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VENTILADOR PULMONAR

SAIBA TUDO SOBRE SEU


FUNCIONAMENTO E TESTES.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .03
O QUE É A RESPIRAÇÃO PULMONAR .04
O VENTILADOR PULMONAR .07
FUNCIONAMENTO DO VENTILADOR PULMONAR .11
COMPONENTES BÁSICOS DO
VENTILADOR PULMONAR .15
GERENCIAMENTO DE RISCOS .19
POLÍTICA DE BOAS PRÁTICAS .21
TESTES MÍNIMOS DE VERIFICAÇÃO
OPERACIONAL DO VENTILADOR PULMONAR .23
ROTINAS DE CALIBRAÇÃO .27
CONSIDERAÇÕES FINAIS .29
SOBRE A REDATORA .31
SOBRE A ARKMEDS .32
1. INTRODUÇÃO

Em fisiologia, o termo ventilação se refere à


oferta de oxigênio aos pulmões. Sendo assim,
o ventilador mecânico pulmonar é um
dispositivo que tem como objetivo auxiliar no
suporte ventilatório aos pacientes que
possuem algum tipo de insuficiência
respiratória.

O ventilador pulmonar é um equipamento de


suporte a vida, e está classificado na Classe
de Risco III, segundo a RDC nº 185/2001, pois
o mesmo proporciona risco ao paciente
segundo a sua complexidade e importância.

Dispositivos médicos e suas variadas


especificações técnicas de funcionamento
podem representar uma fonte de risco para a
ocorrência de erros, exigindo uma série de
boas práticas com a finalidade de reduzir a
probabilidade de erros e um maior controle
para a correção dos mesmos. 
2. O QUE É A RESPIRAÇÃO PULMONAR?

A respiração é uma função essencial à vida e


pode ser definida, de um modo simplificado,
como a troca de gases (O2 e CO2) entre as
células do organismo e a atmosfera, como
pode ser observado na Figura 1.

Figura 1: Troca de gases entre o organismo e o meio ambiente.

Fonte: Calil, S. J. Gerenciamento de manutenção


de equipamentos hospitalares. 2002.

Nos pulmões ocorrem as trocas gasosas com


os capilares sanguíneos, através de milhões
de alvéolos pulmonares. A ventilação
pulmonar realiza uma renovação contínua do
ar presente no interior desses alvéolos, e,
para isso, é necessário que ocorram
movimentos que proporcionem insuflação e
desinsuflação de todos ou quase todos os
alvéolos
Esses movimentos provocam no interior dos
alvéolos, por um momento, uma pressão
ligeiramente mais negativa e por outro
momento uma pressão mais positiva do que
aquela presente na atmosfera.

Para compreender o funcionamento do


ventilador pulmonar é necessário o conhecer
o ciclo respiratório.

Um ciclo respiratório é composto por uma


fase inspiratória, seguida de uma pausa, e
uma fase expiratória, também seguida por
uma pausa, conforme exposto na Figura 2.

Figura 2:  Ciclo respiratório.

Fonte: Calil, S. J. Gerenciamento de manutenção


de equipamentos hospitalares. 2002

Devido a uma pressão interalveolar mais


negativa que a atmosférica ocorre a
inspiração. Nesse processo, certa
quantidade de ar atmosférico é inalado pelo
aparelho respiratório. 
Em contrapartida, por uma pressão
interalveolar mais positiva que a atmosférica
ocorre a expiração, onde a mesma
quantidade de ar inspirada é devolvida para a
atmosfera.

Existem seis grandezas importantes


associadas com a ventilação dos pulmões:

Volume “minuto” (Vm): volume de gás


administrado aos pulmões durante um
minuto.
Volume “tidal” (Vt) ou Volume Corrente:
volume de gás administrado ao pulmão a
cada inspiração.
Frequência respiratória (Fr): Número de
inspirações por minuto.
Pressão de expiração (Pe): pressão que
indica o início da expiração.
Elasticidade (C): descreve a natureza
elástica dos pulmões e tórax.
Resistência ao fluxo de ar (R).

Nos casos em que o paciente está com a


respiração paralisada ou insuficiente, os
ventiladores pulmonares são responsáveis
por suprirem essa troca, o que demonstra a
importância deste equipamento para a
manutenção da vida do paciente.
3. O VENTILADOR PULMONAR

O termo ventilador pulmonar é uma


denominação genérica que designa todo e
qualquer equipamento que fornece ventilação
artificial em seres humanos, suprindo o
trabalho muscular necessário para a
respiração. Ou seja, o Ventilador Pulmonar é um
dispositivo automático que é conectado às vias
aéreas do paciente com a finalidade de
aumentar ou prover temporariamente,
completamente ou parcialmente suporte
respiratório.

O objetivo dos ventiladores pulmonares é, de


modo geral, prover suporte ventilatório
temporário, completo ou parcial, a pacientes
que não conseguem respirar por vias normais
devido a fatores como doença, anestesia,
defeitos congênitos. 

Do ponto de vista fisiológico, o ventilador deve


manter ou modificar a troca gasosa pulmonar,
aumentar o volume pulmonar e reduzir o
trabalho muscular respiratório. Esse trabalho
respiratório representa a energia necessária
para movimentar determinado volume de gás
através das vias aéreas e expandir o pulmão,
permitindo que ocorram as trocas gasosas a
nível alveolar. 
Desta maneira, existem duas formas de
ventilação: 

Aplicação intermitente de pressão


negativa ao corpo
Neste método, durante a inspiração, uma
pressão atmosférica é aplicada na caixa
torácica do paciente, provocando sua
expansão e gerando um gradiente negativo
que moverá o ar para dentro dos alvéolos.
Durante a expiração, a pressão em torno do
tórax tende à pressão atmosférica,
provocando a contração da caixa torácica e
movimentando o ar dos alvéolos para a
atmosfera 

Aplicação intermitente de pressão


positiva de ar.
Neste método - que é o mais utilizado - uma
pressão positiva acima da pressão
atmosférica é aplicada às vias aéreas
superiores do paciente durante a expiração.
Desta forma, é estabelecido o gradiente de
pressão necessário para que o ar se moda
para os pulmões do paciente.  
A ventilação artificial deve propiciar o
fornecimento de gases umidificados, aquecidos
e não poluídos às vias aéreas e é usada para
exercer a manutenção da ventilação alveolar
apropriada para suprir as demandas
metabólicas do paciente. Portanto, busca
promover uma eliminação adequada de CO2 e
uma oferta suficiente de 02. E também tem a
finalidade de manter os volumes e
características elásticas dos pulmões para
impedir a deterioração da mecânica pulmonar.
  
Sendo assim, o ventilador deve ser capaz de:

Insuflar os pulmões do paciente (fase


inspiratória)
Permitir a deflação pulmonar (fase
expiratória)
Deter o processo de inspiração para iniciar a
expiração (ciclagem da fase expiratória para
a fase inspiratória)
Determinar a expiração para iniciar nova fase
inspiratória (ciclagem da fase expiratória
para a fase inspiratória).  
Este dispositivo é classificado na Classe de
Risco III, da RDC nº 185/2001, pois proporciona
segundo sua alta complexidade, risco inerente
à sua tecnologia e, portanto, deve ser avaliado
periodicamente de acordo com a intensidade do
uso, finalidade a que se destina e das
características especiais que possui.

O campo de atuação dos ventiladores


pulmonares é muito amplo, devido às diversas
modalidades de ventilação disponíveis. Ele pode
ser utilizado em todos os tipos de pacientes,
desde pacientes que nasceram
prematuramente até pacientes idosos.

É importante ressaltar que para cada situação


existe uma indicação do tipo de ventilação
artificial a ser empregada, sendo assim, é
importante compreender os meios empregados
para suprir as necessidades fisiológicas dos
pacientes, além do manuseio correto dos
equipamentos a serem utilizados. 
4. FUNCIONAMENTO DO VENTILADOR PULMONAR

Considerando o ventilador pulmonar como um


equipamento que toma a energia de entrada e
a converte, ou transmite, utilizando um
sistema de controle para obter uma saída
desejada, pode-se estudá-lo segundo seus
diversos componentes, funções e recursos
listados a seguir: 

Energia de Entrada 
Para o funcionamento do equipamento a
energia pode ser obtida de duas formas:
elétrica e pneumática. 

A energia elétrica para operação do


ventilador é disponibilizada diretamente
nos pontos e tomadas de alimentação, ou
mediante baterias do tipo recarregáveis
que possibilitam a operação do
equipamento na falta de energia elétrica ou
no transporte de paciente sob ventilação. 

Alguns ventiladores também podem ser


acionados por meio de energia pneumática,
realizando a função de ventilação por meio
de uma combinação com circuitos
eletrônicos. São utilizados gases
comprimidos como fonte de energia, esses
gases (oxigênio e ar comprimido) podem
ser disponibilizados de por meio de redes
de distribuição, ou em cilindros individuais. 
Ventiladores acionados
pneumaticamente são muito úteis em
salas de exames de ressonância
magnética, aparelhos de anestesia e no
caso de transporte de pacientes.

Sistemas de Transmissão e
Conversão de Energia
Esses sistemas são responsáveis por
prover e controlar o fornecimento de
gás ao paciente, utilizando um conjunto
de válvulas que são responsáveis por
regular o fluxo de gás ao paciente.

Mecanismos de Acionamento
Existem diversos mecanismos para
acionar o equipamento, cada tipo de
mecanismo emprega uma forma de
gerar um padrão de pressão e fluxo para
a respiração do paciente.

Na prática, existem duas categorias de


mecanismos de acionamento: 

1. Aplicação direta de gás comprimido via


válvula redutora de pressão;
2. Aplicação indireta por meio de motor
elétrico (ou compressor). 

Na primeira categoria, quando o gás


comprimido é utilizado para acionar o
mecanismo do ventilador, sua pressão
(força) é ajustada por meio de uma
válvula redutora de pressão. 
Após passar pelo redutor de pressão, o
gás é fornecido diretamente para inflar
os pulmões do paciente, ou é injetado em
um fole contrabalançado por uma mola.

Já quando se usa um motor elétrico que


movimenta um compressor interno do
ventilador, o compressor pode acionar
um sistema de eixo manivela de diversas
maneiras: 

✓ Com pistão, que fornece pressão e


fluxo variado em função do movimento
do pistão;
  
✓ Com palhetas rotativas, que gera um
nível constante de pressão para acionar
os mecanismos do ventilador;

✓ Com motor de acionamento linear (que


pode ser do tipo circuito simples quando
o gás é fornecido diretamente ao
paciente; ou circuito duplo quando os
gases são utilizados para comprimir um
fole que contêm gases separados que
por sua vez são fornecidos ao paciente). 
Sistemas de Controle de Saída –
Válvulas
O sistema de controle de saída tem por
finalidade ajustar o fluxo de gás ao
paciente. Atualmente, os ventiladores
microprocessados conseguem um
controle preciso do fluxo de gás. As
válvulas empregadas nos sistemas de
controle dos ventiladores atuais são
basicamente de dois tipos: 

✓ Válvulas pneumáticas de pistão ou


eletromagnéticas; 

✓ Válvulas solenóides proporcionais, que


controlam o fluxo de forma incremental. 

Unidade Central de Controle 


O controle de fornecimento de gases nos
ventiladores pulmonares é baseado em
quatro parâmetros: fluxo, volume,
tempo e pressão. Dessa forma, o
equipamento manipula o parâmetro de
controle para criar a inspiração.

Em princípio, se as variáveis de fluxo,


volume, tempo ou pressão são
individualmente programadas, as demais
variáveis devem responder
proporcionalmente. De forma geral, a
variável de controle permanece
constante, independente de alterações
da resistência e complacência. 
5.
COMPONENTES BÁSICOS DO
VENTILADOR PULMONAR

Os componentes básicos de um
equipamento de ventilação pulmonar podem
ser observados no diagrama abaixo. 

Fonte: Calil, S. J. Gerenciamento de manutenção


de equipamentos hospitalares. 2002

A mistura gasosa vinda do ventilador


pulmonar é entregue ao paciente através do
circuito do paciente, que contém entre
outros componentes, cânulas ou tubos
corrugados para a condução do gás,
umidificador, aquecedor, nebulizador e filtro
de bactérias. O misturador de gás e as
válvulas reguladoras de pressão,
dependendo do tipo de equipamento,
podem estar integrados no próprio aparelho,
ou ser montadas na forma de acessórios do
sistema. 
Circuitos reguladores de pressão: são
válvulas reguladoras que possuem a
função de limitar a pressão de entrada dos
gases a serem fornecidos ao ventilador. A
maioria dos equipamentos possuem duas
válvulas reguladoras, uma para entrada de
oxigênio e outra para entrada de ar
comprimido.

Circuito Misturador (ou “blender”): o


Blender tem a função de fornecer a mistura
de ar e O2 ao circuito inspiratório. Ele
controla a concentração de oxigênio da
mistura de ar e O2.

Circuito Inspiratório: Controla a


quantidade de ar e concentração de
oxigênio fornecido ao paciente,
dependendo dos parâmetros selecionados
no equipamento.

Circuito Expiratório: controla a saída do ar


expirado pelo paciente.

Circuitos de Controles: Os circuitos de


controle são responsáveis pelos modos
nos quais será ventilado o paciente. 
Os ventiladores possuem os seguintes
controles principais: 

✓ Pressão e/ou Volume e/ou Fluxo;


✓ Frequência Respiratória;
✓ Relação I:E (relação entre tempo inspiratório
e tempo expiratório);
✓ Tempo Inspiratório;
✓ Tempo Expiratório;
✓ Sensibilidade;
✓ PEEP/CPAP (Pressão Positiva no Final da
Expiração/ Pressão Positiva Contínua nas Vias
Aéreas);
✓ Pausa Inspiratória;
✓ Modalidade de Ventilação.

Pode-se realizar diferentes combinações de


controles para obter-se um mesmo resultado.

Umidificador: O umidificador é acoplado à


saída do ventilador para acrescentar vapor
d’água ao gás inspirado pelo paciente. É
projetado para produzir quantidade máxima
de vapor de água com quantidade mínima
de partículas d’água. 
Válvula de exalação ou expiratória: Essa
válvula tem as funções de fechar o circuito
de saída na inspiração e abrir o circuito de
saída na expiração. Conforme já apontado,
essa válvula pode ser do tipo liga/desliga
ou incremental. 

Alarmes: Realizam o monitoramento de


problemas que podem ocorrer durante a
operação do equipamento. Os modelos
mais modernos de ventiladores
pulmonares são controlados por
microprocessadores e possuem interface
para conexão a computadores e, por meio
desses, é possível monitorar e controlar
diversos parâmetros, além de poder enviar
e armazenar em uma sala de controle as
medidas críticas, alarmes e dados sobre o
procedimento. 

Todos os modos ventilatórios surgem da


combinação das variáveis ventilatórias:
volume, pressão e fluxo em função do tempo.
Os modos ventilatórios existentes, de acordo
com a sua configuração, podem ter de uma
até mesmo todas as quatro variáveis
ventilatórias livres durante a fase inspiratória.
6. GERENCIAMENTO DE RISCOS

Para o funcionamento seguro e confiável


do ventilador pulmonar, deve-se realizar
periodicamente um conjunto de ações
que visam assegurar as boas condições
técnicas de um equipamento,
preservando suas características
funcionais de segurança, confiabilidade e
qualidade.

As boas práticas adotadas em


equipamentos são necessárias para evitar
ou diminuir os problemas decorrentes de
uso. Para isso, é necessário conhecer o
funcionamento do equipamento, treinar
os operadores, manter os equipamentos
com as calibrações e manutenções
atualizadas, fazer inspeção pelo menos
a cada seis meses e verificar seu estado
operacional antes de cada uso.

Ao se tratar dos riscos relacionados aos


ventiladores pulmonares, deve-se analisar
alguns aspectos importantes: fatores da
infraestrutura, do ambiente, do
equipamento e do manuseio pelo usuário.
Em relação à infraestrutura e ambiente,
quesitos como fornecimento de energia
elétrica, a rede elétrica do local (tomadas e
aterramento), condições do ambiente
(temperatura e umidade) e também
fornecimento da rede de gases devem ser
averiguados.

Em relação às falhas causadas pelo


usuário, tem-se a má utilização do
equipamento e a seleção errônea de
parâmetros. A correta montagem do
circuito, a tensão de alimentação de
energia elétrica adequada e o correto
ajuste de parâmetros de acordo com a
necessidade do paciente são
fundamentais para a segurança do
paciente, evitando incidentes.

Outro ponto importante a ser ressaltado é


em relação aos alarmes, os mesmos
devem estar habilitados e com ajustes
adequados. Cada estabelecimento de
saúde deve programar estratégias de
vigilância de alarmes, dando prioridade aos
equipamentos e ambientes clínicos com
maior probabilidade de ocorrência de
eventos.
As condições de funcionamento do próprio
equipamento também devem ser
verificadas. Para isso, devem ser
consideradas as especificações técnicas
gerais indicadas pelo fabricante, e também
analisadas situações como vazamentos,
bom funcionamento de sensores e válvulas,
entre outros. 

7.
POLÍTICA DE BOAS PRÁTICAS 

Devido a sua complexidade, os ventiladores


podem representar um alto risco para a
segurança do paciente nos diversos
ambientes em que são utilizados como: salas
de cirurgia, unidades de cuidados intensivos
e, em alguns casos, domicílios de pacientes,
por exemplo. Desta maneira, eles devem ser
submetidos a uma inspeção de rotina após
serem utilizados em terapia e depois de
realizada a higienização do equipamento.

Para conservar a segurança e bom


funcionamento do equipamento, é
necessário se atentar a algumas ações
preventivas, que são elas:

✓ Oferecer treinamento para os operadores;


✓ Criar um rotina de calibração e
manutenção;
✓ Realizar inspeções periódicas para
verificação do estado operacional do
equipamento.
Essas ações preventivas são tomadas a
fim de evitar ou diminuir problemas
decorrentes do uso e desgaste natural do
equipamento.

Deve se tornar rotina a verificação e teste


do desempenho do aparelho sempre que
for utilizar o mesmo em outro paciente.
Muitos equipamentos possuem o recurso
de auto-diagnóstico ou auto-teste, o que
facilita a verificação das boas condições
de uso do ventilador.

Para a realização dos testes de segurança,


o equipamento deve estar fora de uso,
 totalmente desconectado do paciente.
Esta rotina é denominada Verificação
Operacional do Ventilador Pulmonar e
deverá ser realizada por um profissional
capacitado do setor de Engenharia Clínica,
durante o procedimento de manutenção
preventiva do equipamento.
8.
TESTES MÍNIMOS DE VERIFICAÇÃO
OPERACIONAL DO VENTILADOR PULMONAR

Alguns procedimentos mínimos de


verificação operacional de ventiladores
pulmonares são indicados a compor o POP
(Procedimento Operacional Padrão) de
Verificação Operacional, juntamente com
outros requisitos de ambiente ou processo.

Deverão ser verificados:

Alarme de falha de energia: É


necessário verificar se a bateria mantém
o equipamento ligado após desligar da
energia. Inspecionar a indicação do nível
de bateria, a indicação visual e sonora de
falha de energia;

Indicadores visuais: Ao ligar o


ventilador, verificar se todos os
indicadores luminosos estão funcionais;
Alarmes visuais e sonoros: Para
verificação dos alarmes, deve-se
desconectar as entradas de oxigênio e
de ar separadamente para verificar os
alarmes correspondentes. Utilizar um
pulmão de teste para verificar os
alarmes de pressão baixa e volume
exalado baixo. Desconectar
momentaneamente o circuito e verificar
o alarme de apnéia. Ocluir o circuito e
verificar o alarme de pressão alta.
Simular uma situação de razão inversa na
relação I:E e verificar o acionamento dos
alarmes.

Pressão proximal nas vias aéreas e


PEEP: Selecionar o nível de PEEP
(pressão positiva no final da expiração)
desejado e ciclar o ventilador num
pulmão de teste. O manômetro deve
mostrar o aumento da pressão e retornar
para a linha de base apropriada.
Desconectar momentaneamente o ramo
inspiratório do circuito e checar o “zero”
do manômetro;
Teste de vazamento: Podem ser feitos
dois tipos de teste:
1. Ocluir a conexão para o paciente,
selecionar níveis máximos para pressão
alta e volume corrente e mínimo para
pico de fluxo e frequência, e iniciar a
ventilação. O manômetro deve indicar a
pressão máxima selecionada e disparar o
alarme.
2. Selecionar uma pausa inspiratória e
PEEP igual a zero e verificar se a pressão
do platô inspiratório não flutua mais do
que 10%.
Modos de ventilação: Para testá-lo, é
necessário selecionar os modos de
ventilação e verificar (usando um pulmão
de teste) a ventilação estabelecida
conforme o ventilador ciclar.

Frequência de ventilação pretendida e


medida: A verificação é feita contando o
número de inspirações que ocorrem num
intervalo cronometrado. A diferença
entre os valores obtidos, programado e
mostrado no display (se houver) deve ser
no máximo +/- 1 respiração por minuto;
Volume pretendido e medido (Volumes
corrente, de suspiro/gatilho e minuto):
Deve-se usar um dispositivo externo (por
exemplo, um espirômetro), para medir
volume exalado. Ciclar a máquina
conectada a um pulmão de teste e
comparar os volumes exalados. Disparar
manualmente um suspiro (se possível) e
medir o volume exalado. As medidas
devem estar dentro de +/-5% dos
valores programados.

Sensibilidade: Para testar a


sensibilidade é indicado colocar o
ventilador no modo assistido. Apertar e
soltar o pulmão de teste: deve ocorrer
inspiração quando a pressão cair abaixo
do nível de sensibilidade escolhido.

Calibração do Sensor de Oxigênio:


Expor o sensor de oxigênio ao ar
ambiente (21%) e ao oxigênio da parede
(100%), e ajustá-lo se possível. Se não
conseguir ajuste realizar a substituição
do sensor de oxigênio.

Filtros: No caso de utilização dos filtros


para inspiração e expiração devem ser
trocados a cada novo paciente e
periodicamente durante a permanência
do mesmo no ventilador, de acordo com
as recomendações do Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar do
hospital.
Umidificador: No caso de utilização de
umidificador aquecido ativo, verificar a
funcionalidade e a integridade do sensor
de temperatura.

Alarmes na condição de
monitoramento remoto: No caso de
utilização de algum recurso de
conectividade com outros
equipamentos ou sistemas, simular uma
condição de alarme e verificar se ocorre
a notificação remota.

9. ROTINAS DE CALIBRAÇÃO

Seguindo o viés de confiabilidade e


segurança dos equipamentos, para ter
garantia que os procedimentos realizados
estejam seguros, é necessário que seu
funcionamento esteja em conformidade, e
para isso deve-se manter o controle das
manutenções e calibrações. 

Então, os estabelecimentos hospitalares


devem implementar um plano de
manutenção preventiva e uma rotina de
calibração para todos os equipamentos
médicos. Esses planos precisam conter
informações referentes aos equipamentos,
os padrões de normalização e a
periodicidade em que a rotina deve ser
realizada. 
A periodicidade dessas atividades
dependerão da demanda de utilização e da
política adotada em cada estabelecimento.
  
É sempre importante ressaltar que o mais
recomendável é que a calibração dos
equipamentos seja feita após a
manutenção preventiva, para que o
processo seja mais efetivo, e seja utilizado
instrumentos de medição seguros e
devidamente calibrados- no caso de um
ventilador pulmonar- um analisador de
ventilação mecânica, por exemplo.

Saiba como otimizar o tempo de


calibração e reduzir custos.

É seguro afirmar que esses serviços


otimizam a utilização dos equipamentos e
asseguram a continuidade dos serviços
assistenciais. Adotando essas práticas, a
segurança do paciente é tratada com
atenção e respeito, consequentemente
aumentando a credibilidade do
estabelecimento de saúde.
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo dos ventiladores pulmonares é,


de modo geral, prover suporte ventilatório
temporário, completo ou parcial, a
pacientes que não conseguem respirar por
vias normais. Desta maneira, devido a sua
complexidade e importância, o Ventilador
Pulmonar pode representar um alto risco
para a segurança do paciente nos diversos
ambientes em que são utilizados.

Por estar propício a erros constantes, se


torna indispensável adotar rotinas
periódicas de calibração e manutenção.
Algumas ferramentas podem ser utilizadas
a fim de facilitar nos processos de gestão
desses ativos, como os POP’s e as rotinas
específicas devem estar documentadas e
repassadas, seja ele um processo manual
ou automatizado, para que apresente
segurança e qualidade institucional, além de
facilitar o trabalho da Engenharia Clínica no
uso cotidiano e na educação dos usuários.

As inspeções de rotina podem ser


elaboradas segundo protocolos indicados
pelos fabricantes dos ventiladores e
estabelecidos pela política de
gerenciamento de tecnologias do hospital.
É importante ressaltar que, melhor do que
realizar manutenção corretiva no ventilador,
é implementar uma rotina preventiva,
evitando gastos e perdas de aparelhos.

Um ponto de grande importância quando se


trata de ventilação mecânica, é que sua
utilização é voltada para manter e melhorar
a saúde do paciente, portanto, é
imprescindível uma rotina de calibração e
manutenção destes aparelhos, garantindo
confiabilidade e segurança ao paciente.
FERNANDA BATISTA

Fernanda Batista é Engenheira Biomédica e


especialista em Engenharia Clínica. Iniciou
na área de engenharia clínica auxiliando no
desenvolvimento e aplicação de estudos
sobre “Priorização da Manutenção Corretiva
de Equipamentos Médico-Assistenciais” do
Hospital de Clínicas de Uberlândia. Estagiou
no Hospital Orthomed Center, atuando na
área de Engenharia Clínica e Qualidade
Hospitalar pela empresa Metromed
Eletromedicina LTDA.

Atualmente, possui como foco aplicar seus


conhecimento de Engenharia Clínica e
desenvolver mais experiência na área. É
apaixonada por Engenharia Clínica e
Qualidade Hospitalar e acredita que a
tecnologia deve ser utilizada em prol do
desenvolvimento da saúde, tornando os
processos mais confiáveis e seguros.
A Arkmeds foi idealizada por seus gestores para
oferecer serviços de excelência
em engenharia clínica nas mais diversas
especialidades. Nesse contexto, engloba
a gestão de equipamentos hospitalares
direcionando suas ações aos processos de
calibração, manutenção e acompanhamento da
efetividade das máquinas.

Além disso, possui um software que permite a


conexão com os serviços clínicos
e o acompanhamento do desempenho das
tecnologias em saúde, visando seu
uso adequado e atendendo as demandas das
instituições hospitalares.

Também atua na consultoria especializada das


máquinas, mostrando as
melhores opções de aquisição, avaliação do
custo-benefício, inventário e
monitorização do ciclo de vida dos equipamentos.

Nos acompanhe nas mídias:

@somosarkmeds

Torne-se especialista em
serviços de saúde:

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