Você está na página 1de 3

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Pós Graduação em Sustentabilidade Ambiental


Carolina Daemon Oliveira Pereira

Problemática abordada: consumo de água na produção de jeans.


Consumo padrão do plantio do algodão à distribuição (pegada hídrica total): 5,2 mil
litros
Meta atingida: 100ml por calça

Estudo de caso: Riachuelo


A Riachuelo, dentro da plataforma de sustentabilidade Moda Que Transforma, conseguiu
reduzir em até 90% o consumo de água na produção de jeans. A marca, que tem o
maior parque fabril da América Latina considerando suas fábricas em Natal e Fortaleza,
se tornou 100% mais sustentável, com utilização de energia 100% renovável, menor
consumo de água e químicos nos processos de fabricação do jeans, além do uso de
algodão e fibras têxteis mais sustentáveis.
No processo de produção do jeans, que desde 2019 se concentra na fábrica de
Guararapes, em Fortaleza, há uma redução de até 90% no consumo da água em relação
aos processos convencionais e uma redução de até 85% na utilização de químicos. Uma
lavanderia convencional usa em média de 40 a 70 litros de água por peça produzida, a
depender do processo de fabricação. Na Guararapes, com as práticas sustentáveis, a
fábrica conseguiu atingir uma média de uso de apenas três litros por peça. O objetivo do
grupo é reduzir ainda mais, chegando a 100 ml por peça. Na produção do jeans da linha
Smart da Riachuelo são aplicadas tecnologias como o ozônio, que permite a
desengomagem, limpeza e clareamento das peças sem uso de água e químicos; o laser,
que dá o toque de customização de estilo e reproduz efeitos manuais de desgaste do
jeans, além de eliminar químicos e trabalhos manuais que poderiam ocorrer nessa etapa
do processo; e a enzimagem por nebulização, que consiste em um processo
biodegradável, que dá um aspecto de peça usada e desgastada e gera amaciamento.

Estudo de caso: Malwee


Uma empresa de moda brasileira produz uma calça jeans com um copo d’água, em vez
dos 100 litros geralmente necessários para fazer uma peça. Esse é o Malwee Lab Jeans,
um dos projetos de sustentabilidade da Malwee, que faz o jeans a partir de
nanotecnologia. A gerente de Sustentabilidade da Malwee, Taise Beduschi, falou à ANBA
na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27), em Sharm El
Sheikh, no Egito.
A indústria da moda está entre as que causam os maiores impactos ao meio ambiente.
Taise entrou na companhia em 2013 e afirmou que a empresa tem uma preocupação com
o meio ambiente há muitos anos. “Eu vim do agronegócio, então quando entrei na Malwee
fui buscar uma avaliação do ciclo de vida dos produtos para encontrar onde ficava a maior
parcela das emissões. Descobrimos que o escopo 3 do GHG Protocol representa 94%
das nossas emissões, que é a cadeia, por causa das matérias-primas. O algodão, o
poliéster, emitem muito carbono porque na plantação são utilizados muitos produtos
químicos, fertilizantes. O grande impacto é mesmo no escopo 3”, relatou Taise.
Taise afirma que a Malwee sempre trabalhou pensando na qualidade e na durabilidade
de seus produtos. Dois anos atrás, foi instalada uma lavanderia na fábrica da empresa
para produzir o jeans com um copo d’água. “Só tem cinco lavanderias dessas no mundo,
e depois de muitos testes, conseguimos produzir uma calça jeans utilizando 200 ml de
água em vez de 100 litros, tudo feito com nanotecnologia. É o Malwee Lab Jeans. Somos
os únicos na América Latina a ter essa tecnologia, e utilizamos ela por completo”, contou.
A Malwee, de acordo com Taise, não é uma empresa de fast fashion. “Pensamos na
durabilidade das roupas conectados com a economia circular. Temos uma cultura de
qualidade enquanto durabilidade e os clientes reconhecem isso. Sempre trabalhamos com
dicas de customização, dicas de cuidado com as roupas para elas durarem mais”, disse.

Taise montou o programa de sustentabilidade da Malwee para 2020, e ano passado,


anunciou as metas para 2030. São seis grandes metas alinhadas aos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da ONU: redução do consumo de água, redução de
emissões atmosféricas (gases de efeito estufa) e reciclagem de recursos materiais; na
área social, metas de trabalho decente, de gênero e raça. “Quanto aos recursos materiais,
as matérias-primas geram muito impacto, como o algodão e poliéster, então se tenho
matérias-primas de origem reciclada, acabo melhorando o consumo de água e energia, e
isso tem trazido bons resultados”, contou Taise. Segundo ela, as emissões das fábricas
já foram reduzidas em 75% entre 2015 e 2020, com a troca da matriz energética, e a água
é reutilizada dentro da fábrica. Agora, a empresa pretende reduzir em mais 50% até 2030.

Estudo de caso: Vicunha Têxtil


O duto será construído por uma parceria público-privada com o governo do Ceará. Da
parte da Vicunha, a previsão é de investimento em torno de R$ 20 milhões. A contrapartida
do estado ainda está sendo definida. O canal fará a captação dos efluentes industriais
descartados pelas fábricas do distrito, incluindo a Vicunha. Com a iniciativa, será possível
oferecer às empresas da região a possibilidade de reutilização integral do efluente
industrial, o que reduzirá drasticamente o volume de água consumido no estado.
A Vicunha compra 110 mil metros cúbicos de água por mês apenas em Pacajus. Com a
medida, será possível economizar 60% desse montante.

Fontes de consulta:
https://anba.com.br/cop27-empresa-brasileira-faz-jeans-com-1-copo-dagua/
https://exame.com/bussola/riachuelo-produz-jeans-gastando-90-menos-agua-em-fabrica-
de-fortaleza/
https://gbljeans.com.br/mercado/producao-limpa/levis-desenvolve-sistema-para-reciclar-
100-de-agua/
https://piaui.folha.uol.com.br/fabricacao-de-uma-calca-jeans-no-brasil-consome-mais-
agua-que-uma-pessoa-durante-um-mes/
https://mercadoeconsumo.com.br/03/12/2020/noticias-varejo/malwee-lanca-jeans-
sustentavel-e-reforca-seu-compromisso-na-industria-da-moda/
https://br.fashionnetwork.com/news/Vicunha-textil-quer-aproveitar-agua-de-reuso-para-
reduzir-consumo-de-fabrica-no-ceara,1104947.html#fashion-week-paris-men-fursac

Você também pode gostar