Aprendizagem Baseada em Projetos

02/04/2024, 17:08 Aprendizagem baseada em projetos
Aprendizagem baseada em projetos

Profa. Jeciane Golinhaki
Descrição
Você conhecerá a relevância da estratégia de aprendizagem baseada

em projetos e as etapas necessárias para sua aplicação adequada com
estudantes do ensino superior.
Propósito
O domínio de novas estratégias de ensino que coloquem os estudantes

efetivamente em ação é fundamental para os professores que precisam
educar futuros profissionais, especialmente diante dos desafios de um
mundo hiperconectado.
Objetivos
Módulo 1
Aprendizagem baseada em
projetos e ensino por
competências
https://educare.smartlms.com.br/pluginfile.php/245976/mod_scorm/content/1/index.html# 1/41
Reconhecer, no desenvolvimento de competências, as estratégias de

ensino-aprendizagem baseadas em projetos.
Módulo 2
Etapas da aprendizagem baseada

em projetos
Elaborar, de forma assertiva, propostas de aprendizagem baseadas

em projetos.
Módulo 3
Como tornar a aprendizagem

baseada em projetos realidade
Identificar formas de ampliação do repertório docente para
prevenção de falhas no percurso da aprendizagem baseada em
projetos.
meeting_room
Introdução
Você não precisa ser um expert em projetos para reconhecer que,
em seu cotidiano, já teve de projetar muita coisa para superar
desafios que surgem no meio do caminho. Tente se lembrar da
última vez em que passou por um grande desafio. Pode ser que,
naquele momento, você não tivesse todas as respostas e, por
isso, precisou pesquisar, conversar com outras pessoas, munir-se
de ideias e informações relevantes que fizeram você refletir,
ampliando seu repertório, até que sua criatividade apontou

saídas, respostas e algum percurso pelo qual decidiu caminhar.
Assim como em nossa vida pessoal ou profissional, em que

caminhamos de projeto em projeto, as empresas, as instituições,
os sistemas políticos, as nações e a ciência também se movem a
partir de problemas reais que, por sua complexidade, precisam de
etapas, pessoas e informações plurais, na busca por respostas,
ideias e soluções que permitam a mudança acontecer.
A aprendizagem humana se estabelece de forma ativa: ao andar,

falar, escrever e até mesmo ao gerenciar projetos, somos
protagonistas de nosso aprendizado. Um docente que estrutura e
executa um semestre para criar espaços de aprendizagem para
os estudantes, com foco em determinados objetivos, também
está projetando. No processo de formação acadêmica, isso não é
diferente. Quando somos mobilizados e desafiados a explorar
novos conhecimentos e a enfrentar desafios complexos,
efetivamente, aprendemos.
Neste conteúdo, descubra uma poderosa estratégia para envolver

estudantes em aprendizagens profundas e relevantes: a
aprendizagem baseada em projetos. Você vai reconhecer os
motivos da implementação dessa estratégia na formação de
acadêmicos e futuros profissionais. Afinal, é imprescindível
entender as etapas que definem uma intervenção didática por
projetos para realizar um planejamento de execução, a fim de
aumentar a eficácia com os estudantes.
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1 - Aprendizagem baseada em projetos e

ensino por competências
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer, no
desenvolvimento de competências, as estratégias de ensino-
aprendizagem baseadas em projetos.
Ensinar e aprender por

competências
Ao pesquisarmos as Diretrizes Curriculares Nacionais, estabelecidas
pelo Ministério da Educação (MEC) para os cursos de graduação nos
quais lecionamos, veremos que existem itens normativos que
apresentam uma relação de quais são as competências esperadas dos
egressos, ou seja, daqueles que concluem determinada formação no
ensino superior.
As mudanças na complexidade das relações sociais, principalmente

após a década de 1970, impactaram o mundo do trabalho. Por isso, o
ensino baseado em competências tornou-se uma necessidade, em
contraponto ao ensino tradicional, baseado no conteudismo e na
simples memorização de informações.
O modelo de ensino por competências nos proporciona

uma referência confiável para avaliar o nível de
compreensão que as ações humanas devem ter,
considerando o valor do conhecimento, da habilidade e
da atitude.
Ao analisar qualquer ação competente, ou seja, qualquer competência,

percebemos que é essencial possuir conhecimentos e dominar
procedimentos simultaneamente. Em nenhuma ação humana esses
elementos surgem de forma isolada, pois é impossível lidar com os
desafios da vida sem empregar estratégias e habilidades em relação a
fatos e conceitos, inevitavelmente orientados por princípios de ação
com caráter atitudinal. Assim, um ensino baseado em competências,
conectado com os desafios do presente e do futuro, precisa de
professores conduzindo aulas que:
Tenham como foco as

habilidades práticas.
Promovam aprendizagem
centrada no aluno.
Proponham currículo flexível.
Instiguem a colaboração e o
trabalho em equipe.
Potencializem a conexão com o

mundo real.
Desenvolvam nos estudantes a

capacidade para o aprendizado
contínuo.
A cada três anos, o Fórum Econômico Mundial publica um relatório

chamado The Future of Jobs. No relatório de 2023, as 20 principais
competências destacadas como de alta relevância para profissionais

que atuarão em diferentes carreiras nos próximos anos são:
Pensamento analítico
Pensamento criativo
Resiliência, flexibilidade e agilidade
Motivação e autoconhecimento
Curiosidade e aprendizagem ao longo da vida
Alfabetização tecnológica
Serviços de orientação
Gerenciamento de recursos e operações
Inteligência artificial e big data
Leitura, escrita e matemática
Confiabilidade e atenção aos detalhes
Empatia e escuta ativa
Liderança e influência social
Controle de qualidade
Pensamento sistêmico
Gestão de talentos
Design e experiência do usuário
Multilinguismo
Ensinar e orientar
Programação
Esse rol de competências mais requisitadas em âmbito global

intensifica a necessidade de realizar estratégias ativas que realmente
possibilitem aos estudantes espaços para desenvolver, além de
habilidades técnicas, aprendizagens de aspectos emocional e inter-
relacional.
Diferentemente de conteúdo, competência não é algo

que se ensina apenas transmitindo. É uma
aprendizagem que se promove em espaços nos quais

os estudantes encontram oportunidades para
desenvolvê-la.
Segundo Dewey (2008), considerado o educador precursor da

aprendizagem vivencial por projetos, se ensinarmos os alunos de hoje
da mesma forma como ensinamos os de ontem, roubamos deles o
amanhã. Nesse sentido, a aprendizagem baseada em projetos (ABP) é
uma estratégia eficiente para desenvolver nos estudantes competências
relevantes, e que podem agregar valor na formação dos futuros
profissionais.
Ensinar e aprender
aplicando aprendizagem
baseada em projetos
Características da ABP
Confira como Bender define a aprendizagem baseada em projetos!
A aprendizagem por projetos pode

ser definida pela utilização de
projetos autênticos e realistas,
baseados em uma questão, tarefa
ou problema altamente motivador e
envolvente, para ensinar conteúdos
acadêmicos aos alunos no contexto
do trabalho cooperativo para a
resolução de problemas.
(Bender, 2014)
Perceba que, no conceito do autor, algumas expressões fundamentam

as características essenciais para que uma estratégia de ensino possa
ser considerada aprendizagem baseada em projetos. Veja quais são!
anchor Âncora e questão norteadora

Todo início de ABP deve estar ancorado em
informações (notícias, dados, sites, imagens e
evidências científicas) que despertem o interesse, a
curiosidade e a motivação dos estudantes. Outro
aspecto essencial é a definição de uma questão
que norteie a condução dos trabalhos na busca por
soluções e ideias.
diversity_3 Trabalho cooperativo

Esse tipo de trabalho é essencial para promover
aos aprendizes oportunidades de desenvolvimento
de habilidades como diálogo, escuta, divergência,
compromisso com pares, reciprocidade de talentos
e gestão do tempo.
follow_the_signs Desafio autêntico com situações

reais
Na ABP, os estudantes não simulam nem discutem
a partir de situações hipotéticas e ilustrativas. Eles
atuam diante de um problema real, que pode ser
solucionado por meio do trabalho coletivo e da
mediação do professor.
saved_search Investigação e inovação

Durante uma ABP, os estudantes são estimulados a
investigar, pesquisar, encontrar embasamento
teórico e científico para as soluções imaginadas. Se
os desafios são reais, as soluções precisam ser
factíveis e adequadas ao contexto proposto.
campaign Voz e escolha dos estudantes

Os alunos devem ter voz em relação a todos ou
alguns aspectos de como o projeto pode ser
realizado, além de serem encorajados a fazer
escolhas ao longo de sua execução.
grading Alinhamento curricular

Com a intencionalidade pedagógica adequada, o
professor vai precisar escolher se o projeto de ABP
servirá como um suplemento para uma ou mais
unidades de ensino, utilizando períodos menores de
dias ou semanas, ou como um substituto do ensino
de abordagem mais tradicional, ocupando um
período letivo por completo.
Ao observar essas características, o docente prioriza os movimentos

didáticos essenciais para conduzir a estratégia de aprendizagem
baseada em projetos. A seguir, veremos outras estratégias de ensino e
suas diferenças em relação à ABP.
ABP e outras estratégias de ensino

Ao aplicar a aprendizagem baseada em projetos, é comum surgirem
dúvidas ao realizar o planejamento de aula. Apresentamos aqui as
principais diferenças dessa estratégia em relação a outras estratégias
de ensino-aprendizagem, confira!
projetos não é estudo de caso
A metodologia de estudo de caso pressupõe a análise de determinado
contexto/narrativa seguido de perguntas norteadoras elaboradas pelo
professor. No entanto, essas perguntas não costumam sugerir a criação
ou construção de uma solução, método ou artefato que possa
efetivamente contribuir e impactar uma situação real.
projetos não é simulação
Nas simulações, o foco está em reproduzir uma situação ou um
contexto, permitindo que os alunos a vivenciem e tomem decisões
como se estivessem diante de desafios reais. Ao invés de produzir um
produto tangível, o resultado da aprendizagem em simulações está
relacionado com a experiência e reflexão dos alunos sobre as decisões
tomadas e com as consequências das ações durante a simulação.
Além disso, é importante ressaltar que aprendizagem baseada em

projetos não pode ser confundida com aprendizagem baseada em
problemas. Para entender melhor as diferenças entre essas abordagens,
confira a tabela!
Aprendizagem baseada em Aprendizagem baseada

projetos em problemas
Foco no desenvolvimento de
Foco na resolução de
projetos dedicados a melhorar
problemas específicos,
situações reais, por meio das
hipotéticos ou autênticos.
soluções desenvolvidas.
Abordagem mais abrangente,

Abordagem mais dirigida,
que envolve investigação,
com orientações
experimentação e aplicação de
fornecidas pelo
diversas habilidades e
professor.
conhecimentos.
Ênfase na interdisciplinaridade, A interdisciplinaridade é

integrando diferentes disciplinas opcional, mas não é
e habilidades. inerente à metodologia.
Aprendizagem baseada em Aprendizagem baseada

projetos em problemas
Tempo limitado para

Tempo estendido para planejar,
resolver o problema
executar e apresentar o projeto.
apresentado.
Tabela: Comparação entre tipos de aprendizagem.

Jeciane Golinhaki
video_library
Ensinar e aprender
aplicando aprendizagem
baseada em projetos
Neste vídeo, discutiremos as principais diferenças da ABP em relação a
outras estratégias de ensino-aprendizagem.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O ensino baseado em competências é considerado um fator

necessário diante dos desafios de um mundo em acelerada
transformação. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as
competências que compõem o rol principal para profissionais
atuarem no mundo do trabalho nos próximos anos são:
A pensamento criativo; flexibilidade e adaptabilidade;
liderança e influência social.
pensamento adaptativo; memorização; flexibilidade

B
cognitiva.
rigidez interpessoal; atenção aos detalhes;

C
motivação.
baixa sensibilidade e humanização; intuitividade

D
tecnológica; influência social.
menor intuitividade tecnológica; controle de

E
qualidade; pensamento analítico.
Parabéns! A alternativa A está correta.

No relatório de 2023, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, as
competências de criatividade, flexibilidade e adaptabilidade, bem
como de liderança e influência social estão entre as 20 mais
cotadas no futuro das profissões para os próximos anos.
Questão 2
A utilização da estratégia de aprendizagem baseada em projetos é

capaz de criar oportunidades para que estudantes desenvolvam
aprendizagens mais profundas e atinjam maior nível de
competências. No entanto, é preciso diferenciar essa abordagem de
outras estratégias para que suas características sejam observadas
no processo de aprendizagem. Sobre essas características da
aprendizagem baseada em projetos, é correto afirmar que
é uma abordagem ativa, que pode ser considerada

A
idêntica à aprendizagem baseada em problemas.
enfatiza a memorização de fatos e teorias com

B
maior protagonismo docente do que discente.
envolve a realização de projetos de curta duração,

C sem a necessidade de relevância prática, como
estudos de casos hipotéticos.
é uma metodologia na qual os alunos realizam

simulações profissionais para aplicar
D
conhecimentos e testar os fazeres da profissão,
podendo errar por meio de situações reais.
é uma abordagem ativa, que envolve a execução de

projetos de longo ou curto prazo, contextualizados
E
no mundo real, incentivando a aplicação prática do
conhecimento e o desenvolvimento de habilidades.
Parabéns! A alternativa E está correta.

Um fator determinante para que uma abordagem de aprendizagem
seja baseada em projetos é a exigência de conexão com o mundo
real. O problema enfrentado na execução do projeto precisa ser
algo que realmente impacte a vida das pessoas e das
organizações.
2 - Etapas da aprendizagem baseada em

projetos
Ao final deste módulo, você será capaz de elaborar, de forma
assertiva, propostas de aprendizagem baseadas em projetos.
Estruturação da proposta
Marco zero: definindo o escopo
Antes de apresentar o desafio aos alunos, é preciso que você faça um
recorte que o conecte aos temas de aprendizagens do componente
curricular extensionista ou disciplina. Pergunte-se: quais desafios e
problemas do mundo real se relacionam com os temas de
aprendizagem que compõem o plano de ensino? Em seguida, escolha as
aprendizagens desejadas e apresente aos alunos.
A partir dessa socialização, das trocas e do compartilhamento de ideias,

é necessário definir o escopo das aprendizagens e competências que os
alunos desenvolverão ao longo do semestre. Para isso, verifique quais
são os indicadores previstos nos documentos institucionais:
border_color
Plano de ensino.
cast_for_education
Planos de aula.
format_list_bulleted
Roteiro de aprendizagem extensionista.
more_horiz
Entre outros.
Considere investigar e diagnosticar a maturidade dos alunos para

processos de aprendizagem baseada em projetos, bem como o campo
de atuação disponível. Aspectos como gestão do tempo e definição de
prazo para o cumprimento de um cronograma efetivo, alinhados ao
calendário acadêmico, também devem ser considerados e respeitados.
Observe, na tabela a seguir, as diferenças entre o desenvolvimento de

projetos em perspectiva simples e complexa.
Projetos simples Projetos complexos
Curto prazo: poucos dias, de Longo prazo: semestral ou

duas a três semanas. anual.
Em geral, realizado
Realizado externamente
internamente na instituição
com e/ou na comunidade.
de ensino superior (IES).
Abordagem temática
Abordagem temática inter
disciplinar ou
ou multidisciplinar.
transdisciplinar.
Menor autonomia dos

Maior autonomia dos
estudantes: professor define
estudantes: decisões
produtos, atividades e ritmo
tomadas em conjunto.
do projeto.
Apresentações de
Apresentações direcionadas resultados direcionadas a
ao professor e à turma. especialistas e membros da
comunidade.
Tabela: Desenvolvimento de projetos.
Jeciane Golinhaki
Para organizar as equipes, é preciso tomar algumas decisões pensando

no perfil da turma. Considere, previamente, as possíveis dificuldades que
possam surgir com relação à disponibilidade dos alunos, da
comunidade, de recursos existentes, além da flexibilidade e dos ajustes
que possam ser necessários ao longo das atividades e do
desenvolvimento do projeto. Ao estruturar as equipes, é importante ter
mente algumas questões. Confira!
Toda a turma trabalhará em conjunto? Caso necessário, faça a

divisão por equipes.
As equipes terão tarefas distintas, ou o roteiro será o mesmo

para todos?
As equipes devem ser organizadas intencionalmente, com papéis e

atribuições individualizadas. Evite divisões baseadas apenas em
afinidades, dessa forma, os grupos se tornam diversos com relação a
gênero, à raça, idade etc. Buscar a diversidade e pluralidade de ideias e
expressões enriquece o processo, a partir da socialização de
singularidades. Por fim, estabeleça funções e tarefas individuais para
responsabilizar cada estudante ao longo das atividades.
Observe alguns exemplos de funções individualizadas (Cohen; Lotan,

2017) e que podem ser adaptadas além de, claro, ampliadas em suas
ações.
Focal expand_more
Responsável pela comunicação direta com o professor para

sanar dúvidas que surjam ao longo do processo.
Relator expand_more
Responsável por registrar e organizar os relatórios, evidências,

registros, atas, compilar dados, diários.
Coletor expand_more
Responsável por buscar informações externas, trazer referências

e fazer análise de dados.
Guardião do tempo expand_more
Responsável pela gestão do tempo de execução, ajustes de

agendas, verificação da participação de todos os integrantes,
controle de prazos e gestão do tempo.
Almoxarife expand_more
Responsável por buscar recursos, comprar materiais, organizar

impressões, disponibilizar espaço na nuvem e manter o
ambiente adequado para as atividades.
Conhecendo as etapas da
ABP
Para implementar a aprendizagem baseada em projetos no ensino
superior, destacamos etapas inspiradas e adaptadas de diversas obras
que tratam a ABP em contextos educacionais distintos. Essas etapas
estão descritas a seguir, confira!
Etapa 1
Preparação.
Âncora
Motivação
Vida real
Q tã ti
Questão motriz
Etapa 2
Equipe, timeline e critérios.
Brainstorm
Equipes de forma
Intencional
Responsabilidades
Metas e critérios
Avaliativos
Etapa 3
Pesquisa – primeira fase.
Coleta de informações
Análise de dados
Estudos
Mini-lições
Etapa 4
Primeira avaliação – criação e
desenvolvimento.
Apresentação de
protótipos/artefatos/
modelos/produções
Avaliar
Sugerir
Recalcular a rota
Etapa 5
Pesquisa – segunda fase.
Informações adicionais
Mi i li õ
Mini-lições
Estudos e
aprofundamentos
necessários
Etapa 6
Segunda avaliação –
apresentação.
Apresentações finais e
avaliações pelo professor,
pelos colegas, pela
comunidade,
autoavaliações...
Etapa 7
Publicação.
Dar publicidade,
valorizando todo o trabalho
realizado.
A seguir, vamos entender melhor cada uma dessas etapas.
Etapa 1: preparação
Busque uma âncora de sensibilização capaz de conectar os temas
estudados pelos alunos durante a realização dos projetos a partir de
uma situação real. Essa âncora pode ser uma notícia, dados
estatísticos, documentário, entrevista, imagens, visita exploratória,
depoimento de convidados, evidenciando situações e necessidades
autênticas para os estudantes buscarem soluções para o problema.
Defina uma questão norteadora que se conecte à âncora. Ela precisa ser
instigante, com a possibilidade de diferentes respostas, trazendo
dilemas da vida real compatíveis com a estrutura curricular descrita no
plano de ensino. Posteriormente, promova um momento de
brainstorming para aguçar o pensamento criativo. Vejamos na tabela
algumas perguntas que podem promover um debate!
Pergunta Questão norteadora
Como a robótica e a
Como a robótica e a
automação poderiam mudar
automação mudaram
nossa cidade e seu
nossa sociedade no século
funcionamento no próximo
que passou?
século?
Como tornar a praça O que tornaria a praça/rua X

pública um espaço um espaço democrático de
democrático de convivência para a
convivência? comunidade do bairro X?
O que poderia ser feito por

Como diminuir os índices
profissionais do direito para
de violência doméstica no
diminuir os índices de violência
Brasil?
doméstica em nossa cidade?
Qual deve ser o plano de ação

Quais são os maiores
da empresa familiar X para
desafios de pequenas
alcançar um crescimento X
empresas familiares no
dentro dos próximos 12
Brasil?
meses?
Tabela: Questionamento – momento brainstorm.

Jeciane Golinhaki
Etapa 2: equipe, timeline e critérios

Faça combinados, determine a intencionalidade do projeto e elabore um
cronograma. Decida se o que será entregue como produto final é de
caráter livre ou se terá indicações básicas do professor. Lembre-se de
que produtos finais podem ter uma infinidade de formatos, como:
Modelo de prestação de serviço
Desenvolvimento de protótipos
Construção de artefatos
Produção de música, peça teatral ou poema
Gravação de documentário
Organização de evento
Elaboração de site ou rede social
Escrita de relatório profissional para terceiros
Definição de plano de ação para terceiros
Ao definir o produto, apresente o plano de avaliação, incluindo tanto

avaliações formativas — que permitem fornecer feedback durante o
projeto — quanto avaliações somativas — que fornecem aos alunos uma
avaliação final de seu desempenho.
Apresente com clareza os critérios de avaliação. Uma boa prática é

adotar a organização de avaliação por rubricas, confira os critérios de
avaliação para turma.
Conteúdo expand_more
Excelente: Apresenta informações detalhadas, precisas e

relevantes, que abordam todos os aspectos relevantes do
tema.
Bom: Contém informações adequadas, mas pode ser mais
detalhado.
Satisfatório: Há algumas informações relevantes, mas
faltam detalhes importantes.
Insatisfatório: É superficial, e faltam informações
relevantes.
Organização expand_more
Excelente: Tem uma estrutura clara, com introdução,

desenvolvimento e conclusão definidos.
Bom: É bem feita, mas pode melhorar na estruturação.
Satisfatório: É adequada, mas falta clareza.
Insatisfatório: É confusa, dificultando a compreensão.
Apresentação expand_more
Excelente: É cuidadosamente elaborada, com design

atraente e uso adequado de recursos visuais.
Bom: É bem feita, mas pode melhorar na escolha de

imagens e recursos visuais.
Satisfatório: Algumas partes são bem feitas, mas outras
são pouco atraentes.
Insatisfatório: É confusa e pouco atraente.
Etapa 3: pesquisa – primeira fase

Identifique quais conhecimentos os estudantes precisam adquirir para
realizar o projeto. Esse é o momento para pesquisas exploratórias,
minilições dialogadas, coleta e análise de dados, e fortalecimento de
embasamentos teóricos para a construção das soluções.
Indique leituras, defina e distribua tarefas, formule e aplique

questionários, faça demonstrações e promova rodas de conversa para
identificar lacunas de conhecimento.
Nesse contexto, a mentoria desempenhada pelo professor estabelece

trocas significativas e fortalece o propósito da aprendizagem.
Professor e estudantes em roda de conversa.
Etapa 4: primeira avaliação – criação e

desenvolvimento
Esse é o momento “mão na massa”, quando o protagonismo e a
autonomia dos estudantes precisam ser amplamente estimulados e
deve ser seguido de uma avaliação parcial do trabalho. Caso as equipes
estejam trabalhando de forma síncrona durante o horário de aula, sob
supervisão docente, evite rondas e observações constantes nos grupos.
Esteja disponível quando os estudantes solicitarem.
O docente facilitador da aprendizagem indica

caminhos para que as equipes encontrem as
informações que necessitam. Isso permite aos grupos
buscar e encontrar suas próprias soluções,
fortalecendo, assim, o desenvolvimento de

competências no trabalho em equipe.
Ao fazer a primeira avaliação, defina um momento para uma

apresentação prévia. Em conjunto, recalcule a rota, faça ajustes, sugira
modificações, verificando lacunas no aprendizado. Você pode introduzir
elementos de autoavaliação e avaliação entre pares, propondo reflexões
e mantendo o engajamento no processo.
Vejamos a sugestão de perguntas para uma autoavaliação, adaptadas a

partir da proposta de Bender (2014):
live_help Quais são, ao menos, os três pontos, aspectos ou

ideias que esse projeto deve conter?
live_help O projeto está completo? O que deve ser

adicionado?
live_help Posso adicionar quaisquer informações sem que

seja demais?
live_help Posso exibir esses conceitos de alguma outra

forma?
live_help Esse projeto é organizado e claro para o público?
live_help Os conceitos exibidos aqui relacionam-se entre si e

estão claros nesse projeto?
live_help O projeto reflete um trabalho pelo qual tenho\temos

orgulho de apresentar a comunidade?
live_help Com base nas respostas, que nota eu daria\nós

daríamos para o projeto, usando uma escala de 0 a
100? A nota 100 representa uma tarefa perfeita que
não poderia ser melhorada.
Na avaliação entre pares, uma ficha pode ser entregue aos colegas da
equipe para que façam a avaliação dos integrantes. Veja a proposta de
critérios de avaliação para cooperação.
Liderança e iniciativa expand_more
Peso: 25%
Insatisfatório: O membro do grupo desempenhou papel
passivo, dando poucas ideias.
Proficiente: O membro do grupo desempenhou papel ativo,
tomou a iniciativa e buscou ajuda quando necessário.
Avançado: O membro do grupo atuou de forma propositiva,
organizando e dividindo tarefas, verificando o progresso e
direcionando a condução do projeto.
Facilitação e apoio expand_more
Peso: 25%
Insatisfatório: O membro do grupo se mostrou indisposto a
ajudar outros colegas, fez críticas não construtivas ou
atrapalhou a execução das atividades.
Proficiente: O membro do grupo se mostrou disposto a

ajudar outros colegas, ouviu ideias e criou um ambiente de
trabalho favorável.
Avançado: O membro do grupo verificou de forma diligente
o andamento de todos, como cada participante estava
progredindo, e buscou ajudar.
Contribuições e ética de trabalho expand_more
Peso: 50%
Insatisfatório: O membro do grupo não participou do
trabalho, deixou de cumprir tarefas importantes e trabalhou
apenas em partes pouco significantes do projeto.
Proficiente: O membro do grupo estava preparado para
trabalhar, concluiu tarefas e obrigações dentro do prazo e
contribuiu a maior parte do tempo.
Avançado: O membro do grupo compensou o trabalho que
os outros deixaram de fazer e mostrou-se disposto a
empregar tempo significativo além do horário das aulas
para contribuir com o projeto.
Etapa 5: Pesquisa – segunda fase

Essa etapa é fundamental após a avaliação parcial. Nesse momento, os
estudantes serão orientados pelo professor a aprofundar
conhecimentos necessários para corrigir erros, realinhar rotas e fazer
ajustes no projeto. É preciso buscar a adesão da turma, evidenciando a
necessidade de ações de aprendizagem, veja quais!
Aulas dialogadas ou minilições.
Estudos individuais ou em grupo.
Investigações em outras fontes

de pesquisa.
Implemento de informações
faltantes para o sucesso do
projeto.
É o momento ideal para propor discussões, tarefas, resolução de

questões, observação de casos, demonstrações, inclusive aulas
desenvolvidas a partir de diagnósticos de aprendizagem, necessárias
para suprir lacunas no aprendizado.
Etapa 6: segunda avaliação – apresentação

Esse é o momento de dar feedbacks de acordo com os critérios de
avaliação e as indicações sobre o modelo de solução a ser apresentado.
O projeto é avaliado pelo professor, colegas e comunidade.
Estudantes do ensino superior estão se preparando para o mundo do

trabalho e, em breve, poderão exercer suas profissões em diferentes
contextos, impactando na vida de pessoas e organizações. Portanto,
desenvolver a capacidade de atuar em projetos e resolver problemas
complexos agrega valor às diversas atuações em suas trajetórias
profissionais.
Estudantes do ensino superior durante aula em auditório.
Etapa 7: publicação
Esta etapa é indicada para que os estudantes experimentem o impacto
das soluções desenvolvidas. Prestar atenção a este momento capacita
os estudantes como futuros profissionais, proporcionando satisfação
pessoal através do reconhecimento do trabalho.
Para dar publicidade a essas ações ou implementá-las, sugerimos

algumas alternativas que podem ser realizadas com o apoio do
professor, da instituição de ensino superior (IES) ou dos próprios

estudantes, confira quais!
Implementar/apresentar as soluções dentro da própria IES em

espaços coletivos de convivência.
Reunir especialistas da área para que a turma apresente e

possa se contagiar com dicas, histórias e pareceres de quem já
trilhou o caminho profissional há mais tempo.
Chamar a própria comunidade ao entorno da IES para

implementar as soluções.
Apoiar-se em redes sociais institucionais e dos próprios

acadêmicos como instrumentos de divulgação e ampliação da
divulgação das soluções.
Apresentar em organizações públicas, privadas e comunitárias

as iniciativas dos estudantes, buscando caminhos e parcerias
para implementá-las.
Convidar a imprensa local para noticiar o evento de

apresentação/implementação.
video_library
Conhecendo as etapas da
ABP
Neste vídeo, apresentaremos a potência de um debate consistente na
formulação de questionamentos a partir de uma pergunta norteadora
que se conecte à âncora.

Questão 1
Considerando que a condução de uma estratégia eficiente de

aprendizagem baseada em projetos está vinculada ao planejamento
de todas as etapas, assinale a alternativa que apresenta a etapa em
que há a primeira comunicação do docente com a turma.
Pesquisa inicial: estudantes vão aprofundar

primeiramente todos os conteúdos teóricos
A
necessários antes de entender o problema real
envolvido.
Marco zero: definição do escopo e escolha pelos

B estudantes dos objetivos de aprendizagem que
serão atingidos ao longo do projeto.
Preparação: momento dedicado a realizar análise de

C dados estatísticos para ampliar repertório dos
acadêmicos sobre o problema.
Preparação: apresentação da âncora junto da

questão norteadora, para que os estudantes se
D sintam motivados e ativem a curiosidade para
buscar alternativas em resolver o problema da vida
real.
Pesquisa inicial: busca ativa pelos estudantes sobre

E
os conceitos essenciais para resolução do
problema, a partir de hipóteses de solução
apresentadas pelo docente.
Parabéns! A alternativa D está correta.

A primeira etapa de preparação é fundamental para que o docente
consiga externalizar os aspectos de motivação e mobilização dos
estudantes, levando-os a se engajarem no processo.
Questão 2
A última etapa de uma estratégia de aprendizagem baseada em

projetos é a publicação ou implementação do que foi desenvolvido
pelos estudantes. Essa etapa se destaca na aprendizagem dos
acadêmicos por
possibilitar à instituição ter mais visibilidade na

A
mídia.
incentivar os acadêmicos a manterem um senso de

B
cooperação.
empoderar os estudantes, dando visibilidade a todo

C
esforço empreendido ao longo do projeto.
aumentar a visibilidade da instituição perante a

D
comunidade externa atendida.
gerar satisfação pessoal para o docente que

E
coordenou a atividade junto da turma.
Parabéns! A alternativa C está correta.

Os pesquisadores da área de metodologia por projetos destacam
que, quando os estudantes conseguem externalizar para além da
sala de aula ou dos muros da instituição aquilo que produziram,
tendem a se dedicar mais e, consequentemente, tornam-se mais

autônomos diante do reconhecimento.
3 - Como tornar a aprendizagem baseada em

projetos realidade
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar formas de
ampliação do repertório docente para prevenção de falhas no
percurso da aprendizagem baseada em projetos.
Superando desafios para a

aplicação da ABP
A partir de agora, você vai descobrir como desenvolver a capacidade de
antecipar objeções e resistências docentes e discentes para minimizar
impactos de ineficiência na aplicação da aprendizagem baseada em
projetos.
É comum que, por desconhecimento da estratégia por projetos, alguns

professores se amparem no senso comum para alegar a ineficácia da
metodologia. Esse é o momento para derrubar essa perspectiva
equivocada. Por isso, destacamos alguns mitos, seguidos de uma
resposta contrária, fundamentada em estudos sobre a ABP. Confira os
mitos destacados!
Mito 1 expand_more
Senso comum: estudantes que são conduzidos em processos de

aprendizagem baseada em projetos não aprendem conteúdos
exigidos em provas padrão, como exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM) e Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
(ENADE) ou concursos.
Contraponto científico: a aprendizagem baseada em projetos

cumpre uma meta frequentemente declarada por educadores ao
enfatizar a compreensão mais aprofundada dos conteúdos. As
pesquisas têm mostrado que essa abordagem resulta em níveis
mais elevados de processamento conceitual, compreensão mais
elevada de princípios, reflexão mais aprofundada e maior
pensamento crítico (Stepien; Gallagher; Workman, 1992; Thomas,
2000; Boaler, 2002; Geier et al., 2008; Strobel; Van Bar-Neveld,
2008 apud Bender, 2014).
Mito 2 expand_more
Senso comum: a aprendizagem baseada em projetos é menos

eficaz para estudantes que apresentam menor rendimento
acadêmico.
Contraponto científico: a aprendizagem baseada em projetos é

particularmente eficaz com alunos de baixo rendimento escolar,
tornando-se uma opção excelente para o ensino diferenciado de
estudantes com dificuldades (Stepien; Gallagher; Workman,
1992; Thomas, 2000; Boaler, 2002; Geier et al., 2008; Strobel; Van
Bar-Neveld, 2008 apud Bender, 2014).
Mito 3 expand_more
Senso comum: não é possível abordar todo o conteúdo da

ementa quando se opta pela aprendizagem baseada em
projetos.
Contraponto científico: não existem mudanças nos conteúdos

com a aprendizagem baseada em projetos. O que se propõe é
uma aprendizagem desses conteúdos a partir de sua vertente
funcional. Interessa que o aluno saiba utilizar os conhecimentos
das matérias convencionais em contextos variados. Não é
suficiente saber morfossintaxe, uma lei da física ou um conceito
matemático ou histórico. O que realmente importa é a
capacidade de aplicar o conhecimento na resolução de

situações ou problemas reais (Zabala; Arnau, 2014).
Ainda que docentes estejam conscientes sobre as vantagens que a

aprendizagem baseada em projetos pode proporcionar aos alunos,
tomar a decisão de aplicá-la pressupõe desafios que precisam ser
superados. A seguir, confira algumas questões reflexivas e dicas para
ampliar as possibilidades de efetividade dos projetos.
Ensinando todos os conteúdos curriculares do

plano de ensino
Ao optar pela aplicação da aprendizagem baseada em projetos, é
necessário que o professor organize uma linha de atuação para que os
estudantes investiguem, estudem e encontrem o embasamento teórico
necessário para avançar. Isso envolve fornecer indicações de autores,
textos ou tarefas essenciais. Dessa forma, o docente consegue apoiar o
desenvolvimento da autonomia na aprendizagem, usando como base o
norteamento necessário da disciplina ou do componente curricular
extensionista.
Atenção!
O professor deve esclarecer aos estudantes que, ao realizar projetos, o
foco não está apenas no conteúdo transmissivo, destacando que outros
saberes são promovidos durante a atividade. Assim, ampliam-se o saber
fazer, o saber ser – pois há possibilidade de autoconhecimento – e o
saber conviver, de forma cooperativa, para atingir objetivos comuns.
Também é preciso fazer pausas para avaliar as lacunas no

conhecimento dos estudantes. É necessário preparar espaços em que o
professor conduzirá aulas dialogadas, com apresentação de modelos,
testes e discussões fundamentais para recalcular a rota e dar um
direcionamento de estudos ou orientação teórica aos acadêmicos.
Confira a fala de Bender sobre a questão!
Se os professores inicialmente
temem que a adoção do ensino na
aprendizagem por projetos resulte
em menores escores de rendimento,
as pesquisas disponíveis já podem
deixá-los tranquilos; os alunos têm
um rendimento mais elevado no

ensino por meio da aprendizagem
por projetos do que no ensino
tradicional.
(Bender, 2014)
Motivando estudantes
Sabemos que propor alterações ao modelo tradicional de ensino pode
ser algo desafiador para alguns estudantes, mas é extremamente
necessário. Existe alguns motivos que explicam essa resistência por
parte dos alunos, confira quais!
filter_1
Alguns estudantes carregam uma vivência em que o modelo passivo-
transmissivo foi, muitas vezes, a única forma conhecida e
experimentada em sua trajetória escolar.
filter_2
A maioria dos estudantes do ensino superior possui uma rotina intensa
e alega não dispor de tempo extraclasse para se dedicar à sua formação
profissional.
filter_3
Estudantes podem apresentar lacunas de habilidades que não puderam
desenvolver ao longo de sua trajetória, como pesquisar, questionar,
dialogar, trabalhar em equipe, cooperar, ter autorresponsabilidade e gerir
o tempo.
Nesses casos, é imprescindível comunicar de forma assertiva os

objetivos do processo de aprendizagem baseada em projetos,
ressaltando quais serão os benefícios de desenvolvimento profissional
que os estudantes terão, inclusive como oportunidade para desenvolver
as habilidades mencionadas. Além disso, é importante mapear, por meio
de questionários com coleta de dados ou em rodas de conversa, quais
são as fragilidades e as potencialidades acadêmicas de cada aprendiz.
Atenção!
O professor que conduz uma aprendizagem baseada em projetos
precisa deixar claro para a turma que o espaço de aprendizagem é um
lugar seguro para erros, ajustes e imperfeições, e que se trata de um
processo flexível, no qual todos são ouvidos e relevantes. Caso o
professor identifique que a gestão do tempo é uma habilidade frágil em
muitos acadêmicos, é importante preparar um momento conjunto para
ajudar as equipes e os estudantes individualmente a encontrarem
espaços em sua rotina para realizarem as atividades, definindo horas
semanais e aproveitando melhor o tempo em sala de aula.
É imprescindível mostrar aos estudantes as competências previstas nas

diretrizes, bem como as listas indicadas em relatórios globais, como o
The Future of Jobs, além de outros relatórios ou pesquisas da própria
área de formação dos acadêmicos que apontem as habilidades
necessárias para o exercício da profissão no futuro. Confira a visão de
Cohen e Lotan sobre o assunto!
A primeira etapa ao introduzir o trabalho em

grupo na sala de aula é a de preparar os
alunos para situações de trabalho
cooperativo. É um erro assumir que crianças,
adolescentes ou adultos saibam como
trabalhar uns com os outros de uma maneira
construtiva. Existe uma grande chance de
que eles não tenham vivenciado um número
suficiente de experiências prévias bem-
sucedidas em tarefas cooperativas [...].
Embora muitos estudantes tenham passado
por níveis variados de contato com a
aprendizagem cooperativa, frequentemente,
não receberam uma preparação adequada.”
(Cohen; Lotan, 2017)
Uma das principais características da aprendizagem baseada em

projetos é sua autenticidade, por meio da resolução de problemas e
desafios reais. Para estabelecer parcerias com a comunidade, é
importante definir os espaços de atuação que os estudantes terão no
desenvolvimento do trabalho. Desafie a própria turma a procurar lugares
e pessoas (dentro de um prazo pré-estipulado) para que as atividades

sejam realizadas.
Estreando a metodologia
O desafio consiste em compreender e abordar a necessidade de
mudança, bem como reforçar as competências essenciais para os
professores atuarem em um ambiente conectado, global e digital, no
qual informações são facilmente acessíveis e de baixo custo. A fim de
manter a relevância e impulsionar a transformação social, é
imprescindível que novas competências sejam desenvolvidas.
Se os professores se restringirem a agir e aplicar somente as

habilidades que utilizavam antes da era da internet, seu papel
inevitavelmente se tornará cada vez menos relevante. Isso porque,
tradicionalmente, os professores assumiam uma função específica,
muitas vezes sem explorar todo o seu potencial transformador,
especialmente em sua relação com os jovens estudantes.
Ao ampliarmos nosso olhar para as competências dos professores,

além daquelas que eram praticadas até o final do século XX, torna-se
evidente que, no cenário atual, em que a informação é acessível a todos,
o papel dos professores passa por uma transformação, ao mesmo
tempo em que adquire ainda mais relevância. Por isso, se você é um
professor ou professora iniciante na aplicação dessa estratégia,
trazemos algumas dicas, confira!
filter_1 Inicie com um escopo de projeto simples, com

curta duração. Após essa experiência, será possível
verificar os erros e acertos, bem como fatores
eficientes na ampliação para formatos mais longos.
filter_2 Escolha uma parte de um componente curricular,

eleja até três objetivos de aprendizagem vinculados
a conceitos determinantes e apresente-os à turma.
filter_3 Seja transparente com a turma e busque a todo

tempo incentivar nos alunos a
t bili ã l ã ó i
autorresponsabilização em relação ao próprio
processo de aprendizagem.
filter_4 Motive os alunos com exemplos de profissionais da

área que se destacam por suas habilidades de
cooperação e solução de problemas.
filter_5 Converse com professores experientes em

aprendizagem baseada em projetos para trocar
ideias e receber orientações de quem já aplicou
possibilidades distintas e pode antecipar as
precauções necessárias.
video_library
Superando desafios para a
aplicação da ABP
Neste vídeo, apresentaremos estratégias para construir um ambiente
que possa promover a interação entre alunos, estabelecer vínculos com
os conteúdos estudados e relacionar sua aplicabilidade ao
desenvolvimento do projeto.
Questão 1
Assinale a alternativa que descreve corretamente uma maneira pela

qual os professores podem encontrar espaços para identificar
desafios reais e implementar as soluções desenvolvidas na
aprendizagem baseada em projetos.
Promover atividades extracurriculares sem

convergência com as diretrizes curriculares ou
A
componentes curriculares previstos no plano de
ensino.
Ignorar a comunidade externa e focar apenas nos

B desafios internos da instituição para a
Exigir que os estudantes identifiquem os desafios

C
sozinhos, sem orientação ou suporte.
Utilizar exclusivamente materiais didáticos

D predefinidos para criar os projetos da aprendizagem
baseada em projetos.
Estabelecer parcerias com a comunidade, definindo

E espaços de atuação para os estudantes aplicarem a
Parabéns! A alternativa E está correta.

Buscar parcerias com a comunidade ao entorno da instituição de
ensino superior é fundamental quando se trata do desenvolvimento
de aprendizagem baseada em projetos. Dessa forma, os estudantes
conseguem fazer conexões valiosas com o mundo real e com os
desafios da sua profissão.
Questão 2
Considerando o comportamento resistente de alguns estudantes

em relação à utilização da aprendizagem baseada em projetos, qual
dos motivos a seguir pode fundamentar essa resistência?
Falta de interesse no aprendizado para formação

A
profissional.
Excesso de tempo disponível para se dedicar à

B
formação profissional.
Vivência prévia do modelo passivo-transmissivo

C
como única forma de ensino conhecida.
Já ter desenvolvidas todas as habilidades

D
necessárias para trabalhar com projetos.
Abordagem da aprendizagem baseada em projetos

E
como um método tradicional e rígido de ensino.
Parabéns! A alternativa C está correta.

Muitas vezes, a falta de referência e vivências pessoais em
modelos mais ativos e protagonistas de aprendizado pode se tornar
um fator de resistência dos acadêmicos, não necessariamente por
não quererem participar, mas por sequer saberem o quanto aquela
experiência será relevante.
Considerações finais
A aprendizagem baseada em projetos pode se tornar uma estratégia

eficiente no desenvolvimento de competências relevantes para
acadêmicos e futuros profissionais.
Ao realizar seu planejamento, considere variáveis individuais para criar

um ambiente de aprendizagem significativo para todos. Projetar uma
aula requer compreender as pessoas envolvidas, desenvolver propostas
coletivamente e estar aberto a feedback e à adaptação contínua, visto
que as interações entre alunos, professores e comunidade definem os
resultados obtidos.
A competência projetual do professor ao dominar a aprendizagem

baseada em projetos e suas etapas é essencial para construir um
processo de aprendizagem significativo e coerente, levando em conta as
características e necessidades de cada aluno e turma, impulsionando-os
para os desafios das profissões e da vivência em sociedade diante de
um mundo hiperconectado.
headset
Podcast
Neste podcast, a professora Jeciane Golinhaki apresenta a
aprendizagem por projetos na prática e como o professor consegue
engajar, promover autonomia e desenvolver competências no processo
de mediação.
Explore +
Confira o TED Talk Kids, take charge (Crianças, assumam o controle), da
Professora Indiana Kiran Sethi. Nesse vídeo, ela mostra como conseguiu
a transformação na educação de milhares de crianças da Índia com a
aprendizagem por projetos, por meio da abordagem design thinking.
Consulte pesquisas que apresentam o uso da ABP em diferentes áreas

do ensino superior:
Administração – Percursos de inovação pedagógica: ensaios

investigativos da prática docente (PUCRS).
Engenharia de software – Uma abordagem prática apoiada pela

aprendizagem baseada em projetos e gamificação para o ensino de
engenharia de software (SBC).
Licenciatura – Aprendizagem baseada em projetos na formação de

alunos de um curso de licenciatura em Letras: estudo de caso em
uma instituição de ensino salesiana (PUC-SP).
Jornalismo – A percepção dos alunos sobre aprendizagem

baseada em projetos com a utilização de podcast – análise de
disciplina de graduação de um curso de Jornalismo (AIDU).
Referências
BACICH, L.; HOLANDA, L. (org.). STEAM em sala de aula: a
aprendizagem baseada em projetos integrando conhecimentos na
educação básica. Porto Alegre: Penso, 2020.
BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos: educação

diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2014.
BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem baseada em

projetos: guia para professores do ensino fundamental e médio. 2ª ed.
Porto Alegre: Artmed, 2008.
COHEN, E. G.; LOTAN, R. A. Planejando o trabalho em grupo: estratégias

para salas de aula heterogêneas. 3ª ed. Porto Alegre: Penso, 2017.
DEWEY, J. Democracia e educação. São Paulo: Ática, 2008.
PIANGERS, M.; BORBA, G. A escola do futuro: o que querem (e

precisam) alunos, pais e professores. Porto Alegre: Penso, 2019.
ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto

Alegre: Penso, 2014.
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02/04/2024, 17:08 Aprendizagem baseada em projetos

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Liderança e influência social

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Diferentemente de conteúdo, competência não é algo

aprendizagem que se promove em espaços nos quais

Segundo Dewey (2008), considerado o educador precursor da

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diversity_3 Trabalho cooperativo

follow_the_signs Desafio autêntico com situações

saved_search Investigação e inovação

campaign Voz e escolha dos estudantes

grading Alinhamento curricular

Ao observar essas características, o docente prioriza os movimentos

ABP e outras estratégias de ensino

Além disso, é importante ressaltar que aprendizagem baseada em

Aprendizagem baseada em Aprendizagem baseada

Abordagem mais abrangente,

Ênfase na interdisciplinaridade, A interdisciplinaridade é

Aprendizagem baseada em Aprendizagem baseada

Tempo limitado para

Tabela: Comparação entre tipos de aprendizagem.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

O ensino baseado em competências é considerado um fator

pensamento adaptativo; memorização; flexibilidade

rigidez interpessoal; atenção aos detalhes;

baixa sensibilidade e humanização; intuitividade

menor intuitividade tecnológica; controle de

Parabéns! A alternativa A está correta.

A utilização da estratégia de aprendizagem baseada em projetos é