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Sistema de

Abastecimento
de Água

Prof. Ms. Alcineide Dutra Pessoa de Sousa


E-mail: alcineide.sousa@uemasul.edu.br
Captação de Águas Superficiais

Definição:

Captação de água de superfície para


abastecimento público é um conjunto de
estruturas e dispositivos, construídos ou
montados junto a um manancial, para a retirada
de água destinada a um sistema de
abastecimento.
Captação de Águas Superficiais

As obras de captação devem ser projetadas e construídas de modo a:


o Funcionar ininterruptamente em qualquer época do ano;
o Permitir a retirada de água para o sistema de abastecimento em quantidade suficiente ao
abastecimento e com a melhor qualidade possível;
o Facilitar o acesso para a operação e manutenção do sistema.
Captação de Águas Superficiais

Quando o manancial encontra-se em cota


inferior à da cidade, haverá a necessidade de uma
estação elevatória, e nesse caso, as obras de
captação são associadas às obras de uma estação
elevatória. De um modo geral, as captações de
água para abastecimento público são realizadas
em:
o Cursos de água;

o Lagos e represas.
Manancial Superficial
Manancial é a fonte para o suprimento de água, sendo que os mananciais superficiais são
geralmente constituídos pelos córregos, rios, lagos e represas. As águas desses mananciais deverão
preencher requisitos mínimos no que se refere aos aspectos quantitativos, como também quanto aos
aspectos da qualidade do ponto de vista físico, químico, biológico e bacteriológico.

Os principais fatores que alteram a qualidade da água dos mananciais são:

o Urbanização; Erosão e assoreamento;

o Recreação e lazer;

o Indústrias e minerações;

o Resíduos sólidos; Córregos e águas pluviais;

o Resíduos agrícolas; Esgotos domésticos.


Manancial Superficial

Os mananciais, de um modo geral, vêm sofrendo


degradações em suas bacias hidrográficas,
principalmente devido ao avanço da malha urbana
com desenvolvimento desordenado associado à
carência de coleta e tratamento de esgoto.

 Medidas de controle dos mananciais

As medidas de controle dos mananciais podem ser


de dois tipos:

o De caráter corretivo e

o De caráter preventivo.
Medidas de controle dos mananciais

o As medidas de caráter corretivo

São exemplos de medidas desta natureza


o Implantação de estações de tratamento de esgoto nas fontes poluidoras existentes

o Medidas aplicadas aos próprios mananciais, tais como: eliminação de microrganismos


patogênicos; remoção de algas; combate a insetos; remoção do lodo do fundo; aeração da água;
eliminação da vegetação aquática superior.
o Instalação de estação de tratamento de água, dotada de tecnologia compatível com a qualidade
da água bruta.
Medidas de controle dos mananciais
o As medidas de caráter preventivo

Entre as medidas de caráter preventivo, destacam-se

o Implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgotos domésticos, industriais, ou de outros


tipos. Na implantação de um sistema de esgotos deve-se considerar:
o Lançamento dos efluentes dos tratamentos a jusante da tomada d’água;

o Tipo e grau de tratamento a ser aplicado

o Planejamento do uso e ocupação do solo visando a preservação dos mananciais

o Zoneamento:

o Definição de áreas especiais de proteção

o Estabelecimento de faixas sanitárias de proteção:

o Controle da ocupação do solo:


Medidas de controle dos mananciais

o As medidas de caráter preventivo

Entre as medidas de caráter preventivo, destacam-se

o Controle da erosão, do escoamento superficial da água, e da vegetação.

o Controle da qualidade da água das represas. As principais medidas de controle são as seguintes:

o Limpeza do terreno a ser inundado;

o Controle do assoreamento;

o Controle das fontes externas de poluição;

o Disciplinamento dos usos das margens;

o Controle dos usos da água represada.

o Avaliação prévia de impactos ambientais


Qualidade da água
o A água para uso humano deve atender a e radioativos, atendam ao padrão de
critérios rigorosos de qualidade. potabilidade e que não ofereça riscos à saúde.

o Uma água própria para este fim é denominada


de água potável, e a característica que a mesma
deve atender é chamada de padrões de
potabilidade.

o Os padrões de potabilidade de água são


definidos pela Portaria n° 518 de 25 de
março de 2004 do Ministério da Saúde.
Aportaria em vigor define água potável como
sendo a água para consumo humano cujos
parâmetros microbiológicos, físicos, químicos
Seleção do manancial

Para a seleção do manancial devem ser considerados todos os mananciais que apresentem
condições sanitárias satisfatórias e que, isolados ou agrupados, apresentem vazão suficiente para
atender à demanda máxima prevista para o alcance do plano. O manancial é selecionado tendo em
vista os seguintes fatores:
o Garantia de fornecimento da água em quantidade e qualidade desejadas

o Proximidade do consumo;

o Locais favoráveis à construção da captação;

o Transporte de sedimentos pelo curso de água.


Seleção do manancial
o A vazão a ser consideradas para fins de escolha de mananciais abastecedores deve ser a
correspondente ao dia de demanda máxima prevista para o alcance do plano.

o Quando a diferença entre a vazão disponível estimada para o manancial e a vazão requerida não
ultrapassar 10% da vazão necessária, além do manancial estudado para abastecer o sistema, deve
ser prevista a complementação da vazão em condições técnicas e econômicas aceitáveis.
Monitoramento da qualidade de água
de mananciais

Os parâmetros de qualidade de água monitorados são:


o pH;

o Turbidez;

o Condutividade;

o Potencial de oxi-redução;

o Oxigênio dissolvido e

o Temperatura.
Captação em Curso de Água

o A captação em cursos de água é um conjunto de estruturas e dispositivos, construídos ou


montados junto a um manancial, para a retirada de água destinada a um sistema de abastecimento.
Em geral depende da variação do nível de água, podendo distinguir captação em manancial com
pequena variação de nível de água e captação em manancial com grande variação de nível de
água.

o Quando a vazão a ser retirada é menor que a vazão mínima do manancial, a captação é feita a fio
d’água. Quando existem períodos no ano em que essa vazão é maior, haverá necessidade da
construção de um reservatório de regularização, devendo nesse caso, a vazão média do rio ser
maior que a vazão a ser retirada para permitir a regularização.
Captação em Curso de Água

 Escolha do local de captação

O local para implantação das obras de captação deve ser o resultante da análise conjunta de todos
os elementos disponíveis sobre a área reservada para esta finalidade. A análise deve ser
complementada por inspeções de campo, observando-se principalmente os aspectos ligados às
características hidráulicas do manancial, à geologia da região às áreas eventualmente inundáveis e aos
focos de poluição existentes e potenciais.

A captação de água deve ser localizada em trecho reto ou, quando em curva, junto à sua
curvatura externa (margem côncava), onde as velocidades da água são maiores, evitando-se assim, os
bancos de areia que poderiam obstruir as entradas de água.
Captação em Curso de Água
 Escolha do local de captação
Captação em Curso de Água
 Escolha do local de captação

As obras de captação devem ficar protegidas


da ação erosiva das águas e dos efeitos decorrentes
de remanso e da variação de nível do curso de
água. Também, deverá ser considerada a
necessidade de acesso ao local da captação,
mesmo ocorrendo fortes temporais e inundações.

Por essa razão é, muitas vezes, contra


indicada a construção de obras em terrenos baixos
próximos ao rio, mesmo que a estrutura em si
fique ao local abrigo das cheias.
Captação em Curso de Água

 Escolha do local de captação

De um modo geral, os principais cuidados que devem ser observados para a escolha do local da
captação são:
o Evitar locais sujeitos à formação de bancos de areia;

o Evitar locais com margens instáveis;

o Local à salvo de inundações, garantia de acesso todo o tempo;

o Condições topográficas e geotécnicas favoráveis.


Partes constituintes de uma captação

Os esquemas das instalações são muito variáveis, dependendo das condições do curso de água,
variação de nível de água, topografia, etc. Na maioria dos casos, as partes constituintes das captações
são:
o Barragem, vertedor ou enrocamento;

o Tomada de água;

o Gradeamento;

o Desarenador;

o Dispositivos de controle;

o Canais e tubulações.
Barragem, vertedor ou enrocamento

São obras executadas em cursos de água,


ocupando toda a sua largura para elevar o nível de
água a uma cota pré-determinada, de modo a
garantir o nível mínimo da água para o bom
funcionamento da captação e das/bombas.
Barragem

A barragem é um elemento estrutural


construído em um curso de água transversalmente
à direção de escoamento de suas águas e destinada
à criação de um reservatório de acumulação que
poderá atender a uma ou a diversas finalidades.

Geralmente a barragem é construída quando


as vazões médias do curso de água são superiores
às necessidades de consumo, entretanto, as vazões
mínimas são inferiores.
Barragem de nível
É uma obra executada em curso de água para elevar o nível do manancial a uma cota pré-
determinada.
Vertedor

Os vertedores são estruturas especialmente projetadas para elevar o nível de água, e podem ser
de alvenaria, de pedras, de concreto simples ou ciclópico.
Enrocamento
O enrocamento é uma barragem de nível constituída de blocos de rocha colocados no curso de
água.
Tomada de água

É um conjunto de dispositivos destinado a conduzir a água do manancial para as demais partes


constituintes da captação. A tomada de água deve obedecer às seguintes condições:
o A velocidade nos condutos livres ou forçados da tomada de água não deve ser inferior a
0,60 m/s;
o Nos casos em que possa ocorrer vórtice, deve ser previsto dispositivo que evite a sua

formação .
Tomada de água
 Tomada de água com barragem de nível, gradeamento, caixa de areia e estação elevatória

A Figura abaixo apresenta uma tomada típica de água para captação em cursos d’água com
pequena variação de nível. Observa-se as principais partes constituintes de uma captação de água:
barragem de nível, tomada de água, caixa de areia e estação elevatória. O trecho entre o curso de água
e o desarenador deve ser o mais curto possível.
Tomada de água
 Tomada de água com barragem de nível, gradeamento, caixa de areia e estação elevatória
Tomada de água
 Tomada de água através de tubulação

A tomada de água por tubulação deve obedecer às seguintes condições:


o Em cursos de água com transporte intenso de sólidos, deve haver, no mínimo, uma
tubulação para cada variação de 1,50 m do nível;
o As tubulações devem ser ancoradas e protegidas contra a ação das águas;

o As tubulações devem ser dotadas de válvulas para interrupção de fluxo, com possibilidade
de fácil manobra.

Na tomada de água através de canal ou tubulação, o trecho entre o curso de água e o desarenador,
também deve ser o mais curto possível.
Tomada de água
 Tomada de água através de um canal

Neste caso, o canal desvia uma parte da água do rio para a captação.
Tomada de água
 Tomada de água através de um canal

Neste caso, o canal desvia uma parte da água do rio para a captação.
Tomada de água

 Tomada de água diretamente por bombas

A tomada de água diretamente por bombas é normalmente recomendada nos seguintes casos:
o Quando for dispensável o desarenador;

o Quando for indispensável a instalação de recalque para transferir água do manancial para o
desarenador
o Tomada de água para população de projeto inferior a 10000 habitantes, a critério do órgão
contratante.
Gradeamento
o Grades e telas são dispositivos que devem ser
utilizadas em captações superficiais de água.

o As grades são constituídas de barras paralelas


destinadas a impedir a passagem de materiais
grosseiros, flutuantes ou em suspensão, como
tronco de árvores, galhos, plantas aquáticas
peixes, etc, que normalmente são trazidos
pelos cursos de água.
Desarenador

O desarenador deve ser instalado preferencialmente, próximo à tomada de água. É recomendável a


instalação de dois desarenadores, sendo cada um deles dimensionados para a vazão final, pois um
deles será de reserva. O desarenador pode ser de nível constante ou variável, dimensionado segundo
os seguintes critérios:

o Velocidade crítica de sedimentação das partículas igual ou inferior a 0,021 m/s;

o Velocidade de escoamento longitudinal igual ou inferior a 0,30 m/s;

o Comprimento do desarenador, obtido pela aplicação dos critérios anteriores, deve ser multiplicado
por um coeficiente igual ou superior a 1,50 (coeficiente de segurança).
Desarenador
A Figura abaixo apresenta o esquema em planta e corte de caixa de areia, sendo Q a vazão e a
velocidade de sedimentação de uma partícula de areia.
Captação em Represas e Lagos

o Para a captação em represas e lagos é importante levar em consideração as variações da qualidade


da água em função da profundidade e as oscilações de nível.

o As águas represadas propiciam o aparecimento de algas, principalmente nas camadas superiores.

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