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Introdução ao estudo da

neuropsiquiatria geriátrica

Ana Cristina N. B. Faria – Geriatra – CIAPE


Anaanacristina@ciape.org.br
Cristina N. B. Faria - Geriatra
Quais são as grandes síndromes
neuropsiquiátricas?

Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra


Como diferenciar as grandes
síndromes neuropsiquiátricas?

Demência
Delirium
Depressão

Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra


O que é déficit cognitivo?

Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra


Cognição
• Memória: capacidade de armazenar informações.
• Linguagem: capacidade de compreensão e expressão
oral e escrita.
• Função Executiva: capacidade de planejamento,
abstração, sequenciamento, monitoramento e
desempenho de atividades complexas.
• Gnosia: capacidade de reconhecer objetos, cores,
pessoas.
• Praxia: capacidade motora (coordenação, sequência
motora...)
• Habilidade visuo-espacial: capacidade da percepção
espacial e das relações dos objetos e locais.
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Quais as principais queixas
clínicas de idosos com déficit
cognitivo?

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• Dificuldade para aprender informações novas.
• Dificuldades para executar atividades complexas (ex.: atividade
profissional, dirigir).
• Não saber o que foi fazer no local ou o que foi buscar.
• Perder objetos pela casa.
• Guardar objetos em locais impróprios.
• Esquecer objetos como chaves, dinheiro, não fechar a casa, torneiras
abertas, fogão aceso...
• Não dar recados.
• Não tomar medicamentos de forma adequada.
• Esquecer de compromissos, de pagar contas.
• Esquecer nomes.
• Repetitividade: contar sempre a mesma história, perguntar as mesmas
coisas.
• Dificuldades para localização espacial.
• Baixa capacidade de julgamento.
• Repetir e perseverar em ações.
• Insistir que aquela não é a sua casa.
• Não distinguir a realidade do que passa na TV.
• Deixar de realizar tarefas manuais ou artesanais.
• Perda do “bom senso”: comentários impróprios, jocosidade, alterações
de sexualidade, mudanças de aspectos
Ana Cristina N. B. Faria -morais
Geriatra prévios, trocar de roupa
em público.
Quais os critérios diagnósticos
para demência?

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Critérios para demência DSM-IV
A) Redução da memória imediata e recente
Redução da memória a longo prazo
B) Pelo menos 1 dos seguintes:
– dificuldade de abstração
– dificuldade para julgamento e controlar impulsos
– afasia, apraxia, agnosia ou dificuldade construcional
– Modificações da personalidade
C) Interferência dos sintomas com ocupação,
atividades sociais ou de relacionamento.
D) Sintomas não ocorrem apenas em delirium
E) Fator orgânico documentado ou presumido
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Quais os tipos de demências?

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Classificação de demências
Demências corticais: Subcorticais:
–Doença de Alzhiemer • Hidrocefalia
–Demências fronto-temporais: • Encefalopatias tóxicas:
– Demência de Pick (Dem. Lobo – endocrinopatias
frontal) – estados carenciais
– Afasia não fluente progressiva – intoxicação por drogas
– Demência semântica – alcoolismo crônico
– Afasia primária progressiva – exposição a metais pesados
– DFT com parkinsonismo Demências mistas:
– DFT e doença do neurônio motor • Múltiplos infartos
– Degeneração córtico-basal
• Múltiplos infartos + Azlhiemer
Demências subcorticais:
• Doenças infecciosas:
• Síndromes extrapiramidais: – Vírus lento, HIV
• Doença de Parkinson • Paralisia Geral Progressiva
• Doença de Huntington • Pós-traumática
• Paralisia Supranuclear Progressiva • Pós-anóxica
• Doença de Wilson • Neoplásica
• Degenerações espinocerebelares
• Calcificação Idiopática dos Gânglios
da Base Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
Quais as principais etiologias
das demências ?

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Doença de Alzheimer

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Demência de Alzhiemer
• Fisiopatologia: perda neuronal, degenerações sinápticas
intensas, placas senis, depósito extracelular de proteína
β-amilóide, emaranhados neurofibrilares.
• Critérios diagnósticos:
– Critérios para demência.
– Déficit cognitivo insidioso e progressivo.
– Ausência de etiologias definidas (causas
psiquiátricas, neurológicas ou sistêmicas),
diagnóstico de exclusão.
• Tratamento:
– Inibidores de acetil-colinesterase, controle da
agitação e das alucinações, apoio familiar,
reabilitação cognitiva, apoio psicológico, adaptação
ambiental.
– Memantina (antagonista de receptores de
neurotransmissão glutamatérgica) nas fases
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moderadas a avançadas.
– Evitar drogas anti-colinérgicas.
•Região posterior dos hemisférios:
função perceptual e espacial.
Alterações: Agnosia (dificuldade de
reconhecer objetos), Prosopagnosia
(dificuldade para reconhecer faces).
Desorientação espacial.

•Área Parietal superior: organização


dos movimentos. Alterações: Apraxia.

•Área medial de ambos hemisférios:


função límbica, essencial para
aquisição e retenção de novas
informações. Alterações: Dificuldades
de aprendizado de novas informações,
dificuldades de evocação

•Córtex anterior ou pré-frontal:


planejamento de estratégias, avaliação
de ações, regulação da vida mental.
Alterações: mudanças
comportamentais e de
personalidade. Perda da auto-
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crítica.
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Demência por Corpos de Lewy (DCL)
• Critérios diagnósticos:
– Declínio cognitivo progressivo com comprometimento funcional.
– Um (DCL possível) ou dois dos sintomas (DCL provável):
• Flutuação da cognição, alucinações visuais recorrentes, parkinsonismo
– Sintomas gerias:
• Quedas recorrentes, desmaios, perda de consciência,
hipersensibilidade a neurolépticos, ilusões, alucinaões, alterações do
sono REM, depressão.
– Menos comum se associada a:
• História de AVC, outras dçs do SNC
• Fisiopatologia: comprometimento subcortical, sobretudo região nigro estriatal
e locus ceruleus, com corpúsculos de Lewy, deficiência colinérgica e
dopaminérgica.
• Clínica: subcortical: comprometimento da atenção, velocidade psicomotora,
habilidades vísuo-construtivas, capacidade de planejamento, decisões...
• Tratamento:
– Não farmacológico: suporte familiar, preparo do ambiente, cuidados clínicos
gerais.
– Contra-indicados uso de neurolépticos típicos, antidepressivos tricíclicos,
drogas anticolinérgicas.
– Baixa resposta a drogas antiparkinsonianas e precauções ao uso de
neurolépticos típicos, baixas doses.
Ana Cristinade
– Drogas de escolha: inibidores N. B. Faria - Geriatra
acetil-colinesterase.
Atrofia da região central do cérebro

Hipocaptação na Dç de corpos de
Lewy

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Demência Vascular
• Critérios diagnósticos:
• Preencher critérios diagnósticos para demência.
• Sinais focais neurológicos ou acometimento
cerebrovascular.
• Confirmação por métodos de imagem.
• Demência de início abrupto, se ocorre após AVC. No
entanto, pode apresentar início incidioso se múltiplos
infartos, podendo ser confundido clinicamente com
Alzhiemer. O diagnóstico diferencial pode ser feito com
métodos de imagem, sobretudo RNM encefálica.
• Tratamento:
– Essencial o controle dos fatores de risco e comorbidades:
hipertensão arterial sistêmica, diabetes melitus, dislipidemia,
fibrilação atrial, distúrbios de coagulação.
• Antiagregantes plaquetários, endarterectomia e anticoagulação.
• Não há como recuperar a área de infarto, pode-se tentar medidas
de reabilitação Ana
paraCristina
reduzir osFaria
N. B. danos- Geriatra
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Demências Frontotemporais
• Aspectos Gerais da síndrome:
– Alterações precoces na personalidade e comportamento
(anti-social), julgamento diminuído (insight), irresponsabilidade,
apatia, perda da motivação, labilidade emocional, alegria e
choro inapropriados, desinibição, promiscuidade, passividade,
impulsividade, inquietude, perversão alimentar, descuido da
higiene pessoal.
– Deterioração das capacidades executivas: planejamento,
sistematização, atenção.
– Alterações de linguagem: perseveração, discurso
empobrecido e estereotipado, ecolalia, mutismo.
– Manutenção da orientação têmporo-espacial e da função visuo-
espacial, memória preservada nas fases iniciais.

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Demências Frontotemporais
• Aspectos específicos dos subtipos:
• Demência do lobo frontal:
– Predominam alterações comportamentais, seguidas de alterações
de linguagem.
• Afasia não fluente progressiva:
– Predominam alterações de linguagem: anomia, parafasias
fonêmicas (troca de palavras por outra de som semelhante) e
agramatismo.
• Demência Semântica:
– Discurso vazio, parafasias (substituição de palavras por outra de
contexto similar), dificuldades de nomeação e compreensão,
prosopagnosia (faces) e agnosia (objetos).
• Afasia primária progressiva:
– Alterações de linguagem por pelo menos 2 anos.
• Demência fronto-temporal com parkinsonismo.
• Demência fronto-temporal com doença do neurônio motor
• Tratamento:
– Inibidores de acetil-colinesterases: Baixa eficácia.
– Tto das alterações comportamentais:
• 1ª escolha: ISRS (Inibidores seletivos da recaptação de serotonina).
• Neurolépticos atípicos.
• Anti-convulsivantes
– Tratamento não farmacológico geral.
– Fonoaudiologia Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
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Demência associada à doença de
Parkinson
• Comprometimento de substância negra, estudos recentes mostram
comprometimento cerebral além da região dopaminériga. Ainda em
estudo os motivos da demência, provavelmente se associa à
deficiência colinérgica e a fatores fisiopatológicos semelhantes à DA e
à DCL.
• Sinais e sintomas maiores: bradicinesia, rigidez, tremores, instabilidade
postural, surgem pelo menos 1 ano antes dos sintomas cognitivos.
• Alta correlação com depressão.
• 20-60% dos casos de Dç de Parkinson evoluem com demência.
– Início incidioso, progressão lenta.
– Comprometimento da memória e da motricidade.
– Sintomas psicóticos freqüentes durante tratamento farmacológico.
• Tratamento:
– Levodopa pode levar a alucinações.
– Evitar drogas anticolinérgicas e neurolépticos.
– Inibidores de acetilcolinesterase: rivastigmina, donepezila e
galantamina.
– Memantina (antagonista de receptores de neurotransmissão
glutamatérgica). Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
Comprometimento do sistema nigro-estriatal,
núcleo caudado e putamen

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Pseudodemência Depressiva

• Quadro depressivo com déficit cognitivo


importante associado, simulando um
quadro demencial.
• O tratamento da depressão determina a
melhora da cognição, se não houver outro
quadro demencial superposto.

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Demências reversíveis
• Medicamentos: anticolinérgicos, psicotrópicos,
sedativos, hipnóticos, analgésicos.
• Álcool: intoxicação, síndrome de abstinência
• Distúrbios metabólicos:def. vit. B12, doenças
tireoidianas, hiponatremia, hipercalcemia, doenças
hepáticas e renais.
• Infecções do SNC: neurossífilis.
• Depressão: pseudodemência depressiva
• Doenças SNC: neoplasias (primárias ou secundárias),
hematoma subdural cr., meningite cr.
• Traumatismo crânio-encefálico.
• Hidrocéfalo de pressão normal (dist. de marcha, déficit
cognitivo, incontinência urinária).
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Quais os testes de
rastreamento cognitivo?

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COGNIÇÃO MINI-MENTAL DE FOLSTEIN
Memória, FOLSTEIN ,.F., FOLSTEIN S.E., McHUGH P.R. “Mini-mental state”. A
Linguagem, Função practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J
Executiva, Gnosia, Psychiatr Res, v.12, p.189-198, 1975;
Praxia, Habilidade BERTOLUCCI P.H.F. et al. O mini-exame do estado mental em um
visuo-espacial população geral. Impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr, v. 52, p.1-7,
1994.
BRUCKI et al. Sugestão para o uso do Mini-Exame do Estado Mental no
Brasil. Arq Neuropsiquiatr, v. 61, p. 777-781 , 2003.
RECONHECIMENTO DE FIGURAS
NITRINI R. et al. Testes neuropsicológicos de aplicação simples para o
diagnóstico de demência. Arq Neuropsiquiatr, v. 52, p.457-465, 1994.

LISTA DE PALAVRAS DO CERAD


MORRIS J.C. et al. The Consortion to Establish a Registry for Alzheimer´s
Disease (CERAD). Neurology, v.39, p.1159-1165, 1989;
BERTOLUCCI P.H.F. et al. Desempenho da população brasileira na bateria
neuropsicológica do Consortion to Establish a Registry for Alzheimer´s
Disease (CERAD). Rev Psiq Clin, v.25, p.80-83, 1998
FLUENCIA VERBAL
BRUCKI S.M.D. et al. Dados normativos para o Teste de Fluência Verbal
(categorias animais), em nosso meio. Arq Neuropsiquiatr, v. 55, p.156-161,
1997.
TESTE DO RELOGIO
SHULMAN K.I. Clock-drawing: is it the ideal cognitive screening test?
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Int J Geriat Psychiatr, v.15, p.548-561, 2000.
Mini Exame do Estado mental de
Folstein
Mini-Mental

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Ano
Orientação Temporal
(05 pontos) Mês
Dê um ponto para cada ítem Dia do mês
Dia da semana
Semestre/Hora aproximada
Orientação Espacial Estado
(05 pontos)
Dê um ponto para cada ítem Cidade
Bairro ou nome de rua próxima
Local geral: que local é este aqui (apontando ao redor num sentido mais
amplo: hospital, casa de repouso, própria casa)
Andar ou local específico: em que local nós estamos
(consultório,dormitório, sala, apontando para o chão)
Registro Repetir: GELO, LEÃO e PLANTA
(3 pontos)
Atenção e Cálculo Subtrair 100 – 7 = 93 – 7 = 86 – 7 = 79 – 7 = 72 – 7 = 65
(5 pontos)
Dê 1 ponto para cada acerto. Soletrar inversamente a palavra
Considere a tarefa com melhor MUNDO=ODNUM
aproveitamento.
Memória de Evocação Quais os três objetos perguntados anteriormente?
(3 pontos)
Nomear dois objetos Relógio e caneta
(2 pontos)
Re petir “NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”
(1 ponto)
Comando de estágios
(3 pontos) “Apanhe esta folha de papel com a mão direita, dobre-a ao meio e
Dê 1 ponto para cada ação correta) coloque-a no chão”
Escrever uma frase completa “Escreva alguma frase que tenha começo, meio e fim”
(1 ponto )
Ler e executar FECHE SEUS OLHOS
(1 ponto )
Copiar diagrama Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
Copiar dois pentágonos com interseção
(1 ponto )
PONTUAÇÃO FINAL (escore = 0 a 30 pontos)
Interpretação do Mini-Mental
• Breve avaliação de vários aspectos da cognição: estado
de alerta, orientação, capacidade de concentração,
linguagem, interpretação e execução de comandos.
• Influenciado por escolaridade, redução auditiva e visual.
• Pontos de corte: escore >= 24, Analfabetos: >= 18.
• Os ítens de maior complexidade são: memória de
evocação, atenção e cálculo, orientação, frase e
desenho.
• Além do escore quantitativo, a avaliação qualitativa do
teste é fundamental, apesar de subjetiva. O grau de
dificuldade encontrado pelo paciente, por mais que
acerte as questões, o planejamento, as reações
emocionais, as justificativas para o erro são de extrema
importância na interpretação do teste.
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Score Sensibilidade Especificidade Comentários

Folstein

≥ 8 anos de escolaridade 24 87% 82%

Bertolucci, 1994

Analfabetos 13 82,4% 97,5%

1 a 8 anos incompletos 18 75,6% 96,6%

≥ 8 anos 26 80% 95,6%

Bertolucci et al, 1998 (CERAD)


Escolaridade média:6,9 anos 26 95% 69%

Caramelli et al, 1999

Analfabetos 18

Almeida, 1998

Analfabetos 20 80% 70,9%

Idosos escolarizados 24

Brucki et al, 2003 Não houve delimitação dos níveis de corte,pois estes podem ser
Analfabetos
diferentes dependendo da doença de base. Por exemplo,
20
pacientes parkinsonianos apresentarão maior comprometimento
1 a 4 anos 25 na função executiva (7 seriado), no desenho e na repetição. Na
doença de Alzheimer, o comprometimento inicial pode ocorrer
5 a 9 anos 26,5
somente na evocação. Como o Mini-Mental foi descrito para
detectar declínio cognitivo, diferentes perfis existirão
Ana28Cristina N.
9 a 11 anos
B. Faria -da
dependendo Geriatra
doença.
≥ 11 anos 29
FLUÊNCIA VERBAL (1 minuto): Solicita-se ao paciente que enumere o
máximo de animais (“bichos”) e frutas em 1 minuto cronometrado. A pontuação
mínima obtida por idosos com 8 anos ou mais de escolaridade e analfabetos é,
respectivamente, 13 e 9
Animais........................................................................................( )
Frutas............................................................................................( )

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Teste do Relógio

0 Inabilidade absoluta de representar o relógio;


1 O desenho tem algo a ver com o relógio mas com desorganização visuo-espacial
grave;
2 Desorganização visuo-espacial moderada que leva a uma marcação
de hora incorreta, perseveração, confusão esquerda-direita, números
faltando, números repetidos, sem ponteiros, com ponteiro em excesso;
3 Distribuição visuo-espacial correta com marcação errada da hora;
4 Pequenos erros espaciais com dígitos e hora corretos;
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5 Relógio perfeito, sem erros
RECONHECIMENTO DE FIGURAS
NITRINI R. et al. Testes neuropsicológicos de aplicação
simples para o diagnóstico de demência. Arq
Neuropsiquiatr, v. 52, p.457-465, 1994

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Teste Específico para
MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO

RECONHECIMENTO DE Número de COMENTÁRIOS


FIGURAS acertos / 10
Percepção visual/Nomeação
correta
Memória incidental
Memória imediata 1
Memória imediata 2
Evocação de 5 minutos

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Interpretação do teste das
Figuras
• A maioria dos indivíduos normais nomeia
adequadamente pelo menos 9 das 10
figuras, lembra-se de 5 ou mais figuras no
teste de memória incidental e de pelo
menos 6 no primeiro teste de memória
imediata; no teste de memória tardia
(após cinco minutos), indivíduos normais
recordam-se de pelo menos 5 figuras.

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LISTA DE PALAVRAS DO CERAD
MORRIS J.C. et al. The Consortion to Establish a Registry for Alzheimer´s
Disease (CERAD). Neurology, v.39, p.1159-1165, 1989;
BERTOLUCCI P.H.F. et al. Desempenho da população brasileira na
bateria neuropsicológica do Consortion to Establish a Registry for
Alzheimer´s Disease (CERAD). Rev Psiq Clin, v.25, p.80-83, 1998

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Lista de Palavras para Fixação e Recordação
1a tentativa Ordem 2a tentativa Ordem 3a tentativa Ordem
Manteiga Praia Cabana
Braço Braço Bilhete
Praia Cabana Poste
Carta Manteiga Rainha
Rainha Poste Motor
Cabana Motor Carta
Poste Erva Erva
Bilhete Rainha Braço
Erva Bilhete Manteiga
Motor Carta Praia
Score

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Interpretação do CERAD

• Curva ascendente de aprendizagem, nas


sucessivas tentativas.
• O escores obtidos em três tentativas, em
um estudo realizado no nosso meio, foi de
4,6 e 7, sucessivamente. (MORRIS et al,
1989; BERTOLUCCI et al, 1998).

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Capacidade Funcional

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL
(Atividades de Vida Diária - AVD’s)
Auto-Cuidado (AVD’s básicas)

Independ Depend
AVD’s Básicas ( Katz,1963) ente ente
Banhar-se
Vestir-se
Uso do banheiro
Transferir-se
Controle esfincteriano
Alimentar-se

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Avaliação das Atividades de Vida Diária, segundo Pfeffer
0. Normal 0. Nunca o fez, mas poderia fazê-lo
1. Faz, com dificuldade 1. Nunca o fez e agora teria dificuldade
2. Necessita de ajuda
3. Não é capaz
0 1 2 3 0 1
Ele (Ela) é capaz de preparar uma comida?
Ele (Ela) manuseia seu próprio dinheiro?
Ele (Ela) é capaz de manusear seus próprios remédios?
Ele (Ela)é capaz de comprar roupas, comida, coisas para casa sozinho?
Ele (Ela) é capaz de esquentar a água para o café e apagar o fogo?
Ele (Ela) é capaz de manter-se em dia com as atualidades, com os
acontecimentos da comunidade ou da vizinhança?
Ele (Ela) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa de rádio
ou televisão, um jornal ou uma revista?
Ele (Ela) é capaz de lembrar-se de compromissos, acontecimentos, familiares,
feriados?
Ele (Ela) é capaz de passear pela vizinhança e encontrar o caminho de volta para
casa?
Ele (Ela) é pode ser deixado (a) em casa sozinho (a) de forma segura?
0. Normal 0. Nunca ficou, mas poderia ficar agora
1. Sim, com precauções 1. Nunca ficou e agora teria dificuldade
2. Sim, por curtos períodos
3. Não poderia Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
PONTUAÇÃO FINAL
Comportamento

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INVENTÁRIO NEUROPSIQUIÁTRICO (NPI – CUMMINGS et al., 1994
Intensidade: 1 = leve; 2 = moderado; 3 = grave;
Freqüência: 1 = ocasionalmente, menos de uma vez por semana;
2 = pouco freqüentemente, cerca de uma vez por semana;
3 = freqüentemente, várias vezes por semana, mas não todo dia;
4 = Muito freqüentemente, uma ou mais vezes por dia ou continuamente
SINTOMATOLOGIA NÃO SIM
INTENSIDAD FREQÜÊNCIA
E
1 2 3 1 2 3 4
Delusão: idéias de cunho persecutório, de furto
ou infidelidade.
Alucinações: visuais/ auditivas/ táteis/ olfativas
Agitação,inquietude, agressividade
Disforia: baixa de humor, tristeza
Ansiedade
Euforia
Apatia: comportamento passivo, falta de
iniciativa,
Desinibição
Irritabilidade/Labilidade emocional
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Atividade motora aberrante: perambulação,...
CDR
Clinical Dementia Rating
AVALIAÇÃO COGNITIVA-FUNCIONAL
GLOBAL

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AVALIAÇÃO COGNITIVA-FUNCIONAL GLOBAL
(Clinical Demential Rating - CDR)

Comprometimento Funcional

Função Nenhum Questioná Leve Moderad Grave


0 vel 1 o 3
0,5 2
Memória
Orientação
Julgamento e resolução de problemas
AVDI’s comunitárias (assuntos
comunitários)
AVDI’s domiciliares (tarefas
domésticas)
AVD’s básicas
PONTUAÇÃO FINAL DA C.D.R. 0 0,5 1 2 3

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Diagnóstico diferencial de
Doença de Alzheimer

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Escala isquêmica de Hatinsky
Demência Vascular
Modificada por Loeb
Início súbito 1
Antecedentes de AVC 2
Sintomas neurológicos focais 2
Sinais neurológicos focais 2
Áreas hipodensas na neuroimagem
Únicas 2
Múltiplas 3
SCORE
Sugestivo de Demência Vascular ≥5
Sugestivo de Demência de Alzheimer ≤2
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Achados sugestivos de DEMÊNCIA NÃO-ALZHEIMER
(outras etiologias)

Presente Ausente
Alteração precoce na marcha (ataxia)
Incontinência urinária precoce
Flutuação na cognição: variação pronunciada
na atenção e/ou alerta
Alucinações visuais precoces, recorrentes e
bem estruturadas
Presença de parkinsonismo precoce
Quedas de repetição
Sensibilidade exagerada a neurolépticos
Comportamento anti-social ou desinibição
precoces
Hiperoralidade, hiperfagia ou hpersexualidade
precoces
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Diagnóstico diferencial de
demências com depressão

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Critérios de Depressão segundo DSM-IV
Presente Ausente
Interesse ou prazer acentuadamente diminuídos
Humor deprimido (sente-se triste ou vazio)
Perda ou ganho significativo de peso, ou diminuição ou
aumento do apetite
Insônia ou hipersonia
Agitação ou retardo psicomotor
Fadiga ou perda de energia
Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou
inadequada
Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se
Pensamento recorrentes de morte, ideação suicida
recorrente
PONTUAÇÃO FINAL

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Medicações disponíveis no SUS
para Doença de Alzheimer
• Rivastigmina (Exelon R)
– Solução oral: 2 mg-ml
– Cápsulas: 4,5 mg e 6 mg
• Donepezila (Eranz R )
– Comprimidos de 5 mg e 10 mg
• Indisponíveis:
– Galantamina, Memantina e neurolépticos

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Como abordar a cognição?
Queixas cognitivas

Ausência de déficit cognitivo Déficit cognitivo Leve Incapacidade Cognitiva


(Distração, desatenção...)

Incapacidade Cognitiva

Delirium Depressão Demência Outras


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Doenças
psiquiátricas
Clínica sugestiva de déficit cognitivo:
Aplicar Testes de Avaliação Cognitiva
Mini-Mental, Relógio, Fluência Verbal, Teste das Figuras, Lista de Palavras CERAD

Testes positivos e paciente se enquadra nos critérios diagnósticos


de Síndrome Demencial

Alterações
Diagnóstico Flutuações comportamentais
cognitivas Avaliar medicamentos em uso
diferencial: Avaliar Depressão precoces
Demência Alucinações Diagnóstico
por Corpos Sinais/sintomas diferencial: DFT
parkinsonianos Propedêutica
de Lewy
complementar
Propedêutica negativa e
quadro clínico sugestivo:
Métodos de Imagem: Hemograma, Ácido
Demência de Alzhiemer
•TCC Fólico, Vitamina B12,
Diagnóstico de Exclusão
•RNM encefálica TSH, Cálcio, Sódio,
Funções Renal,
Área de Isquemia ou Hepática e Tireoidiana
múltiplos Infartos

Identificar causas potencialmente tratáveis de déficit


Demência Vascular Ana Cristina N. B.(demência
Faria - Geriatra
cognitivo reversível = 5% casos) e intervir
ou Demêcia Mista
Como pedir a medicação à
secretaria de saúde

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MEDICAMENTOS PARA DOENÇA DE
ALZHEIMER
RELAÇÃO DE DOCUMENTOS PARA ABERTURA DE
PROCESSOS
1.Protocolo para diagnóstico e tratamento da demência de
Alzheimer, totalmente preenchido.
2.Receita médica em 02 (duas) vias, datada e constando
posologia.
3.SME: Solicitação de Medicamentos Excepcionais em 03(três)
vias preenchido pelo médico.
4.Xerox do CPF e Identidade do Paciente
5.Xerox do Comprovante de residência do Paciente e número do
telefone para contato.
6.Termo de Consentimento informado.
7.Quando o processo for montado por terceiros deverá trazer
Procuração. Solicitar modelo no balcão (em anexo).
8.Cartão Nacional de Saúde – Cartão SUS. ( Cópia )
Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
PARA TER ACESSO AO Nº DO CARTÃO NACIONAL
DE SAÚDE, VOCÊS DEVERÁ
PROCURAR OS SEGUINTES LOCAIS:

Usuários residentes em Belo Horizonte:


•Av. Afonso Pena, 4000 – 5ºandar
Central de Cadastros – Referência: Vanilde de Jesus Santos –
Fone: (31) 3277-9470
Usuários residentes em Betim
•Secretaria Municipal de Saúde
Rua Prof. Osvaldo Franco, 55 – 3ºAndar – Assessoria Técnica
Usuários residentes em Contagem
•Secretaria Municipal de Saúde – Av. David Sarnoff, 3113 – Cidade
Industrial(Antigo Conterra)
Setor de Controle e Avaliação – Referência: Gilce – Fone: (31)
3361-9695
Usuários residentes nos demais Municipios do Estado
•Procurar a Secretaria Municipal de Saúde da sua cidade.
Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
ENDEREÇOS PARA ABERTURA PARA ABERTURA
DE PROCESSOS
•Secretaria Estadual de Saúde
•Av. Brasil, 688 – Santa Efigênia – Belo Horizonte –-MG (Próximo a Santa
Casa) – Fone: (31) 3273-1741
DADS Juiz de Fora
•Av dos Andradas, 222 – 3ºAndar – Centro – Fone (32) 3216-9373
DADS Pouso Alegre
•Rua Manoel Augusto Machado, 40 – Jardim Noronha – Fone: (35) 3422-
2211
DADS Montes Claros
•Rua Corrêa Machado, 1333 – Vila Santa Maria – Fone: (38) 3221-9686
DADS Uberaba
•Rua Maria Carmelita Castro da Cunha, 33 – Fabrício – Fone: (34) 3321-
5622
DADS Uberlândia
•Av. Belo Horizonte, 1084 – Martins – Fone: (34) 3214-4600
•Usuários Residentes nos demais Municipios do Estado
Procurar a DADS maisAnapróxima
Cristina N. B.www.saude.mg.gov.br
Faria - Geriatra ou a
Secretaria Municipal de Saúde da sua cidade.
Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
1.NOME DO PACIENTE
1.Nº DO PRONTUÁRIO NA UNIDADE SOLICITANTE 3- 4-CID SECUNDÁRIO
CID
PRI
NCI
PAL
5-NOME DA UNDIDADE SOLICITANTE 6-CGC 7- COD.UNID.

8-CPF DO PACIENTE 9- TIPO DE TRATAMENTO


10- SOLICITAÇÃO 11- 12- 13-INDICAÇÃO
MEDICAMENTO CÓD QUANTI
IGO DADE

14-DATA 15- CPF DO 16- ASSINATURA E CARIMBO MÉDICO RESP.


____/_____/_____ MÉDICO
RESPONSAVEL
17- AUTORIZAÇÃO DATA
Á UAF:______________________________________________ ______/______/______
MEDICAMENTO:_______________________________________________________________________________________
PROTOCOLO Nº _______________________________________________________________________________________
QUANTIDADE AUTORIZADA: __________________________________________________________________________
LIBERADO POR:_______________________________________________________________________________________
Ana Cristina N. B. Faria - Geriatra
COORD.ASSISTENCIA FARMACÊUTICA-SUS/MG

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