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Introdução
No Brasil, o ensino de Design remonta à década de 30. Mas, foi sem dúvida nos anos
1950 que apareceram várias iniciativas de ensino do design moderno, com a
participação magistral de Carmem Portinho.
Em São Paulo, o curso do Museu de Arte de São Paulo - MASP foi inaugurado em 2 de
outubro de 1947, por Assis Chateaubriand e por Pietro Maria Bardi. No MASP é que o
design passou a ser sistematicamente tratado, seja em suas atividades didáticas e
exposições, seja nos seus equipamentos. O Instituto de Arte Contemporânea do MASP
foi uma das primeiras iniciativas no campo do ensino de desenho industrial no Brasil,
ou seja, foi a semente do ensino do design, de nível superior, no Brasil(NIEMEYER,
1998).
No Rio de Janeiro, o do Museu de Arte Moderna (MAM), foi criado no ano de 1948. A
idéia de criação desta instituição surgiu de um grupo formado por empresários e
membros da alta burguesia do Rio de Janeiro, alguns deles ocupando altos cargos
públicos, liderados por Raymundo Ottoni de Castro Maya.
Como design era uma área do conhecimento nova, não havia no quadro local docentes
capacitados ao seu ensino. o que resultou na utilização de profissionais formados no
exterior, ou mesmo de estrangeiros. Na época, esses docentes fizeram prevalecer a
estética formal racionalista da HfG - Ulm, o que restringiu o ensaio de novas
configurações formais dos produtos desenvolvidos (NIEMEYER, 2000, p. 105).
Portanto, o curso acabou por iniciar-se em contraposto ao seu objetivo inicial (construir
uma identidade nacional dos produtos), visto que não houve incentivo à reflexão crítica
sobre o próprio sistema produtivo da época. limitando-se, portanto, ao ensino por via
oral e meios práticos, traduzidos pela similitude com o que os mestres ensinavam
(Ibidem, p. 107).
Expansão dos cursos de Design
A primeira etapa de expansão dos cursos, ocorrida nos anos 1970, partiu de uma decisão
controversa de substituir os bacharelados e licenciaturas em artes plásticas, então em
crise, por uma solução mais moderna. A escolha recaiu sobre o design. Este tipo de
proposição e a pressa em montar os cursos refletiram-se na composição do corpo
docente. (LIMA & LIMA, 2003).
Além da dificuldade em lidar com os próprios problemas, esses professores foram
obrigados a acatar uma dupla restrição: o currículo mínimo centralizador imposto pelo
Ministério da Educação (MEC) e o formato único de estrutura curricular, que, na falta
de outras opções, tomava como modelo o da ESDI.
Numa segunda fase de expansão, a graduação sofre uma grande reviravolta promovida
pelo MEC, inicialmente com a abolição do currículo mínimo, e depois, com o término
da dicotomia programação visual (ou design gráfico) e projeto do produto (ou design de
produto). Assim, nasceram as novas habilitações de design de interiores, de moda, de
multimídia, e tantas quantas se fizerem necessárias.
Para gerenciar esse sistema, foram criadas as comissões de ensino da Secretaria de
Ensino Superior do MEC, cada uma composta por três membros, professores da área,
que, com consultores, fiscalizam as instituições e assessoram as decisões do Conselho
Nacional de Educação (CNE).
Assim sendo, identificaram-se alguns dos problemas que marcam o ensino de Design,
através das três pesquisas que abordam, de forma ampla, a estrutura de ensino de Design
no Brasil.
A maioria dos alunos que entra nas instituições de ensino de Design traz consigo uma
formação de segundo grau extremamente deficiente e uma baixa cultura geral,
excetuando-se os alunos que vêm da camada mais alta da sociedade. São mal
informados quanto à profissão que escolheram e raramente têm objetivos profissionais
claros. Um grande número desses alunos já ingressa desmotivado na instituição. Outros
tantos decepcionam-se com a estrutura do curso, com a formação dos seus professores,
com a falta de um programa coerente de avaliação. Desmotivando-se, no decorrer do
curso, vão engrossando os índices de evasão, que muitos atribuem aos altos preços das
mensalidades e à falta de perspectiva profissional.
Pós-graduação em Design
Produção Científica
O mesmo periódico, ao ser classificado em duas ou mais áreas distintas pode receber
diferentes avaliações. Isto não constitui inconsistência, mas expressa o valor atribuído,
em cada área, ao que o veículo publica de sua produção. Não se pretende, com essa
classificação, que é específica para um processo de avaliação de área, definir qualidade
de periódicos de forma absoluta.
Por exemplo: em 2007 certa revista obteve 597 citações, e nesse mesmo período
publicou 354 artigos, seu fator de impacto é 1.686. Então, quando o FI de um periódico
é 1, significa que os artigos da revista foram citados, em média, uma vez durante o
período medido. O FI é muito importante, pois apresenta a importância relativa de um
determinado periódico, ou seja, quanto maior for seu índice, tanto maior é sua
respeitabilidade na comunidade científica.
Considerações Finais
Este trabalho nos permite concluir que o processo de estruturação do ensino de Design
no Brasil, da ESDI até a atualidade, foi configurado segundo parâmetros de algumas
tradições acríticas, iniciadas na BAUHAUS e mantidas em Ulm.
No âmbito do design, o Brasil hoje contabiliza, aproximadamente, 85 cursos de
bacharelado em design de produto. Quando se incluem os cursos tecnológicos,
sequenciais nas áreas de design gráfico, digital, de moda, de interiores, de games, entre
outros, totaliza-se o número de 483. Conta, também, com poucas opções de stricto sensu
em Design. São 12 cursos de mestrado ao todo, três no estado de São Paulo (UNESP,
UAM, SENAC), dois no Rio de Janeiro (PUC-Rio e UERJ), três no Rio Grande do Sul
(UFRGS, UNISINOS, UNIRITTER, os cursos de Santa Catarina (UFSC), Paraná
(UFPR), Pernambuco (UFPE) e Minas Gerais (UEMG). Apenas a PUC-Rio e a UNESP
oferecem doutorado e são os programas melhores qualificados.
Perante todos esses desafios, acredita-se que cabe às instituições de ensino e fomento e
órgãos de estatais incentivar a constante atualização, por meio de seminários, estágios
programados, concursos e treinamentos intensivos, aos jovens acadêmicos, aos recém-
formados e aos profissionais atuantes. É preciso desenvolver parcerias de empresas e
instituições nacionais e internacionais com os cursos de design, para incentivar a
iniciação à pesquisa e a pesquisa aplicada, assim como promover a implantação de
cursos de pós-graduação voltados para as necessidades reais do país.