Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Deus, pela oportunidade de realizar este trabalho e por toda a força que precisei para
cumprir mais esta etapa da minha vida.
Aos meus pais, Pedro e Gláucia, pelo amor absoluto, apoio incondicional e pelo
entusiasmo que sempre apresentaram diante de todos os passos do meu caminho.
Aos meus irmãos: Lucas, Pedro e Priscila, pelo carinho e pela saudade demonstrada
com ternura.
A Lycurgo, pelo amor, pela compreensão, e principalmente pela generosidade com
que sempre tratou os meus sonhos.
À minha família, em especial meus avós, Noélia e Adhemar, pelo incentivo em todos
os momentos.
Ao professor Luiz Eloy Vaz, por sua orientação tranqüila e segura.
À professora Cláudia Eboli, por sua orientação e ensinamentos, e pela paciência e
carinho com que sempre me recebeu.
A todos os professores da PUC-Rio que contribuíram muito para a conclusão destes
dois anos de mestrado.
À minha família carioca: tio José Eduardo e tia Zina; meus primos Paty, Álvaro e Véu;
e a Dora, pela acolhida carinhosa e convívio feliz durante estes dois anos.
À minha amiga Patricia, por sua amizade sincera, e pela cumplicidade em todos os
momentos deste trabalho.
À CAPES e à FAPERJ, pelo apoio financeiro.
Resumo
A busca por uma estrutura ótima, que consuma o mínimo de material possível, e
atenda, ao mesmo tempo, aos critérios de segurança e bom comportamento em serviço e aos
aspectos construtivos, deve ser preocupação primordial de todo engenheiro de projeto. Daí a
grande importância da área da engenharia que trata de otimização de estruturas, que visa
estudar ferramentas que auxiliem o engenheiro na obtenção do projeto ótimo.
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma metodologia para a determinação do
traçado ótimo de cabos aderentes de protensão, considerando-se condições do estado limite
último de flexão, além daquelas usuais referentes aos estados limites de utilização.
The search for the optimum design, with the minimum possible material consumption
and satisfying, at the same time, safety and in service conditions and also the constructive
aspects, must be a central preoccupation of all engineers.
The objective of this work is to present on methodology for the determination of the
optimum design of prestressed cable, considering both the ultimate limit state and the in
service limit state.
The design variables are the prestressed force and the parameters, which define the
geometry of the cable and the deformation of the beam in given sections.
A computer program, based on the formulation, was developed which allowed the user
to obtain the optimum design of the cable and the correspondent minimum prestressed force,
after immediate losses which are considered constant along the beam length.
Sumário
1. Introdução ....................................................................................................... 1
1.1 Objetivo ..................................................................................................... 2
1.2 Escopo do trabalho ................................................................................... 3
2. Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido ............. 4
2.1 Sistemas de aplicação da protensão .......................................................... 4
2.2 Estados Limites ......................................................................................... 5
2.3 Tipos de protensão .................................................................................... 6
2.4 Combinações das ações ............................................................................ 8
2.5 Fases de carregamento consideradas para verificação dos estados limites 11
2.6 Protensão como sistema de cargas equivalentes ....................................... 12
2.7 Cálculo das tensões no Estado Limite de Utilização ................................ 18
2.8 Estado Limite Último de flexão simples (ELU) ....................................... 19
3. Algoritmo de solução : Han-Powell ............................................................... 26
3.1 Fundamentos da Programação Matemática (PM) ..................................... 26
3.2 Programação Quadrática ........................................................................... 30
3.3 Resolução de um PPQ como um PLC ...................................................... 32
3.4 Algoritmo de Han-Powell : Programação Seqüencial Quadrática ........... 33
4. Exposição da formulação como um problema de PM .................................... 40
4.1 Descrição do modelo da viga protendida .................................................. 40
4.2 Variáveis de projeto .................................................................................. 43
4.3 Função objetivo ........................................................................................ 43
4.4 Restrições relativas à geometria do cabo .................................................. 44
4.5 Restrições relativas aos limites das tensões em serviço (ELS) ................. 46
4.6 Restrições relativas ao estado limite último de flexão (ELU) .................. 47
4.7 Enunciado completo do problema de programação matemática .............. 49
5. Exemplos ........................................................................................................ 53
5.1 Exemplo 1 ................................................................................................ 53
5.2 Exemplo 2 ................................................................................................. 73
5.3 Exemplo 3 ................................................................................................. 88
6. Conclusões e sugestões para trabalhos futuros ................................................. 103
Referências Bibliográficas .................................................................................... 105
iii
Lista de Figuras
v
Lista de Tabelas
vi
Tabela (5.18) – Ações consideradas no Exemplo 3 ................................................... 90
Tabela (5.19) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão
discretizado em 18 trechos de parábola ............................................ 93
Tabela (5.20) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão
discretizado em 18 trechos de parábola adotando protensão limitada 94
Tabela (5.21) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão
discretizado em 40 trechos de parábola ............................................ 98
Tabela (5.22) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão
discretizado em 40 trechos de parábola adotando protensão limitada 100
Tabela (5.23) – Comparação entre excentricidades do cabo médio de protensão ..... 101
vii
Capítulo 1
Introdução
programa comercial LINDO – Linear Interactive and Discrete Optimizer, desenvolvido para
problemas de programação matemática linear, enquanto Almeida utilizou o sistema de
otimização LINGO, que resolve problemas de programação não linear.
1.1 Objetivo
Este método de aplicação da protensão é o mais usual em obras de grande porte, onde
a concretagem é realizada “in locu”. Nele o estiramento da armadura de protensão é feito após
o endurecimento do concreto, sendo ancorado em dispositivos instalados na própria peça.
Posteriormente a aderência com o concreto é criada de modo permanente através da injeção
de nata de cimento.
Capítulo 2 – Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido 5
Aqueles que por sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos estruturais
incompatíveis com as condições especificadas para o uso normal da construção, ou que
comprometem a durabilidade da estrutura. Para a verificação da segurança em relação aos
estados limites de utilização das estruturas de concreto protendido, deve-se respeitar os
estados correspondentes aos riscos de fissuração e de deformação excessiva de acordo com o
tipo de protensão a ser projetada e de acordo com as prescrições da NBR 6118[01].
Para ocorrer este tipo de protensão as seguintes condições devem ser satisfeitas:
· Para as combinações freqüentes de ações previstas em projeto, é respeitado o
estado limite de descompressão.
· Para as combinações raras de ações, quando previstas em projeto, é respeitado o
estado limite de formação de fissuras.
Entende-se por combinações quase permanentes de ações aquelas que podem atuar
durante grande parte do período de vida da estrutura, da ordem da metade deste período;
combinações freqüentes por aquelas que se repetem muitas vezes durante o período de vida da
estrutura, da ordem de 105 vezes em 50 anos, ou que tenham duração total igual a uma parte
não desprezível desse período, da ordem de 5%; e combinações raras são aquelas que podem
atuar no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura.
Capítulo 2 – Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido 8
m é n ù
Fd = å g gi Fgi , k + g q ê Fq1, k + åy 0 j Fqj , k ú ( 2.1)
i =1 ë j =2 û
onde
Fd representa as ações de cálculo para a verificação do estado limite último
y 0 j Fqj , k representa o valor efetivo de combinação de cada uma das demais ações
variáveis
g gi representa os coeficientes de ponderação das ações permanentes
De acordo com a NBR 8681 [05], a Equação (2.1), para as combinações normais no
ELU consideradas, assume o mais desfavorável dos seguintes valores de cálculo das ações:
decorrentes da protensão.
Entende-se por combinações quase permanentes de ações aquelas que podem atuar
durante grande parte do período de vida da estrutura, da ordem da metade deste período.
Nestas combinações, todas as ações variáveis são tomadas com seus valores quase-
permanentes y 2 j Fqj , k .
Capítulo 2 – Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido 10
m n
Fd , uti = å F gi , k + å y 2 j Fqj , k (2.3)
i =1 j =1
Entende-se por combinações freqüentes aquelas que se repetem muitas vezes durante o
período de vida da estrutura, da ordem de 105 vezes em 50 anos, ou que tenham duração total
igual a uma parte não desprezível desse período, da ordem de 5%. Neste caso, a ação variável
principal é tomada com seu valor freqüente y 1Fq1, k , enquanto as demais ações variáveis são
m n
Fd , uti = å F gi , k + y 1 Fq1, k + å y 2 j Fqj , k (2.4)
i =1 j =2
São aquelas que podem acarretar estados limites de utilização, mesmo que atuem com
duração muito curta sobre a estrutura. Neste caso a ação variável principal Fq1 é tomada com
o seu valor característico Fq1, k e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus
m n
Fd , uti = å F gi , k + Fq1, k + å y 1 j Fqj , k (2.5)
i =1 j =2
Recorrendo à NBR 7187 [02] tem-se que, nas verificações de segurança dos estados
limites de utilização em pontes e viadutos, as seguintes combinações são consideradas, com
respectivos coeficientes de ponderação das ações:
· Combinação rara
Fd = F gk + F P 0 k + F P¥k + Fq1k + 0.7å Fqik (2.6)
i >1
· Combinação freqüente
ì0.8ü
Fd = F gk + F P 0 k + F P¥k + í ýFq1k + 0.4å Fqik (2.7)
î1.0 þ i >1
onde o coeficiente g f da ação Fq1k assume o valor de 1.0 para pontes ferroviárias e
Neste trabalho foi considerada uma única sobrecarga atuante: a carga móvel. Portanto,
nas combinações de ações admitidas na NBR 7187 [02] só figura a parcela da ação variável
principal.
projeto ao longo da viga. As ações consideradas nas diversas fases de carregamento podem
ser visualizadas na Tabela seguinte:
P CG P P CG P
a)
D = encurtamento
D
b) P
CG P CG P
e P
M=Pe M=Pe
D
Psenq
Psenq
P CG P CG
c) P P
2q
2Pq
Psenq Psenq
P P
CG CG
d) emáx q P P
qP
Figura (2.1) – Carregamento Equivalente à Protensão em Vigas Isostáticas
Capítulo 2 – Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido 14
dq
r
P1
qprds
q
ds
P2
dx
å Fa = 0 , ou seja, (2.9)
dq dq
P1 cos = P2 cos , o que implica em: (2.10)
2 2
P1 = P2 = P (2.11)
Capítulo 2 – Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido 15
åF b =0 , ou seja, (2.12)
dq dq
P1 sen + P2 sen = q pr ds , o que implica em: (2.13)
2 2
dq
2 P sen = q pr ds (2.14)
2
dq
como é um ângulo muito pequeno temos que :
2
dq dq dq dq
sen @ tan @ e cos @1 (2.15)
2 2 2 2
que substituindo na Equação (2.14) resulta em:
dq
2P = q pr ds , que simplificando temos que: (2.16)
2
Pdq = q pr ds , que resulta em: (2.17)
Pdq
q pr = (2.18)
ds
r=
(1 + y ) '2 3 / 2
@
1
(2.23)
''
y y"
e
q p dx @ q pr ds. cosq (2.24)
q p = Py '' (2.25)
Sendo assim, pode-se analisar os esforços atuantes na seção de uma viga protendida
com cabo parabólico.
O esforço normal, cortante e momento fletor decorrentes da protensão , em cada seção
de uma viga isostática são dados pelas equações seguintes:
N P ( x ) = P cosq (2.26)
VP ( x ) = P sen q (2.27)
M P ( x ) = (P cosq ) y ( x ) (2.28)
onde o ângulo q é muito pequeno, sendo cosq@1 e senq@tanq= y ' ( x ) , o que torna as Equações
(2.26), (2.27) e (2.28) mais simples, conforme as expressões (2.29), (2.30) e (2.31)
respectivamente.
N P ( x) = P (2.29)
VP ( x ) = Py ' ( x ) (2.30)
M P ( x ) = Py ( x ) (2.31)
imediatas DP0 ; e P¥ = P (¥) = P0 - DP¥ é tomado como sendo a força de protensão após
perdas diferidas a tempo infinito.
Tendo em vista as Equações (2.29), (2.30) e (2.31) pode-se observar que o
carregamento equivalente à protensão pode ser calculado a partir do momento primário,
através das equações diferenciais que relacionam a carga q p , o esforço cortante V P e o
momento fletor M P , deduzidas na resistência dos materiais a partir de uma haste reta sujeita
a um carregamento vertical qualquer.
dVP
qP ( x ) = - (2.32)
dx
sendo
dM P
VP ( x ) = (2.33)
dx
dy d2y
VP = P e qP = - P (2.36)
dx dx 2
N d ( x ) M d ( x) P ( x) M e ( x) M P ( x)
s (x) = + = + + (2.37)
Ac W Ac W W
e (h ) = k 0h + e 0 (2.38)
y h
es
k0
LN hs LN
e0
CG
e
x
hi
ei
z
Figura (2.3) – Configuração Deformada da Seção
De acordo com a NBR 6118, o estado limite último de ruptura ou deformação plástica
excessiva é caracterizado pelas deformações específicas de cálculo do concreto ou da
armadura tracionada. A análise da Figura (2.4) permite distinguir as configurações
deformadas no estado limite último para cada domínio de ruína.
Capítulo 2 – Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido 21
alongamento encurtamento
d` 2‰ 3.5‰
B
3h
7
a
C h
1 2
3 b
4
5
A 10‰ eyd 4a
Para as peças de concreto protendido com aderência, deve-se tomar como situação
inicial o estado de neutralização, ou seja, considera-se que o estado limite último de
alongamento plástico excessivo é atingido quando o alongamento da armadura mais
tracionada alcança o valor 10‰, medido a partir do estado convencional de neutralização,
conforme a NBR 7197/1989.
O estado convencional de neutralização é caracterizado quando existem apenas os
esforços devido à protensão, somando-se solicitações adequadas que anulem as tensões no
concreto em toda a seção transversal considerada. Define-se então o pré-alongamento e P 0 ,
como sendo o alongamento da armadura de protensão no estado convencional de
neutralização, que é expresso pela Equação (2.40).
P
e P0 = + e c0 (2.40)
AP E P
Esta última parcela é desprezada neste trabalho com o respaldo da NBR 7197/1989
que diz que, quando a solicitação normal devida ao peso próprio e as outras mobilizadas pela
protensão, é inferior a 90% da solicitação total em serviço admitida no projeto, permite-se
considerar apenas a parcela P /( AP E P ) no cálculo da deformação da armadura no estado
convencional de neutralização.
2.8.2.1 Concreto
Capítulo 2 – Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido 23
0 0 £ ec
f ck
onde f cd =
gc
Nas Equações (2.42) o sinal negativo nas expressões das tensões no concreto
representa tensões de compressão, consequentemente o positivo representa tensões de tração.
As deformações foram consideradas positivas se de alongamento, e negativas se de
encurtamento.
sc
0.85 f cd
REGIÃO I REGIÃO II
ec(‰)
2. 3.5
ss
f pyd
ss 1 ss
es = + ( - 0.7 )2
0.7 f pyd E p 45 f pyd
2 e1 e pyd 15 a 20 e s (‰)
E pe p e p £ e1
- B + B 2 - 4 AC
s p (e p ) = sinal (e p ) e 1 < e p < e pyd (2.43)
2A
0.7 f pyd
onde e1 =
Ep
f pyd
e pyd = 2 ‰ +
Ep
1
A= 2
45 f pyd
1 1.4
B= -
E p 45 f pyd
Capítulo 2 – Considerações sobre o projeto de estruturas de concreto protendido 25
0.49
C= - ep
45
e p = e p0 + e
Os esforços resistentes são obtidos pela integração das tensões, na seção de concreto
protendido, para uma configuração deformada de ruptura definida.
Mr = òs
AC
c (e )hdA + A p s p (e )h p (2.44)
Nr = òs
AC
c (e )dA + A p s p (e ) (2.45)
y h
es -0.85 f cd
REGIÃO II k0 -2‰
hs REGIÃO I Linha Neutra
e0 e
CG
x
hi REGIÃO 0
ei
x
Figura (2.7) – Distribuição da Função s c
Capítulo 3
Minimizar f ( x) x Î Ân (3.1-a)
g j ( x) £ 0 j = 1, m (3.1-c)
x il £ x i £ x iu i = 1, n (3.1-d)
onde x é o vetor das variáveis de projeto; f (x) é a função objetivo, que se deseja minimizar;
l u
hk (x) representam as restrições de igualdade; g j (x) as restrições de desigualdade; x i e x i
o problema de programação matemática pode ter solução, se a região viável é limitada; não
ter solução, se o problema formulado é inconsistente; ou ainda ser ilimitado, podendo ter
infinitas soluções.
Os métodos de solução para um problema de programação matemática são iterativos e
seguem passos básicos fundamentais, gerando uma seqüência de soluções que, dependendo
do algoritmo utilizado, podem ser viáveis ou inviáveis. Basicamente, os algoritmos de solução
se baseiam em esquemas iterativos, que geram uma seqüência de pontos, de acordo com a
seguinte fórmula de recorrência:
x q +1 = x q + δ q (3.2-a)
δ q = a qd q (3.2-b)
Ñ L(x* , l* ) = 0 (3.3-a)
x
hk (x* ) = 0 k = 1, l (3.3-b)
g j ( x* ) £ 0 j = 1, m (3.3-c)
l*j ³ 0 (3.3-d)
1 t
Minimizar q ( x) = x Bx + f t x (3.7-a)
2
Sujeito a Ct x £ b (3.7-b)
x³0 (3.7-c)
onde B é positiva definida
C é a matriz dos coeficientes das restrições de desigualdade
1 t
Minimizar q ( x) = x Bx + f t x (3.8-a)
2
Sujeito a ait x = bi iÎI (3.8-b)
x³0 (3.8-d)
Capítulo 3 - Algoritmo de Solução: Han-Powell 31
AtS = I (3.9)
e
At Z = 0 (3.10)
S é dita inversa generalizada à direita de A t e
Z é dita o espaço nulo de A t
Ou ainda
x = Sb + z (3.12)
onde z é um vetor no espaço nulo de A .
1 t t 1
y Z BZy + (f + BSb ) Zy + (f + BSb ) Sb
t t
y (y ) = (3.13)
2 2
A determinação das matrizes S e Z pode ser feita através de um método que se baseia
na fatorização QR da matriz A : a decomposição de Householder [12].
Capítulo 3 - Algoritmo de Solução: Han-Powell 32
1 t
L(x,λ 1 ,λ 2 ) =
2
(
x Bx + f t x + λ t Ct x - b ) (3.14)
Ñ L, x = 0 Þ Bx + f + Cλ = 0
que explicitando x resulta em:
x = -B -1 (Cl + f ) (3.15-a)
li v i = 0 ; li ³ 0 ; vi ³ 0 (3.15-b)
Ct x - b + v = 0 Þ v = -Ct x + b (3.15-c)
com li v i = 0 ; li ³ 0 ; vi ³ 0 (3.16-b)
w q = M q z q + qq (3.17-a)
wi z i = 0 ; wi ³ 0 ; zi ³ 0 (3.17-b)
denominado de Problema Linear Complementar (PLC), que pode ser resolvido pelo
Método de Lemke [14].
1
Minimizar Ñf (x) t d + d t Bd (3.18-a)
2
Sujeito a hk (x) + Ñhk (x) t d = 0 k = 1, l (3.18-b)
g j ( x ) + Ñ g j ( x) t d £ 0 j = 1, m (3.18-c)
B qss t B q ηη t
B q +1 = B q - + (3.19-a)
s t Bqs s tη
onde s = x q +1 - x q (3.19-b)
η = q .y + (1 - q )B qs (3.19-c)
m l
L(x,λ ) = f (x) + åλ j g j (x) + åλ m + k hk (x) (3.19-e)
j =1 k =1
convergência.
Início
Escolha de x0
q ¬0
x ¬ x0
B ¬ I
q ¬ q+1
xq+1 ¬ xq +dq
Critério de sim
saída
Convergência
não
xq+1 ¬ xq + aq.dq
não
quadrática do problema em x q .
(2.4) Faz-se então uma busca linear unidimensional para determinar o tamanho do
passo a q , na direção d q , de forma que o novo estimador da solução
rq > 0 (3.20-c)
penalidade
D representa o conjunto das restrições de desigualdade
I representa o conjunto das restrições de igualdade
d t Ñf + å li ci (3.21)
Capítulo 3 - Algoritmo de Solução: Han-Powell 38
restrições, já que li ³ 0 e ci ³ 0 .
Desta forma cada parcela tem que respeitar os limites especificados como
tolerância, para que seja solução aceitável dentro da precisão desejada.
Programa Gerenciador
Algoritmo de Otimização
Han-Powell - SQP
Cálculo do parâmetro
de convergência
Convergência sim
Fim
não
q ¬ q+1
Avaliação do gradiente da função
Lagrangeana no ponto inicial
Busca Linear
xq+1
No modelo, a viga é definida no sistema global de coordenadas (x, y, z), cuja origem
coincide com o centro de gravidade da seção da extremidade esquerda, como apresentado na
Figura (4.1).
y x
7 6
8 9 10 3
4 5
CG z
1 2
Cada seção transversal de concreto é definida por seu contorno, através das
coordenadas dos seus vértices numerados no sentido anti-horário, num sistema de eixos local
paralelo ao sistema global.
As seções de projeto consideradas para verificação da segurança no ELS são geradas
automaticamente quando o usuário define o número de divisões a ser adotado em cada tramo
da viga, através do arquivo de entrada de dados.
Já as seções de projeto consideradas para verificação no ELU são escolhidas pelo
usuário dentre as seções para verificação no ELS, também através do arquivo de entrada de
dados.
Sendo assim define-se:
A verificação do ELU de flexão foi feita para seções críticas, pois não foi considerada
a contribuição de armadura “frouxa” (aço para concreto armado), isto é, apesar dela estar
presente no projeto final, nesta fase de anteprojeto, a que se destina a presente implementação,
a única armadura considerada é a de protensão.
A armadura protendida é modelada como um cabo médio, cujo desenvolvimento ao
longo da viga é descrito por NT segmentos parabólicos. Os valores das ordenadas do eixo do
cabo são iguais às excentricidades do cabo em relação ao centro de gravidade de cada seção e
dados em cada trecho parabólico i pela equação seguinte:
yi ( x ) = a i x 2 + bi x + ci (4.1)
cada uma das NU seções de controle das condições dos ELU de flexão. A função objetivo, a
ser minimizada, é a força de protensão P , considerada constante ao longo do cabo.
A força de protensão que foi considerada como variável de projeto foi a força no
tempo t = 0 , após perdas imediatas:
P = P 0= P (0)
sendo sua totalidade aplicada no tempo zero, isto é, não foi aplicada a protensão em etapas ao
longo do tempo.
A força de protensão no tempo t = ¥ , P¥ , após perdas lentas, foi avaliada como uma
porcentagem que deve ser estabelecida a priori pelo usuário, através do arquivo de entrada de
dados. Após a solução, o projetista pode estimar qual deve ser a força a ser aplicada pelo
equipamento de protensão.
O problema está submetido a restrições geométricas, relativas ao cabo de protensão; a
restrições que limitam as tensões em serviço nas fibras superior e inferior de cada seção; e a
restrições relativas ao estado limite último de flexão simples, que limitam o kx j , parâmetro
Ap @ P / f pyk
Desta forma a força de protensão P foi escolhida pura e simplesmente como função
objetivo, visto que, como já citado anteriormente, dela depende a área da armadura de
protensão, principal componente do custo da peça protendida, já que a área da seção
transversal e os vãos são supostos prescritos.
y i, ( x t ) = y i, +1 ( x t ) (4.3)
yi é a ordenada da parábola i em xt
y i +1 é a ordenada da parábola i + 1 em xt
Substituindo y nas Equações (4.2) e (4.3), pela Equação (4.1) teremos as restrições
acima em função de variáveis do problema - os coeficientes das parábolas - como pode ser
verificado nas expressões a seguir.
Capítulo 4 – Exposição da formulação como um problema de PM 45
(a i - a i +1 )( x t ) 2 + (bi - bi +1 )( x t ) + (c i - c i +1 ) = 0 (4.4)
2(a i - a i +1 )( x t ) + (b i - b i +1 ) = 0 (4.5)
y i ( x j ) £ (Y sup ) - d s (4.6)
yi ( x j ) ³ -(Yinf ) + d i (4.7)
a i ( x j ) 2 + bi ( x j ) + c i - (Ysup ) + d s £ 0 (4.8)
- a i ( x j ) 2 - bi ( x j ) - c i - (Yinf ) + d i £ 0 (4.9)
1 1
Como ri @ "
= , vem que :
y ( x ) 2a i
i
1
³ r mín (4.11)
2 ai
Existem ainda algumas restrições adicionais, que podem ou não estar presentes na
composição do problema, tais como as restrições de tangente nula sobre os apoios internos da
viga.
Em ambos os casos deve-se limitar a compressão máxima nas seções, através das
Equações (4.16), para cada seção.
No tempo t = 0 a norma fixa o valor de s clim = 0.7 f ck j , o que também foi adotado
O cálculo dos esforços resistentes foi feito como descrito em (2.8.3). Para efeito de
programação substitui-se a Equação (2.38 ), da deformada, nas Equações (2.42), o que resulta
na distribuição da função s c (e ) mostrada a seguir:
0 0£e
s c (h ) = 1000 b r ( D0 + D1h + D 2h 2 ) -2‰ < e < 0 (4.17)
- br -3.5‰ £ e £ -2‰
D1 = k 0 + 500k 0 e 0 (4.18-c)
D 2 = 250k 02 (4.18-d)
Substituindo agora as Equações (4.17), nas expressões (2.44) e (2.45), vem que:
M r = 1000 b r ò (D
AC 1
0 + D1h + D2h 2 )hdA - b r òhdA + A s
AC 2
p p (e )h (4.19)
N r = 1000 b r ò (D
AC 1
0 + D1h + D2h 2 )dA - b r ò dA + A s
AC 2
p p (e ) (4.20)
Para determinação destes esforços resistentes foi utilizada uma técnica de integração
numérica de polinômios sobre domínios planos, sugerida por Werner[21] e testada por
Eboli[08].
Feito isso, temos que as restrições relativas ao Estado Limite Último perfazem um
total de 4x(NU), e são apresentadas nas Equações (4.21) a seguir:
kx ³ 0 (4.21-a)
kx £ kxlim (4.21-b)
Ma £ Mr (4.21-c)
Nr = 0 (4.21-d)
Capítulo 4 – Exposição da formulação como um problema de PM 49
Minimizar f =P (4.22)
Sujeito a
continuidade y i ( x t ) = y i +1 ( x t ) i =1,(NT-1)
excentricidade y j ( x j ) £ (Ysup ) - d s
- y j ( x j ) £ (Yinf ) + d i j =1,(NS)
jt
tensões ELS - s sup £0 e - s infjt £ 0 se Protensão Completa
ou
jt
- s sup £ fctm e - s infjt £ fctm se Protensão Limitada
jt
s sup £ s clim e s infjt £ s clim
ELU - kx j * £ 0
kx j * £ kxlim j *
M aj* - M rj* £ 0
N rj* = 0 j * =1,NU
f = P / P0 (4.23)
yj(xj)
£1 (4.24)
(Y ) - d
sup s
- yj (x j )
£1 j =1,NS
(Yinf ) + d i
As restrições relativas a limitação das tensões nos bordos extremos da viga, no estado
limite de utilização, foram adimensionalizadas através da divisão pela resistência de cálculo
do concreto à compressão, f cd .
Quanto às restrições referentes à verificação do estado limite último, as que envolvem
o parâmetro da configuração deformada em cada seção já são adimensionais, desde que este
parâmetro já foi adotado desta forma. As restrições que relacionam o momento resistente e
atuante, e as que envolvem a normal resistente em cada seção foram adimensionalizadas
como nas tabelas de dimensionamento, como mostrado a seguir:
M aj* - M rj*
£0 (4.25)
A.h. f cd
N rj*
=0 j * =1,NU
A. f cd
Neste trabalho também foi feito uma mudança de variável, em algumas delas variáveis
de projeto, também na tentativa de aproximar a ordem de grandeza do vetor de variáveis. A
variável P , através de uma mudança de variável, foi adimensionalizada pela força de
protensão inicial P0 . Outra variável que precisou ser adimensionaliza foi o parâmetro c dos
trechos de parábola adotados na discretização do cabo de protensão, pois as parábolas são
descritas em relação à origem do eixo de referência, e portanto em relação à extremidade
esquerda da viga, o que torna a variável c dos últimos trechos com uma ordem de grandeza
Capítulo 4 – Exposição da formulação como um problema de PM 52
muito diferente dos primeiros. No intuito de amenizar esta discrepância, esta variável foi
adimensionaliza através do comprimento total da viga.
Com isso a função objetivo, o vetor das restrições e o vetor das variáveis de projeto
tornaram-se mais homogêneos em relação à ordem de grandeza, e consequentemente o
processo de otimização tornou-se muito mais eficiente.
Capítulo 5
Exemplos
5.1 Exemplo 1
Este primeiro exemplo analisa a viga de uma passarela de pedestres sobre a BR - 381.
Seu esquema isostático está apresentado na Figura (5.1), e sua seção transversal na Figura
(5.2).
54
3.00 m
0.45
0.15
0.30
0.15
2.10 m
1.475 0.35 1.475 (m)
Dados de projeto
· fck = 25 MPa
· raio de curvatura mínimo das parábolas: rmín = 12 m
· percentual de perdas diferidas a tempo infinito: 15% P0
55
Seção x (m)
S4 10,64
S5 14,16
S6 17,68
S7 21,20
S8 24,72
S9 28,24
S10 31,76
A Tabela (5.2) apresenta os valores característicos das ações consideradas para este
exemplo.
56
Numa primeira tentativa este exemplo foi resolvido com o cabo de protensão
segmentado em 6 parábolas, tendo os pontos de tangência representados na Figura (5.4).
57
Descrição do problema
ELS ELS e ELU
· nº de variáveis de projeto 19 26
· nº de restrições de igualdade 10 17
· nº de restrições de desigualdade 188 209
· nº total de restrições 198 226
P0 = 7000 KN
a i = 0,000
bi = 0,001
58
Na análise que considera a verificação do estado limite último de flexão, o valor inicial
dos parâmetros da configuração deformada foi de:
0,200
0,000
-0,2000,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Excentricidades (m)
-0,400
-0,600
-0,800
-1,000
-1,200
-1,400
Distância das Seções (m)
59
Tomando agora como ponto de partida para a análise do problema com a verificação
do ELU, o resultado obtido na proposta 1, temos os seguintes resultados conforme a Figura
(5.6) e Tabela (5.4).
Capítulo 5 - Exemplos
60
0,000
-0,2000,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
-0,400
-0,600
Excentricidades (m)
-0,800
-1,000
-1,200
-1,400
Distância das Seções (m)
Proposta 1 - ELS - Protensão Completa (P= 6942 KN)
Tabela (5.4) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão discretizado
em 6 trechos de parábola adotando novo ponto de partida – Exemplo 1.1
61
0,400
0,200
0,000
Excentricidades (m)
62
Tabela (5.5) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão discretizado
em 6 trechos de parábola considerando protensão limitada – Exemplo 1.1
Observando a Figura (5.7) percebe-se que os traçados obtidos são bem próximos. A
proposta que considera o ELU mantém os valores da força de protensão e das excentricidades
do cabo no vão central mais elevados do que a proposta que só considera o ELS. As restrições
ativas na proposta 4 são as de recobrimento mínimo na seção 7 e as restrições de tangência
das parábolas.
63
Descrição do problema
ELS ELS e ELU
· nº de variáveis de projeto 25 32
· nº de restrições de igualdade 14 21
· nº de restrições de desigualdade 190 211
· nº total de restrições 204 232
Os valores inicias dos parâmetros dos trechos de parábolas adotados neste caso foram:
a i = 0,000
bi = 0,001
P0 = 7000 KN
64
0,400
0,200
0,000
-0,2000,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Excentricidades (m)
-0,400
-0,600
-0,800
-1,000
-1,200
-1,400
Distância das Seções (m)
65
Analisando estes últimos resultados percebe-se que a proposta que considera restrições
em relação ao ELU convergiu mais rapidamente que a proposta que só considera o ELS. Isto
porque as restrições do ELU promovem um espaço de solução mais restrito para o problema.
Pode-se observar também que o valor da força de protensão foi elevada para atender aos
critérios do ELU, como também as excentricidades do cabo de protensão nas seções mais
solicitadas da viga, o que evidencia a influência de uma maior discretização do cabo de
protensão, que, neste caso, está dividido em 8 trechos, ao invés de 6, como no exemplo 1.1.
Este aumento do número de trechos de discretização do cabo concedeu uma maior
flexibilidade ao mesmo, possibilitando maior liberdade de geometria. As restrições ativas na
proposta 6 foram bem próximas das ativas na proposta 1: as restrições do estado limite de
descompressão na fibra inferior das seções 5, 6 e 7. Na proposta 7 a restrição do estado limite
de descompressão na fibra inferior, no instante t¥(1), e a restrição de tensão do ELU na seção
7 estão ativas, além das restrições relativas à normal resistente.
a i = 0,000
bi = 0,001
66
0,400
0,200
0,000
Excentricidades (m)
Tabela (5.7) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão discretizado
em 8 trechos de parábola considerando protensão limitada – Exemplo 1.2
67
Descrição do problema
ELS ELS e ELU
· nº de variáveis de projeto 37 44
· nº de restrições de igualdade 22 29
· nº de restrições de desigualdade 194 215
· nº total de restrições 216 244
68
a i = 0,000
bi = 0,001
0,400
0,200
0,000
-0,2000,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Excentricidades (m)
-0,400
-0,600
-0,800
-1,000
-1,200
-1,400
Distância das Seções (m)
69
0,000
-0,2000,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
-0,400
ades (m)
-0,600
Capítulo 5 - Exemplos
70
Tabela (5.9) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão discretizado
em 12 trechos de parábola considerando protensão limitada – Exemplo 1.3
71
Podemos comparar agora a proposta 11, à proposta apresentada por Iunes[13] para esta
estrutura e o traçado do projeto estrutural, através da Figura (5.14) e Tabela (5.10).
0,400
0,200
0,000
Excentricidades (m)
72
5.2 Exemplo 2
Capítulo 5 - Exemplos
73
Este exemplo analisa uma viga de cobertura, de estrutura não simétrica, com quatro
vãos, de um prédio localizado em Osasco - SP. O esquema estrutural da viga está representado
na Figura (5.15) e sua seção transversal está mostrada na Figura (5.16), onde a viga em
questão está hachurada
0.10
V15 V16
1.80m
0.10 0.15
0.25 0.10
0.25 0.10
0.55
0.20
2.30m 2.30m
3.55m
P2 P7
0.25
0.30
PAR. 1
0.15
3.40m
Dados de projeto
Capítulo 5 - Exemplos
74
· fck = 25 MPa
· raio de curvatura mínimo das parábolas: rmín = 12 m
· percentual de perdas diferidas a tempo infinito: 10% P0
75
Seção x (m)
S5 9,20
S6 11,50
S7 13,80
S10 20,70
S11 23,00
S12 25,40
S15 32,60
S16 35,00
S17 37,40
S20 44,60
S21 47,00
S22 49,20
S25 55,80
S26 58,00
S27 60,20
S30 66,80
S31 69,00
S32 71,30
S35 78,20
S36 80,50
S37 82,80
A Tabela (5.12) apresenta os valores característicos das ações consideradas para este
exemplo.
76
Neste modelo o cabo foi mais discretizado nas regiões onde ocorrem momentos
negativos, visto que, nestes trechos, o cabo possui menor raio de curvatura e necessita,
portanto, de maior liberdade de movimento.
Descrição do problema
ELS ELS e ELU
Capítulo 5 - Exemplos
77
· nº de variáveis de projeto 61 82
· nº de restrições de igualdade 38 59
· nº de restrições de desigualdade 594 657
· nº total de restrições 632 716
Os valores iniciais das variáveis de projeto para a análise que só considera o estado
limite em serviço foram:
P0 = 10000 KN
a i = 0,00
bi = 0,00
Já a análise que leva em consideração o ELU teve como ponto de partida o traçado
proposto por Iunes[13] para esta estrutura, com as seguintes variáveis iniciais alteradas:
P0 = 10000 KN
1,000
0,500
Excentricidades (m)
0,000
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00
-0,500
Capítulo 5 - Exemplos
78
79
A viga não é simétrica, portanto o traçado também não o é. Sendo assim o problema
foi resolvido obviamente para a viga toda e, se tratando de uma viga de muitos vãos e,
consequentemente, muitas variáveis e restrições, o algoritmo se comportou mais lentamente
que no Exemplo 1.
Analisando os resultados obtidos observa-se que os traçados são bem próximos,
mesmo com a consideração do ELU.
O traçado da proposta 2, que considera o ELU, possui excentricidades maiores em
relação ao centro de gravidade da viga em algumas seções de ocorrência de momentos
positivos. Além disso o valor da força de protensão é mais elevada nesta proposta.
P0 = 9000 KN
Capítulo 5 - Exemplos
80
a i = 0,0001
bi = 0,0000
Esses resultados podem ser conferidos na Figura (5.20) e na Tabela (5.14) a seguir:
1,500
Exc
entr 1,000
icid
ade 0,500
s
(m) 0,000
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00
-0,500
-1,000
Distância das Seções (m)
Tabela (5.14) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão discretizado em 20
trechos de parábola adotando protensão limitada – Exemplo 2.1
Capítulo 5 - Exemplos
81
82
Analisando os resultados observa-se que os traçados obtidos são bem próximos. Como
já era esperado o valor da força de protensão foi elevado na proposta que considera o ELU.
Descrição do problema
ELS ELS e ELU
· nº de variáveis de projeto 121 142
· nº de restrições de igualdade 78 99
· nº de restrições de desigualdade 614 677
· nº total de restrições 692 776
83
P0 = 9000 KN
a i = 0,000
bi = 0,001
Esta análise foi realizada em duas etapas: inicialmente o programa foi executado com a
descrição das variáveis e restrições para metade da viga, simulando uma simetria, como feito
no exemplo1; em seguida o resultado obtido nesse primeiro caso foi usado como ponto de
partida para a análise correta, com a consideração da viga como todo, visto que ela não é
simétrica. A análise completa desta proposta levou 5 iterações para convergência.
A proposta 6, que leva em consideração o estado limite último, teve como ponto de
partida o traçado obtido na proposta 5, com a variável correspondente ao parâmetro da
configuração deformada no estado limite último com o seguinte valor inicial:
1,500000
1,000000
Excentricidades (m)
0,500000
0,000000
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00
-0,500000
-1,000000
Distância das Seções (m)
84
85
Observando os resultados pode-se concluir que o valor da força de protensão não foi
alterado, enquanto que as excentricidades do cabo da proposta 6 são ligeiramente superiores
em relação a proposta 5 em algumas seções.
É interessante notar que o traçado da proposta 5 apresenta alternância nas curvaturas
no último vão da viga. Esta solução é pouco usável na prática, visto que o traçado é nada
suave. Este aspecto, de pouca suavidade, deve ser minorado com a consideração das perdas
por atrito, condições adicionais consideradas por Almeida[06].
1,500
1,000
Excentricidades (m)
0,500
0,000
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00
-0,500
-1,000
Distância das Seções (m)
86
87
O valor da força de protensão mínima obtida nesta dissertação é cerca de 10% inferior
a obtida no trabalho de Iunes, com excentricidades superiores em quase todas as seções.
Porém a proposta aqui apresentada ainda é bem diferente do projeto estrutural, apesar do valor
ligeiramente inferior da força de protensão.
Capítulo 5 - Exemplos
88
5.3 Exemplo 3
.20
.30.30
3.50 m 0.25 7.10 m 0.25 3.50 m
Dados de projeto
· fck = 27 MPa
· raio de curvatura mínimo das parábolas: rmín = 12 m
· percentual de perdas diferidas a tempo infinito: 17% P0
89
90
A Tabela (5.18) apresenta os valores característicos das ações consideradas para este
exemplo.
91
Descrição do problema
ELS ELS e ELU
· nº de variáveis de projeto 55 91
· nº de restrições de igualdade 34 70
· nº de restrições de desigualdade 592 700
· nº total de restrições 626 770
92
P0 = 20000 KN
a i = 0,00
bi = 0,00
0,300
0,200
0,100
Excentricidades (m)
0,000
-0,1000,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00
-0,200
-0,300
-0,400
Distância das Seções (m)
Proposta 1 - ELS - Protensão Completa (P=29460 KN)
93
Com a análise dos resultados vê-se que o estado limite de descompressão nos instantes
t=0 e t=¥ estão ativos na fibra inferior da seção 1, na proposta 1. Na proposta 2 estão ativas as
restrições relativas à normal resistente no ELU. Estas últimas são as restrições que conduzem
o processo de otimização desta proposta.
Observando a Figura (5.27) percebe-se que os traçados são muito próximos, porém o
valor da força de protensão é superior na proposta 2 para atender às exigências do ELU de
flexão.
Capítulo 5 - Exemplos
94
0,300
0,200
0,100
Excentricidades (m)
0,000
-0,1000,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00
-0,200
-0,300
-0,400
Distância das Seções (m)
Tabela (5.20) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão discretizado
em 18 trechos de parábola adotando protensão limitada – Exemplo 3.1
95
96
Descrição do problema
ELS ELS e ELU
· nº de variáveis de projeto 121 161
· nº de restrições de igualdade 78 118
· nº de restrições de desigualdade 614 734
· nº total de restrições 692 852
P0 = 20000 KN
a i = 0,00
bi = 0,00
97
0,300
0,200
0,100
Excentricidades (m)
0,000
-0,1000,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00
-0,200
-0,300
-0,400
Distância das Seções (m)
Proposta 5 - ELS - Protensão Completa (P=28320 KN)
98
99
P0 = 20000 KN
a i = 0,00
bi = 0,00
Já a proposta que considera o ELU, a proposta 8, foi avaliada a partir dos resultados da
proposta 7 com as seguintes alterações/inclusões nos valores iniciais das variáveis de projeto:
P0 = 30000 KN
0,300
0,200
0,100
Excentricidades (m)
0,000
-0,1000,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00
-0,200
-0,300
-0,400
Distância das Seções (m)
Proposta 7 - ELS - Protensão Limitada (P=20840 KN)
100
Tabela (5.22) – Valor das excentricidades resultantes do cabo médio de protensão discretizado
em 40 trechos de parábola adotando protensão limitada – Exemplo 3.2
101
0,300
0,200
0,100
Excentricidades (m)
0,000
-0,1000,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00
-0,200
-0,300
-0,400
Distância das Seções (m) Projeto Estrutural (P=33600.90 KN)
Proposta Iunes LINDO (P=30763.35 KN)
Proposta - ELS e ELU - Protensão Limitada (P=28718 KN)
Proposta Almeida LINGO
Seção x (m) Projeto Estrutural Proposta Iunes Proposta - ELS e ELU Proposta
(P=33600.90 KN) LINDO Protensão Limitada Almeida
(P=30763.35 KN) (P=28718 KN) LINGO
1 0,00 -0,115 -0,115 0,114 -0,214
2 1,75 -0,215 -0,203 -0,102 -0,247
3 3,50 -0,286 -0,269 -0,250 -0,281
4 5,25 -0,329 -0,314 -0,329 -0,315
5 7,00 -0,344 -0,338 -0,339 -0,348
6 8,75 -0,311 -0,332 -0,302 -0,348
7 10,50 -0,213 -0,290 -0,235 -0,281
8 12,25 -0,049 -0,212 -0,140 -0,147
9 14,00 0,115 -0,078 -0,011 0,023
10 15,75 0,214 0,130 0,155 0,196
11 17,50 0,246 0,253 0,249 0,242
12 19,60 0,199 0,104 0,135 0,030
13 21,70 0,058 -0,138 -0,061 -0,222
14 23,80 -0,155 -0,268 -0,208 -0,327
15 25,90 -0,296 -0,325 -0,298 -0,348
16 28,00 -0,344 -0,344 -0,328 -0,348
17 30,10 -0,296 -0,325 -0,298 -0,327
18 32,20 -0,155 -0,268 -0,207 -0,286
19 34,30 0,058 -0,137 -0,056 -0,168
20 36,40 0,199 0,104 0,145 0,083
21 38,50 0,246 0,253 0,249 0,242
Capítulo 5 - Exemplos
102
O resultado obtido neste trabalho, escolhido para efeito de comparação, foi a proposta
que considera as verificações do estado limite último de flexão e estado limite de utilização,
com a consideração da protensão limitada na verificação da segurança em serviço, e o cabo
discretizado em 18 trechos de parábola.
A proposta de Iunes foi obtida através do programa comercial de otimização linear
LINDO; e considera a protensão completa na verificação da segurança em relação ao estado
limite de utilização. A proposta de Almeida [06] foi obtida também através da utilização de
um programa comercial, mas de otimização não-linear, o LINGO; adota protensão limitada na
verificação da segurança em serviço; e não considera as perdas por atrito. Ambos não
consideram a verificação do estado limite último em suas formulações.
Comparando os valores da força de protensão otimizada observa-se que a inferior
corresponde ao traçado proposto nesta dissertação, com um traçado bem próximo do traçado
do projeto estrutural.
As propostas de Iunes e Almeida estão bem próximas. Infelizmente o valor da força de
protensão do traçado proposto por Almeida não é conhecido, mas deve ser bem próximo
também ao valor do traçado proposto por Iunes.
Uma otimização mais eficiente deste exemplo obtida nesta dissertação pode estar
relacionada ao algoritmo de programação matemático utilizado.
Capítulo 6
Conclusões
protendido, pois a melhoria no valor da força de protensão pode ser muito pequena e o custo
computacional extra despendido pode ser muito elevado.
A influência da verificação do estado limite último é evidenciada nos exemplos,
através do aumento do valor da força de protensão mínima, e da alteração do traçado do cabo,
tornando-se, muitas vezes, mais excêntrico em relação ao centro de gravidade da peça. No
entanto deve-se ressaltar a necessidade de se incorporar à implementação, a consideração do
aço de concreto armado (armadura “frouxa”), no intuito de aproximar mais a implementação
computacional desenvolvida aqui, da realidade de projetos em concreto protendido.
Finalmente fica claro que mesmo tendo incorporado ao problema a verificação do
estado limite último de flexão em determinadas seções, devem ser feitas verificações
adicionais em situações reais de projeto, tendo em vista os aspectos relacionados às perdas de
protensão, imediatas e diferidas no tempo, e os aspectos construtivos.
[01] ABNT - NBR 6118 (1978) – Projeto e execução de estruturas de concreto armado -
Procedimento.
[02] ABNT - NBR 7187 (1983) - Projeto e execução de pontes de concreto armado e
protendido.
[03] ABNT - NBR 7188 (1984) - Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre.
[04] ABNT - NBR 7197 (1989) - Projeto de estruturas de concreto protendido.
[05] ABNT - NBR 8681 (1984) - Ações e segurança nas estruturas.
[06] Almeida, Sylvia R. M. (2001). “Contribuição ao projeto ótimo de cabos em vigas de
concreto protendido.” Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: PUC.
[07] Calçada, R. A B. e Neves, A A S. (1993), “Traçado Óptimo de Cabos de Pré-esforço
em Pórticos”, Anais do XIV Congresso Ibero Latino Americano de Métodos
Computacionais em Engenharia, Vol. 1, pp. 307-316, São Paulo.
[08] Eboli, C. R. (1989), “Dimensionamento Ótimo de Seções de Concreto Armado à
Flexão Composta Oblíqua”, Dissertação de Mestrado, PUC/Rio, DEC.
[09] Fusco, P. B. (1981), “Estruturas de Concreto - Solicitações Normais”, Guanabara Dois
S. A, Rio de Janeiro.
[10] Han, S. P. (1976) – “Superlinearly Convergent Variable Metric Algorithms for General
Nonlinear Programming Problems” – Mathematical Programming, nº. 11, pp. 263 –
282.
[11] Horowitz, B. (1999), “Implementation considerations in SQP algorithms for large-
scale structural optimization”, Computational Methods in Engineering.
[12] Householder, A S. (1958) – “Unitary Triangularization of a Nonsymmetric Matrix”- J.
Assoc. Comp. Mach., nº.5, pp. 339-342.
[13] Iunes, Y. B. F. (1998) , “Traçado Ótimo de Cabos em Vigas de Concreto Protendido”.
Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: PUC.
[14] Lemke, C. E. (1968) – “On Complementary Pivot Theory”, Mathematics of Decision
Sciences, Edts. Dantzig, G. B. Yenott, A F., pp.95 – 114.
[15] Leonhardt, F.(1983), “Construções de Concreto - Concreto Protendido”, Editora
Interciência Ltda., Vol. 5, Rio de Janeiro.
Referências Bibliográficas 106
[16] Lin, T. Y. (1963), “Design of Prestressed Concrete Structures”, John Wiley & Sons,
second edition, New York.
[17] Pfeil, W. (1988), “Concreto Protendido 1 - Introdução”, Livros Técnicos e Científicos
Editora Ltda., 2ª Edição, Rio de Janeiro.
[18] Pfeil, W. (1982), “Concreto Protendido 2 - Processos Construtivos, Perdas de
Protensão”, Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 2ª Edição, Rio de Janeiro.
[19] Powell, M. J. D. (1978) – “A Fast Algorithm for Nonlinearly Constrained
Optimization Calculations”, Lectures Notes in Mathematics, nº.630, pp. 144 – 157,
Springer, Berlin.
[20] Vanderplaats, G. N. (1984), “Numerical Optimization Techniques for Engineering
Design”. MacGraw-Hill, New York.
[21] Werner, H. (1974) – “Schiefe Biegung Polygonal umrandeter Stahlbetonquerschinitte”,
Beton-und Stahlbetonbau, 4.