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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS – INTERNATO UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA
Bruna Chaigar Venzke, módulo 128/ATM22
Resenha 3 – Ventilação Mecânica
Os artigos indicados tratam de um tema essencial para o manejo de muitos dos
pacientes que se encontraram na Unidade de Terapia Intensiva, a ventilação
mecânica. Nos textos é exposto que idealmente a ventilação invasiva deve ser
planejada para que as intercorrências sejam minimizadas, entretanto quando
se trata de um paciente crítico muitas vezes é necessário realizá-la de urgência
para garantir a sua sobrevivência. Dessa forma, torna-se fundamental que o
profissional de saúde seja tecnicamente habilitado para realizar tanto a
intubação quanto o ajuste adequado dos parâmetros ventilatórios de forma
efetiva e segura.
É abordado que a ventilação mecânica pode ser necessária em diversas
situações, como para proteção de via aérea em pacientes com rebaixamento
de sensório, insuficiência respiratória aguda, instabilidade hemodinâmica e
parada cardiorrespiratória. Em suma, seu objetivo é manter a adequada troca
gasosa permitindo a resolução das patologias de base e a recuperação do
organismo do paciente crítico.
Sob a mesma perspectiva, é destacada a importância da ventilação mecânica
protetora no tratamento da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
(SDRA) que consiste em um processo agudo de lesão pulmonar inflamatória
devido ao aumento da vascularização pulmonar, do peso pulmonar e perda de
tecido aerado. Essa é uma afecção pulmonar prevalente e que teve sua
incidência aumentada nos últimos anos devido a pandemia de Covid-19. Em
relação a sua classificação, novas atualizações a dividem em três categorias
com base na gravidade da hipoxemia (PaO2/FiO2), sendo elas: leve (entre
200-300), moderada (entre 100-200) e grave (menor que 100). Também é
salientado que o processo de pronação desses pacientes, procedimento que
ganhou as manchetes jornalísticas e foi utilizado em larga escala durante a
pandemia, de fato tem impacto significativo na oxigenação desses pacientes
quando aplicada de forma precoce e durante longos períodos.
Em relação aos parâmetros do respirador, outro artigo observou que mudanças
isoladas no VAC ou na PEEP não alteraram a sobrevida de pacientes com
SDRA, apontando a diminuição do driving pressure como contribuinte para a
sobrevida do paciente. Dessa forma, é reforçado o emprego da ventilação
protetora nesses casos, sendo essa definida pela realização de uma
“ventilação atenuada”, de forma a proteger os alvéolos de barotrauma e reduzir
a lesão pulmonar. Sua técnica consiste em ajustar o VC para < 6mL/kg de
peso predito; pressão de platô < 30 cmH2O; pressão de pico < 50 cmH2O;
hipercapnia permissiva, mantendo a PaCO2 < 80 mmHg (desde que o pH seja
> 7,2); e a PEEP ajustada de acordo com a FiO2 (para evitar o colapso
alveolar).
Ademais, para a realização da intubação orotraqueal com maior efetividade é
importante avaliar os preditores de via aérea difícil antes de realizar o
procedimento, uma das formas mais conhecidas é através da classificação de
Malampatti. Além desse score, há outros meios, como a mordida do lábio
superior, a distância tireoide-mento e a distância interincisivos.
Portanto, fica evidente a partir da leitura crítica dos artigos que o sucesso da
ventilação mecânica envolve diversos fatores e que os profissionais devem
estar atentos a eles. Percebe-se a importância do domínio da técnica de
intubação orotraqueal e o conhecimento dos parâmetros ventilatórios
adequados, assim como a avaliação criteriosa das indicações de ventilação
mecânica antes da realização do procedimento a fim de minimizar as
intercorrências e iatrogenias.

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