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TIPOS DE AVALIAÇÕES

O que nos leva à procura de um médico? Na maioria dos casos é porque temos alguns

sintomas e precisamos de um diagnóstico, bem como saber o que fazer e o remédio certo

para atacar os sintomas e seguirmos bem a jornada. O que o médico faz ao nos examinar ou

mesmo pedir exames é uma avaliação diagnóstica.

A avaliação diagnóstica visa evidenciar a realidade para que um tratamento seja estabelecido.

Não seria nada interessante sair do consultório apenas com o diagnóstico sem a indicação de

um tratamento adequado. Assim, como não é nada interessante terminar um ano letivo apenas

com indicações (em formato de notas de 0 a 10) sobre a aprendizagem dos alunos em sala de

aula.Por isso, precisamos falar de avaliação da aprendizagem para além de uma prova, mas

de avaliação como um recurso integrante de um planejamento macro para a jornada

educacional do aluno.

Avaliação diagnóstica: o que é?

No exemplo acima, o paciente é o aluno e o médico é o professor. Assim como o médico, o

professor tem à disposição dele alguns recursos para diagnosticar seus alunos. Isso deve ser

feito no início do ano letivo ou no início de cada etapa. Aqui temos um tipo de avaliação

conhecida como “avaliação diagnóstica”.

Saber onde o aluno está (verificar os sintomas) é vital para a indicação de uma trilha de
processos de ensino e aprendizagem adequada e, que de fato, ajude o aluno na sua jornada
educacional, mas infelizmente, o que ocorre na maioria dos casos é que os sintomas de um
mal desempenho não são investigados, interpretados ou mesmo tratados.

Esse é o padrão de uma educação feita no atacado, onde, em nome do coletivo, as

individualidades não são respeitadas. Educação eficaz não se faz no atacado, mas no varejo,

pois cada aluno tem suas características com desempenhos diferentes contendo aceleradores

para algumas áreas e limitadores em outras.


É possível observar que existem três tipos de avaliação diagnóstica, cada um com o seu

objetivo.

1. Identificar a realidade do aluno que irá participar do processo.

2. Verificar se o aluno apresenta ou não habilidades e pré-requisitos ao longo do

processo.

3. O terceiro objetivo está relacionado com a identificação das causas, de dificuldades

recorrentes na aprendizagem.

Assim, é possível rever a ação educativa para sanar os problemas.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1996, determina que a
avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os
quantitativos. Da mesma forma, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano
escolar devem ser mais valorizados que a nota da prova final. Isso nos leva a falar sobre um
segundo tipo de avaliação.

Avaliação formativa

Avaliação formativa é como o professor avalia o desempenho dos alunos em sala de aula.
Uma vez identificadas as necessidades dos alunos, o planejamento deve ser repensado à luz
do diagnóstico realizado.

Até porque um diagnóstico que não influencia o plano de curso, de nada terá valido. Os

resultados indicam se o plano, elaborado a partir do diagnóstico, está contribuindo para o bom

desempenho.

Como aplicar a avaliação formativa

Na avaliação formativa é importante o uso de variados tipos de avaliações e novas práticas

pedagógicas. A prova clássica precisa está presente, mas não pode ser o único método

avaliativo, pois para dá conta da diversidade de alunos presentes na turma, é preciso o uso de

diferentes instrumentos, tais como: trabalho de equipe, escrita, apresentações orais, mão na
massa, resolução de situações problemas, criação de protótipos, jogos, auto-avaliação e

outros.

Um aspecto sobre a avaliação formativa que vale destaque é a auto-avaliação. Além de ser

mais um instrumento para melhorar o trabalho docente, a auto-avaliação é uma maneira de

promover a autonomia de crianças e dos adolescentes. Para que isso realmente aconteça, o

processo necessita ser democrático.

“O aluno deve dizer sem medo de ser punido o que sabe e o que não sabe. Se ele percebe que

não há punição nem exclusão, mas um processo de melhoria, vai pedir para se avaliar”,

garante Janssen Felipe da Silva.

Outro aspecto que precisa ser destacado no processo formativo é que o erro, presente em
vários momentos do processo, deve ser tratado como algo natural e necessário. O erro é
também formativo e não pode ser eliminado a todo custo como se fosse uma doença
contagiosa.

O padrão educacional é dominado pela valorização da “cultura do acerto”, onde a resposta

certa deve ser a entrega perene do aluno ao professor. Isso massacra as possibilidades de

desenvolvimento criativo dos alunos, pois os treina à uma busca (e repetição) frenética pela

resposta certa.

Isso os faz absorver, como verdade absoluta, que para cada pergunta existe apenas uma

resposta que deve ser dada em qualquer contexto. Nos dias de hoje, professor e

aluno compartilham conhecimentos, fazendo com que ambos aprendam juntos.

Avaliação comparativa

É a avaliação aplicada ao final uma aula para avaliar de forma pontual se o aluno compreendeu
o conteúdo ensinado naquele dia. É uma forma de comparar o aprendizado que o aluno tinha
antes com o que ele adquiriu após a aula. Ao contrário da avaliação diagnóstica, por exemplo,
aqui o desejado é que o aluno apresente domínio do conteúdo.
O ideal é que os pais tenham acesso recorrente aos resultados das avaliações comparativas
para que possam entender os conteúdos que seus filhos não dominam e orientá-los no
momento de estudo em casa.

Avaliação somativa

A avaliação somativa é a classificação dos alunos a partir dos resultados da sua

aprendizagem. O objetivo é fazer um balanço somatório dos estudantes de acordo com os

níveis de aproveitamento previamente estabelecidos no plano de curso norteado pelo currículo

e projeto político pedagógico da escola.

Esse tipo de avaliação só faz sentido quando conjugada e integrada com as outras duas
(diagnóstica e formativa), pois ela representa o final de um processo. O uso de métodos
avaliativos com exclusivo objetivo de classificar os alunos (abaixo da média, na média ou
acima da média) produz uma visão míope do real desenvolvimento dos mesmos, encobrindo
lacunas que mais tarde irão atrapalhar a jornada dos alunos.

Assim, como podem encobrir expertises que poderiam acelerar o desenvolvimento desses

alunos.

Como fazer uma avaliação na Educação Infantil?

Precisamos falar dessa cultura da média como meta. Durante todo o processo da educação
básica, os alunos têm a média como referência de sucesso. Com isso, o que estamos
formando de maneira inconsciente? Que a mediocridade vale o esforço e garante o sucesso.
Se faz necessário atribuir ao aluno um meta mais ampla, para que seu esforço seja também
amplo e abrangente.

O professor, como gestor do processo de aprendizagem, deve estar atento aos indicadores

produzidos pelas avaliações e desenvolver inteligência coletiva para analisar e interpretar

tais indicadores com o objetivo de apresentar trilhas de aprendizagens eficientes para seus

alunos e não apenas atribuir uma nota para classificar os alunos entre bons e maus.

Todos os alunos são bons. Sendo assim, precisamos, através de um bom diagnóstico e ação
formativa, os ajudar para descobrir no que são bons, assim estarão curados dos limitadores
que os impedem de brilharem.

Jones Brandão
Head de Educação da Agenda Edu

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