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PROJETO EXTENSÃO II

PROF. MARÍLIA MATHEUS

ALUNAS:

Ana Beatriz Moraes Ribeiro - 2039696

Maria Eduarda Soares da Silva - 2039671

Fabiana Santos de Oliveira - 2039241

Giovanna Ferreira do Nascimento – 2039552

Graziella do Nascimento Abrantes - 2039243

Rayssa Vitória de Oliveira Rodrigues - 2039468

 RELATÓRIO DA EMPRESA: Zamiti Confecção e Comércio LTDA

Processo Produtivo

A Zamit Confecção e Comércio LTDA é uma pequena empresa de natureza


jurídica limitada focada na fabricação de bandeiras em tecido, e uniformes, seu
surgimento é recente, em outubro de 2018, sendo compactada por dois sócios
administradores e um sócio.

Na confecção de bandeiras, é utilizado como materiais principais tintas


específicas, tecido de Oxford, e linhas de costura 100% poliéster. Já nos
uniformes, há um leque mais variado de materiais utilizados, podendo ser
tecidos de malha, lã, algodão, couro, seda, sintéticos e adornados com peles.
Esta variedade acontece, pois, esta Confecção tem seu maior potencial de
lucro em uniformes escolares, feitos sob encomenda. Em relação as bandeiras,
são confeccionadas bandeiras de países, estados e municípios, não há
fabricação de bandeiras de clubes de times de futebol, devido ao custo com
direitos autorais, porém, em casos de, por exemplo, escolas montar equipes
esportivas, e solicitar a encomenda de bandeiras e uniformes para estas
equipes, logo a encomenda poderá ser aceita junto com autorização verbal e
escrita dos responsáveis.

Pontos de reaproveitamento no Processo Produtivo

Por ser uma empresa nova no mercado financeiro, e de pequeno porte, esta
possui alguns pontos que podem ser substituídos ou melhorados, tanto no
quesito de sustentabilidade, quanto em Economia Circular.

O principal desperdício na linha de confecção da Zamit é o descarte de


pequenos retalhos de tecidos que são sobras na confecção das bandeiras e
uniformes. Levando em consideração que a Zamit possui uma ligação direta
com a empresa J Mitraud Baião AMR LTDA, as sobras dos tecidos citados,
poderiam de tornar peças artesanais, que poderiam ser vendidos e
posteriormente comercializado pela J Mitraud.

A empresa J Mitraud tem seu principal segmento em comércio varejista de


artigos armarinho, seu público-alvo são pessoas que trabalham com
artesanato, como costura, tricô, ponto russo, ponto cruz, bordados, crochê,
pinturas, entre outros. Como a Zamit já comercializa bandeiras e uniformes
para a J Mitraud, para minimizar o desperdício, e aumentar seu lucro, esta
poderia investir em utilizar sobras de linhas e tecidos para criação de peças
artesanais como as seguintes:
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado
em CC BY-SA-NC

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em


CC BY-NC-ND

Poderiam ser produzidos almofadas, móveis revestidos em tecido, pufes em


patchwork, cúpulas de abajur, enfeites para parede, tapetes de retalho, e
muitos outros. Esta forma de aproveitamento poderia se tornar algo grandioso
com o auxílio da inovação tecnológica. Baseado na Economia Circular, que
consiste em utilizar algo que seria descartado, para se criar algo novo, o
reaproveitamento de retalhos e linhas poderiam se transformar, além de sua
comercialização, em um canal gratuito no youtube e redes sociais , onde
pessoas acessariam passo a passo com criar essas peças inovadoras, para
que seja absorvido as informações, e essas pessoas passassem a praticar
este modelo de artesanato, que não é algo novo, porém se torna inovador já
que neste conceito, não existe peças iguais, cada peça se torna única. Sendo
assim pessoas com pouco recurso financeiro, seriam induzidas a criar e
comercializar seus produtos artesanais, afetando positivamente a Economia
Circular e a Economia Nacional.

REFERENCIAL TEÓRICO

A Economia Circular é um conceito que surgiu na Inglaterra, através da


publicação de um artigo assinado por Pearce e Turner (1989), economistas e
ambientalistas britânicos. Naturalmente, o Planeta Terra, desde seu princípio,
segue uma linha sistemática onde tudo o que existe, quando perde sua
utilidade individual, será útil para outra situação, nada se perde
completamente, ou não deveria se perder. Todo alimento ou objeto em geral
pode não ser útil para você, mas pode passar por um processo de modificação
e tornar-se útil para você ou para terceiros. Este processo de reutilização de
objetos ou produtos, podemos definir como um dos conceitos de Economia
Circular.

A Economia Circular consiste em manter um ciclo sem fim, de reutilização de


materiais diversos de forma inteligente, na tentativa principal de conservação
do meio ambiente, como um dos exemplos mais famosos, temos a Empresa
Coca-Cola que com a utilização de suas garrafas retornáveis, revolucionou-se
no mercado a partir do ano de 1988 seguindo o ciclo da Economia Circular,
pois as suas garrafas retornáveis são obrigatoriamente devolvidas pelos seus
consumidores, sendo sempre reutilizadas com os mesmos produtos de volta
para o mercado.

Em 2009, a velejadora Ellen MacArthur criou uma fundação, baseado no


conceito de Economia Circular, foi lançado em 2002, o livro “Cradle to Cradle”,
que na língua portuguesa quer dizer “Do berço ao berço”. O livro foi escrito pelo
alemão Michael Braungart (Engenheiro Químico) e pelo americano William
McDonough (Arquiteto). Eles defendem o mesmo pensamento de Ellen, onde a
tecnologia deve ser aplicada nas empresas e junto à sociedade.

No Brasil, o livro “Cradle to Cradle” foi publicado em 2014, pela editora Gustavo
Gili, e seu objetivo principal é trazer ao público o questionamento de considerar
a vida de um produto do berço ao túmulo, o que faria as pessoas analisarem o
ciclo da vida, descrevendo o processo linear de extração, produção, e descarte
de materiais.

O setor têxtil e a indústria da moda, presentes na vida dos brasileiros, são


responsáveis pela geração de empregos e impactam positivamente na
economia do país. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Têxteis e de
Confecção (ABIT), referente a dezembro de 2020, a indústria têxtil é a segunda
maior fonte de empregos na indústria de transformação, com 25,2 mil
empresas oficiais em todo o Brasil, mais de 1,5 milhão de empregados diretos
e 8 milhões empregados indiretos (SOARES,2020).
O Brasil é o quinto maior produtor têxtil da indústria têxtil mundial, produzindo
cerca de 9 milhões de peças de vestuário anualmente. Cerca de 15% desses
tecidos são descartados sem uso, uma média estimada de 170 mil toneladas
de resíduos gerados anualmente no país (DE ALMEIDA FERREIRA,2017).

Devido à alta demanda e robustez em sua produção, o processo impacta


múltiplas cadeias produtivas, desde a etapa de máquinas e confecções até a
reciclagem de resíduos têxteis (DUARTE et al.,2014), além de contribuir com
1,2 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa, causando sua liberação. Se
nada mudar até 2050, será o setor responsável por 25% das emissões globais
de carbono (EMF, 2017). As primeiras indústrias têxtis do Brasil surgiu durante
o período colonial, mas só amadureceu na década de 19 (KON e COAN,2009).
Estas indústrias baseiam-se na produção de vestuário como principal fonte de
lucro, com grandes vendas e empregos impulsionando a economia, e visa uma
produção mais barata e rentável, principalmente em países em
desenvolvimento (SHULTE e LOPES,2013). O setor têxtil do Brasil tem um
impacto econômico, social e ambiental significativo, mas está se tornando cada
vez mais difícil sobreviver no século 21 devido ao aumento da concorrência e à
crescente demanda do consumidor por sustentabilidade. Com base em
conceitos como Triple Bottom Line, Economia Circular e ESG, indicadores
foram desenvolvidos para medir o compromisso de uma empresa com
questões de sustentabilidade e mitigar práticas como Greenwashing, em suas
culturas organizacionais.

Em um relatório dedicado à indústria têxtil, The New Textiles Economy:


Redesigning Fashion`s Future, a Ellen MacArthur Foundation propõe quatro
aspirações baseadas nos princípios da CE que, se implementadas, podem
preservar ao máximo roupas, tecidos e fibras, que após o uso, voltem a entrar
na economia e nunca se percam (MORLET et al., 2017). Sendo eles:

 Eliminar progressivamente substâncias preocupantes, e a liberação de


microfibras.
 Aumentar a utilização de roupas.
 Melhorar radicalmente a reciclagem.
 Usar eficazmente os recursos e passar a usar insumos renováveis.
Portanto, para cumprir essas ambições, Smol et al. (2015) argumentam que
toda a cadeia de valor deve mudar, começando com o design do produto,
examinando novos modelos de negócios e de mercado, depois novas práticas
para transformar resíduos em riqueza e, finalmente, motivando os
consumidores com novos comportamentos de consumo. E para isso é
necessário o envolvimento de varejistas, fabricantes, fornecedores e clientes
finais (SAHA; DEY; PAPAGIANNAKI, 2021) e a cooperação entre governos,
municípios e empresas (LEITÃO, 2015).

O modelo linear de produção, ganhou mais força pós Segunda Guerra Mundial
focado no desenvolvimento industrial com objetivo de ter um crescimento
econômico exagerado focado no custo e aquisição do produto, que causa
exploração e esgotamento dos recursos naturais e consumo exagerado da
população, gerando grandes produções de resíduos sólidos urbanos jogados
em aterros, ao céu aberto ou poluição causando problemas ambientais tais
como alagamentos devido ao acúmulo de lixos nos saneamentos básicos que
tem como uma das principais funções drenagem urbana e manejo de águas
pluviais.

Com intuito de substituir esse modelo criou-se a Economia Circular que visa
reaproveitar, reutilizar ou reciclar materiais dos produtos que chegaram no final
da vida útil criando um ciclo e diminuindo a dependência de recursos não
renováveis “virgens"(STAHEL,2016). Sendo assim tem foco em benefícios
econômicos, redução do impacto ambiental e amenizar a escassez dos
recursos naturais, com sustentabilidade pensando nas gerações futuras, caso
um dos envolvidos não adotar esse modelo circular, o produto encerra o seu
ciclo tornando-se descartável (MOSTAGHEL; OGHAZI, 2018).

Quanto mais for “apertado", ou seja, quando menos houver modificações do


produto no círculo para a reintrodução deste na cadeia produtiva maiores são
os ganhos econômicos e menores são os gastos energéticos (Ellen MacArthur
Foundation, 2012).
De acordo com Botezat et al. (2018), Leitão (2015) e Rios e Charnley (2016) o
conceito de Economia Circular evoluiu de:

 “Projeto regenerativo" (John T. Lyle, 1970): “DESIGN REGENERATIVO"


baseada em teoria de sistemas sustentáveis para design e satisfação
dos desejos humanos e coevolução com outras espécies. Estruturas
holísticas que buscas criar sistemas livre de resíduos.
 “Economia de performance” (Walter Stahel, 1997): Considerada mais
sustentável do que economia industrial atual, há conservação da
natureza, limitação da toxidade, ecologia social, ecologia cultural e
produtividade dos recursos. Foco no fluxo de produção e materiais como
fonte de riqueza expansão de conhecimento e tecnologia para aumentar
a vida útil do produto e prevenção de rejeitos.
 Conceito “Cradle to cradle”, Berço ao Berço, ficou mais conhecido após
o livro “Cradle-to-Cradle: Remaking the way we make things" (alemão
Michael Braungart; americano Willian McDonough, 2002): Foco na
eliminação do conceito que associa resíduo a alimentos apenas e
incentiva a utilização de energia renovável como a solar, gerenciamento
do uso da água para maximizar a qualidade, respeito a impactos locais
celebra a diversidade.
 “Ecologia industrial" artigo “Strategies for manufacturing" de 1989
(Frosch e Gallopoulos) indagou duas perguntas: “Por que nosso sistema
social não se comportaria como ecossistema, onde os resíduos
poderiam ser fonte de subsistência para outra espécie?”; “Por que os
resíduos de uma indústria não seriam insumos de outra, reduzindo
assim o uso de matérias-primas, a poluição e os gastos no tratamento
de resíduos?”. (Simbiose industrial)
 “Biomimética": natureza como modelo, como medida e como mentora.

Os produtos ao serem feitos de outros, há redução não só na matéria-prima, da


energia como também possibilita a geração de renda podendo ser fonte de
muitas famílias, ademais com menos gastos também há a redução de valor
dos produtos, assim aumentando a circulação no mercado. Diminui os riscos
ambientais afetando a macroeconomia, entre eles a geração de emprego,
redução dos custos com aterros sanitários e estabilidade (KORHONEN;
HONKASALO; SEPPÄLÄ, 2017; ELLEN MACARTHUR FOUNDATION, 2015;
LEITÃO, 2015).

Para as empresas, proporciona oportunidades para novos produtos e


empreendimento, melhor imagem sustentável, melhor relacionamentos com
cliente consequentemente maior confiança.

Economia Circular, auxilia na diminuição de dióxido de Carbono, melhora na


produtividade do solo, na biodiversidade, compostagem sem utilização de
fertilizantes químicos, melhora nas mudanças climáticas e poluição (ELLEN
MARCARTHUR FAUDATION)

DESAFIOS:

 Design do produto.
 Distribuição de material e energia.
 Modelo de negócio.
 Exigir grandes mudanças estruturais e sociais.
 Barreiras financeiras, operacionais, comportamentais e tecnológicas
(Aligleri e Kruglianskas,2016).
 Papel em que as empresas desempenham.
 Desafio cultural e literário.
 Aumento na dependência de parceiros pode gerar riscos para as
grandes empresas.
 Resistência em investir, principalmente pelo retorno não ser imediato por
ser um modelo de negócios pouco convencional (RITZEN;
SANDSTROM, 2017).
 A maioria das empresas consideram que exige custo inicial muito
elevado e que esse modelo ainda está sendo aperfeiçoado, portanto, as
primeiras empresas não terão retorno esperado (Kirchherr et al,2018)
 Pequenas empresas cuja visão imediatista.
 Falta de conhecimento.

METODOLOGIA

Baseando-se em métodos de pesquisas qualitativa, será elaborado um estudo


de caso na empresa Zamit Confecção e Comércio LTDA, no qual será avaliado
as suas etapas de produção, na tentativa de implantarmos a Economia
Circular.

Para a coleta de informações, executamos a pesquisa qualitativa, do tipo


fenomenológico onde foi detectado muitos supostos problemas, que poderiam
se transformar em solução. Segundo relatos de um dos administradores da
confecção, há grande volume de desperdício de sobras de tecidos, restos da
produção de bandeiras, uniformes colegiais, e da produção de saias para
ballet. Fabio Mitraud, um dos responsáveis pela empresa, com o qual
conversamos, relatou que reconhece que há grande volume de desperdício de
retalhos de tecidos, porém, quando tentou realizar doações para empresas
específicas que produzem a partir de sobras de tecidos, encontrou resistência,
pois essas empresas não queriam o trabalho de buscar estas doações de
tecidos, e para Fabio levar estas doações para estas empresas, geraria um
custo desnecessário.

Além do desperdício de tecidos, foi observado que na confecção citada não há


separação de lixo por categoria, nem reaproveitamento de materiais
recicláveis, e por esta confecção ser localizada em um prédio onde há outras
empresas, o responsável pelo prédio não se preocupou em dispor lixeiras de
coleta coletiva para as empresas que ali trabalham.

Em relação a energia e água utilizada na empresa, eles executam o processo


tradicional das maiorias das casas comuns da região, a água é reservada em
cisternas, e não há presença de nenhum instrumento que diminua o consumo
de energia elétrica, como Teto Solar, por exemplo.
Este trabalho tem o intuito não apenas de mostrar as importâncias que a
economia circular traz mas também demonstrar as possibilidades e os efeitos
ao utilizar em prol de melhorar o rendimento das empresas e negócios através
de ações sustentáveis que buscam o melhoramento social, ambiental e o
desenvolvimento de renda. Além de mostrar os desafios da implementação
desse conceito barrado por paradigmas.

Para isso foram feitas um conjunto de pesquisas através de fontes


primárias e secundárias que seriam um estudo de caso em contato direto com
a empresa Zamit Confecções e Comércio LTDA e pesquisas através de sites
acadêmicos, artigos e livros que envolvem o tema.

ABORDAGEM

Essa pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, porque é um método prático


que traduz todos os dados obtidos em porcentagens, que busca encontrar
respostas conclusivas sobre diferentes temas.

Verificou-se que nosso tipo de pesquisa é descritiva porque ela pensa em


analisar como o fenomeno ocorre. Como a gente estuda a economia linear
para circular, observa-se que dentro da pesquisa descritiva podemos ver como
ocorre e como podemos melhorar.

Como metodo de pesquisa utilizamos a pesquisa bibliográfica e o estudo de


caso, já para a coleta de dados será utilizado a entrevista e a análise de
conteúdo.

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