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ADILSON GERALDO TELES (8071607)

Pós-Graduação – Educação a Distância: Planejamento, Implantação e Gestão

O TRABALHO DO DESIGNER INSTRUCIONAL NA


EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Orientador: Prof. Me. Carlos A.

Claretiano - Centro Universitário

IPATINGA-MG
2019
O TRABALHO DO DESIGNER INSTRUCIONAL NA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA

Resumo

O presente artigo tem o objetivo de apresentar de maneira resumida a influência do Design


Instrucional no processo de produção de material didático para o ensino a distância, o Design
Instrucional no artigo está sendo considerado como uma ação sistemática de planejamento,
adaptações metodológicas e a base para estratégias didáticas de ensino a distância, que vem se
caracterizando como uma proposta global e integrada de pensar e aprender, apresento e destaco a
importância da elaboração e desenvolvimento de projeto preliminar de execução do ensino
apoiado no profissional de Design Instrucional para contextualizar o processo de construção do
material didático e de suporte educacional, podemos concluir que na educação a distância
acontece a transferência de conhecimento semelhante ao ensino presencial, porem as dúvidas
nesta modalidade de ensino é sanada com o professor diante do aluno e na modalidade a
distância existe a necessidade de se contar com a disponibilidade do tutor ou professor no
momento da dúvida, fato este que sugere o planejamento sistemático do método de
esclarecimento ao aluno e técnicas de ensino diferenciadas do ensino presencial, o objetivo do
artigo é mostrar que os recursos utilizados pelos designer instrucional para superar a distância e a
ausência in loco do profissional de tutoria em sala de aula são na verdade o equilíbrio entre a
metodologia presencial e a distância, apesar que no ensino presencial também é desenvolvido
este tipo de projeto com ferramentas um pouco distintas.

Palavras chave: Projeto. Design Instrucional. Material Didático.


INTRODUÇÃO

São várias as razões para apostar na educação a distância como a modalidade de ensino
do futuro, afinal ela apresenta inúmeras vantagens, muitas destas estão relacionadas à
flexibilidade de estudo, economia de recursos financeiros e pedagogia inovadora. Mas também
na educação presencial a chegada da Internet está trazendo novos desafios para a sala de aula,
tanto tecnológicos como pedagógicos.
As tecnologias sozinhas não mudam a escola, mas trazem mil possibilidades de apoio ao
professor e de interação com e entre os alunos (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2003).
Entretanto, fazendo uma análise de alguns conteúdos on-line disponíveis no mercado, podemos
observar que ainda falta planejamento e conhecimento quanto ao processo que surgiu para
facilitar a aprendizagem de múltiplas pessoas, com isso, erros que poderiam ser evitados são
cometidos, além dos fatos mencionados, muitas instituições de ensino e empresas priorizam o
baixo custo e fazem a pura e simples transposição do modelo tradicional para o mundo digital,
ignorando, por exemplo, que cada pessoa aprende melhor de forma diferente.
Entendendo que essa produção é multidimensional, AC FILATRO mostra como os
profissionais das áreas de educação, comunicação, tecnologia e gestão podem se unir para
desenvolver conteúdos que realmente façam diferença no processo de ensino/aprendizagem,
muitas vezes aproveitando processos já conhecidos e dominados pelo campo editorial.
Vejamos: enquanto algumas pessoas absorvem todo o conteúdo realizando uma leitura,
outras aprendem melhor por meio de vídeo aulas ou áudios, para a nossa sorte, existem
instituições de ensino e empresas que de fato se preocupam com a educação a distância, elas
trabalham para garantir o que há de melhor no EAD no que diz respeito à capacitação e
desenvolvimento de habilidades e competências de pessoas em geral, principalmente daquelas
que veem na modalidade de ensino a oportunidade de estudarem de forma dinâmica, por meio de
diversas mídias, aproveitando o tempo livre para aprender onde e quando quiserem.
Compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo é um saber que
implica dizer que a prática não é neutra e exige dele uma definição. Ensinar exige liberdade e
autoridade, no sentido de que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrado em
experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade em experiências respeitosas da
liberdade segundo FREIRE, Paulo 1996.
DESENVOLVIMENTO

São várias as razões para apostar na educação a distância como a modalidade de ensino do
futuro, afinal ela apresenta inúmeras vantagens, muitas destas estão relacionadas à flexibilidade
de estudo, economia de recursos financeiros e pedagogia inovadora.

O que é o Design Instrucional

Baseado no estudo e leitura de conceitos e conclusões sobre o que é o design instrucional


concluímos que seria o planejamento em forma de projetos da maneira de como transmitir
conhecimentos e informações utilizado as ferramentas evoluídas dos nossos meios de
comunicação, ou seja, utilizando a modalidade de ensino online, que por sua vez, se vale das
principais tendências tecnológicas existentes atualmente e que podem ser aplicadas tanto nas
instituições de ensino quanto nas empresas.
A ideia de design instrucional se maximizou a partir da popularização do ensino online no
Brasil e no mundo, ao analisar a evolução humana, em conjunto com seus marcos históricos é
possível ver a figura do design e contar sua história a partir trabalho do artesão, ou seja, um
profissional que esculpia objetos domésticos ou de outras finalidades para atender necessidades,
examinando o processo de produção do objeto encomendado o artesão seguia um processo
criativo para chegar a um fim, ele identificava a necessidade, planejava, realizava e entregava o
produto final e conforme o tempo foi passando, as demandas de bens e serviços foram sendo
mecanizadas e divididas, padrões foram criados para agilizar a produção para que essas fossem
comercializadas em massa.
Em termos práticos, o design instrucional está diretamente ligado ao desenvolvimento de
aulas, cursos e à construção de materiais didáticos como vídeo aulas, materiais impressos,
softwares, ambientes virtuais de aprendizagem ou qualquer outro objeto de aprendizagem que
possa ser usado para melhorar a experiência de aprendizagem de alunos.
De acordo com FILATRO, o design instrucional corresponde à “ação intencional e sistemática
de ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas,
atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas, a fim
de facilitar a aprendizagem humana a partir dos princípios de aprendizagem e instruções
conhecidos”.
O termo design instrucional ou design thinking sugere algumas controvérsias, nesse sentido, para
alguns o design thinking (pensamento de design) é uma abordagem e para outros uma
metodologia e há ainda quem o considere apenas um conjunto de técnicas claramente definidas
para se chegar à produção de um produto.

Para Cavalcanti e Filatro (2017, p. 1) o DT é “uma abordagem que descentraliza a prática


do design das mãos de profissionais especializados ao permitir que seus princípios sejam
adotados por pessoas que atuam em áreas profissionais variadas”. Sendo assim, o design
thinking não pode ser considerado uma profissão, como o designer gráfico, designer de
moda, designer de interiores, designer de eventos ou designer instrucional, pois a
capacidade de pensar como um designer está ao alcance de qualquer pessoa
(CAVALCANTI, FILATRO, 2017, p. 6).
A concepção moderna do design se transformou em uma poderosa ferramenta de
produção, dominada por especialistas reconhecidos por sua capacidade de projetar
artefatos industriais – a princípio, físicos e analógicos, mas, posteriormente, também
culturais, digitais e virtuais (CAVALCANTI, FILATRO, 2017, p. 2).

O que faz o Design Instrucional

O profissional que trabalha com design instrucional é o designer instrucional, é responsável


por planejar toda a estrutura e trilhas de aprendizagens, além de desenvolver e utilizar métodos,
técnicas, atividades, materiais, produtos e tudo mais relacionados à educação em determinada
didática com o intuito de facilitar o processo de aprendizagem e instrução humana, facilitando a
conquista de novas competências e habilidades, o designer é o profissional que identifica
um problema de aprendizagem ou gap de conhecimento e desenha (no sentido de projetar) uma
solução, ou seja, propõe uma ação de treinamento estruturada, também pode atender pelo nome
de Designer educacional, Desenhista instrucional e, mais recentemente, Designer de experiência
de aprendizagem.
Figura1 - http://learnspace.com.br/wp-content/uploads/2017/09/Designer-Instrucional-O-que-faz-
1024x576.jpg

Para qualquer coisa que queiramos aprender hoje em dia, existem montanhas e mais montanhas
de conteúdo, matérias importantes, outras, nem tão importantes assim, vídeos, gráficos,
entrevistas, explicações, mais matérias, tanta coisa, que podemos passar anos a fio lendo tudo e
não sairemos do lugar.

Como todo este caos de informação se ordena e se transforma em um material didático


prontinho para aprendermos?

Essa missão é desenvolvida pelo Designer Instrucional, uma profissão que teve origem na
segunda guerra mundial – quando os EUA desenvolveram materiais de treinamento para os
soldados utilizando os princípios da instrução, aprendizagem e comportamento humano – mas
que continua a ser bastante importante para o desenvolvimento e pessoas e organizações.
A função do Designer Instrucional, resumidamente, é a de projetar e desenvolver experiências de
aprendizagens e exercícios. Ele certifica-se de que o aluno está realmente aprendendo o conteúdo
que está sendo ensinado.
Ele sabe a fundo como as pessoas aprendem. Então, cria maneiras de como transmitir o conteúdo
que deverá ser ensinado, de um jeito que fique fácil do aluno entender e tirar maior proveito das
aulas.
O Designer Instrucional colhe todo o conteúdo a ser ensinado, e identifica o que é necessário que
o aluno aprenda. A partir daí ele traça os objetivos do curso e segue algumas etapas até a
implantação dele:
- Reescreve e revisa o conteúdo de acordo com as necessidades de aprendizagem;
- Estrutura deste conteúdo e as atividades;
- Cria materiais de apoio (vídeos, gráficos, slides, sons para EAD);
- Desenvolve avaliações;
- Adapta materiais de um formato para outros.
Para um curso ter real eficiência, ele precisa se adaptar ao meio que será transmitido. Na internet
não é diferente, pois ela possui inúmeras formas de interações, e um Designer Instrucional deve
saber ao certo quais são as melhores para a aprendizagem de cada matéria. Graças a isso, e ao
crescimento do mercado de escolas EAD, essa profissão tem crescido muito no Brasil.
Um conteúdo de aula presencial, não pode ser passado para o aluno da mesma maneira em um
curso online. O aluno tem outro perfil, e a dinâmica é muito diferente. Presenciais não existem
distrações para concorrer com o curso. Já online, existem várias abas do navegador é preciso
vencer para ganhar a audiência, prender a atenção do aluno e ainda fazer com que ele aprenda.
Um dos objetivos dos EADs é que o aluno aprenda rápido, e isso se torna possível com um
design instrucional bem planejado.
Esse é o trabalho do Designer Instrucional. Transformar da melhor maneira possível conteúdos
complexos em matérias fáceis e gostosas de estudar. O que é bom para a escola, para o professor
e, claro, para o aluno, que só tem a ganhar com cursos com cada vez mais de qualidade.
O professor passa a atuar como ponto de equilíbrio do processo organizacional da sala de aula,
tendo ele a necessidade de compreender e organizar de maneira esquemática as informações a
ser passada em cada área do conhecimento, e para a organização deste sistema o professor tem a
função de provocar os questionamentos e tensões sobre o nível de absorção de aprendizado.
As estimulações dos alunos deverão se basear em atividades para facilitar a organização das
informações e outras para estimular a superação individual na obtenção do conteúdo.
A tendência é que um dia todos os sistemas de aprendizado estejam conectados uns aos outros
através da web e este estado de formação se transformará em uma única e a conexão virtual entre
todas as áreas do conhecimento.

Área de atuação do Educador Virtual

Nesta nova técnica de ensino/aprendizado o professor precisa se adaptar ao uso desta nova
modalidade de sala de aula, o aluno possui contato direto e constante com o professor, porem o
uso da tecnologia como meio de comunicação se torna constante e fundamental para a
aproximação entre aluno e professor, em outras situações os alunos realizam as famosas mesas
redondas virtuais, ou seja, a formação de grupos de estudos e para realização de trabalhos
acontecem através da ferramenta virtual de aproximação.
A veiculação do aprendizado à distância foi sendo introduzido aos poucos na metodologia de
aprendizado e ensino, as aulas a distância já vinham acontecendo ao longo de cursos que
utilizavam laboratórios na aplicação de seus conteúdos, pouco a pouco o professor foi se
adaptando a elaboração de material para o aprendizado envolvendo cada vez mais um número
crescente de alunos em um mesmo grupo com interesse de aprendizado em comum.

METODOLOGIA

O artigo em referência foi elaborado através de leitura e interpretação de conceitos


teóricos do acervo bibliográfico de referência citado ao final do trabalho, o balizamento
teórico para a criação da ideia de atuação do designer instrucional teve também o
suporte de textos de renomados autores que levaram ao debate o assunto de como a
revolução tecnológica e a globalização exige criatividade no planejamento do ensino a
distância, e a utilização de dados bibliográficos referente as mídias a influência que
trazem para a educação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O planejamento e a gestão do ensino superior na construção do conteúdo didático e na


elaboração do material para transmissão de conhecimento é uma competência nova e exigente
para os educadores da atualidade, por isso a dificuldade que muitos têm para realizar essa tarefa,
pois não estão acostumados a fazê-lo associado com a evolução da tecnologia da informação,
além disso, como vimos no artigo ele necessita de uma linguagem diferente da acadêmica
convencional para aproximar aluno, professor e conteúdo, em uma parceria separada pela
distância na qual ainda não estamos habituados, desenhar este modelo de educação é na verdade
uma tarefa árdua já que as interfaces do ensino evoluem de maneira rápida e dinâmica, quando
nos damos conta já é diferente a maneira que debatemos o mesmo tema com pessoas diferentes,
a capacidade de interação com terceiros passa a seguir um roteiro desenvolvido através da
capacidade de percepção e absorção de cada um, não podemos analisar o desempenho como um
todo, de maneira geral a busca por excelência no planejamento instrucional será constante e
incansável, pois a versatilidade e a capacidade do aluno no aprendizado estará eternamente
ligado ao processo criativo de quem planeja a maneira que o conhecimento será
disponibilizado para o público e a forma de acesso ao conhecimento educacional planejado.
A referência do texto traz na verdade a maneira como o planejador estará se aproveitando
de recursos tecnológico para elaboração do seu plano básico de ação, as mudanças de estratégias
estará sempre em pauta quando o assunto em questão mudar de direção, em alguns conteúdos,
ainda que seja de maneira pratica, a maneira de como agregar valor ao conhecimento estará
sempre relacionada às características do público alvo, levando o escopo do planejamento para a
materialização do conteúdo didático através da instrução educacional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MORAN, José Manuel. Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias. Texto
publicado nos anais do 12º Endipe – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, in
ROMANOWSKI, Joana Paulin et al (Orgs). Conhecimento local e conhecimento universal:
Diversidade, mídias e tecnologias na educação. Curitiba: PR, 2004.

ANDREA CRISTINA FILATRO; SABRINA M CAIRO BILESKI - Produção de conteúdos


educacionais - Edição 1 - São Paulo - Editora Saraiva – 2015

BEHAR, Patricia Alejandra. Modelos Pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre:


Artmed, 2009.

FILATRO, Andrea. Design instrucional contextualizado: educação e tecnologia: Editora Senac


São Paulo, 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).

RICARDO, Eleonora Jorge; DIAS, José Carlos Vaz. Questões relevantes do ensino a distância e
seus efeitos (implicações) no direito da propriedade intelectual. In: SILVA, Marco Antonio
(Org.). Educação Online. São Paulo: Edições Loyola, 2012. p. 453-462. SILVA, Robson Santos
da. Gestão de EAD: Educação a distância na era digital.

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