Você está na página 1de 9

Viviane Mazucatto Queiroz

ESTUDO DE ÁREAS VERDES DA CIDADE DE LONDRINA E O SEU


POTENCIAL PARA O TURISMO E LAZER

Linha de Pesquisa: Formação humana, políticas públicas e produção do espaço.

Indicação de Orientador:
1: Prof. Dr. Marcos Clair Bovo
2: Prof. Dr. Fábio Rodrigues da Costa

Campo Mourão, PR
2021
ESTUDO DE ÁREAS VERDES DA CIDADE DE LONDRINA E O SEU
POTENCIAL PARA O TURISMO E LAZER

RESUMO

O presente projeto será desenvolvido com o objetivo de estudar áreas verdes da cidade
de Londrina, como parques e florestas urbanas, considerando o potencial do turismo de lazer
destes locais. Para isso, será realizado um levantamento de dados técnicos de órgãos públicos
desses parques e, posteriormente, será feita uma avaliação in loco das características
geográficas e infra estruturais. A partir das informações obtidas, serão propostas
possibilidades para futuras explorações destes locais considerando a sustentabilidade
ambiental, econômica e social. Com isso busca-se viabilizar o uso destas áreas visando à
importância na formação socioambiental, psicológica e recreativa, incentivando a preservação
e o turismo de lazer nesses parques.

Palavras-chave: Áreas verdes, Londrina, Parques, Florestas urbanas, Turismo de lazer.

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A implantação de parques vem desde a antiguidade. Na bíblia cita-se os belos jardins


da babilônia, acredita-se que sejam os registros mais antigos sobre o assunto. Já na história
atual há os jardins do Renascentismo francês e italiano e a Inglaterra com o seu jardim
paisagístico.
O resumo destas informações permite que se tenha entendimento acerca da
importância das praças e espaços públicos que tem sua origem não somente na Ágora grega
ou no Fórum romano, mas nos jardins que, expandidos além dos muros que os envolvia,
abrem-se ao “consumo” da população (DE ANGELIS, 2000).
No Brasil, a presença de praças e largos vem de longa data, iniciou durante a
colonização. Estes espaços faziam-se necessários diante dos olhares externos sobre a colônia
focalizando o planejamento urbanístico próximo a arquitetura de maior apreço tornava-se
ponto de concentração da população (REIS FILHO, 1968). Com o passar do tempo, os
conceitos foram se atualizando diante da necessidade destas áreas verdes. Diante do processo
de globalização mundial e desenvolvimento do país, a sociedade em constante mudança tem

1
reconhecido áreas verdes de uso público ao longo do tempo, diante das inúmeras vantagens do
espaço, como ecológica, estética e social. Como considerado por GUZZO et al., (1999).
Nesse contexto, os parques passam, a ter uma importância significativa no ritmo de
vida de uma determinada população. Alguns estudos apontam que a boa qualidade social e
física destes espaços, como infraestrutura adequada, segurança, facilidade de acesso e
distância das áreas urbanas povoadas por exemplo são fatores que aumentam a possibilidade
de frequências das pessoas e hábitos de atividades físicas (REIS, 2001; FISHER et al., 2004;
BEDIMO-RUNG et al., 2005; HORING, 2005; SALLIS et al., 2006; BAKER et al.,2008;
COLLET et al., 2008; CASSOU, 2009; TESTER et al.,2009; COHEN et al., 2010).
Ou seja, é preciso que estes ambientes sejam percebidos positivamente para que as
pessoas se sintam atraídas e motivadas a frequentá-los e também desfrutem de forma
satisfatória, dos benefícios que o desenvolvimento de atividades nestes locais podem
proporcionar (REIS, 2001; COHEN et al., 2007; CASSOU, 2009). Nesse contexto é possível
observar a necessidade de estudos dessas áreas a fim de torná-las adequada para atividades
voltadas a comunidade.
Corti et al. (1997) mencionam que que parques estimulam atividades por fatores
relacionados a motivação, pois as pessoas ficam mais satisfeitas com caminhos compostos por
vegetação arbórea do que com espaços vazios. Além disso, há evidencias de que o acesso
prático a essas áreas colabora para aumento do nível de visitação e atividades físicas nos
parques (GILES-CORTI et al., 2005; DESHPNDE et al.,2005; COHEN et al.,2007; SOARES,
2009; MACCORMACK et al., 2010).
Outros autores enfatizam a necessidade de arquitetos e urbanistas para melhorar o
acesso a estas áreas, assim poderiam ser oferecidas às crianças oportunidades de aprender em
ambientes externos (BARTON; PRETTY, 2010). Em outras palavras, faz-se necessário que
os parques apresentem estrutura apropriada, programação de atividades com horários fixos,
ambientes agradáveis e salubres e facilidade de acesso, para que as pessoas se sintam atraídas
e motivadas a frequentá-los (FISHER et al., 2004; PRETTY et al., 2005; DAWSON et al.,
2007, COHEN et al., 2007; CASSOU, 2009; COHEN et al., 2010).
As áreas verdes podem ter múltiplas funcionalidades com diferentes vertentes de
exploração. Para que o turismo e lazer ocorra de forma significativa há necessidade da
materialização dos elementos que configuram a mensagem mais atual na veiculação da
imagem urbana, sendo resultado do ambiente físico e social (CIDADE. PELUSO, 1999).
YAZIGI (2005) lembra da importância do espaço receptivo para qualquer modalidade
de turismo que se venha a praticar, pois o espaço receptivo irá gerar um sentimento de

2
atratividade ou não a quem se dispõe a conhecer o destino. Para BENI (1991) o turismo exige
uma gama de serviços, para que o turista possa interagir em todos os setores da atividade
proposta e com qualidade. BARRETO (2006) afirma que esta boa qualidade está atrelada a
equipamentos, serviços e infraestrutura básica urbana. O autor cita que uma praia bonita não é
o suficiente. Faz-se necessário outros predicados como limpeza, calçada, segurança, praças de
alimentação, chuveiros, por exemplo.
Londrina é uma cidade localizada no norte do estado do Paraná, sua área de unidade
territorial medida em 2018 é de 1.652,569 km2, sua população estimada pelo último censo
realizado em 2010 é de 569.733 habitantes e a densidade geográfica de 306,52/hab./km2.
Atualmente, entre áreas verdes, unidades de conservação (UC), reservas particulares
de patrimônio natural (RPPN) e fundos de vale, Londrina possui 15 localidades. Dessas,
apenas sete estão abertas à visitação e são de domínio público: Área de lazer Luigi Borghesi
(zerão), Bosque municipal Marechal Candido Rondon, Parque ecológico Dr. Daisaku Ikeda
(usina 3 bocas), Região do lago Igapó I e II, Jardim Botânico, Parque estadual Mata do Godoy
e Parque Municipal Arthur Thomas. As demais áreas, estão fechadas a visitação e/ou são
parte de propriedade privada.
Considerando a importância social e econômica que poderá trazer os parques da
cidade de Londrina, colaborando com o desenvolvimento estrutural, saúde pública, serviço de
qualidade e como atrativo turístico para o município. Observa-se a necessidade de fazer um
levantamento das instalações de cada parque, considerando sua estrutura e fatores que
viabilizem o Turismo de lazer como fauna, flora, trilhas, serviços locais, equipamentos para
atividades físicas e museus, por exemplo. Com esse estudo, haverá um benefício direto para a
sociedade como como um todo, independente de classe social, visando os benefícios à saúde e
lazer.

OBJETIVOS
Identificar as principais áreas verdes da cidade de Londrina com potencial de turismo
e lazer.
1. Avaliar em cada parque a situação e estado de seus equipamentos e serviços
que são prestados na atualidade
2. Investigar o potencial turístico e de lazer de acordo com cada localidade.
3. Propor funcionamento, estruturação, seja de serviços ou projetos educacionais,
culturais e de esportes, para área estudada.

3
METODOLOGIA

Serão estudados os parques que estão abertos à visitação, na cidade de Londrina, como
Área de Lazer Luigi Borghesi (Zerão), Bosque Municipal Marechal Candido Rondon, Parque
Estadual Mata do Godoy, Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda (Usina 3 Bocas), Região do
Lago Igapó I e II, Jardim Botânico e Parque Municipal Arthur Thomas.
Inicialmente, serão obtidos dados teóricos a respeito das características dos parques
estudados. Serão buscados os fatores listados na ficha abaixo, desenvolvida a partir de
adaptação do trabalho de BOVO (2006):

Ficha 1. Dados teóricos

Nome do parque:___________________________________________________________________
Localização:________________________________________________________________________
Coordenadas Geográficas:____________________________________________________________
Altitude:__________________________________________________________________________
Delimitação:_______________________________________________________________________
Breve relato histórico do parque:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Em um segundo momento, será realizada uma etapa de verificação, observação e


comparação para levantamentos qualitativos e quantitativos em relação a vegetação local. Os
levantamentos in loco serão feitos a partir da ficha abaixo, desenvolvida a partir de adaptação
do trabalho de BOVO (2006):

Ficha 2: Levantamento de vegetação e relevo

Nome do parque:_________________________________________________________
Data da avaliação:______/______/______
Nativa Exótica Espontânea Sim Não
Vegetação existente

Arbóreo Arbustivo Rasteiro


Porte e diversidade _____% ______% ______%
Calçado Solo nu Gramado Outro
Cobertura de solo _____% ______% ______% _____%
Fundo de Vertente Plana
Condições de Relevo
vale

4
Aspectos físicos e Bom Satisfatório Ruim
sanitários
Ocupação das Comercial Residencial Sem
proximidades Ocupação
Qualidade Boa Satisfatória Ruim
paisagística

Além da análise da vegetação local, na visitação in loco será feito um levantamento da


estrutura disponível no espaço, considerando o proviteo desses recursos para Turismo de Lazer,
segundo a ficha abaixo:

Ficha 3. Equipamentos e estrutura física.

Nome do parque:_________________________________________________________
Data da avaliação:______/______/______
Equipamentos/Estruturas Sim Não Quantidade
Bancos - Material__________________________
Iluminação: ( )alta ( )baixa
Iluminação: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Lixeira: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Sanitários: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Telefone Público: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Bebedouro: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Pavimentação (tipo de material): ( )Concreto ( ) Paralelepípedo
( ) Pedra ( ) Bloquetes ( )Outros
Palco: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Obra de arte: Qual_________________________
Espelho d’água/chafariz
Pontos de água
Canteiros: ( )Com meio-fio ( )Cerca viva ( )Grades
( ) Outros
Estacionamento
Ponto de ônibus
Ponto de taxi
Quadra esportiva: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Equipamentos para exercícios físicos: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Equipamentos para exercícios físicos para idosos:
( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Parque infantil: ( )Bom ( )Regular ( )Ruim
Identificação (Nome da Área)
Edificação Institucional:
Templo religioso
Qualidade paisagística: ( )Boa ( )Satisfatória
( )Ruim ( ) Inexistente

5
Aspecto geral (limpeza e conservação):
( )Boa ( )Satisfatória ( )Ruim ( ) Inexistente
Segurança

E uma quarta ficha será usada para comparativo com o que seria o ideal de um parque
turístico e de lazer urbano que será baseado hoje no modelo mais conhecido que temos no
país que é o Parque Ibirapuera situado na cidade de São Paulo - SP.

Ficha 4. Avaliação referente a Turismo e Lazer


Nome do
parque:____________________________________
Data da avaliação:______/______/______
Avaliação de atividades relacionadas ao Turismo e Lazer
Sim Não
Caminhada Monitorada
Duração:______________________
Pontos de Encontro
Cobrança de entrada
Praças internas
Bosques
Espaços cobertos para atividades
Museus
Estruturas para eventos
Quais:________________________
Programas de Educação ambiental
Mapa local
Regimento interno

Será feita uma análise qualitativa a partir da descrição dos fatores estudados de forma
teórica e in loco. Nesse processo, a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados
são base no processo de pesquisa qualitativa. O ambiente natural é a fonte direta para coleta
de dados e o pesquisador é o instrumento-chave.
E por fim será disponibilizado um portifólio de melhorias para cada localidade e
adequações que poderão ser realizadas em cada parque através da análise dos dados coletados
durante a pesquisa gerando prognóstico de atividades que poderão ser desenvolvidas nos
parques estudados.

6
CRONOGRAMA
ANO 2021
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Revisão bibliográfica X X X X X
Adequação do projeto X X
Estudo piloto X X
Reestruturação das fichas de avaliação X X
Levantamento teórico (Ficha 1) X
ANO 2022
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Levantamento teórico (Ficha 1) X
Análise in loco da vegetação (Ficha 2) X X X X
Análise in loco da estrutura (Ficha 3) X X X X
Análise in loco referente a Turismo de X X X X
lazer (Ficha 4)
Tabulação de dados X
Análise dos dados pesquisados X
Produção de material científico X X X
Disseminação dos resultados X X
Elaboração de relatório final X

REFERÊNCIAS

BARRETTO, M (2006). “Manual de iniciação ao estudo do turismo”. Campinas: Papirus.

BARTON, J., PRETTY, J. Whats is the best Dose of Natureand Green Exercise for
Improving Mental Helth? A Multi-Study Analysis. Environ, Sci. Technol, 44, 3947-3955,
2010.

BENI, M.C. (1990). “Qualidade do produto e dos serviços”. Turismo em Analise. São Paulo:
ECA/USP, 2(2), nov.,pp. 7-13.

CASSOU, A. C. N. Características ambientais, Frequência de utilização e nível de atividade


física dos usuários de parques e praças de Curitiba-PR. Curitiba, 2009. 130 p. Dissertação
(Mestrado em Educação Física) Universidade Federal do Paraná.

7
COHEN, D. A.; MCKENZIE, T.L.; SEHGAL, A., WILLIANSON, S.; GOLLINELLI, D. &
LURIE, N. Contribution of Parks to Physical Activity. American Journal of Public Health,
vol. 97, pag 509-514, 2007.

DE ANGELIS, B. L. D. A praça no contexto das cidades o caso de Maringá – PR. 2000.


367f. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. Disponível em: <
http://wwwl.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_ambiente/ áreas_
verdes/parques_principais_areas_verdes_londrina.pdf. Acessado em: 22/01/2020

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

GUZZO, P. Estudos dos espaços livres de uso publico e da cobertura vegetal em área urbana
da cidade de Ribeirão Preto – SP. 1999. 106f. Dissertação (Mestrado em Geociências) –
Instituto de Geociências e Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 1999.

REIS FILHO, N. G. Contribuição ao estudo da evolução urbana no Brasil (1500/1720). São


Paulo: EDUSP, 1968.

REIS, R. S. Determinantes ambientais para a realização de atividades físicas nos Parques


Urbanos de Curitiba: Uma abordagem Sócio Ecológica da Percepção dos Usuários.
Florianópolis, 2001. 101 p. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Centro de
Departamentos da Universidade Federal de Santa Catarina.

SILVA, Edna Lúcia da. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação/Edna Lúcia da


Silva, Estera Muszkat Menezes. - 3. ed. rev. atual. – Florianópolis: Laboratório de Ensino a
Distância da UFSC, 2001. 121p.

YÁZIGI, Eduardo. Sedução da cidade para nós e o turismo. In: TRIGO. L.G. (Org.) Análises
regionais e globais do turismo brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Roca, 2005, p 71-79.

Você também pode gostar