isso
não significa que os empreendedores caminham no escuro apenas com
a intuição e algumas ideias inovadoras. Decisões de negócio bem
informadas são comprovadamente determinantes do desempenho de
uma nova empresa.

Ao longo do século passado, universidades e agências governamentais


passaram a desenvolver mecanismos de estratégia de negócios. Entre
as técnicas propostas pelos treinamentos neste tipo de estratégia,
destaca-se justamente o planejamento.

Estratégia de negócios
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Estratégias de negócios têm exatamente o objetivo de usar


ferramentas para ajudar na tomada de decisões de uma empresa.
Em outras palavras, são exercício se técnicas de reflexão e de
organização que facilitam a administração de um negócio.

Nesse sentido, o plano de negócios é uma ferramenta para planejar a


gestão do desenvolvimento inicial de uma organização. No meio
empresarial, esse plano é considerado fundamental para o sucesso da
nova empresa em médio e longo prazo.

Segundo Honig (2004), o plano de negócios é um


documento que “descreve o estágio atual de uma
empresa e o que se espera do seu futuro”. Ele pode ser
documento criado para um empreendimento que está
nascendo ou para um negócio já em operação.

Função
O plano de negócios é uma recomendação para todos os
empreendedores independentemente de sua área de atuação ou do
tamanho da empresa. Como frisamos, ele ajuda o empreendedor a
estabelecer objetivos e metas. A seguir, um breve resumo:

query_stats Trata-se de uma oportunidade para colocar no papel


objetivos claros e realistas que possam, de fato, ser
alcançados. Nesse momento, o empreendedor avalia
quais são as etapas necessárias e o passo a passo
para alcançar o objetivo final.

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query_stats Esse plano também é uma oportunidade para refinar


propostas. Algumas ideias fazem bastante sentido
dentro da cabeça, mas, quando são escritas no
papel, pode-se perceber se estão incompletas ou
não são realistas.

query_stats Para Dornelas (2018, p. 93-94), espera-se que, no


plano de negócios, o empreendedor descreva “suas
ideias em uma linguagem que os leitores entendam
e, principalmente, mostre viabilidade e probabilidade
de sucesso em seu mercado”. Esse plano serve,
portanto, como um “cartão de visitas do
empreendedor”.

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Outra vantagem dessa ferramenta é o aumento na eficiência da


empresa. Ao descrevermos a estratégia operacional do negócio,
podemos descobrir algum desperdício de recurso, como, por exemplo,
tarefas de funcionários ou materiais de insumo de produção. Uma
organização que distribui seus recursos de forma eficiente tem mais
chances de obter menores custos e, por consequência, maior
rentabilidade e sucesso em longo prazo.

Público-alvo
O empreendedor deve escrever o plano de negócios pensando que os
leitores fazem parte de um público variado.

Exemplo

Investidores, instituições financeiras, futuros sócios, parceiros


comerciais, incubadoras de negócios e fornecedores, além de potenciais
funcionários e clientes.

Segundo Hashimoto e demais autores (2012, p. 4), o público a quem


esse plano se destina inclui “qualquer pessoa que necessite conhecer
de uma forma ampla e abrangente, ainda que superficial, o conceito do
negócio e a viabilidade de sua implantação”.

Atualmente, muitos empreendedores precisam escrever seu plano de


negócios para atender às exigências de atores financeiros. Ele
frequentemente compõe parte dos requisitos para:

Aprovação de empréstimos em um banco;

Associação a uma incubadora de empresas;

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Aporte de um investidor-anjo;

Solicitações de bolsas;

Recursos de agências de fomento.

Incubadora de empresas
Incubadoras de empresas são instituições que ajudam novas
organizações em seus primeiros anos de desenvolvimento. Uma
incubadora do tipo funciona como se fosse um ninho de filhotes de
empresas, já que elas recebem auxílio técnico, gerencial e jurídico ou
até mesmo um espaço físico para sua instalação.

Investidor-anjo
Investidores-anjo são pessoas físicas (e não jurídicas, como, por
exemplo, instituições financeiras) que destinam recursos próprios
para a criação ou o crescimento de empresas de alto potencial. Esse
serviço é feito geralmente por profissionais: sua experiência e seus
conhecimentos de rede, como o acúmulo de bons contatos pessoais,
conseguem fazer uma diferença positiva no empreendimento
nascente. Eles são considerados anjos porque participam não só
com o recurso financeiro, mas também com seus recursos humanos
(expertise).

Agências de fomento
Agências de fomento são instituições governamentais, tipicamente
sem fins lucrativos, criadas com o propósito de apoiar novos
empreendimentos. A ajuda ao empreendedorismo pode vir por meio
de empréstimos a juros mais baixos ou por intermédio de uma
assessoria técnica ou gerencial.

Tipos de empreendimento
Por mais que todas as novas empresas tenham de construir um plano
de negócios, é necessário diferenciar os tipos de empreendedorismo. De
acordo com Aulet (2013), as estratégias de negócio devem ser
ajustadas para projetos de escala diferente e com necessidades de
financiamento específicas.

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Há dois tipos principais de empreendimento:

Empreendedorismo de pequeno e médio porte expand_more

Esses empreendimentos estão voltados apenas para a atuação


em mercados locais, concentrando-se usualmente no setor de
serviços.

Em geral, a propriedade da empresa é concentrada em um único


ou em poucos sócios. A rentabilidade dela cresce aos poucos
até atingir um nível máximo dentro do universo de clientes
existentes numa determinada área de atuação.

Exemplo: Um salão de beleza, um restaurante ou uma clínica de


fisioterapia.

Empreendedorismo movido à inovação expand_more

O objetivo deste tipo de negócio é obter rapidamente uma escala


de produção e atuar em mercados nacionais e internacionais.

A propriedade do negócio está dissolvida entre muitos sócios,


investidores ou acionistas. Nos primeiros anos de atuação, sua

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rentabilidade costuma ser negativa até que, em um determinado


momento, ela consiga atingir um crescimento acelerado.

Exemplo: Um aplicativo de celular, uma empresa de serviços


financeiros ou uma empresa de software.

video_library
O plano de negócios
Para reforçar seu aprendizado, demonstraremos neste vídeo o que é um
plano de negócios e suas possíveis aplicações.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Estudamos a importância de um plano de negócios para o


empreendedorismo. Assinale a opção que contém uma
característica com influência comprovada no sucesso de uma nova
empresa.

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A Uma ideia brilhante e inovadora.

B Um mercado consumidor em forte crescimento.

C Grande disponibilidade de recursos financeiros.

A tomada de decisões empresariais de maneira


D
informada.

E Repetir estratégias de grandes empresas.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Grande parte das novas empresas quebra nos primeiros anos de


vida. Não basta ter uma boa ideia, alguns recursos ou mesmo um
bom mercado para se atuar; afinal, cada um desses fatores pode
(ou não) estar presente no início da trajetória de uma empresa bem-
sucedida. A tomada de decisões de modo planejado e informado
aumenta as chances de uma empresa ter sucesso.

Questão 2

A linguagem de um plano de negócios deve ser objetiva e clara para


facilitar a compreensão dos leitores. Entre o vasto grupo de
pessoas do chamado público-alvo do plano de negócios, qual
pessoa não corresponde a esse objetivo?

O gerente de uma cooperativa de crédito da sua


A
região que você não conhece.

Um funcionário de uma empresa concorrente que


B
conhece bem o mercado.

Uma investidora-anjo que, no momento, não possui


capital disponível para investir em novas empresas.
C

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Ela foi apresentada a você há muito tempo por uma


agência de fomento.

Um funcionário de uma empresa que é cliente de


longa data de um negócio concorrente. Você
D
conseguiu o contato dele graças a uma pesquisa na
internet.

Um investidor que possui interesse em se tornar


E
sócio da empresa.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O plano de negócios descreve a essência completa dele. Não é


saudável que uma empresa concorrente tenha acesso a tantas
informações importantes sobre uma nova empresa que pretende
disputar o mesmo grupo de clientes.

2 - A elaboração de plano de negócios


Ao final deste módulo, você será capaz de formular um plano de negócios.

Formulação de um plano de negócios

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Neste módulo, descreveremos o que um plano de negócios precisa


frequentemente incluir. Não existe, contudo, um modelo rígido a ser
seguido. O empreendedor deve adaptar a estrutura desse plano segundo
as necessidades de sua organização.

Exemplo disso, são as necessidades de uma empresa de prestação de


serviços digitais são muito diferentes das necessidades de outra que
produz artigos agrícolas.

O propósito da educação empreendedora é fornecer uma estrutura


mínima que possibilite um entendimento completo acerca do novo
negócio. Tendo isso em vista, o plano de negócios é dividido em seções
temáticas que oferecem informações com objetividade, ainda que sem
perder a alma da empresa.

Na tabela a seguir, observamos uma proposta mínima de seções dentro


de um plano do tipo:

Esboço mínimo de um plano de negócios

Seção 1 Sumário Executivo

Seção 2 Dados do Empreendimento

Seção 3 Ações de Sustentabilidade

Seção 4 Análise de Mercado

Seção 5 Estratégia de Marketing

Seção 6 Plano Operacional

Seção 7 Plano Financeiro

Seção 8 Análise de Riscos

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Descreveremos agora os objetivos de cada uma das oito seções,


comentando suas particularidades de forma detalhada.

Sumário executivo
Trata-se da seção principal, ou seja, a essência de qualquer plano de
negócios. Sumário é uma palavra formal que significa resumo. A ideia
de ele ser executivo deriva do seguinte propósito: mostrar quais ações
serão propostas no desenvolvimento do novo negócio.

O sumário executivo deve ser incluído sempre, seja qual for


a área de atuação da empresa.

Esta seção contém, de forma resumida, todas as informações mais


importantes do plano de negócios que abordem tanto o estágio atual da
empresa quanto o que se projeta dela para o futuro.

Quem ler o sumário executivo já terá uma noção geral da ideia


empreendedora e dos aspectos gerenciais do negócio. Os seguintes
pontos devem ser incluídos nesse sumário:

Dados gerais do negócio expand_more

Descrição de produtos ou serviços ofertados aos clientes,


definição do público-alvo (potenciais clientes) e localização do
empreendimento.

Dados dos empreendedores expand_more

Experiência profissional e atribuições de cada um dos


fundadores, evidenciando como isso está relacionado com o
desenvolvimento do negócio.

Missão e visão expand_more

Identificação dos valores que guiam o impulso empreendedor


responsável pelas operações da empresa e do diferencial do
produto ou serviço oferecido.

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O que os fundadores querem alcançar com sua empresa? Essa


pergunta é fundamental; respondendo-a, o empreendedor não
vai, ao longo do tempo, se desviar de suas ideias iniciais. Além
disso, ela serve para seus funcionários poderem identificar
facilmente qual é a missão da organização.

Fonte de recursos financeiros expand_more

Descrição da disponibilidade inicial de recursos e das despesas


necessárias para o começo das operações.

Muitas vezes, o sumário executivo será a única parte do plano que as


pessoas terão tempo de ler. Por isso, sua missão é convencer o leitor do
potencial e das vantagens competitivas da empresa.

Ao desenvolvê-lo, tenha em mente a sugestão do poeta Carlos


Drummond de Andrade: “Escrever é cortar palavras.” É importante ser
sucinto e objetivo: como tempo do leitor é limitado, o empreendedor
deve usá-lo da melhor forma possível.

A qualidade do sumário executivo funciona como um sinal do


profissionalismo dos empreendedores e da qualidade do documento
como um todo. Em outras palavras, é uma isca que vai despertar a
curiosidade de seu leitor para conhecer todo o plano de negócios.

Saiba mais

Na apresentação do plano de negócios de uma empresa a um investidor,


não existe muito tempo disponível. Mesmo assim, deve-se falar de
todas as características fundamentais do empreendimento. O que se
deseja nesse encontro é convencer um investidor de que vale a pena
colocar o dinheiro dele na sua empresa.

Por fim, apesar de ser o coração do documento, o sumário executivo


deve ser escrito por último, depois de todas as outras seções do plano
terem sido preenchidas e revisadas – afinal, você deve saber como será
o restante do documento antes de resumi-lo.

Dica

Em geral, três páginas são suficientes para apresentar todo o conteúdo


do sumário executivo.

Dados do empreendimento

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Nesta seção, o empreendedor conta um pouco da história da empresa.


Nesse momento, ele tem a chance de explicar as razões que
justificaram a escolha do nome da organização. Pode-se mostrar ainda
a conexão entre as experiências de vida anteriores e a decisão de criar
esse negócio. Algumas fotos, inclusive, podem ser anexadas desde que
tenham relevância para história contada.

É importante mencionar nessa oportunidade como o


novo empreendimento se insere em seu segmento de
atuação. É fundamental ainda ser honesto em relação
às vantagens e às desvantagens perante a
concorrência, descrevendo ao mesmo tempo – e de
forma clara – o potencial da empresa.

Em seguida, é necessário fornecer os detalhes sobre a operação


principal da organização, ou seja, suas fontes de renda. O
empreendedor, nesse contexto, apresenta as características principais
de cada produto ou serviço oferecido. Mais uma vez, o texto tem a
finalidade de mostrar a quem o estiver lendo o diferencial da nova
empresa em relação aos concorrentes.

Ofereceremos a seguir alguns exemplos de perguntas que devem ser


respondidas nesta seção:

contact_support Há quanto tempo os fundadores atuam nesse


mercado?

contact_support Quem são os donos da empresa?

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contact_support Como é a distribuição da propriedade: todos os


sócios têm a mesma fatia, ou são fatias diferentes?

contact_support Como o produto ou serviço oferecido atende às


necessidades dos clientes?

Ações de sustentabilidade
Os compromissos sociais e ambientais devem ser cada vez mais
incorporados à atividade empresarial. Atualmente, as mudanças
climáticas, o desmatamento e a poluição dos recursos naturais
compõem a lista de preocupações tanto de potenciais clientes quanto
de investidores e instituições financeiras. Espera-se, portanto, que todas
as empresas –seja qual for o tamanho delas – tenham um papel ativo
na transição para o desenvolvimento sustentável.

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Desenvolvimento sustentável
Modo de desenvolvimento capaz de atender às demandas da
sociedade atual sem prejudicar as necessidades das gerações
futuras. Ao mesmo tempo, não se deixa de lado os objetivos de
desenvolvimento econômico e social.

Nesta seção, os empreendedores têm a oportunidade de mostrar o


anseio pela construção de um negócio sustentável. Sabe-se que as
possibilidades de adotar práticas sustentáveis variam
consideravelmente a depender da área de atuação da empresa. O
objetivo principal em ações do tipo é que o empreendimento use a
menor quantidade possível de recursos naturais, além de minimizar a
geração de resíduos.

Existe também a preocupação com a saúde e o bem-estar dos


colaboradores tanto da empresa quanto de toda sua cadeia produtiva
(desde os fornecedores até os representantes comerciais). O
empreendedor, desse modo, precisa se esforçar para medir o impacto
de sua empresa na comunidade local e no meio ambiente.

Há ainda práticas negativas que devem ser evitadas. Nas grandes


empresas que adquirem insumos em países que não oferecem
condições mínimas de trabalho a seus funcionários, o produto delas
ganha uma vantagem de custo ao se apoiar em condições de trabalho
degradantes.

Exemplo

Na década de 1990, a Nike foi acusada de adquirir insumos de


fornecedores que colocavam crianças para trabalhar até dezesseis
horas por dia nos sete dias da semana.

Trata-se da “escravidão moderna” que as organizações responsáveis


tentam evitar. Não basta mais à empresa ser cuidadosa no trato com
seus funcionários: também é necessário evitar a contratação de
serviços ou a compra de produtos de fornecedores que desrespeitam as
regras do desenvolvimento sustentável.

Saiba mais
A entidade KnowTheChain produz relatórios sobre empresas em países
pobres que fornecem produtos para grandes companhias. Ela produz
um ranking que informa as condições dos fornecedores de diversas
companhias: isso influencia o mercado consumidor e, portanto, afeta as
decisões de gestores e investidores. Afinal, ninguém quer comprar uma
roupa feita graças ao trabalho escravo no Sudeste Asiático.

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Análise de mercado
Seu objetivo é organizar o entendimento do empreendedor sobre o
mercado no qual pretende atuar. Só é possível fazer uma boa análise
dele depois de muita pesquisa para coletar informações sobre
potenciais clientes, concorrentes e fornecedores.

Dica
A expressão segmento de mercado indica um conjunto de clientes
(pessoas ou empresas) com características parecidas.

A ideia de dividir potenciais clientes em grupos ajuda o empreendedor a


entender as demandas específicas de cada um. Além disso, é
fundamental calcular o tamanho de cada grupo, ou seja, o número
estimado de clientes em cada segmento.

Listaremos a seguir algumas características que a separação pode levar


em consideração:

query_stats Renda dos clientes

Poder de compra alto, médio ou baixo.

query_stats Localização da moradia

Pode ser dividida em estado, região, cidade ou


bairro.

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query_stats Dados demográficos

Faixa etária, gênero, estado civil e outras


características que afetam o perfil de consumo.

query_stats Hábito de compra

Tem relação com as características do


comportamento do consumidor.

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query_stats Tamanho de clientes empresariais

Ele é separado em micro, pequenas, médias e


grandes empresas. Uma organização pode vender
não apenas para consumidores típicos (indivíduos),
mas também para outras empresas. Por isso, é
necessário conhecer seus perfis.

Em geral, o objetivo mais importante inclui duas ações: descrever quem


são os clientes de cada produto ou serviço e desenvolver uma lista dos
possíveis motivos de compra.

Pode-se pensar da seguinte maneira: o cliente não adquire um produto


ou serviço; na verdade, ele atende a algum desejo ou necessidade por

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meio dessa aquisição. Revela-se mais importante, portanto, entender


tais desejos e necessidades (os motivos da compra) que a própria
demanda por um produto.

Exemplo

Com o lançamento de livros eletrônicos, diversas pessoas deixaram de


comprar os impressos, mas isso não significa que houve uma
diminuição no interesse pela leitura. Afinal, os consumidores adquirem o
mesmo conteúdo (o texto escrito) em formato diferente.

Observemos a diferença em uma situação hipotética na qual as pessoas


comprassem uma quantidade menor de livros por realmente estarem
menos interessadas em leitura. Elas agora só querem ir, por exemplo, ao
cinema. A resposta das empresas do setor para essa hipótese seria
diferente, pois, neste caso, não adianta mudar o formato do livro. Em
suma: é mais importante entender a motivação do consumidor (leitura)
que a demanda por um objeto específico (livros impressos).

Também é necessário estudar a situação da concorrência: pelo que é


possível saber, como as empresas concorrentes podem reagir à
chegada de uma nova empresa no mercado? Trata-se, enfim, de uma
tentativa de entender a situação financeira e operacional de seus
competidores diretos.

Os concorrentes têm a capacidade de aumentar sua produção? Ou eles


têm margem (gordura) em seu preço para fazer descontos e não perder
a base de clientes deles? Não basta observar a atuação de empresas já
instaladas no mercado: é necessário estudá-las para entender sua
capacidade de reação.

Por fim, deve-se compreender o mercado fornecedor, que pode ser


formado por pessoas ou empresas. Fornecedores abastecem o
empreendimento com equipamentos, materiais ou serviços que fazem
parte do processo de produção. Nesse momento, os empreendedores
podem coletar informações de:

Contato

Qualidade de produto

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Preço

Condições de pagamento

Localização

Quantidade mínima

Prazo de entrega de produtos ou


serviços fornecidos

O conhecimento coletado e sistematizado nessa seção vai influenciar


na criação de outras estratégias dentro da empresa, como a estratégia
de marketing e o plano operacional, que vamos descrever agora.

Estratégia de marketing
Esta seção descreve de que maneira o empreendimento faz a oferta de
seus produtos ou serviços. As ações propostas, neste momento, têm
como guia as necessidades e o comportamento dos clientes, devendo
listar os métodos de comercialização.

Exemplo

Vendas diretas ou por um canal de revendedores.

As perguntas principais a serem feitas na estratégia de marketing são


estas:

Pergunta 1
Como o cliente tomará conhecimento dos produtos ou serviços
oferecidos pela sua empresa?

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Pergunta 2
Como ele será conquistado e fidelizado (continuará sendo um cliente)?

Suas respostas surgem graças à descrição das estratégias de


propaganda, merchandising e relações públicas da empresa.

Merchandising
Conjunto de estratégias pela informação e apresentação de produtos
ou serviços do empreendimento nos pontos de venda. Seu objetivo é
influenciar a decisão de compra por parte dos clientes.

A construção da política de preços leva em consideração aqueles


praticados no mercado, ou seja, o preço cobrado pelas empresas
concorrentes. É uma estratégia que também analisa os diferenciais do
produto ou serviço oferecido.

Considerando suas vantagens ou desvantagens em relação ao que já é


oferecido no mercado, o preço pode ficar acima ou abaixo da
concorrência. Além disso, a demanda tem o potencial para variar de
acordo com o período do ano.

Período do ano
No inverno, os consumidores compram mais determinado produto
ou serviço por conta do frio.

Cabe destacar que as receitas da empresa dependem diretamente da


política de preços e da projeção de vendas (estimativa conservadora
que considera a demanda real pelo produto ou serviço, a capacidade de
produção e a logística de venda). Ou seja, eles constituem pontos
decisivos para o resultado (lucro ou prejuízo, que é um dos indicadores
financeiros principais do empreendimento.

Lucro ou prejuízo
De maneira simplificada, o lucro é a diferença entre a receita total da
empresa e todos os seus custos. Se essa diferença é negativa (ou
seja, os custos são maiores que a receita), a empresa tem prejuízo.

Plano operacional
Esta seção organiza de que forma a empresa vai comercializar seus
produtos ou serviços. O plano operacional planeja, desse modo, o dia a

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dia de uma organização, descrevendo as etapas de desenvolvimento,


produção, venda e entrega. Ele ainda lista os equipamentos e materiais
utilizados, assim como a quantidade de pessoas empregadas em cada
etapa e de tempo gasto em cada uma delas.

O empreendedor deve descrever nesta seção a capacidade instalada, ou


seja, a quantidade máxima que a empresa pode produzir, vender ou
prestar serviços em determinado período. Essa capacidade é
especialmente influenciada por estes fatores:

query_stats Número e preparo de funcionários.

query_stats Produtividade dos equipamentos.

query_stats Disponibilidade dos fornecedores.

query_stats Capacidade de distribuição e armazenamento.

Esta seção também deve apresentar o layout ou arranjo físico


(distribuição de pessoas, setores, móveis e equipamentos no espaço).

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25/03/24, 15:04 Introdução a planos de negócios

Se for possível, será importante desenhar uma planta baixa do local de


operação da empresa.

Planta baixa
Desenho de uma construção feito, em geral, a partir de um corte
horizontal na altura de 1,5m a partir da base. Trata-se de um
diagrama dos relacionamentos entre salas, espaços e outros
aspectos físicos em um nível de uma estrutura. Devem estar
detalhadas em escala na planta baixa as medidas das paredes
(comprimento e espessura), as portas, as janelas, o nome de cada
ambiente e seu respectivo nível.

O plano operacional também descreve a estratégia de recursos


humanos, respondendo às seguintes perguntas:

Pergunta 1
Quais serão as posições de trabalho em toda a empresa?

Pergunta 2
Quais são as qualificações necessárias para o que o futuro funcionário
execute bem suas tarefas?

Ao planejar o perfil da equipe que a empresa precisa, o empreendedor


consegue delinear critérios claros e objetivos na etapa de seleção da
futuros funcionários.

Devemos destacar a importância desses itens. Afinal, uma organização


pode ter dificuldade por elaborar a disposição de seu espaço de trabalho
de maneira inadequada ou por não prestar atenção a características
importantes dos candidatos a uma vaga:

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25/03/24, 15:04 Introdução a planos de negócios

É importante ter uma visão ampla sobre tais questões para assegurar
que esses detalhes serão considerados.

Plano financeiro
Esta seção apresenta o resultado financeiro esperado a partir da
aplicação do próprio plano de negócios. Em números, valores e custos,
o plano financeiro de uma empresa deve apresentar todo o capital
(dinheiro) a ser investido nos primeiros três anos de operação dela.

Listaremos a seguir os investimentos de implantação de um novo


negócio:

Investimentos fixos expand_more

Exemplos: custo total de todos os imóveis e veículos ou


equipamentos a serem comprados ou alugados para o começo
das operações da empresa.

Investimentos pré-operacionais expand_more

Exemplos: reformas num imóvel e custos de registro da empresa


nos órgãos competentes.

Capital de giro expand_more

Exemplos: recursos financeiros para vendas a prazo e


pagamentos a fornecedores.

Demonstrativo de resultados expand_more

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Trata-se de um dos pontos mais importantes do planejamento


financeiro da empresa. Suas receitas e despesas são
comparadas com o objetivo de estimar se a organização irá
operar com lucro ou prejuízo.

Três conceitos são fundamentais para este tipo de investimento:

query_stats Ponto de equilíbrio

Nível de faturamento (receitas) mínimo para que


uma empresa não tenha resultado negativo
(prejuízo).

query_stats Prazo de retorno do investimento

Tempo necessário para o empreendedor ou


investidor recuperar o capital (dinheiro) investido
numa empresa.

query_stats Lucratividade

Relação (quociente) entre lucro e receita bruta total,


ou seja, a receita (sem subtrair impostos ou outros
descontos de contabilidade).

Análise de riscos (cenários)


O empreendedor precisa levar em consideração que os riscos fazem
parte de qualquer atividade empreendedora. O risco está presente na
vida de todas as empresas, sendo um fator particularmente importante
para empreendedores que estão experimentando algo parcialmente
novo.

Prever ou administrar tais riscos pode garantir a sobrevivência do


negócio em cenários não favoráveis. Ele é mais um exercício de reflexão

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que analisa possíveis situações (desde a mais provável até a menos


provável de acontecer).

Conheceremos a seguir algumas situações imaginadas na análise de


riscos:

Resultados pessimistas Resultados otimistas

Há formas de se Este tipo de resultado


prevenir desses ocorre quando as
choques negativos no receitas são maiores
negócio? Existem que o esperado, os
caminhos alternativos custos são mais baixos.
caso uma situação Pode ser considerado
dessas aconteça, ou uma oportunidade de
seja, um plano B? tirar ganhos ainda mais
vultuosos diante de
Exemplo: Uma forte close situações favoráveis,
queda nas vendas, ou
como, por exemplo,
um aumento repentino
uma empresa
nos custos de matérias-
concorrente ter
primas ou
desistido de atuar
fornecedores.
nesse mercado, e talvez
investir para ter uma
proteção financeira em
caso de cenários
adversos no futuro.

video_library
Tabela I: Esboço mínimo de um plano
de negócios
Faremos neste vídeo um esboço mínimo de um plano de negócios.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Estudamos as características gerais do sumário executivo de um


plano de negócios e seu papel na viabilidade do novo negócio.
Assinale um erro na construção do sumário executivo.

Usar a linguagem mais simples possível para que


A qualquer leitor entenda a proposta do
empreendimento.

Escolher um texto que seja atraente e desperte a


B
curiosidade do leitor.

Apresentar diversos exemplos para descrever os


C objetivos da empresa com o propósito de explicar
os mesmos conceitos de várias maneiras.

Demonstrar as vantagens e as desvantagens do


D
produto ou do serviço oferecido pela empresa.

E Descrever a missão e visão do negócio.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A linguagem do sumário precisa ser resumida e objetiva. Não se


deve deixar o texto muito carregado com ideias que tenham o
mesmo significado.

Questão 2

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Falamos neste módulo sobre a análise de risco e sua importância


para o planejamento do negócio. Aponte a seguir a alternativa
incorreta sobre o exercício de construção de cenários.

Quando ocorre um cenário otimista, este é o melhor


dos mundos, porque o empreendedor não precisa
A
tomar nenhuma atitude: basta apenas seguir com
as ações planejadas.

Para se prevenir de cenários pessimistas, o


B empreendedor deve apresentar caminhos
alternativos para minimizar os impactos negativos.

As situações favoráveis de um cenário pessimista


também são desafiadoras, já que o empreendedor
C
deverá fazer uma nova leitura do mercado e
implementar outra estratégia.

Uma catástrofe ou um desastre natural pode ser um


exemplo de cenário pessimista quando ocorre uma
D
queda repentina nas vendas de um produto ou
serviço.

No cenário otimista, surgem novas oportunidades, e


E o empreendedor deve estar preparado para melhor
explorá-las.

Parabéns! A alternativa A está correta.

O acontecimento de um cenário otimista é realmente o melhor dos


mundos, mas isso significa que o empreendedor deve rever suas
estratégias para tirar ganhos ainda maiores nessa situação.

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3 - A execução do plano de negócios


Ao final deste módulo, você será capaz de aplicar um plano de negócios.

Primeiras palavras
Como falamos anteriormente, uma das principais vantagens do plano de
negócios é servir como uma base para a gestão de uma empresa. Trata-
se de uma ferramenta versátil, servindo como cartão de visitas do
empreendimento, o que é extremamente útil para captar recursos e
clientes. Essa ideia vai ser desenvolvida com mais detalhes na primeira
seção deste módulo.

Esse plano também permite que o empreendedor faça o exame para


saber se a operação da empresa vai bem ou não. Ele pode até mesmo
descobrir que um problema dessa operação provém de erros na
formulação do próprio plano de negócios. Esses atributos da aplicação

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do plano de negócios serão discutidos de forma detalhada na segunda


seção deste módulo.

O plano de negócios como


ferramenta de venda
O plano de negócios funciona como um armazém de informações sobre
a empresa. Dessa maneira, o empreendedor pode selecionar as que
deseja utilizar em qualquer ocasião.

Nesse plano, estão descritos os diferenciais da empresa, ou seja, as


informações com mais capacidade para convencer o público-alvo das
potencialidades do negócio.

Um armazém precisa ser organizado! O plano de negócios, bem como


suas fontes de dados, não pode simplesmente “empilhar” informações
que depois ninguém conseguirá encontrar. Devemos nos lembrar
sempre de uma importante observação de Yuval Harari sobre o
desenvolvimento da linguagem escrita: a biblioteconomia é tão
importante quanto a literatura. Não adianta compilar diversos registros
escritos se não for possível recuperá-los rapidamente. Isso já era
considerado importante na feitura dos pergaminhos de milênios atrás –
e ainda é fundamental no mundo atual, que conta com um grande
volume de dados.

Biblioteconomia
Área responsável pelo estudo de práticas, perspectivas e aplicações
de métodos de representação, assim como de gestão da informação
e do conhecimento, em diferentes ambientes de informação, como,
por exemplo, bibliotecas e centros de documentação e de pesquisa.

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Uma empresa pode ter dificuldade para apresentar seu plano de


negócios por circularem tanto diferentes versões dele – que pode sofrer
ajustes ao longo do tempo – quanto outros documentos de apoio, como
planilhas de dados, em vários e-mails enviados para diferentes pessoas
envolvidas no processo. Será difícil, em caso de necessidade, encontrar
um material específico meses depois, pois ele estará perdido em meio a
muitas mensagens. É essencial ter uma boa gestão da informação.

Elevator pitch (ou elevator speech)


Constituindo uma forma rápida e breve de apresentação, o elevator pitch
pode ser traduzido como “papo de elevador”. Ele tem origem na ideia de
que o empreendedor precisa vender sua ideia no tempo que elevador
demora para chegar ao andar de destino.

Não constitui uma tarefa fácil resumir tantas informações importantes


num período curto (30 a 120 segundos). São recomendados treinos e
ensaios para aprender essa habilidade de venda. Uma ideia brilhante
não se vende sozinha.

Por isso, o esforço no planejamento e a organização das


estratégias são fundamentais no empreendedorismo.

A imagem a seguir apresenta diferentes mecanismos de venda de uma


empresa em comparação com as informações presentes no plano de
negócios. Justamente na base da pirâmide (o alicerce), está
representado esse plano:

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Mecanismos de venda do empreendimento.

Dornelas (2018) sugere algumas perguntas que podem guiar o elevator


pitch:

contact_support Em que oportunidade o empreendimento se


concentrará?

contact_support Quais fatores motivam a decisão dos fundadores


para começar esse negócio?

contact_support Qual é o tempo necessário para a implementação do


negócio?

contact_support Quais são os principais resultados que serão


obtidos?

contact_support Quais são os apoiadores principais?

contact_support Quais são os custos envolvidos no empreendimento?

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O plano de negócios como


ferramenta de gerenciamento
Como falamos anteriormente, o plano de negócios é uma ferramenta de
gestão da empresa. O empreendedor a utiliza antes, durante e depois do
início de suas operações.

A equipe da organização deve ter acesso e conhecimento


do documento como um todo. O planejamento de ações,
por sua vez, tem suas limitações; afinal, o futuro sempre é
incerto.

O plano de negócios não é um documento rígido, devendo ser atualizado


ao longo do tempo. Uma revisão periódica (semestral ou anual) do plano
serve para monitorar a situação da empresa de acordo com as metas
previstas e as estimativas de receitas e despesas.

Segundo Dornelas (2018), podem ser feitas, neste momento, as


seguintes perguntas:

Pergunta 1
Os clientes chegaram como se esperava?

Pergunta 2
As vendas aconteceram conforme a expectativa inicial?

Ferramentais visuais são bastante úteis para auxiliar na execução das


metas da empresa. A figura a seguir ilustra uma ferramenta simples: o
gráfico de Gantt. Ele é valioso para acompanhar a implementação do
negócio ao longo do tempo.

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Exemplo ilustrativo do gráfico de Gantt.

A imagem mostra o período em que cada tarefa deve ser realizada.

Exemplo

A tarefa 1 deve ser implementada nas duas primeiras semanas. Já a 2


precisa começar na terceira semana e acabar na sétima – e assim por
diante.

O gráfico de Gantt ajuda o empreendedor e sua equipe a não perderem o


foco das metas, além de possibilitar correções nelas, de acordo com as
mudanças de contexto observadas no mercado.

Observaremos a seguir alguns motivos que justificam as mudanças no


plano de negócios:

Necessidade de
Mudanças de regimes fiscais
financiamento adicional

Alterações nas alíquotas de


imposto (níveis maiores de O plano precisa refletir
receita geram diferentes essa nova necessidade.
obrigações tributárias).

Lançamento de um novo
Mudanças no mercado
produto ou serviço

O plano pode mostrar a


Qualquer alteração na base
viabilidade e o custo de
de clientes e de empresas
implementar essa nova
concorrentes.
decisão.

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Aplicação do plano de negócios
Exemplificaremos neste vídeo a utilização do plano de negócios como
ferramenta de vendas e de gerenciamento.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Estudamos o papel do plano de negócios como mecanismo de


venda do empreendimento. Assinale a alternativa que corresponde
a uma boa prática desse mecanismo.

Destacar os pontos em que a concorrência falha


A
com os clientes.

B Deixar a intuição e o instinto empreendedor fluírem.

C Usar o discurso do elevador.

D Escrever um texto usando a técnica do guardanapo.

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Utilizar um discurso pronto e utilizá-lo sem


E
alterações para todos os públicos.

Parabéns! A alternativa C está correta.

O discurso do elevador é uma técnica curta que, de forma resumida,


utiliza as informações convincentes desenvolvidas no plano de
negócios.

Questão 2

Ressaltamos neste módulo a necessidade de atualização do plano


de negócios. Sobre a periodicidade da revisão desse plano, é
correto afirmar que ela:

Deve acontece sempre que houver alguma mudança


A
nas condições de mercado.

B Precisa ocorrer depois de cinco anos de operação.

C Deve ocorrer a cada semestre ou a cada ano.

D Precisa acontecer a cada quinzena ou a cada mês.

Apenas deve ser modificado caso a empresa passe


E
a ter prejuízo.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Alterações muito constantes no plano de negócios podem ser um


sinal de que o documento foi mal construído. Por isso, é importante
o empreendedor seguir um caminho intermediário de acordo com
as boas práticas.

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Considerações finais
Os empreendedores têm como característica comum possuir uma
energia e uma criatividade que querem ser transformadas em algo
concreto: um negócio. Para que isso aconteça, é preciso haver muita
disciplina, reflexão e pesquisa na construção de um plano de negócios.

Por conta disso, destacamos neste tema a importância do plano de


negócios para o empreendedorismo, explicando de que forma ele pode
ser aplicado. Em seguida, descrevemos seus principais pontos.

O planejamento é certamente o lado menos sedutor da atividade


empreendedora, exigindo horas de dedicação para se escrever e
organizar seus objetivos e metas. A experiência dos empreendedores e
o estudo da estratégia de negócios mostram, contudo, que ninguém
constrói uma empresa de sucesso sem ele. Definitivamente, trabalhar
em sua garagem não basta.

headset
Podcast
Para encerrar, ouça agora um resumo dos principais pontos abordados
neste conteúdo.

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25/03/24, 15:04 Introdução a planos de negócios

Consulte o site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas (Sebrae). Em todos os estados brasileiros, os
empreendedores podem contar com a assessoria de uma agência de
fomento para o empreendedorismo. Em sua página virtual, há diversos
materiais gratuitos disponíveis, assim como a possibilidade de um
atendimento mais personalizado propiciado pela equipe especializada
do Sebrae.

Para ganhar ainda mais intimidade com a teoria e as técnicas que


envolvem a elaboração e a implementação de um plano de negócios,
conheça alguns exemplos concretos e estudos de casos (com
entrevistas de empreendedores de sucesso) neste livro:

HASHIMOTO, M.; LOPES, R. M. A.; ANDREASSI, T; NASSIF, V. M. J.


Práticas de empreendedorismo: casos e planos de negócios. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.

Referências
AULET, B. Disciplined entrepreneurship: 24 steps to a successful
startup. Hooboken/NJ: John Wiley & Sons, 2013.

DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em


negócios. 7. ed. São Paulo: Empreende, 2018.

DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do


empreendedor de sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

HADZIMA, J. G. Nuts and bolts of business plans. Boston:


Massachusetts Institute of Technology, 2002.

HARARI, Y. Uma breve história da humanidade. São Paulo: L&PM, 2015.

HASHIMOTO, M.; LOPES, R. M. A.; ANDREASSI, T; NASSIF, V. M.


J. Práticas de empreendedorismo: casos e planos de negócios. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.

HONIG, B. Entrepreneurship education: toward a model of contingency-


based business planning. In: Academy of management learning and
education. v. 3. n. 3. 2004. p. 258–273.

KURATKO, D. F; FREDERICK, H.; O’CONNOR, A. Entrepreneurship: theory,


process, practice. 4. ed. Sydney: Cengage Learning Australia, 2016.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00764/index.html# 41/42
25/03/24, 15:04 Introdução a planos de negócios

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