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Banco do Brasil apresenta e patrocina

9 de novembro de 2022
a 27 de março de 2023
Segunda e quarta a sábado – 9h às 21h
Domingo – 9h às 20h
Terça – Fechado

ENTRADA GRATUITA
Retire seu ingresso na bilheteria
ou no site bb.com.br/cultura

CENTRO CULTURAL
BANCO DO BRASIL
Rua Primeiro de Março, 66
bb.com.br/cultura | twitter.com/ccbb_rj | facebook.com/ccbb.rj | instagram.com/ccbbrj
Centro – Rio de Janeiro-RJ
20010-000 | tel. (21) 3808-2020 SAC 0800 729 0722 – Ouvidoria BB 0800 729 5678 – Deficientes Auditivos ou de Fala 0800 729 0088

“Nos termos da Portaria 3.083, de 25.09.2013, do Ministério da Justiça, informamos que o Alvará de Funcionamento
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS deste CCBB tem número 489095, de 03.01.2001, sem vencimento.”
Gaudêncio da Conceição, quilombola da comunidade do Angelim, Ticumbi em Festa de São Benedito, Conceição da Barra, es, c. 1989

Banco do Brasil apresenta “Walter Firmo: no verbo Essa intimidade magnetiza o olhar do público em
do silêncio a síntese do grito”, retrospectiva com- um passeio de cores, ângulos e luminosidade que
posta por mais de 260 imagens criadas pelo reno- desperta uma empatia única, ativa memórias e faz
mado fotógrafo carioca em seus mais de 70 anos de o espectador se reconhecer na poesia do cotidiano
atuação. Com curadoria de Sergio Burgi e Janaina construída pelo artista, do fotojornalismo às festas
Damaceno Gomes, a exposição esteve em cartaz no folclóricas tradicionais.
Instituto Moreira Salles, em São Paulo, e inaugura a Ao realizar esta exposição, em parceria com o IMS,
parceria entre a instituição e o Centro Cultural Banco o Centro Cultural Banco do Brasil presta homenagem
do Brasil, seguindo do Rio de Janeiro para Brasília a um dos expoentes da fotografia brasileira contem-
e Belo Horizonte. porânea e possibilita ao público o acesso a obras de
Firmo é responsável por fotografias icônicas – que reconhecido valor artístico e documental, promo-
revelam desde personalidades da música popular vendo a conexão dos brasileiros com a cultura.
brasileira a anônimos –, captadas com uma sensibi-
lidade ímpar, que se potencializa na sua identificação
com as pessoas, os lugares e as situações retratadas. Centro Cultural Banco do Brasil
Pixinguinha, Rio de Janeiro, rj, 1967

Walter Firmo: desajustar a realidade, reajustar o Brasil


Walter Firmo é um nome de referência na fotogra- A sua condição de fotógrafo, quantas vezes em
fia brasileira. Ao longo de sua trajetória, fotografou missão comissionada, jamais diminuiu o programa
tanto o que estava próximo, nas cidades e nas perife- rigoroso e emancipatório do artista que subverte as
rias das metrópoles, como chegou às lonjuras deste regras do jogo que pratica, exemplificando no seu fa-
imenso país, à sua “Amazônia de ninguém”, aos ritos zer uma peculiar teoria da fotografia, que soube cons-
e às festividades populares do Nordeste, buscando truir enquanto crítica da noção de realidade e objeti-
ancestralidades, construindo retratos, enquadran- vidade fotográficas, combatendo qualquer pretensão
do paisagens, revelando cotidianos, interpretando de uma neutralidade fotográfica num mundo onde
o Brasil como poucos o fizeram de forma tão coe- tão pouco a neutralidade existe. Em cada fotografia,
rente, abnegada e corajosa. Revelou as cores de um Firmo convida o espectador à “reflexão imediata so-
país, nessa sua paleta infinita, sempre ciente de que bre a realidade exibida e sobre o próprio ato de fo-
“o Brasil é um desvario de cor”, ao reivindicar, numa tografar”, consciente de que “o poder do olhar deve
brasilidade profunda, o esquecimento do “olho eu- influenciar as pessoas porque o ato de fotografar tem
ropeu e americano”. que ser político, e não um mero acaso instantâneo”.
O Instituto Moreira Salles guarda e preserva nos ao CCBB RJ e sua direção e equipe, pelo acolhimen-
seus acervos, em regime de comodato, o extenso to desta proposta de parceria em prol da cultura e
arquivo de Walter Firmo, sendo esta exposição um das artes na cidade do Rio de Janeiro. Agradecemos
momento relevante para a construção de um pon- igualmente a todas e todos que, no IMS e no CCBB RJ,
to de vista sobre esse arquivo, impulsionando a sua possibilitaram esta realização.
divulgação e propondo linhas de leitura e de inter- Exprimimos por fim a nossa incomensurável gra-
pretação. É uma ocasião rara para percorrer o tra- tidão a Walter Firmo. Toda a sua vida e todo o seu
balho do fotógrafo, reunindo quase três centenas de trabalho são um ensinamento único para aprender-
imagens, apresentadas inicialmente na sede do ims mos, através do seu olhar, a desajustar a realidade
em São Paulo. para reajustar o Brasil. Agradecemos todo o carinho
A exposição chega agora ao Rio de Janeiro, cida- e o imenso entusiasmo com o qual acolheu e acom-
de natal de Walter Firmo, através desta importan- panhou este projeto, toda a confiança que em nós
te parceria entre o Centro Cultural Banco do Brasil depositou para a construção deste olhar sobre a sua
(CCBB RJ) e o Instituto Moreira Salles (IMS RJ), que obra, que esperamos possa ser condigno da admira-
se inicia com este projeto e que, ao longo dos próxi- ção com que agora a homenageamos e a divulgamos.
mos quatro anos, permitirá a apresentação ao pú-
blico carioca de outras importantes exposições de-
senvolvidas pelo IMS, enquanto nossa sede na Gá- Marcelo Mattos Araújo
vea permanecer fechada para obras de expansão de Diretor-Geral
suas áreas de acervo e expositivas, para, após este Instituto Moreira Salles
período, voltarmos a receber o público no IMS RJ em
instalações renovadas e significativamente amplia- João Fernandes
das. Uma palavra particular de reconhecimento e Diretor artístico
agradecimento é devida, portanto, de nossa parte, Instituto Moreira Salles
Festa de São João, Cachoeira, ba, c. 1975

Walter Firmo se utiliza de recursos estéticos que na discrição de um monge, sem nenhum alarde, indu-
reforçam o caráter político de sua produção visual, zindo orgulho, altivez e dignidade aos negros brasilei-
como a encenação, o uso expressivo das cores, o re- ros. Este anseio de justiça remonta aos idos de Irajá,
trato, a nomeação dos sujeitos e a temática – famí- quando gerado, e, nascido em São Cristóvão, menino
lia importa, amigos importam, amores importam, ainda, viveu nas portas abertas das ruas de Cordo-
cotidiano importa, celebrar importa, iconicidade vil, Madureira, Parada de Lucas, Vila Rosely, Vaz Lobo,
importa. Oswaldo Cruz, Marechal Hermes, Coelho Neto, Bangu,
Em texto de 1989, publicado no livro Walter Nilópolis e Cachambi – toda sedução, enlevo e magia,
Firmo – Antologia fotográfica, o fotógrafo descreve, sob o sol e estrelas suburbanas, horizontes encanta-
em terceira pessoa, seu compromisso e engajamen- dos no seu olhar infantil.
to de longa data com a superação do racismo estru-
tural vigente no país: A trajetória visual de Walter Firmo tem origem, so-
bretudo, na Zona Norte do Rio de Janeiro, seu lugar
Desde a década de 1960, fotografa a comunidade ne- de origem e lugar de uma sociabilidade privilegia-
gra brasileira, prestando serviços a uma causa social da da comunidade negra, especialmente através do
que considera insuspeita. Já híbrido de José e Maria – samba, outra Pequena África na cidade, assim como
seus pais –, trabalha esta sociedade silenciosamente as tantas que encontrou em suas viagens pelo mundo.
Funcionários da casa de Lily Marinho, Rio de Janeiro, rj, c. 1976

A fotografia de Walter Firmo projeta realidades seu trabalho em termos de amorosidade, voltada
possíveis, destinos possíveis para cada um de nós. diretamente para o povo preto, mas também para
Talvez por isso seus retratos tenham se tornado os outros sujeitos que elegeu fotografar, pois o direi-
clássicos. Clementina de Jesus, Pixinguinha, Dona to a olhar é um direito de olhar, de se autoinscrever
Ivone Lara, Cartola, Candeia, Ismael Silva são, em e nomear o mundo.
seus dizeres, “ícones do povo”. A noção de “ícone” Uma diferença entre Firmo e outros fotógrafos é
vem do campo religioso. São imagens de adoração, a amplitude do que fotografou. Tendo acesso a todas
que, como destaca Nicole Fletwood, não são “ape- as regiões do país, dialogou tanto com a cultura ur-
nas uma representação do sagrado, mas elas mes- bana quanto com a cultura rural brasileira, em suas
mas um modo de oração”. Para a autora, os ícones mais distintas dimensões, mostrando a complexida-
negros, que na cultura popular são as celebridades de da composição racial/cultural brasileira e a mul-
com poder de permanência no circuito cultural, tiplicidade negra em seus mais variados contextos.
fazem “parte da produção e da circulação de uma Certamente ter as primeiras lições de fotografia
narrativa racial” sempre em disputa. em casa, com seu pai, José, um homem negro ama-
Se, numa sociedade racista, a norma é o ódio e o zônico cosmopolita, teve um impacto profundo nas
auto-ódio, como nos mostram os trabalhos de auto- tentativas de autoinscrição de Walter Firmo. Talvez
res como bell hooks, Frantz Fanon e Virgínia Bicudo, ali tenha brotado também uma lição dessa amo-
amar a negritude compreende um percurso neces- rosidade reivindicada por ele e por autoras negras,
sário de cura. Não é à toa que Firmo define a cor em como bell hooks.
Praia da Macumba, Rio de Janeiro, rj, 1994
Tio de Walter Firmo (Daniel Baptista), Loirá, pa, 1970

Walter Firmo realizou no Brasil, em meados dos dadosamente dispostos em torno de uma narrativa
anos 1960, procedimentos e investigações no cam- teatralizada e preconcebida.
po da linguagem que o colocam numa perspectiva Nesse processo, Firmo construiu muitas de suas
muito próxima, por exemplo, de trabalhos como os imagens organizando e justapondo, a céu aberto ou
do fotógrafo canadense Jeff Wall, em especial aque- em espaços interiores, personagens, fundos e ob-
les que recorrem à teatralidade e à encenação. To- jetos, retratados em configurações específicas. Ce-
mando como referência direta obras clássicas da nas dirigidas por ele, sempre afetuosas, intensas e
pintura – em Firmo, as de Alberto da Veiga Guig- vibrantes, produzem imagens icônicas, como as de
nard e Heitor dos Prazeres; em Wall, as de Eugène Pixinguinha, João da Baiana e Clementina, realiza-
Delacroix e Edouard Manet –, muitos dos trabalhos das para uma reportagem sobre o samba carioca
de ambos são construções de retratos e cenas, ela- publicada na revista Manchete em 1967. Ou ainda os
boradas conscientemente pela fusão da encenação e retratos de seus pais, acompanhados dos netos, ba-
da direção de cena com a frontalidade e a singulari- seados nos quadros Família do fuzileiro naval (1935)
dade da documentação figurativa e direta, caracte- e Os noivos (1937), de Alberto da Veiga Guignard.
rística do processo fotográfico. Também são icônicos muitos de seus retratos de
Essas imagens incorporam um tempo expan- personagens menos conhecidos ou anônimos, como
dido que se contrapõe à instantaneidade e à frag- a imagem em preto e branco do pescador na cadeira
mentação narrativa do registro documental direto, de balanço, trazendo para o campo do pictórico uma
abolindo a presença do extracampo e a necessi- proposição formal e criativa a ser desvendada e es-
dade de contextualização da imagem testemunho. tabelecida no confronto e no diálogo entre a obra e
Elas realçam, em contraposição, a qualidade dos o observador/espectador. Encenação, singularidade
elementos eminentemente pictóricos dentro do e vernacularidade se fundem na linguagem poética
campo da imagem, organizados pelo autor e cui- construída por Firmo ao longo de sua trajetória.
Missa no povoado de Iauaretê, Alto Rio Negro, am, 1963
Festa de Bom Jesus da Lapa, ba, 2001

O trabalho de Walter Firmo não pode ser entendido mostram que o arquivo daquilo que a população ne-
como um discurso simples de elogio da brasilida- gra se tornou a partir de sua jornada diaspórica deve
de, da cultura popular, do nacional, da mestiçagem ser lido como patrimônio da história negra global.
ou da assimilação. Seu trabalho nos mostra o que Admirar as cores de seu trabalho por si só é algo
fizemos de nós mesmos, nas condições mais duras estéril. É preciso, antes de tudo, ter compromisso
e extremas de racismo e de desigualdade. Mais do político com as personagens apresentadas. Dian-
que uma memória da nação, o trabalho de Firmo faz te dessas imagens, precisamos nos perguntar se é
parte de um “arquivo fotográfico da diáspora”, como possível universalizar a humanidade a partir das
indica Tina Campt, ou também num patrimônio da personagens negras que Firmo apresenta ou se é
diáspora negra, como nos lembra Suely Carneiro. preciso recorrermos sempre às ideias de nacional,
Uma diáspora transatlântica, registrada por Firmo de mestiçagem, de brasilidade como uma forma de
no Brasil e em viagens para Cuba, Jamaica, EUA e licença para poder admirar a sua obra sem ferir os
Cabo Verde, através de imagens, aqui reunidas, que brios coloniais da branquitude.
Havana, Cuba, 1992

Walter Firmo estava com 30 anos quando foi passar nha postura nunca foi de usar o verbal, discursar em
uma temporada em Nova York, como correspon- uma mesa. Trabalho numa linguagem muda. A foto-
dente da revista Manchete. Um dia, o chefe de re- grafia se apropria disso. Através dessa sutileza, posso
dação mostrou a Firmo uma mensagem que tinha fazê-la gritar.
recebido de um jornalista que estava no Brasil. Nela,
o jornalista dizia não entender como a Editora Bloch Morando nos Estados Unidos em 1967, no auge do
podia ter enviado como correspondente internacio- debate sobre direitos civis, Firmo entrou em contato
nal um “mau profissional, analfabeto e negro”. com o trabalho de fotógrafos negros, como Gordon
A reação diante desse episódio explícito de ra- Parks e, em poucos anos, sua obra junto com a de
cismo veio em forma de indignação e de uma ade- Parks, James Van Der Zee, Moneta Sleet, Carrie Mae
são direta ao slogan black is beautiful [preto é lindo!], Weems, Januário Garcia, Peter Magubane, Seydou
que ocorreu em dois níveis: em seu próprio corpo, Keïta, Santu Mofokeng, Rotimi Fani-Kayode, entre
pela adoção do penteado afro; e em sua fotografia, outros, mudou a história da fotografia mundial.
ao construir ao longo dos últimos 50 anos, uma das Assim como eles, Firmo entende que é neces-
mais belas trajetórias visuais dedicadas à população sário “amar a negritude”, como propõe bell hooks.
negra em todo o mundo. Em uma reportagem pu- A autora explora o impacto das imagens odiosas so-
blicada em 2011 na Gazeta do Povo, Firmo declarou: bre o negro na construção de nossa subjetividade e
afirma que é imperativo uma mudança no campo
Era a época da pílula, dos Beatles, do Woodstock, do da produção visual que permita que pessoas negras
‘negro é bonito’. Deixei meu cabelo crescer, e come- possam acessar um repertório mais amplo de re-
çou a parte política do meu trabalho. Fui para as ruas, presentação de si. Firmo e os outros fotógrafos ci-
para as fábricas, para as festas profanas e para os mú- tados são algumas das pessoas que tiveram e tem
sicos, sempre dando ênfase para a negritude. Mas mi- papel decisivo na construção dessa mudança.
“Hoje este país é uma forja fotográfica,
nascida generosamente no gesto benfazejo
da luz tropical, impermeabilizando nossa
gente e revelando quimeras oníricas,
telúricas. E, se esta luz ‘estourada’ perpassa
sombras translúcidas – num outro código –,
revela-se, em plena claridade, nova relação
do homem com o tempo. Luxuriante,
afrodisíaca, a cor brasileira transa sua
sensualidade qual libertina, expelindo clarões
despudoradamente lascivos, vitrificando
tonalidades nos canteiros das cinco regiões.”
Walter Firmo

Cachoeira, ba, c. 2000

Iconicidade, luz e transcendência estão presentes na construída, encenada e teatralizada, como também
obra de Firmo tanto em retratos individuais e au- a força do registro documental direto e narrativo
tônomos de alta força simbólica como também em quando utilizado como olhar a contrapelo, olhar de
diversas imagens com características recorrentes. oposição, contravisualidade, construindo, por meio
Passíveis de eventuais justaposições e resultado do da fotografia em suas múltiplas vertentes, as sinta-
exame e do estudo de seu vasto acervo, surgem mo- xes e sínteses de mensagens capazes de penetrar as
saicos constituídos por diferentes imagens, em espe- estruturas sociais e culturais, transformando-as.
cial das festas populares de matriz afrodescendente. Em diálogo direto com seu processo específico
Muitas vezes, Firmo compõe essas fotografias por de produção de imagens, está sua escolha pela uti-
meio de recortes, grafismos e contrastes intensos de lização de filmes fotográficos diapositivos coloridos
cores e luzes, formando por aposição novos grafis- (slides e cromos), um processo fotográfico analógi-
mos e diálogos imagéticos impregnados de rastros. co que melhor representa a gama e amplitude das
Esses rastros, como sugere Vanessa R. L. de Sou- diferentes intensidades de luz e saturações de cor.
za, são “de uma África antiga e desconstruída devido a As imagens são avaliadas, selecionadas e editadas
conflitos internos gerados por ocupações inglesas, ale- pelo autor, depois do processamento em laborató-
mãs, belgas, francesas etc. Rastros de memórias cole- rio, diretamente sobre “mesas de luz” desenhadas
tivas ou individuais trazidas por cada escravizado que especificamente para esse fim. Um processo reali-
chegava ao Brasil. Rastros de conhecimentos trans- zado em todas suas etapas em torno e através da
mitidos através da tradição oral. Rastros de inventivi- própria luz. Como ressalta Firmo, “trabalhar essa
dades negras produzidas no Brasil durante séculos, a luz é ostentar o viço do esplêndido, desfrutando
partir da experiência no chamado Novo Mundo.” coloridamente todos os cenários e seus fundos in-
Em sua fotografia, Firmo intui e concebe tan- finitos, na pompa e no fausto cotidiano que o para-
to o poder de síntese narrativa da imagem única, íso é aqui”.
 ... no verbo do silêncio a síntese do grito

Esta sala da exposição é dedicada exclusivamente à da imagem única, construída, encenada e teatrali-
fotografia em preto e branco de Walter Firmo. É uma zada, como também a força do registro documen-
oportunidade única de fruição dessa sua produção tal direto e narrativo quando utilizado como olhar
ainda pouco conhecida e em grande parte inédita, a contrapelo, olhar de oposição e contravisualidade.
em especial em suas dimensões estéticas, formais e Outras séries fundamentais em seu trabalho,
autorais, estabelecendo um diálogo direto com sua como aquela produzida no final dos anos 1990 e iní-
vasta produção em cores, presente nas demais salas cio dos anos 2000 na praia de Piatã, em Salvador, são
da mostra. mostradas pela primeira vez nesta exposição. No
A cor é certamente uma das características cen- reduto de lazer da população preta da capital baiana,
trais da obra de Firmo, mas não a única. Ao com- Firmo fotografa ao longo de vários anos, em forma-
preender a produção visual como ato político, é na to 6 × 6 cm, cenas do cotidiano de ocupação daquele
expressividade de suas imagens por intermédio da espaço por famílias, casais, jovens e crianças negras,
encenação, das cores, da vocação retratista, da no- todos em pura fruição de um espaço público apa-
meação dos sujeitos, da temática (família importa, rentemente desprovido de elementos e signos que
amigos importam, amores importam, cotidiano im- caracterizem o racismo estrutural vigente neste
porta, celebrar importa, iconicidade importa) que país. Lidas em conjunto, as imagens parecem ope-
ele mostra como “nossas vidas são complexas”. rar no âmbito da suprarrealidade. Ao mesmo tem-
Como pode ser constatado nas imagens aqui reu- po que são documentais e diretas, configuram por
nidas, sua produção em preto e branco percorre os outro lado uma narrativa de aparente surrealidade,
mesmos compromissos do artista com a negritude. por confrontar o olhar naturalizado e hegemônico
Firmo realiza séries notáveis, como as imagens do que constrói e sustenta as narrativas prevalentes
universo da música popular, que incluem imagens da estrutura estamentária e racial do país, que sis-
de Clementina de Jesus, Pixinguinha e Cartola, entre tematicamente excluem e invisibilizam a possibili-
outros, muitas delas reunidas em vídeo nesta sala. dade de cenas como as construídas e reveladas por
Realizadas na primeira metade dos anos 1960, an- Firmo em Piatã.
tecedem as imagens icônicas em cores desses mes- Por meio de uma poética própria, a fotografia de
mos artistas, que Firmo viria a realizar anos depois. Walter Firmo constrói, em suas múltiplas verten-
Essas imagens dialogam com as demais séries tes, as sintaxes e sínteses de mensagens capazes de
em preto e branco, que percorrem os universos de penetrar as estruturas sociais e culturais, transfor-
afetividade e força pessoal e cultural dos indivídu- mando-as.
os retratados, bem como das manifestações e festas
populares em várias regiões do país. Elas revelam Sergio Burgi, curador
em Walter Firmo tanto o poder de síntese narrativa Janaina Damaceno Gomes, curadora adjunta
Cronologia de Walter Firmo
Andrea Wanderley

1937 onde conhece o jornalista e 1965 crescer no estilo black is


Carioca do Irajá, Walter Firmo futuro crítico musical Sérgio Sai do Jornal do Brasil e passa beautiful. Ao retornar ao
Guimarães da Silva nasce Cabral, que reencontra, a integrar a primeira equipe Brasil, passa a atuar de forma
em 1º de junho, filho único em torno de 1959, quando da revista Realidade, em São mais intensa no combate
dos paraenses José Baptista Cabral é repórter do Diário Paulo. à discriminação racial,
da Silva e Maria de Lourdes Carioca. Firmo credita a por meio da construção
Guimarães da Silva. Segundo ele e ao compositor e poeta 1966 de imagens icônicas de
Firmo, foi criado “sob as Hermínio Bello de Carvalho Em abril, é lançada a revista importantes nomes da cultura
estrelas suburbanas na altura seu livre trânsito pelo Realidade. A reportagem negra e da permanente
do Méier”. mundo do samba. “Brasileiros go home”, de valoração da população negra
Firmo e Luis Fernando do país em seu trabalho
1952-1954 1960 Mercadante, publicada na fotográfico.
Começa a se interessar por Começa a trabalhar no Jornal primeira edição, rendeu à
fotografia e consegue sua do Brasil no mês de janeiro, revista seu primeiro Prêmio 1971
primeira Rolleiflex. Faz um no momento de consolidação Esso de Reportagem. Volta É citado no verbete
curso na Associação Brasileira da reforma gráfica do para o Rio e vai trabalhar “Fotografia” da Enciclopédia
de Arte Fotográfica (Abaf). jornal, a partir do qual a na revista Manchete. Vendo Britânica. Sai da revista
Passa a fotografar a família fotografia passa a ter forte os ensaios fotográficos do Manchete e torna-se
e colegas de escola e bairro. protagonismo. Está presente fotógrafo norte-americano freelance.
Frequenta assiduamente a na primeira página do jornal David Drew Zingg, publicados
livraria e banca de revistas com grande destaque. na revista, passa a dedicar-se 1972
do aeroporto Santos Dumont, à cor, na qual se tornará um Começa a fotografar para a
onde folheia revistas 1961 virtuoso. indústria fonográfica e inicia
ilustradas internacionais, Participa da primeira sua pesquisa fotográfica
como Life, Paris Match e Oggi, exposição nacional de 1967 sobre as festas do folclore
analisando o trabalho de fotojornalismo, no saguão do Em 5 de janeiro, nasce brasileiro. Trabalha na revista
fotojornalistas estrangeiros, aeroporto Santos Dumont. Eduardo Firmo, seu filho com Veja como freelance.
ao mesmo tempo que lê Dionéia.
a revista O Cruzeiro, com 1963 Realiza suas icônicas 1973
trabalhos dos fotógrafos José Em 6 de agosto, nasce Aloísio fotografias de Pixinguinha, Com Klaus Mayer e Sebastião
Medeiros, Luciano Carneiro e Firmo, seu filho com Maria no quintal da casa do Barbosa, funda a agência
Jean Manzon, entre outros. do Carmo. músico, durante a produção Câmera 3, da qual sai em 1974.
de uma matéria para a Entre 1973 e 1982, é premiado
1955-1959 1964 revista Manchete, com o sete vezes no Concurso
Trabalha no jornal Última Publica a série de então repórter Muniz Sodré. Internacional de Fotografia da
Hora, inicialmente como reportagens “100 dias na É correspondente, durante Nikon.
aprendiz e depois como Amazônia de ninguém” no cerca de seis meses, da
fotógrafo profissional. Caderno B do Jornal do Brasil, Editora Bloch, em Nova York, 1974
Publica, entre 1957 e 1959, com textos e imagens suas. realizando reportagens De 1974 a 1979, trabalha na
artigos semanais na coluna Por esse trabalho, recebe o nos eua, México, Canadá, revista Veja. Lançamento do
“Atrás do gol” deste jornal. Prêmio Esso de Reportagem Jamaica, Haiti, República livro As escolas de samba: o
de 1963, o terceiro Dominicana, Porto Rico e quê, quem, como, quando e
1957 conquistado por profissionais outros países do Caribe. por quê, de Sérgio Cabral,
Serve no 1º Regimento de do Jornal do Brasil. Influenciado pelo movimento com fotos de Walter Firmo e
Infantaria do Exército, black power, deixa seu cabelo
prefácio de Lúcio Rangel, pela sucursal carioca da revista, 1991 fotos. Lançamento do livro
Editora Fontana. até julho de 1986. Fotografa Volta a trabalhar como Cadeia, sobre Graciliano
personalidades como Paulo freelance. Na primeira Ramos, escrito por Clara
1979-1980 Moura e Celso Furtado. exposição da Coleção Pirelli/ Ramos, filha do escritor, e
Trabalha cerca de nove meses Na IstoÉ de 31 de julho de Masp de Fotografia, são ilustrado com fotografias de
na revista Tênis Esporte, da 1985, publicação da matéria reunidas produções de Walter Firmo.
Rio Gráfica, sendo o autor da “Quando explode a vida”, sobre diversos fotógrafos, dentre
fotografia de capa da primeira Arthur Bispo do Rosário, eles Bob Wolfenson, Claudia 1994
edição: Pelé com duas bolas primeira reportagem sobre o Andujar, Mario Cravo Neto, Participa da exposição Ruas
de tênis no lugar dos olhos. artista na grande imprensa. Maureen Bisilliat, Otto do Rio – Caminhos da história,
Ganha o Prêmio Golfinho de Stupakoff, Sebastião Salgado no Centro Cultural Banco
1979 Ouro do Governo do Estado e Walter Firmo. Depois de do Brasil. Leciona no curso
Fotografa Clementina de Jesus do Rio de Janeiro na categoria expostas na mostra, as de jornalismo da Faculdade
na casa em que a cantora vivia Fotografia, pela “sensibilidade imagens são incorporadas à Cândido Mendes e também na
em Lins de Vasconcelos. de suas fotografias, em coleção, que integra o acervo Escola Foto in Cena, hoje Ateliê
especial, a poética do povo do Masp. da Imagem. Inauguração
brasileiro e sua realidade”.
1981-1984 das exposições individuais
Como freelance, trabalha 1992 Achados e perdidos, na Galeria
para estatais, como Furnas 1986 Começa a ensinar fotografia Cândido Mendes, e Paixão
e Petrobras, e também para É nomeado pelo ministro da na FotoRiografia, escola e morte segundo Walter
a indústria fonográfica. Cultura, Celso Furtado, diretor dirigida por Ivan Lima Firmo, no Centro Cultural
do Instituto Nacional de no Rio de Janeiro. Em da Light, ambas no Rio de
Fotografia, da Funarte, cargo Janeiro. Curador do i Salão
1982 que exercerá até 1991.
homenagem ao centenário
Finep de Fotojornalismo.
Com os fotógrafos Cafi, Pedro do escritor Graciliano
Em Paris, é inaugurada, Ramos, realiza uma Reintegrado à Funarte,
de Moraes e Miguel Rio
em novembro, a exposição exposição na Casa de Rui volta a trabalhar na área de
Branco, lança uma edição
Espelho rebelde: fotografia Barbosa, no Rio de Janeiro, fotografia, aposentando-
de 24 cartões-postais em
brasileira contemporânea, com fotografias que refazem se em 2007. Participa da
preto e branco sob o título Os
durante o festival o trajeto do escritor em exposição coletiva O negro
brasileiros, com prefácio de
Mês da Fotografia em Paris, Maceió, Palmeira dos brasileiro, na Universidade de
Darcy Ribeiro.
com curadoria de Pedro Índios e Quebrângulo. Miami, Flórida.
Vasquez, que reúne 12 No Festival de Junho de
1983 fotógrafos, Firmo entre eles. 1995
No Museu de Arte Moderna Zurique, é apresentada
A mostra é apresentada no exposição de diversos Suas obras participam
do Rio de Janeiro, é realizada
Museu de Arte Moderna do Rio fotógrafos brasileiros, da exposição Fotografia
Ensaio no tempo, exposição
de Janeiro em 1990. dentre eles Firmo e Rogério contemporânea brasileira,
retrospectiva de 25 anos de
Reis. Participa do Festival da coleção Joaquim Paiva,
carreira do fotógrafo. Sob a
curadoria de Zeka Araújo, são
1987 Fotofest em Houston, eua. no Centro Cultural do Banco
Nomeado conselheiro Associa-se aos fotógrafos do Brasil no Rio de Janeiro.
exibidas 200 fotografias em
do Conselho Nacional do Ana Jobim, Luiz Garrido Faz parte do primeiro grupo
cores e em preto e branco.
Direito Autoral. e Peter Feibert na agência que deixou registradas suas
A exposição é apresentada em
Econews Brasil. mãos no concreto do Muro
São Paulo, Fortaleza, Buenos
Aires, Curitiba, Havana e 1989 da Fama do Museu da Imagem
Cabo Verde. Publicação de Walter Firmo – 1993 e do Som, no Rio de Janeiro,
antologia fotográfica, pela Entre junho e dezembro, juntamente com Anselmo
Editora Dazibao. viaja de Parintins à ilha Duarte, Paulinho da Viola,
1984 Emilinha Borba e Jô Soares.
Coordena a Oficina Fotográfica de Marajó, na região
da iii Semana Nacional de 1990 amazônica, para retratar
Fotografia, em Fortaleza, Vai para Áquila, na Itália, para o povo e a natureza. O 1996
acompanhar a apresentação resultado é mostrado Publicação do livro Nas trilhas
e a oficina Como fazer uma
de artistas brasileiros, como na exposição Ribeiros do Rosa, pela Editora Scritta,
reportagem, no iii Colóquio
Caetano Veloso, Chico Buarque amazônicos, em Belém, e com fotos de Firmo e texto do
Latino-Americano de
e Gilberto Gil, no Festival depois no Rio de Janeiro. jornalista Fernando Granato.
Fotografia, em Havana, Cuba. 
Ecológico Último Grito. Criação do Projeto Foto in Eles refizeram as andanças
Firmo e o artista plástico Cena, a partir do encontro do escritor Guimarães Rosa
1985 Rubens Gerchman realizam de fotógrafos durante curso pelo sertão de Minas Gerais,
A convite de João Farkas, na
exposições em Moscou, ministrado por Firmo. Ao usando como guia a caderneta
época chefe da editoria de
em setembro. longo dos anos, o projeto de notas levada pelo escritor
fotografia da IstoÉ, começa
realiza eventos, organiza em suas viagens.
em julho a trabalhar na
uma escola e uma agência de
1997 fotografias de Firmo, seguido Recebe a Comenda Orilaxé 2013
Exibição do filme O Brasil por exposições no Rio de 2005, concedida pelo Afro Publicação do livro Walter
de Walter Firmo, de Ana Janeiro e em São Paulo e, no Reggae Grupo Cultural, em Firmo – Um olhar sobre Bispo
Lopes, na Cinemateca do ano seguinte, em Brasília, virtude do trabalho dedicado do Rosário, pela Nau Editora,
Museu de Arte Moderna, Belém e Vitória. à negritude brasileira. organizado por Flávia Corpas.
durante o Festival Nacional/
Brasilidade. São realizadas 2002 2006 2018
as exposições individuais Lançamento do curta- Concede entrevista para a Exposição O Brasil que merece
O Brasil de Walter Firmo, metragem Pequena África, série Depoimentos para a o Brasil, no Centro Cultural
na Galeria Arte Hoje, no Rio idealizado e dirigido por posteridade, do Museu da Vale, em São Luís, Maranhão.
de Janeiro, e Pixinguinha Zózimo Bulbul, do qual Firmo Imagem e do Som do Rio Em maio, o arquivo
e outros batutas, na foi o diretor de fotografia. de Janeiro. Participa da fotográfico de Walter Firmo,
Pinacoteca do Estado, Entre 2002 e 2007, frequenta e exposição Black Is Beautiful, com cerca de 140 mil imagens,
em São Paulo. fotografa cultos religiosos de na Bienal Internacional de passa a estar abrigado em
matriz africana. Fotografia de Amsterdã. regime de comodato no
1999 Instituto Moreira Salles.
Vive seis meses em Paris, 2003 2007
como parte do prêmio da Abertura da exposição No Centro Cultural da Justiça 2019
Bolsa de Artes do Banco individual Um passeio pela Federal, no Rio de Janeiro, é Inicia os trabalhos de
Icatu. Nos dois primeiros nobreza, na Pequena Galeria curador e um dos expositores organização do acervo no
meses, estuda francês e, 18, no Rio de Janeiro, com da mostra No ventre azul e Instituto Moreira Salles
nos quatro seguintes, sai flagrantes de vários artistas branco – Tempo de Iemanjá. e grava os primeiros
diariamente flanando e da música popular brasileira, Na Galeria de Arte LGC Arte depoimentos sobre sua
fotografando a cidade. Os como Cartola, Chico Buarque, Contemporânea, no Rio de vida e trajetória, em vídeos
registros são mostrados no Clementina de Jesus, Paulinho Janeiro, exposição reúne produzidos pelo fotógrafo
ano seguinte na exposição da Viola e Pixinguinha. Firmo trabalhos inéditos, em Egberto Nogueira.
Paris, parada sobre imagens, e o fotógrafo Haruo Ohara são comemoração aos 50 anos de
realizada na Galeria Debret homenageados na exposição carreira. Lançamento do livro 2020-2021
em Paris. da coleção Pirelli/Masp, na Álbum de retratos: Walter Recluso durante a pandemia,
Casa França-Brasil. Firmo, pela Editora Mauad, continua a trabalhar
2000 organizado por Cora Rónai. intensamente de forma
Curador do Módulo de 2004 remota na organização de
Fotografia Contemporânea Recebe a Comenda da Ordem 2008 seu acervo. Em paralelo,
na mostra Negro de corpo do Rio Branco, concedida Publica o livro Brasil: compartilha nas redes sociais
e alma, na Exposição do pelo Ministério das Relações imagens da terra e do povo, fotografias produzidas com
Redescobrimento Brasil Exteriores, e a Comenda da editado pela Imprensa Oficial seu telefone celular.
+ 500 anos, no Parque Ordem do Mérito Cultural, do Estado de São Paulo e
Ibirapuera, em São Paulo. concedida pelo Ministério da organizado por Emanoel 2022
Em outubro, inauguração da Cultura. Promove workshops Araujo. Curador do livro Exposição e catálogo Walter
exposição Inéditos de Walter de fotografia na França e África em nós, lançado pela Firmo – No verbo do silêncio
Firmo, na Galeria Câmara em Cuba, quando produz o Editora Assaoc. Exposição a síntese do grito, no IMS
Clara, no Rio de Janeiro. ensaio fotográfico Românticos Corpo e alma, na Galeria Imã, Paulista e no CCBB RJ, em
de Cuba. No Centro José de São Paulo. comemoração aos seus 70
2001 Bonifácio, na Gamboa, Rio de anos de prática fotográfica
Ministra a aula inaugural da Janeiro, é um dos fotógrafos 2010 ininterrupta.
oficina de fotografia, na Casa da exposição Dez artistas nota Participa do Festival Back 2
das Artes da Mangueira. No dez. Black, na Estação Leopoldina,
Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.
participa da exposição 2005
coletiva Negras memórias, Lançamento do livro Firmo 2011
memórias de negros – O fotografia pela Editora Bem- Exposição Véus na Galeria
imaginário luso-afro- Te-Vi, organizado por Lélia do Ateliê da Imagem, no Rio
brasileiro e a herança da Coelho Frota. A exposição de Janeiro, composta de 20
escravidão, organizada por Impressões digitais, na fotografias em preto e branco
Emanoel Araujo e apresentada Galeria do Centro de Cultura de sua autoria.
no ano seguinte na Galeria e Comunicação do Senac no
de Arte do Sesi, em São Rio de Janeiro, apresenta 2012
Paulo. Lançamento do livro fotografias digitais produzidas Nomeado embaixador do
Paris: parada sobre imagens, por Firmo durante uma turismo do Rio de Janeiro.
editado pela Funarte, com viagem para o sul do Brasil.
Realização Organização Produção
CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL INSTITUTO MOREIRA SALLES TISARA ARTE PRODUÇÕES

Patrocínio Curadoria Coordenação Geral de Produção


BANCO DO BRASIL SERGIO BURGI MAURO SARAIVA

Curadoria Adjunta Produção Executiva


JANAINA DAMACENO GOMES ANDRÉ FERNANDES

Assistente de Curadoria Projeto Expográfico e Identidade Visual


ALESSANDRA COUTINHO BLOCO GRÁFICO

Pesquisa Assessoria de Imprensa


ANDREA WANDERLEY BEATRIZ CAILLAUX |
MIDIARTE COMUNICAÇÃO
Consultoria
WALTER FIRMO Iluminação
BELIGHT
Ampliações e Impressões
NÚCLEO DE FOTOGRAFIA E NÚCLEO Montagem
DIGITAL IMS KBEDIM

Projeto Educativo Projeto Educativo


NÚCLEO EDUCATIVO IMS SAPOTI

Agradecimentos Transporte
BIZA VIANNA, CENTRO AFRO CARIOCA DE MILLENIUM TRANSPORTES
CINEMA, COLEÇÃO DE ARTE VISUAL DO
INSTITUTO DE ESTUDOS BRASILEIROS
(IEB-USP), EDUARDO FIRMO, EGBERTO
NOGUEIRA/IMAFOTOGALERIA, MARCIO
SCAVONE, MARIA DO LIVRAMENTO
MACHADO, MUSEUS CASTRO MAYA/IBRAM,
NABOR JR. E WAGNER FIRMO

Produção

Realização

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