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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

RAMON DE CARVALHO RIBEIRO CASTRO

AVALIAÇÃO DO MOMENTO MÍNIMO E DA EXCENTRICIDADE


ACIDENTAL PROPOSTOS PELA NBR 6118/2019

NOTA - 9,0

Prof. Sérgio Luís de Oliveira


Mestre em Estruturas

JUAZEIRO-BA
2020
RAMON DE CARVALHO RIBEIRO CASTRO

AVALIAÇÃO DO MOMENTO MÍNIMO E DA EXCENTRICIDADE


ACIDENTAL PROPOSTOS PELA NBR 6118/2019

Trabalho apresentado à Universidade Federal do


Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus
Juazeiro-BA, como requisito para obtenção do título
de graduação em engenharia civil.

Orientador: Prof. M.Sc. Sérgio Luís de Oliveira

JUAZEIRO-BA
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

FOLHA DE APROVAÇÃO

RAMON DE CARVALHO RIBEIRO CASTRO

AVALIAÇÃO DO MOMENTO MÍNIMO E DA EXCENTRICIDADE


ACIDENTAL PROPOSTOS PELA NBR 6118/2019

Trabalho apresentado à Universidade Federal do Vale


do São Francisco – UNIVASF, Campus Juazeiro-BA,
como requisito para obtenção do título de graduação
em Engenharia Civil.

Aprovado em: ____ de ___________________de 2021.

Banca Examinadora

_____________________________________________________________
(Sérgio Luís de Oliveira, Mestre, UNIVASF).

_____________________________________________________________
(Anderson Henrique Barbosa, Doutor, UNIVASF).

_____________________________________________________________
(nome, titulação e instituição a que pertence).
AVALIAÇÃO DO MOMENTO MÍNIMO E DA EXCENTRICIDADE
ACIDENTAL PROPOSTOS PELA NBR 6118/2019

EVALUATION OF THE MINIMUM MOMENT AND


ACCIDENTAL EXCENTRICITY PROPOSED BY NBR 6118/2019

Ramon de Carvalho Ribeiro Castro1


Sérgio Luís de Oliveira2

RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo sobre imperfeições geométricas locais,
com ênfase na excentricidade acidental em comparação com a aplicação do momento
mínimo em dimensionamento de pilares em concreto armado conforme a norma ABNT
NBR 6118/2014. O intuito é comparar os resultados obtidos entre o método de momento
mínimo de dimensionamento de pilares e excentricidade acidental e apontar as principais
diferenças entre eles.

Palavras-chave: Imperfeições geométricas locais. Excentricidade acidental.


Dimensionamento de pilares. Momento mínimo.

ABSTRACT
This work presents a study on local geometric imperfections, with emphasis
on accidental eccentricity in comparison with the application of the minimum moment in
design of reinforced concrete columns according to ABNT NBR 6118/2014. The
intention is to compare the results obtained between the method of minimum moment of
column design and accidental eccentricity and point out the main differences between
them.
Key-words: Local geometric imperfections. Accidental eccentricity. Design of columns.
Minimum moment.

Artigo recebido em xx/xx/2021 e aceito para publicação em xx/xx/xx

1 Graduando Engenharia Civil, Universidade Federal do Vale do São Francisco,


ramon.com.br@hotmail.com.
2 MSc., Professor Adjunto, sergioluis_eng@yahoo.com.br

.
1. INTRODUÇÃO

Os pilares são elementos estruturais em que o projetista deve-se ter o maior


cuidado ao dimensiona-lo pois requer uma série de avaliações, conhecimento teórico e
prático sobre o assunto por conta de efeitos que se não forem considerados podem levar
a estrutura a um desgaste não previsto, deslocamento excessivo e até mesmo a ruina,
assim como o posicionamento destes em relação as vigas e constituindo um elemento
aporticado (formando pórticos) que garantem uma certa rigidez, se fazendo resistente
contra ações verticais e horizontais tais como peso próprio e ação do vento, assim
conferindo maior estabilidade a estrutura. Por definição, pilar é um elemento linear (uma
dimensão preponderante perante as demais) disposto na vertical e predominantemente
comprimido (Kimura, 2017), podem ter a forma prismática ou cilíndrica, sendo que
usualmente temos seção transversal quadrada, retangular ou circular), com a dimensão
do comprimento bem maior que as outras duas. No dimensionamento, a norma NBR
6118/2014, os pilares são tidos como elementos lineares e em grande parte, isolados.

1.1 Função dos pilares

Edifícios comuns de pavimentos múltiplos, os seus pilares, de forma genérica,


possuem seção e armaduras constantes ao longo de cada tramo. Segundo Kimura os
pilares tem como função:
• Resistir às solicitações provenientes da aplicação das ações verticais na
estrutura e transmiti-las aos elementos de fundação;
• Resistir às solicitações provenientes da aplicação das ações horizontais na
estrutura;
• Auxiliar de forma significativa na manutenção da estabilidade global do
edifício, assim como garantir o adequado comportamento global da estrutura em serviço.

Os pilares são responsáveis por receber as cargas das vigas, que por sua vez
recebem as cargas das lajes dos andares superiores, acumular as reações das vigas em
cada pavimento e guiar esses esforços até as fundações, para que estas despejem até o
solo para que sejam dissipadas.
Como guia, tem-se as normas vigentes que orientam um profissional da
engenharia civil com parâmetros para cálculos, procedimentos e detalhamentos em geral,
no caso das estruturas de concreto armado é a NBR 6118/2014 – Projeto Estruturas de
Concreto – Procedimento. Essa já passou por algumas formulações ao longo dos anos e
atualmente se espera que saia uma nova versão atualizada e que englobem as novas
tecnologias relacionadas a área

1.2 Seção transversal dos pilares

Afim de evitar um mal desempenho e condicionar boas situações de


execução, a NBR 6118/2014, no item 13.2.3, estabelece que a seção transversal dos
pilares, independente da sua forma, não deve apresentar alguma dimensão menor que 19
cm. Em situações especiais, é permitida que a menor dimensão do pilar esteja
compreendida entre 19 cm e 14 cm. Porém nestes casos, é preciso multiplicar os esforços
finais de cálculo (esforço normal e momentos) empregados no dimensionamento dos
pilares por um coeficiente adicional 𝛾n de acordo com a Tabela 1. Em todo caso, a norma
não permite dimensionar pilares com seção transversal de área menor que 360 cm2. Esse
coeficiente é dado pela expressão:

𝛾n = 1,95 - 0,05b

Tabela 1: Valores do coeficiente de majoração adicional 𝛾 n.

b (cm) 19 18 17 16 15 14
𝜸n 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25

1.3 Comprimento equivalente (le)

A NBR 6118 chama de comprimento equivalente (𝑙𝑒) de um pilar o menor


valor entre as seguintes expressões:

𝑙𝑜 + ℎ
le ≤
𝑙

Figura 1: Representação do tramo de um pilar.


1.4 Classificação dos Pilares

Os pilares podem ser classificados de acordo com o seu índice de esbeltez (λ)
e a depender desse valor são tomadas diferentes formas para se obter efeitos de segunda
ordem.

1.4.1 Pilares Curtos (λ = λ1)

Para esta situação os efeitos de segunda ordem são desprezados.

1.4.2 Pilares Medianamente Esbeltos (λ1 ≤ λ ≤ 90)

São considerados os efeitos de segunda ordem para este caso, e pode-se


utilizar o método do pilar padrão com curvatura aproximada ou o método do pilar padrão
com κ aproximado.

1.5.2 Pilares Muito Esbeltos (140 < λ ≤ 200)

Os pilares considerados muito esbeltos, com λ entre 140 e 200, os efeitos de


segunda ordem é obtido pelo método geral, afim de se conhecer os efeitos de segunda
ordem e a análise dos efeitos da fluência do concreto são obrigatórios.

1.6 Excentricidade

Um fator muito importante a ser considerado por um engenheiro projetista é


considerar que as peças de concreto armado feitas em obra sofram desajustes relacionados
ao própria confecção, como falta de prumo no posicionamento de uma viga num pilar,
podendo ser também pela fluência do concreto (comportamento o concreto armado em
sofrer modificações ao longo do tempo), algum desajuste na fôrma que confeccionou os
pilares ou ainda uma leve inclinação que não seja exatamente 90º (desajuste de
verticalidade), ou seja, a carga não fica centrada no seu centro de gravidade da peça, no
caso os pilares, a essa distância de ação da carga em relação ao seu eixo central é o que
se chama de excentricidade. Existem vários tipos de excentricidade, são elas:
excentricidade inicial, excentricidade de forma, excentricidade acidental, excentricidade
mínima de primeira ordem, excentricidade de fluência ou suplementar, excentricidade de
segunda ordem.
1.6.1 Excentricidade Inicial (e1)

Em pilares de canto e de extremidade lateral, por possuírem ligação


monolítica à extremidade de uma viga, possuem a chamada excentricidade inicial pois
estão submetidos a um momento fletor inicial que são gerados devidos as cargas que
chegam dessas vigas principalmente.
Numericamente as excentricidades iniciais (nas extremidades do pilar) são
iguais aos valores dos momentos com plano de ação contendo cada eixo principal,
divididos pelo módulo da força normal de compressão. Dados por:

, ,
e1A= e1B =

Sendo,
Nd: Força axial solicitante de cálculo;
M1d,A: Momento solicitante de cálculo nas extremidade inferior;
M1d,B: Momento solicitante de cálculo nas extremidade superior;

E para efeitos de dimensionamento utiliza-se o maior valor entre o as


extremidades A e B.

1.6.2 Excentricidade de Forma (ef )

O posicionamento das vigas em relação aos pilares em grande maioria vem


concebido do projeto de arquitetura, assim, corriqueiramente nesses projetos há uma
coincidência entre faces (internas ou externas) das vigas com as faces dos pilares que as
apoiam. Quando os eixos das vigas não passam pelo centro de gravidade da seção
transversal do pilar, as reações das vigas geram excentricidades de forma.

Figura 2: Excentricidade de forma em pilares intermediários, de borda e de canto.


1.6.3 Excentricidade Mínima de 1ª Ordem e Momento Mínimo (e1, mín e M1d, min)

O momento total M1d, mín de primeira ordem, isto é, o momento de primeira


ordem acrescido dos efeitos das imperfeições locais, deve respeitar o valor mínimo dado
por:
M1d, mín = Nd (0,015 + 0,03h)
onde:

h: Altura total da seção transversal na direção considerada (m).

Nas estruturas reticuladas usuais admite-se que o efeito das imperfeições


locais esteja atendido se for respeitado esse valor de momento total mínimo. No caso de
pilares submetidos à flexão oblíqua composta, esse mínimo deve ser respeitado em cada
uma das direções principais, separadamente.

1.6.4 Excentricidade de Fluência (ec)

Também conhecida como excentricidade suplementar, leva em consideração


a fluência do concreto, este item foi inserido desde a NBR 6118/2003 é se torna
obrigatório em pilares com λ > 90, pode ser realizado de forma aproximada acrescentando
um momento Mc ao momento de segunda ordem de cálculo M2d, sendo:

Mc = Nsd . ec
e,
.
ec = + 𝑒ₐ . 2,718 −1

onde,
. .
Ne =

ea = Excentricidade devida a imperfeições locais;


Msg e Nsg = Esforços solicitantes devidos à combinação quase permanente;
𝜑 = Coeficiente de fluência;
Eci = módulo de elasticidade tangente;
Ic = momento de inércia;
le = comprimento equivalente.
1.6.5 Excentricidade Acidental (ea)

Em elementos isolados de estruturas reticuladas, considerando um lance de


pilar, a norma NBR 6118/2014 em seu item 11.3.3.4.2 exige a consideração de uma
excentricidade acidental para levar em consideração as imperfeições geométricas locais
de construção dos pilares (desaprumo, fôrmas mal presas, madeiras com imperfeições e
etc). E nesse estudo que este trabalho se concentra, analisar a imperfeição geométrica
local – Excentricidade acidental. Dadas pelas expressões:

ea = 𝜃 1 𝜃1 = ≥ 𝜃1, min

onde,
𝜃1: Ângulo de desaprumo de um elemento vertical contínuo;
l: Comprimento equivalente do pilar na direção considerada (m);

Onde é verificado o 𝜃 mínimo e o 𝜃 máximo, de acordo com a norma:

𝜃1, min = (imperfeições locais)

𝜃1, máx =

Nos casos de pilares em balanço a norma ainda prevê que seja analisado o
desaprumo ou excentricidade acidental em situações de pilares de extremidade:

ea = 𝜃1. L

Para pilares isolados em balanço, considere 𝜃1 = ;

1.6.6 Excentricidade de Segunda Ordem (e2)

A carga axial que atua no pilar, já considerando as excentricidades de primeira


ordem provoca flambagem, e causa deformações que geram um novo tipo de
excentricidade, conhecida como excentricidade de segunda ordem, podendo causar uma
instabilidade da peça. A determinação desses efeitos locais de 2ª ordem, de acordo com
a norma em seu item 15.8.3, em pilares submetidas à flexo-compressão normal, podendo
ser obtido pelo método geral ou por métodos aproximados. São utilizados para este fim,
o método geral (processo exato), método do pilar padrão com curvatura aproximada,
método do pilar padrão com rigidez κ aproximado, método do pilar-padrão acoplado a
diagramas M, N, 1/r, método do pilar-padrão para pilares de seção retangular submetidos
à flexão composta oblíqua

2. METODOLOGIA

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4. CONCLUSÕES

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR 6118/2014 -


Projeto de estruturas de concreto - Procedimentos. Rio de Janeiro, 2014.

CARVALHO, R. C. & PINHEIRO, L. P., “Cálculo e detalhamento de estruturas


usuais de concreto armado”, Vol. 2, Ed. Pini, 589 p., São Paulo, 2009.

KIMURA, ALIO E. Apostila Cálculo de Pilares de Concreto Armado - Introdução,


Visão Geral & Exemplos, 2017.

BASTOS, Paulo Sérgio. Notas de Aula - Flexão Composta e Pilares de Concreto


Armado. Universidade Estadual Paulista, Bauru-SP, 2020.

FILHO, Américo Campos. Projeto de Pilares de Concreto Armado. Universidade


Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Engenharia, 2011.

OLIVEIRA, Sérgio Luís. Pilares de Concreto Armado – Segundo NBR 6118:2014 –


Notas de Aula. Juazeiro, 2019.

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