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É o seguinte, galere: A aula foi uma zona, quem foi sabe. O professor pegou qualquer apresentação de slides de algum
congresso e jogou pra gente em 1h de aula. Ela possui 165 slides ao todo, muito ricos em imagens. Como a maioria dessas
imagens é de pacientes, eu achei melhor não colocar elas aqui. Mas o professor disponibilizou os slides, quem quiser é só me
pedir =)
A causa mais comum de Hemorragia Subaracnoídea (HSA) é o trauma! Na ausência de trauma, a HSA é
espontânea, sendo suas principais causas:
Aneurisma intracraniano – 75-80%;
Malformações arteriovenosas (MAV) cerebral - 4-5%;
Em 14-22% dos casos nenhuma causa é determinada. Outras causas responsáveis pela HSA são vasculite,
coagulopatias, dissecção arterial, fístula A-V dural, MAV espinhal, apoplexia pituitária, anemia falciforme, entre
outras.
Aneurismas cerebrais (que são os principais responsáveis por HSA espontânea, como citado acima!) desenvolvem-se
geralmente na base do cérebro, na bifurcação dos vasos (veja na imagem abaixo) onde a parede é mais fraca – há
quebra da camada média e manutenção do endotélio e adventícia. São patologias não-congênitas, que se
desenvolvem com o tempo. Em 25% dos casos é possível observar aneurismas múltiplos.
Está relacionado a algumas condições, como doenças do tecido conjuntivo, rim policístico, endocardite bacteriana,
Osler-Weber-Rendu e outras.
Álcool (abuso);
Uso de cocaína, cafeína;
Parto e gestação;
Condições associadas: Doença Policística Renal, Displasia Fibromuscular, MAV, Doença do Tecido Conjuntivo
(Ehlers-Danlos tipo IV, Marfan, Pseudoxantoma Elástico), Familial (1°Grau), Síndrome de Orler-Weber-Rendu;
Hipertensão arterial;
Tabagismo;
Contraceptivo oral;
Negros americanos;
História familiar;
Tamanho – quanto maior o aneurisma, maior a chance de romper.
Cefaléia súbita, severa, “a pior já sentida”: O paciente com cefaléia crônica conhece a sua dor de cabeça e
afirma que essa que está sentindo no momento é a pior de toda sua vida. Ainda assim o médico enfrenta
problemas já que a cefaléia é uma queixa muito comum, e alguns pacientes não sabem relatar ao certo seu
sintoma.
Cefaléia similar prévia;
Início súbito em somente 50%;
“A pior dor”? - somente 12% HSA se exame neurológico normal;
Não precisa ser muito forte, pode ser moderada;
Pode resolver espontaneamente com analgésicos simples!!;
Pode ser em qualquer região;
Perda consciência temporária – 50%;
Vômito em 70% (versus 43% em outras cefaléias súbitas);
Hemorragia de retina – 17%;
Rigidez de nuca: 6 – 24h;
Alteração neurológica focal – 33%.
HSA – Avaliação:
Sequência:
1. TAC de crânio s/ contraste, assim que houver suspeita (bora acordar o radiologista!);
2. Se TAC negativo: punção lombar ou RNM em casos duvidosos;
3. Angiografia cerebral em casos confirmados ou altamente sugestivos.
Punção Lombar:
Sensibilidade de cerca de 100% em 12h a 2 semanas;
LCR xantocrômico (com alteração de cor) – 1 a 2 dias para aparecer;
Se o líquido estiver com coloração normal, mandar para o laboratório para contagem de hemácias!
Hemácias geralmente > 100.000 mm3;
Pode precipitar ressangramento!
TC x Punção, qual deve ser realizado primeiro? Depende do lugar! Se estiver em um lugar onde há
disponibilidade de TC, com certeza realizar a TC primeiro.
Ressonância Magnética:
Necessita de um anestesista ao lado;
É um exame demorado, difícil, paciente não consegue ficar sem mexer a cabeça;
Útil somente para detectar sangue subagudo > 4 dias
Flair: detecta sangue na fase hiperaguda (poucas horas)
Flair x TC: interessante se feita mais tardiamente.
Angiografia cerebral:
“gold standard” para aneurisma cerebral;
Não adianta fazer o exame só no local onde suspeita que seja o aneurisma que causou a HSA, tem que
fazer em outros locais para pesquisar outros aneurismas Realizar exame dos 4 vasos (2 carótidas e 2
vertebrais);
Aneurisma múltiplo em 25%;
Vasoespasmo localizado – sugere aneurisma que sangrou;
Causa da HSA em até 85% dos pacientes.
Escalas de avaliação
(Não sei até que ponto compensa decorar essas escalas. Ele passou meio batido por elas – ele passou meio batido pela aula
inteira. Quem quiser decorar pois que decore e quem não quiser, toca aí e simbora!)
Aneurisma – Tratamento
Clínico
Vias aéreas;
Respiração – normalizar O2 e CO2;
Circulação:
Manter volume;
Evitar antihipertensivo, a menos que HAS muito alta;
Anticonvulsivante caso tenha apresentado crise;
Nimodipina – iniciar nos primeiros 4 dias (evita vasoespasmo);
Hiponatremia;
Manitol, se HIC;
Dieta laxativa especialmente quando o aneurisma não for tratado, pois o aumento da pressão intra-
abdominal gera HIC;
Analgésicos opióides Causam constipação, levando ao aumento da pressão intra-abdominal;
Repouso absoluto;
Ácido tranexâmico (antifibrinolítico)
Cirúrgico: No tratamento cirúrgico há duas escolas, aquelas que preconizam a cirurgia precoce e a tardia. Na tardia
se esperava diminuir o quadro de hipertensão intracraniana, para operar o cérebro relaxado, é uma técnica mais
antiga. O objetivo do tratamento é colocar um clip e parar o aneurisma.
Precoce: <48h:
Boas condições clínicas;
Boa condição neurológica (Hunt Hess I e II);
Efeito de massa associado (hematoma intracerebral);
Grande quantidade de sangue em cisterna;
Melhor tratamento do vasoespasmo.
Tardia: > 10-14 dias:
Condição clínica/neurológica ruim (espera-se 10-14 dias até melhora clínica);
Aneurisma circulação posterior – cérebro relaxado;
Embolização:
Procedimento endovascular que não necessita de abertura cirúrgica do crânio e que pode ser realizado
sob sedação. Esta técnica consiste na oclusão do saco aneurismático com micro-molas (coils) de platina
conduzidas através de micro-cateteres introduzidos por punção da artéria femoral.
Já comprovada sua eficácia: estudos já demonstram que os resultados são melhores que o tratamento
cirúrgico;
Aneurismas favoráveis à embolização: colo estreito (razão colo⁄saco < 0,5)
Complicações: Trombose do vaso, herniação da mola, perfuração do aneurisma. Essas complicações
ocorrem cada vez menos com a evolução da qualidade dos materiais.
Pouca hospitalização.
O Tratamento endovascular é utilizado desde a década de 80, realizado por meio da arteriografia. São colocadas espiras
metálicas (micromolas, coils...) dentro do aneurisma. O cirurgião vai colocando as molinhas até que se obtenha a exclusão
total deste.
Arteriografia durante a embolização. Repare que o aneurisma vai sumindo.
O professor aproveitou o finalzinho da aula para falar um pouco sobre outro assunto:
Cateter utilizado na
trombectomia mecânica
Trombo retirado por
trombectomia mecânica