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TRABALHO SOBRE AVALIAÇÕES EM FILOSOFIA

Docente: Ursula Anne Matthias

Discente: George Alex Silva Lima

Matrícula: 472554

O trabalho final da disciplina de Capacitação para o Ensino de Filosofia II


consiste em estudar, analisar e apresentar as avaliações na disciplina de Filosofia
com foco no Ensino Básico. O que é afinal a avaliação escolar? É o processo que
ocorre para verificar como os conteúdos estão sendo assimilados pelos alunos, e
que também serve para pensar estratégias pedagógicas, auxiliando a nortear o
trabalho do professor. Existe a noção errada de que a avaliação consiste somente
em aplicar provas, dar notas e aprovar ou reprovar os estudantes. Contudo, para
que o educador possa de fato perceber o desenvolvimento das habilidades e
competências de seus alunos, a avaliação não pode ser feita de maneira pontual,
somente durante a aplicação de uma prova. Uma avaliação bem feita é contínua e
constante, preenchendo todos os momentos dos processos de ensino e
aprendizagem.

Por exemplo, durante uma aula, ao questionar a turma sobre aquilo que está
sendo ensinado, e os discentes argumentam e tentam demonstrar aquilo que
compreenderam, nesse momento também ocorre uma avaliação. O professor deve
constantemente analisar os conhecimentos de seus alunos. Assim, além da
explanação oral do conteúdo é muito importante que o professor proponha questões
e problemas filosóficos para os alunos, estimulando o debate e, a partir disso, gerar
novas dúvidas nos alunos. Dúvidas são caminhos que levam a respostas diversas.
E o papel do educador não é de guiar o aluno a uma resposta definitiva, mas
apresentar-lhe as diferentes alternativas, para que o próprio aluno chegue a uma
conclusão. E durante todos esses momentos o professor está avaliando sua turma.
Até no planejamento a avaliação pode interferir, tendo em vista que a partir da
avaliação o docente pode se dar conta de que alguns conteúdos não são
necessários ou devem ser abordados de outra forma, e o professor pode alterar o
planejamento visando melhorar o ensino. Dessa forma, as etapas de planejamento,
ensino e aprendizagem não estão separadas, todas elas dialogam entre si e se
relacionam, modificando-se e adaptando-se aos contextos educacionais. E todas
elas estão integradas na avaliação escolar.

Neste sentido, para mim, a avaliação não deve representar um momento de


ansiedade, medo, desespero e preocupação (como é na maioria das vezes nas
escolas) para os estudantes; por outro lado, a avaliação é um excelente momento
de experimentação, de testes. É momento para testar aquilo que está sendo
ensinado e aquilo que deveria estar sendo aprendido. A avaliação deve
proporcionar criação de novas ideias, aprendizado conjunto. A avaliação, portanto, é
um momento que o professor pode ver os diferentes estágios de aprendizado que
seus alunos se encontram, podendo auxiliar nos pontos fracos para que o educando
melhore seu aprendizado na disciplina de Filosofia.

Ademais, algo que merece atenção são os diferentes tipos de avaliação que
podem ser utilizadas pelo educador. Cabe destacar três principais: as avaliações
diagnóstica, formativa e somativa. A avaliação diagnóstica ocorre no início do
processo, a formativa ocorre ao longo do processo e a somativa se dá no final dos
processos de ensino e aprendizagem. O mais comum nas escolas brasileiras é
cobrar provas finais para classificar os alunos em aprovados e reprovados, ou seja,
o modelo somativo. No entanto, por acreditar que a avaliação escolar deve ser
contínua, cumulativa e constante, acredito que utilizar a avaliação também no início
e durante o ano pode ser bastante interessante, tendo em vista que assim pode se
analisar como o aluno começou o curso de Filosofia e quais conhecimentos ele
pode construir ao final da disciplina.

Desse modo, a avaliação escolar deve ter um caráter prognóstico, ou seja, o


erro passa a ser uma pista para que o educador veja como o educando relaciona
seus conhecimentos prévios com os novos conhecimentos que vão sendo
adquiridos. A instituição de ensino não deve pensar o erro como um fracasso, como
uma ausência de conhecimento ou uma falta de inteligência. Pelo contrário, o erro
durante a avaliação é um identificador para o professor compreender as carências e
pontos fracos de seus aprendizes. Aqueles que acreditam que o erro é um demérito
ou uma incapacidade não entenderam ainda o real significado da palavra aprender.
Durante a obtenção de conhecimento, é natural se deparar com tentativas
equivocadas, é normal não acertar. E é por isso que a educação é tão bela e nobre,
porque ela não consiste num processo fácil. Aprender requer luta, cansaço,
desgaste, mas é recompensador. Na verdade, acredito que tudo aquilo que valha
minimamente a pena requer esforço.

Além disso, outra pergunta relevante é para que serve a avaliação? Como
podemos perceber, uma boa avaliação não deve ter por objetivo somente dar nota
aos alunos, aprová-los ou reprová-los, classificá-los entre si e controlar seus
comportamentos. Pelo contrário, uma boa avaliação escolar deve visar a melhora do
processo de ensino, promover o desenvolvimento dos estudantes, identificar as
deficiências dos alunos e principalmente facilitar a aprendizagem. Outra questão
válida é o que deve então ser avaliado? Ora, devem ser avaliados os
conhecimentos dos discentes, suas habilidades e competências, os conteúdos
estudados, a argumentação, a reflexão do pensamento, o raciocínio e a articulação
de suas ideias.

Uma situação que eu gostaria de expressar é que minhas experiências


pessoais, desde o ensino básico até a graduação, com provas surpresas não são
positivas. A verdade é que alguns docentes gostam de cobrar provas valendo nota
sem avisar previamente seus alunos. Dessa maneira, os alunos são pegos de
surpresa e têm que responder uma prova ou questionário “mostrando” seus
conhecimentos. Não acho justo que uma avaliação que vale para a nota final não
seja anunciada e avisada com antecedência, para que os alunos possam estudar e
se preparar verdadeiramente. Essas provas surpresas serviam para causar somente
ansiedade, medo e desconforto, que é justamente aquilo que eu defendi que a
avaliação não deve gerar.

Outrossim, devemos verificar as diversas estratégias que podem ser


utilizadas para avaliar a aprendizagem. As provas objetivas, por exemplo, são
questões com alternativas e que podem ser de múltipla escolha, associação,
ordenação e verdadeiro ou falso. Diferentemente, as provas discursivas são aquelas
que o candidato tem que desenvolver a resposta, são as chamadas “questões
abertas”. Outro tipo de estratégia que pode ser adotada é de avaliar através de
atividades práticas como lista de exercícios, atividades em equipe, prova consultada
e atividades de laboratório. Vê-se, dessa forma, que existem muitas maneiras de
avaliar o aprendizado do estudante, cabe ao professor testar as diferentes
estratégias e utilizar cada uma num contexto adequado. É necessário salientar que
algumas recomendações devem ser seguidas quando o docente optar por criar
questões objetivas ou discursivas. Num exame discursivo, vale sempre incluir itens
que sejam plausíveis, ou seja, não criar opções absurdas para não facilitar tanto a
obtenção da resposta. É bom também que essas opções possuam estrutura e
tamanho semelhantes. Devem ser evitadas também alternativas muito longas e
elementos que possam sugerir a resposta. Do outro lado, as provas discursivas
costumam exigir mais dos conhecimentos do aluno, tendo em vista que ele terá que
ter criatividade, habilidade de escrever e poder de argumentação para elaborar uma
resposta convincente. Para a formulação de questões discursivas é bom impor
limites no enunciado para que não dê margem para qualquer tipo de resposta.

Vale salientar que o planejamento é uma ferramenta que possibilita a


superação das rotinas. Ele organiza e norteia a ação do educador. Por isso, é tão
importante que o professor de Filosofia tenha um planejamento adequado de suas
aulas. A qualidade da disciplina ministrada depende tanto do seu grau de
conhecimento e didática quanto de um bom planejamento, com os tempos e fases
de cada educando sendo respeitados. Pode-se dizer que o planejamento é um
processo de busca de equilíbrio para a melhoria do funcionamento do sistema
educacional. Como falado anteriormente, o planejamento deve ser contínuo e
constante, não devendo ocorrer apenas num único momento, mas a cada dia. A
realidade da educação básica no Brasil é dinâmica e fluida, por esse motivo surgem
constantemente novos desafios, problemas a serem enfrentados para que
possamos ter uma educação verdadeiramente democrática, plural e emancipatória.
Os pilares do ensino devem ser os de respeito ao próximo, de amor, gratidão e
gentileza. Essa é a missão da escola, propiciar bons encontros e formar cidadãos,
defensores da dignidade e da valorização humana. Porque de nada vale instruir
tantos jovens com conhecimentos gerais e específicos, se o respeito ao próximo e o
amor não são virtudes promovidas pela instituição de ensino. O educando precisa
ter a clara compreensão que seus colegas de sala são pessoas munidas de direitos
e deveres, assim como ele é munido de direitos e deveres, e que a sua liberdade se
estende até chegar na liberdade do outro, que deve ser respeitada. E da mesma
forma o professor deve ser respeitado enquanto profissional e amante do saber, ao
passo que ele deve também respeitar seus alunos. O educador deve ver seu
educando não como um corpo passivo pronto para receber novas informações e
memorizá-las, mas como um agente ativo dos processos de ensino e
aprendizagem, questionando as informações recebidas, debatendo em grupo,
construindo novos conhecimentos e assimilando-os aos conhecimentos já
consolidados.

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