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RESUMO
O presente trabalho buscou, através de pesquisa bibliográfica, identificar problemas
enfrentados na prática docente em cursos universitários de design com o objetivo de
apontar possíveis caminhos de melhoria que atendam as expectativas de alunos,
professores, e da sociedade. A bibliografia analisada aponta que a área, assim como
as demais, enfrenta muitos desafios que precisam ser enfrentados para que se
possa ter um ensino realmente de nível superior. Observou-se também a
necessidade de ampliação da pesquisa específica em docência do ensino superior,
não apenas no ensino de crianças, levando em conta a atual conjuntura das
universidades e mercado de trabalho.
INTRODUÇÃO
Muitos são os desafios da docência no ensino superior no Brasil. O professor
dos cursos de graduação em sua prática enfrenta problemas que vão desde a sua
formação até a própria sala de aula especialmente nos cursos de design, área
relativamente nova das ciências sociais aplicadas que ainda carece de professores e
profissionais qualificados.
O ensino superior no Brasil tem tido muitos avanços no sentido do aumento
do número de vagas e surgimentos de novas instituições a cada dia. Essas ações
tem ampliado o acesso ao ensino superior para muitos estudantes que antes não
tinham oportunidade. Porém muitos são os desafios da docência do ensino superior.
Assim como professores de outros níveis reclamam dos baixos salários, carga
horária elevada, alunos desmotivados e falta de estrutura para ensinar, muitas são
as queixas do docente do ensino superior. Faz-se necessário então que esses
problemas sejam eficazmente identificados para se construir uma perspectiva no
1
Graduado em Design Gráfico pela Universidade Tiradentes (2013). Atualmente é programador
visual do Instituto Federal de Sergipe. E-mail: tgestacio@live.com
sentido de melhorar a qualidade do ensino, levando em conta o contexto no qual os
cursos de design estão inseridos.
Esse artigo visa investigar quais são os principais problemas enfrentados por
professores dos cursos de graduação, em especial os de design, buscando em suas
origens e instalação, barreiras específicas e o que seria possível fazer para melhorar
a qualidade dos cursos de graduação em design.
O método de procedimento utilizado para esta investigação foi exploratório-
descritivo e qualitativo através de pesquisa bibliográfica. O objetivo, como observa
Lakatus e Marconi (2012), é desenvolver hipóteses, formular questões sobre o
problema, aumentar a familiaridade com o fenômeno para gerar questões para
estudos posteriores e/ou modificar e clarificar conceitos.
Bonsiepe (1997, p.7) observa ainda que “na opinião pública, o conceito
‘design’- atualmente um modismo de valor questionável – vem associado à ideia de
caro, complicado, de curta duração e individualmente rebuscado, com a promessa
do glamour instantâneo”.
Na verdade, se por um lado o design se relaciona com áreas projetuais como
a arquitetura e engenharia, por outro se relaciona com o fazer artesanal e artístico,
uma vez que boa parte da produção que hoje é considerada design era inicialmente
feita por artistas gráficos ou por operários inseridos nas fábricas (HOLLIS, 2000).
Somente em meados do século XX e por consequência do surgimento das primeiras
escolas de design é que emerge a figura do profissional liberal com formação em
nível superior teórica (DENIS, 2002).
Para Hollis (2000, p. 2), o design se distancia da arte no sentido em que visa
atender:
(...) às necessidades do cliente que está pagando por ela. Embora sua
forma possa ser determinada ou modificada pelas preferências estéticas do
designer, a mensagem precisa ser colocada numa linguagem que o público
alvo reconheça e entenda. (...) Em segundo lugar, o designer, ao contrário
do artista, projeta tendo em vista a produção mecânica.
De início temos uma diversidade muito grande no perfil dos alunos do ensino
superior que em sua maioria hoje é formada por jovens e adultos trabalhadores ou
em busca de colocação no mercado de trabalho. Muitas vezes é com esse trabalho
que o aluno arca com os custos do estudo.
Tendem a ter tempo limitado para o sono e para o estudo, muitas vezes
alimenta-se mal devido à correria que enfrentam no percurso do trabalho à
faculdade e, via de regra, buscam este nível de ensino com o objetivo de
alcançar uma melhor colocação no mercado de trabalho (SUHR E DA
SILVA, 2012, p. 52)
Até hoje esse modelo influencia a prática docente nos cursos de design, pois
ainda é reduzido o número de cursos de pós-graduação nessa área.
REFERÊNCIAS
BONSIEPE, Gui. Design: do material ao digital. Trad. Cláudio Dutra. Florianópolis:
FIESC/IEL, 1997.
DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo. Edgar
Blücher. 2002.
HOLLIS, Richard. Design gráfico, uma história concisa. São Paulo. Martins
Fontes, 2000.