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A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Avaliar vai além de olharmos para crianças como seres meramente


observados, ou seja, a intenção pedagógica avaliativa dará condições para o professor
ou professora criar objetivos e planejar atividades adequadas, dando assim um real
ponto de partida para esta observação, torna-se claro a necessidade de se construir
conhecimentos e reflexão por parte de professores educadores acerca do processo
avaliativo formal na Educação Infantil.
A avaliação se destina a obter informações e subsídios capazes de favorecer
o desenvolvimento das crianças e ampliação de seus conhecimentos. Nesse sentido,
avaliar não é apenas medir, comparar ou julgar. Muito mais do que isso, a avaliação
apresenta uma importância social e política fundamental no fazer educativo.
A distância existente entre o discurso e a prática de alguns educadores e
educadoras, principalmente a ação classificatória e autoridade exercida pela maioria,
encontra explicação na concepção de avaliação do educador/a, reflexo de sua estória de
vida como aluno/a e professor/a.
Não é só na Educação Infantil, mas também nos demais níveis do sistema
escolar, os avaliados são única e exclusivamente os alunos e alunas. Mas é preciso
analisar criticamente essa prática, pois o fato de os alunos/as serem o único "objeto" da
avaliação revela a estrutura de poder e autoridade da grande maioria das instituições
escolares.
É necessário que a "clássica" forma de avaliar, buscando os ''erros'' e os
"culpados", seja substituída por uma dinâmica de avaliação capaz de trazer elementos
de crítica e transformação ativa para o trabalho. Nesse sentido, todos são objetos e
sujeitos de avaliação: professores/as, equipe de orientação, supervisão e direção,
crianças e pais.
Há uma diversidade de práticas pedagógicas que caracterizam o universo da
Educação Infantil, que refletem diferentes concepções quanto ao sentido e funções
atribuídas ao movimento no cotidiano das creches, pré-escolas, instituições afins.
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na seção II, referente à Educação
Infantil, artigo 31, preconiza que: "(...) a avaliação far-se-á mediante o
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental".
Se a escola existe para ensinar, de que vale uma avaliação que só confirma
"a doença" da falta de aprendizado, sem identificá-la ou mostrar sua cura? Assim como
o médico, que ouve o relato de sintomas, examina o doente e analisa radiografias, você
também tem a disposição diversos recursos que podem ajudar a diagnosticar problemas
de sua turma. É preciso, no entanto, prescrever o remédio.
A avaliação nessa etapa deve ser processual e destinada a auxiliar o
processo de aprendizagem, fortalecendo a auto-estima das crianças. No que se refere às
crianças, a avaliação deve permitir que elas acompanhem suas conquistas, suas
dificuldades e suas possibilidades ao longo de seu processo de aprendizagem.
Não é de hoje que existe esse modelo de avaliação formativa. A diferença é
que ele é visto como o melhor caminho para garantir a evolução de todos os alunos uma
espécie de passo a frente em relação à avaliação conhecida como somativa. Um
exemplo de mudança é o seguinte, o professor deixa de ser aquele que passa
informações e começa a preparar para que elabore seus próprios conhecimentos no seu
dia-a-dia. A avaliação formativa não tem como pressuposto a punição ou premiação. Ela
prevê que as crianças possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes.
Portfólio, dossiê, relatórios de avaliação, todas essas nomenclaturas se
referem, no sentido básico, à organização de uma coletânea de registros sobre
aprendizagem do aluno que ajuda o professor/professora, os próprios alunos/as e as
famílias uma visão evolutiva do processo.
É importante que a cada dia, seja feito pelo menos um registro, pois isso
possibilita ao professor/a e ao aluno/a um retrato dos passos percorridos na construção
das aprendizagens. Essa forma de registrar diariamente a caminhada do aluno/a tem o
objetivo de mostrar a importância de cada aula, de cada passo, como uma situação de
aprendizagem.
A organização de um dossiê ou Portfólio torna-se significativo pelas
intenções de quem o organiza. Não há sentido em coletar trabalhos dos alunos e alunas
para mostrá-los aos pais/mães somente como instrumento burocrático. Ele precisa
constituir-se em um conjunto de dados que expresse avanços, mudanças conceituais,
novos jeitos de pensar e de fazer, alusivos à progressão do estudante.
Portanto, é a partir da análise de situações vividas pelos professores e
professoras no seu cotidiano, através da expressão e manifestação de suas dúvidas e
análises, que podemos estar verificando a prática na avaliação formativa. Diante de
diversas modalidades de avaliação surgiu um interesse de conhecer e ainda verificar o
processo formal de avaliação formativa, e como é aplicado na Educação Infantil,
acompanhado o desenvolvimento da criança.
Finalmente, podemos relatar que são muitas as alternativas possíveis para
acompanhar a progressão da criança, relacionando-a em diferentes aspectos de sua
realidade física e social, resgatando as raízes culturais de seu meio e de outros. Fica o
desafio e o comprometimento de construirmos conhecimentos que efetivamente ajudem
as crianças da Educação Infantil a avançarem um pouco mais em relação ao ponto em
que se encontram, ou seja, utilizar a avaliação na Educação Infantil para promovê-los e
não para classificá-los.

Retirado do site www.moodle.ufba.br

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