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RAFAEL LOPES GONZALEZ

ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTO ENTRE UM EDIFÍCIO


EXECUTADO EM CONCRETO ARMADO OU EM ESTRUTURA DE
AÇO LAMINADO

Sinop/MT
2019
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RAFAEL LOPES GONZALEZ

ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTO ENTRE UM EDIFÍCIO


EXECUTADO EM CONCRETO ARMADO OU EM ESTRUTURA DE
AÇO LAMINADO

Trabalho de Iniciação Científica apresentado à


Banca Avaliadora do Departamento de Engenharia
Civil, da Faculdade de Sinop - FASIPE, como
requisito parcial da nota.

Orientador(a): Prof.º Me.º Álvaro.


Coorientador(a): Prof.º Ronaldo de Abreu
Gonzalez.

Sinop/MT
2019
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RAFAEL LOPES GONZALEZ

ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTO ENTRE UM EDIFÍCIO


EXECUTADO EM CONCRETO ARMADO OU EM ESTRUTURA DE
AÇO LAMINADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Avaliadora do Departamento de


Engenharia Civil, da Faculdade de Sinop - FASIPE, como requisito parcial da nota.

Aprovado em ____/____/_____.

Ronaldo de Abreu Gonzalez


Professor Orientador
Departamento de Engenharia Civil –FASIPE

Professor(a) Avaliador(a)
Departamento de Engenharia Civil –FASIPE

Professor(a) Avaliador(a)
Departamento de Engenharia Civil –FASIPE

Prof.° Me.º Bruno Rodrigues dos Santos


Coordenador do Curso de Engenharia Civil
FASIPE - Faculdade de Sinop

Sinop-MT
2019
4

DEDICATÓRIA

A meus professores por me ensinarem à luz do


conhecimento científico.
A minha família por acreditar em mim e me
incentivar a seguir em frente, mesmo quando até
eu duvidei de mim.
5

AGRADECIMENTO

- Em primeiro lugar a Deus por ter me concedido


o dom da vida.
- Aos meus pais, pela paciência, instrução e pela
fé que depositaram em mim.
- A minha esposa que sempre viu e acreditou no
meu potencial.
- A faculdade Fasipe, por ter possibilitado com
toda a estrutura necessária que meu sonho se
tornasse realidade.
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GONZALEZ, Rafael Lopes. Análise Comparativa De Custo Entre Um Edifício Executado


Em Concreto Armado Ou Em Estrutura De Aço Laminado. 2019. 34 P. Trabalho De
Iniciação Científica – Fasipe - Faculdade de Sinop.

RESUMO

O presente trabalho é composto por uma análise comparativa, entre a resistência e o consumo
de material e mão de obra necessários para um edifício concebido em concreto armado e o
mesmo projeto concebido em aço laminado. Essa análise será feita para a definição de qual
método construtivo pode ser mais empregado com maior eficiência e menor custo em
construções de nossa região. Será utilizado uma pesquisa quali-quantitativa para seu
desenvolvimento para que seja escolhido a melhor opção entre custos e mão de obra e tempo.
Após a obter-se os resultados, é esperado que o aço tenha um bom aproveitamento, para que os
profissionais da Engenharia Civil possam tomar como exemplo e fazerem mais pesquisas sobre
a utilização do aço em construções da nossa região, e assim fazer o emprego deste material.

Palavras chave: Construção, Estrutural, Dimensionamento.


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GONZALEZ, Rafael Lopes. RONQUIM, Weslei Delucas Betine. Comparative Analysis


between a Beam in Armed Concrete and a Steel Beam. 2018. 34 p. Scientific Initiation -
FASIPE - Faculty of Sinop.

ABSTRACT

The present work consists of a comparative analysis between the resistance and the
consumption of material and manpower required for a building designed in reinforced concrete
and the same project conceived in rolled steel. This analysis will be done to define which
constructive method can be used more efficiently and less costly in constructions of our region.
A qualitative-quantitative research will be used for its development so that the best choice
between costs and labor and time is chosen. After obtaining the results, the steel is expected to
be well used, so that Civil Engineering professionals can take as an example and do more
research on the use of steel in our region's constructions, and thus make use of this material.

Key words: Construction, Structural, Sizing.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Diagrama de tensão e deformação de um aço ......................................................... 15


Figura 2: Perfis laminados padrão americano ......................................................................... 17
Figura 3: Perfis soldados ......................................................................................................... 18
Figura 4: Perfis conformados a frio......................................................................................... 18
Figura 5: Parafuso Roscavél .................................................................................................... 19
Figura 6: Tipos de soldas ........................................................................................................ 19
Figura 7: Conexão soldada rígida da viga na aba do pilar ...................................................... 20
Figura 8: Conexão parafusada rígida da viga na alma do pilar ............................................... 20
Figura 9: Conexão parafusada rígida da viga na alma do pilar ............................................... 20
Figura 10: Conexões parafusadas flexíveis pelas almas das vigas.......................................... 20
Figura 11: Pórtico deformável e indeformável ....................................................................... 22
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Coeficientes de Ponderação ..................................................................................... 23


Tabela 2: Fatores de Combinação ........................................................................................... 24
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 11
1.1. Justificativa ................................................................................................................................... 12
1.2 Problematização ............................................................................................................................ 12
1.3 Objetivos ........................................................................................................................................ 13
1.3.1 Geral ............................................................................................................................................. 13
1.3.2 Específicos ................................................................................................................................... 13
2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................................... 14
2.1 Fabricação do Aço ......................................................................................................................... 14
2.3 Tipos de Aço Estrutural ................................................................................................................ 16
2.4 Perfis Metálicos ............................................................................................................................. 17
2.5 Conexões Metálicas ....................................................................................................................... 18
2.6 Sistemas Estruturais Metálicos .................................................................................................... 21
2.6.1 Pórticos Deformáveis e Indeformáveis ..................................................................................... 22
2.7 Cargas Solicitantes em Estruturas e Edifícios ............................................................................ 23
2.8 Estruturas de Concreto Armado ................................................................................................. 24
2.8.1 Definição de concreto armado...................................................................................................... 24
2.8.2 Resistência à tração ...................................................................................................................... 24
2.8.3 Resistência à compressão ............................................................................................................. 25
2.8.4 Aço ............................................................................................................................................... 25
2.8.5 Módulo de elasticidade................................................................................................................. 26
2.8.6 Durabilidade da Estrutura............................................................................................................. 26
2.8.7 Qualidade da estrutura .................................................................................................................. 26
2.8.8 Estados limites ............................................................................................................................. 27
2.9 Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado ............................................................. 27
2.10 Dimensionamento de Estruturas de Aço ................................................................................... 27
2.11 Custos no Projeto Estrutural ..................................................................................................... 28
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................................. 29
3.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................................................................ 29
3.2 População e Amostra .................................................................................................................... 29
3.3 Coleta de dados .............................................................................................................................. 29
3.4 Cronograma ................................................................................................................................... 30
4. RESULTADOS ESPERADOS ....................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 32
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1. INTRODUÇÃO

Tanto construções em aço, quanto construções em concreto armado, não são novidades
no mundo em termos de construção civil, o primeiro registro moderno de uma edificação que
se utiliza de concreto armado em sua concepção estrutural data do ano 1770 e trata-se da obra
da estrutura da Igreja Santa Genoveva, de Paris, hoje conhecida como Pantheon (Kaefer, 1998).
O aço por sua vez, na história moderna da humanidade já possui registros de utilização em
estruturas desde 1779, ano de construção da ponte Ironbridge na Inglaterra (Heath;Miller,
2014). Portanto são tecnologias conhecidas há um bom tempo. No Brasil o aço passou a ser
utilizado anos após o concreto armado. Entretanto a constante evolução tecnológica, e o
aperfeiçoamento dos materiais de construção civil, criaram novos mercados para estes produtos,
que continuam a evoluir desde então.
Em nossa região, Sinop, no estado de Mato Grosso, por ser uma cidade nova, cerca de
40 anos, as edificações inteiramente construídas de aço ainda são uma novidade e uma
tecnologia pouco difundida. Isto se dá por diversos motivos, primeiramente porque o método
construtivo amplamente empregado em todo o Brasil sempre foi o concreto armado, segundo
Santos (2009), o concreto armado passa a ser difundido no país desde a década de 1930, o que
tornou o acesso a insumos e mão de obra especializada neste material mais abundante. O aço
por sua vez tem no O Edifício Garagem América, em São Paulo, o primeiro edifício de
múltiplos andares em estrutura metálica executado no país, em 1957. Na época, não existiam
procedimentos de cálculo para estruturas mistas, mas vigas de transição compostas por aço e
concreto e um sistema de solidarizarão entre estacas metálicas e cortina de concreto foram
utilizados no edifício (PORTAL METÁLICA, 2018). No mesmo período, foram construídos o
Edifício Palácio do Comércio, em São Paulo, o Edifício Avenida Central, no Rio Janeiro, e o
Edifício Santa Cruz, em Porto Alegre. Neles, o concreto foi utilizado como proteção da
estrutura metálica contra incêndio (DIAS, 1999).

O que nos leva ao segundo motivo que é a falta de um maior aprofundamento na


disciplina de estruturas metálicas nas matrizes curriculares dos cursos de engenharia civil em
nosso estado, em função do histórico citado anteriormente, o que faz com que os engenheiros
se cintam menos à vontade para oferecer esta opção de material ao mercado.
12

O procedimento para cálculo será com auxílio de software especializado com a


finalidade de se adquirir uma maior precisão ao dimensionar. Para tal, serão empregados os
conhecimentos obtidos no decorrer da graduação, através de anotações executadas em aula, e
também em estudos em livros e normas técnicas, bem como a utilização de softwares, para
ajudar na consecução dos diagramas de esforços, adiantando o processo de cálculos.
Posteriormente, diante dos resultados obtidos através dos cálculos será feita a análise
entre os dois tipos de concepção estrutural e com as demais informações obtidas através de
pesquisas, custos dos materiais e mão de obra, apresentado a opção mais eficiente e econômica
para a utilização nas obras em nossa região.

1.1. Justificativa
Em nosso estado, a grande parte da matriz curricular dos cursos de engenharia civil,
tem um grande foco na capacitação do engenheiro civil para lidar com estruturas em concreto
armado, oferecem diversas vantagens, entretanto, existe um desperdício de recursos (tempo de
construção, custo, resíduos gerados) muito grande quando se fala em construir em concreto
armado. Sendo assim inovar e buscar soluções mais eficientes é essencial para a evolução da
rede de produção da construção civil. E construções em aço podem apresentar diversas
vantagens em relação a construções em concreto armado, por isso se faz necessária uma análise
comparativa entre os dois métodos construtivos para que se possa ter uma referência sólida
sobre qual método é mais vantajoso (Fabrizzi, 2007).

1.2 Problematização
Apesar de ser amplamente empregado em nossa região e ter um custo menor, o concreto
armado realmente é o material estrutural que pode ser melhor empregado em nossa região
comparando custos e tempo, em comparação ao aço que por sua vez a construção tem um custo
maior porem é rápida e pode gera menos resíduos para a obra. Quando se é utilizado o método
construtivo para estruturas em concreto armado se tem uma grande perda de tempo e se gera
uma grande quantidade de resíduos na obra isso faz com que o valor no final da obra aumente.
Quando falamos sobre o aço, o material tem um alto custo em relação ao concreto armado e
para a concepção das estruturas precisa-se de mão de obra especializada, e em nossa região
temos poucos profissionais especializados, o que nos leva a contratar de mão de obra de outras
regiões isso a deixa mais cara, e o método construtivo também, por isso se faz necessário uma
análise para qual material pode ser melhor empregado.
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1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
Análise comparativa, entre viga de concreto armado e uma viga de aço ambas com um
vão de 4 metros, onde posteriormente será definido de qual material pode melhor empregado
em construções de nossa região.

1.3.2 Específicos
• Dimensionamento com cálculos através de software especializado da estrutura de
concreto armado e de Aço.
• Definição de materiais e mão de obra necessários para os dois métodos construtivos
• Pesquisa quantitativa com orçamentos em sistemas como a SINAPI e orçamentos em
empresas da região.
• Análise Comparativa de todos os resultados a serem obtidos.
• Definição do método construtivo com melhor custo benefício.
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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Fabricação do Aço


O aço é constituído por liga metálica de ferro e carbono, no procedimento fabricação e
arrefecimento, é modificada sua resistência, é frequentemente empregado na construção civil,
como em ferramentas e elementos da construção. Alcançamos o aço rígido quando a quantidade
de carbono se encontra dentre 0,6 e 0,7% e o aço macio quando se tem aos 0,15 e 0,25% de
carbono em sua composição.
Antes de levarem o minério e o carvão ao alto forno, são preparados para economia do
processo e aperfeiçoamento o minério é convertido em pelotas e o carvão é destilado para se
obter o coque e dele se obtém subprodutos carboquímicos. No procedimento de diminuição o
ferro se torna líquido e é chamado de ferro de primeira fusão ou gusa (Instituto Aço Brasil,
2015).

Segundo o Instituto Aço Brasil (2015), nesta fase líquida o ferro possui excesso de
impurezas, então, é realizado o processo de refino, onde o ferro líquido é levado para a aciaria,
uma unidade que possui equipamentos como fornos a oxigênio ou elétricos, para a retirada
desses componentes por meio de uma injeção de oxigênio no ferro gusa. Ainda no refinamento,
é feito a adição de outros elementos para reproduzir propriedades pretendidas de resistência,
ductilidade, solvabilidade e resistência à corrosão.

O aço líquido é levado para a terceira fase do processo de fabricação do aço a laminação.
Resfriado no processo de solidificação, ele é deformado mecanicamente para a criação de
blocos e placas e assim, serão feitos os perfis metálicos laminados, produzidos no procedimento
de laminação, as quais são produtos siderúrgicos utilizados pela indústria, com uma seção
transversal determinada. Logo os perfis soldados são feitos a frio sendo dobrados ou cortados
e soldados posteriormente.

2.2 Propriedades Mecânicas do Aço

O aço possui propriedades mecânicas, essas propriedades definem seu comportamento


quando sujeitado a esforços, estabelecendo assim a capacidade e resistir e transmiti-los, para
que não sofram deformações ou se rompam. Dentre essas propriedades estão a durabilidade,
elasticidade, resistência, maleabilidade e boa condutividade térmica.
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Para compreendermos melhor os limites e resistência do aço, empregamos o diagrama


de tensão e deformação (Figura 1), onde ele representa o material sendo submetido ao ensaio
de tração.

Figura 1: Diagrama de tensão e deformação de um aço

Fonte: Pignatta e Silva, (2012)

Como mostra o diagrama acima, na fase elástica a tensão e a deformação do material


elevam de forma proporcional, segundo a lei de Hook, no momento em que o limite de
proporcionalidade é passado inicia a fase plástica e ocorre deformações crescentes sem variação
da tensão. Neste limite a tensão é invariável, conclui-se por de limite de escoamento, ele é
calculado e se divide a sua carga máxima suportada, pela área da seção transversal inicial, antes
de escoar. Continuando na fase plástica, o aço começa a endurecer pois sua estrutura interna
começa se rearranja, isto é, ocorre o encruamento tendo novamente variação de tensão e
deformação, entretanto não linear, até o instante que o material rompa. A tensão máxima
atingida até esse momento é utilizada para o cálculo do limite de resistência a tração que é o
mesmo à carga de ruptura dividida pela área da seção transversal inicial (HIBBELER, 2010).
A capacidade que um material se deforma plasticamente e não tem ruptura se denomina
ductilidade, sendo capaz de ser medida pela deformação. Conforme o aço seja mais flexível
maior é a redução área da seção transversal ou o alongamento anteriormente a ruptura, desse
modo essa propriedade é muito procurada, por que tem alertas da existência de elevadas tensões.
(DIAS, 2006).
Elasticidade é caracterizada pela predisposição de um material de retornar a sua forma
padrão após consecutivas aplicações de força sobre sua massa causando a distorção, ou seja, é
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possível reverter a deformidade gerada. Para que isso ocorra é necessário o deslocamento dos
átomos sem a alteração das suas posições relativas na rede cristalina. Esta propriedade é medida
através do módulo de elasticidade (E) que associa a tensão e a deformação linear específica, em
relação ao aço, possui valor de 200.000 Mpa (PIGNATTA;SILVA, 2012).
Plasticidade é conceituada como a deformidade permanente que ocorre em um material
após a descarga de força atuada sobre o mesmo, causando danos irreversíveis em sua estrutura.
A deformação plástica modifica os parâmetros estruturais de determinado metal, tornando-o
mais resistente. Tal fenômeno pode ser nomeado como endurecimento à frio ou encruamento
(PIGNATTA;SILVA, 2012).
Tenacidade é a habilidade do aço de atenuar uma enorme energia elástica como plástica
por unidade de volume até que se rompa. Se caracteriza pela área total do diagrama tensão-
deformação. O aço tem suas propriedades modificadas de acordo com a liga no caso os
elementos que fazem parte de sua composição. Com elevada porção de carbono no aço o limite
de resistência aumenta de uma forma econômica, porém, a sua ductilidade e tenacidade é
afetada implicando na soldabilidade e deixa o aço com baixa resistência a corrosão.
(PIGNATTA;SILVA, 2012).
Quando se tem maiores porções de cobre no aço se tem uma maior a resistência à
corrosão e eleva sua a resistência à fadiga, porém, diminui de forma discreta a tenacida,
ductilidade e soldabilidade. O Cromo deixa a resistência mecânica a abrasão e resistência
atmosférica, mas diminui a soldabilidade.

2.3 Tipos de Aço Estrutural


Na construção civil há um interesse maior em aços estruturais que tenham média
resistência mecânica e alta resistência mecânica, por que sua resistência, ductilidade entre
outras propriedades, são recomendados para o emprego em elementos da construção civil
sujeitos a carregamento. Seus maiores requisitos são à alta tensão de escoamento, alta
tenacidade, boa soldabilidade, boa trabalhabilidade entre outras propriedades, que
proporcionam um material que não tenha fissuras e outros defeitos. Eles são considerados
conforme a liga que lhes confere (CBCA, 2014).
O aço-carbono mais utilizado na construção civil é o ASTM-A36 que, por sua vez tem
média resistência (𝑓𝑦=250MPa), outro muito utilizado também é o ASTM A572/GR50, possui
alta resistência (𝑓𝑦=350MPa) e baixa liga, as quais são caracterizados pela American Society
for Testing and Materials (ASTM).
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Para aços de baixa liga sem tratamento térmico, são aplicados elementos de liga com
quantidade abaixo de 2% para que sua resistência mecânica e corrosão aumente. São
recomendados para a construção civil, porém é necessário ser feito uma breve análise para que
se torne econômico.
E para aços de baixa liga com tratamento térmico, da mesma forma que os sem
tratamento é aplicado elementos de liga com quantidade abaixo de a 2%, porém e feito um
tratamento térmico especial logo após a laminação para obter-se uma grande resistência
mecânica. Geralmente são utilizados em estruturas onde necessitam de grandes esforços assim
justificam sua utilização.

2.4 Perfis Metálicos


Os perfis mais empregados são aqueles de seção transversal em I, H, U, Z e as
cantoneiras em L. Esses perfis são adquiridos diretamente por laminação (perfis laminados) ou
por processos de conformação a frio (perfis formados a frio) ou soldagem (perfis soldados).
Os perfis laminados (Figura 2) são peças únicas que são fabricados por meio de
deformação a alta temperatura como atributos principais, as abas paralelas e a uniformidade
estrutural por não apresentar soldas ou emendas, o que é composto por um baixo nível de
tensões residuais situadas, segundo Dias(2006).

Figura 2: Perfis laminados padrão americano

Fonte: Dias. (2006)

Na (Figura 3) os perfis soldados são conseguidos pelo corte formação e soldagem de


chapas retas de aço, e proporciona diversidade de formas e tamanhos das seções, podendo ser
feitos de acordo com a especificação, por exemplo, ASTM A36 ou ASTM A 572. Eles também
são tidos em série de acordo com sua utilização.
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Figura 3: Perfis soldados

Fonte: Dias. (2006)

Através do processo de dobramento a frio das chapas de aço são obtidos os perfis
conformados como mostra na (Figura 4). Eles são recomendados para serem utilizados como
barras de treliças, em pregados em construções leves.

Figura 4: Perfis conformados a frio

Fonte: Dias. (2006)

2.5 Conexões Metálicas


Os fabricantes de estruturas metálicas recebem das siderúrgicas chapas e perfis
laminados com dimensões padronizadas, por isso na fabricação das peças estruturais requerem
cortes e conexões no material para que fique nas dimensões corretas do projeto. Estas conexões
são efetuadas por parafusamento ou soldagem.
As conexões por parafusamento utilizam parafusos que são estruturados por cabeça,
fuste e rosca (Figura 5). Estes são denominados pelo o diâmetro nominal, a resistência à tração
é em cargo de seu diâmetro efetivo.
19

Figura 5: Parafuso Roscavél

Fonte: Dias. (2006)

As conexões parafusadas são identificadas pela condição de transferência dos esforços


aos parafusos, conforme ligação à tração, à força cortante e aos esforços definidos das duas.
Tem uma facilidade maior para a desmontagem da estrutura, porem o custo é maior devido a
fabricação de furações.
As conexões soldadas são feitas pela união de componentes a uma peça estrutural
mantendo as propriedades físicas, químicas e a continuidade do material. A conexão soldada
traz várias vantagens como redução de custos na fabricação por que não precisa de furações,
tem uma maior rigidez da ligação e melhor acabamento final. Só tem uma dificuldade maior na
desmontagem do estrutural e também para controlar a qualidade da solda. As soldagens mais
comuns são, filete, onde a solda e feita externamente ao elemento, e entalhe, onde a solda é
feita entre os materiais que serão conectados.

Figura 6: Tipos de soldas

Fonte: Dias. (2006)

As conexões rígidas são ligações onde não permitem a rotação das peças soldadas ou
parafusadas, Figuras 7 e 8 mostram exemplos dessas ligações.
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Figura 7: Conexão soldada rígida da viga na aba do pilar

Fonte: Dias. (2006)

Figura 8: Conexão parafusada rígida da viga na alma do pilar

Fonte: Dias. (2006)

As Conexões flexíveis diferente das ligações rígidas permitem essa rotação na peça, as
as Figuras 9 e 10 demonstram as ligações flexíveis.

Figura 9: Conexão parafusada flexível da viga na alma do pilar

Fonte: Dias. (2006)


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Figura 10: Conexões parafusadas flexíveis pelas almas das vigas

Fonte: Dias. (2006)

2.6 Sistemas Estruturais Metálicos


Os pilares e vigas compõe esses estes sistemas estruturais. Os pilares são estruturas
submetidas a esforços axiais de compressão eles transmitem as cargas para a fundação. São
proporcionados em de perfis “I”, “H”, de alma cheia, tubulares, barras chatas ou redondas. Os
pilares são compostos por peças esbeltas, sendo capaz de haver o fenômeno da flambagem
(JAVARONI, 1999).
Quando peças esbeltas tem a características de se deslocarem de forma transversal a
linha que age a força solicitada se associa a flambagem por flexão. Essa flambagem é comum
em pilares metálicos submetidos a compressão. Para prevenir a flambagem, aumenta-se a seção
da barra e modifica-se a vinculação ou utiliza-se travamentos, por que a carga que se faz
necessária para que haja a flambagem necessita da dimensão da seção da barra, e que seja do
tipo de vinculação e do comprimento livre (ROSSATTO, 2015).
Em pilares com seção transversal cruciforme pode ocorrer a flambagem por torção
quando as quatro chapas flambam no mesmo sentido. Quando ocorrem deslocamentos por
torção e flexão, se denomina flambagem por flexotorção, essas acontecem em seções esbeltas
metálicas L e U (JAVARONI, 1999).
De acordo com Javaroni (1999), em vigas metálicas com seção em I e que não são
contínuas travadas, pode-se ocorrer flambagem lateral. Usando-se cargas transversais
distribuídas ou concentradas, a viga acaba fletindo, isso causa compressão na parte superior e
tração na inferior, porem a alma da viga é esbelta e ela tende a flambar por flexão, o movimento
livre da mesa superior e impedido pela mesa superior e resulta na torção e flexão lateral.
As vigas são estruturas que tem o objetivo de vencer vãos horizontais transferindo as
forças verticais para os apoios que estão sujeitos por esforços de flexão. Elas podem ser Vigas
Alveolares, de alma cheia, em forma de treliça e vigas Vierendeel.
22

2.6.1 Pórticos Deformáveis e Indeformáveis


Estruturas compostas por barras ligadas entre si são intituladas por pórtico espacial, que
pode ser deformável ou indeformável dependendo do tipo de ligação entre as barras, como se
vê na Figura 11. Pórticos deformáveis apresentam conexões inflexíveis que fazem o pórtico
deformar-se por flexão das barras, já o pórtico indeformável tem conexões flexíveis e o
deslocamento dos nós, que resulta da deformação axial das barras, pode ser desprezado. No
momento em que a ação de vento é considerada, necessitam ser travados em cruz, X, Y ou em
K (ROSSATTO, 2015).
A rigidez das barras à deformação axial é muito maior que a rigidez à deformação por
flexão, assim acarretando em barras pequenas e muito mais leves para o sistema de pórtico
indeformável.

Figura 11: Pórticos (a) Deformável (b) indeformável

(a) (b)
Fonte: Dias. (2006)

A fim de assegurar a estabilidade do equilíbrio de um pórtico plano. É necessário


enrijecer uma ligação, convertendo-o em pórtico deslocável isostático, ou mais ligações,
transformando o pórtico deslocável hiperestático. Entretanto, a elevação das ligações rígidas,
provoca em um custo superior por causa do aumento de material, como parafusos, soldas e
chapas de ligação, e ao ganho dos trabalhos de confecção, e montagem da conexão
(ROSSATTO, 2015).
De acordo com Rossato (2015), outra maneira de assegurar a estabilidade dos pórticos,
é adicionar elementos que possibilitam o travamento, adicionando-os no interior do pórtico e
assim o transforma em um pórtico isostático indeformável. Somente uma barra diagonal é o
bastante, porém seria perdida a tração e a compressão alternando conforme a direção do vento.
Deste modo, segundo Rossato (2015) a maneira mais usada e que se torna econômica é
o travamento em X com duas barras na diagonal, transformando o pórtico isostático e
indeformável, assim a estrutura fica mais simples de ser calculada, confeccionada e montada, e
ainda utilizando baixa porção de materiais. Então as barras diagonais no interior do pórtico vão
ter que resistir somente à tração requerida pelo vento nos dois os sentidos.
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2.7 Cargas Solicitantes em Estruturas e Edifícios


Deve-se considerar todas as ações solicitadas na estrutura para o cálculo da resistência
ao carregamento na estrutura, para superar esse conjunto de combinações utiliza-se a
combinação mais desfavorável.
As cargas permanentes são as cargas de peso próprio da estrutura, como o peso das
vigas, pilares, lajes e o peso dos acabamentos. Os pesos específicos aparentes desses materiais
que são mais utilizados em construções, podem ser encontrados na tabela 1 da NBR 6120. Esses
valores são utilizados para o cálculo do peso próprio das matérias citadas.
Cargas acidentais são cargas que podem atuar na estrutura da edificação em função do
seu uso, como o peso de pessoas, móveis e objetos utilizados. Essas cargas acidentais possuem
valores mínimos padrões de acordo com o tipo de edificação, esses valores podem ser
encontrados na NBR 6120.
Para construções baixas e pesadas com paredes grossas o vento não as afeta e passa a
não ser considerado, porem para estruturas altas o vento é uma ação muito importante a ser
considerado em um projeto. Essas considerações para determinar as forças devidas ao vento
são calculadas conforme a NBR 6123/1988 “Forças devidas ao vento em edificações”. Se essas
forças não forem consideradas podem trazer grandes problemas para o projeto.
Para combinação de ações conforme NBR 8800, para os estados limites últimos as
combinações normais e as combinações aplicáveis a etapas construtivas são calculadas pela
equação:
𝑛
(1)
∑[(𝛾𝑔 )𝐺] + 𝛾𝑞1 𝑄1 + ∑(𝛾𝑞𝑗 𝜓𝑗 𝑄𝑗 )
𝑗=2

Os valores de e ψ são obtidos através das Figuras 12 e 13 abaixo, os valores destacados


com parênteses são os valores para ações permanentes favoráveis:

Tabela 1: Coeficientes de Ponderação

Coeficientes de ponderação
Ações permanentes Ações Variáveis
Ações
Grande Pequena Recalque Variação de Demais ações
Combinações decorrentes do
Variabilidade Variabilidade diferenciais temperatura variáveis
uso
(𝑎) (𝑏) (𝑐) (𝑑)
𝛾𝑔 𝛾𝑔 𝛾𝑞 𝛾𝑞 𝛾𝑞 𝛾𝑞
Normais 1,4 (0,9) 1,3 (1,0) 1,2 1,2 1,5 1,4
Durante a construção 1,3 (0,9) 1,2 (1,0) 1,2 1,0 1,3 1,2
Excepcionais 1,2 (0,9) 1,1 (1,0) 0 0 1,1 1,0

Fonte: NBR8800/86
24

Tabela 2: Fatores de Combinação

Fatores de combinação Ψ
Ações ψ(A)
Sobrecargas em pisos de bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens;
0,75
conteúdo de silos e reservatórios
Cargas de equipamentos, incluindo pontes-rolantes, e sobrecargas em pisos
0,65
diferentes dos anteriores
Pressão dinâmica do Vendo 0,6
Variações de temperatura 0,6

Fonte: NBR8800/86

Para estruturas com até dois andares, as solicitações de cálculo podem ser determinadas
por análise plástica, ignora-se efeitos de segunda ordem.

2.8 Estruturas de Concreto Armado

2.8.1 Definição de concreto armado


Segundo Bastos (2006) o concreto é um material que apresenta alta resistência às
tensões de compressão, porém, apresenta baixa resistência à tração (cerca de 10 % da sua
resistência à compressão). As regiões em um elemento de concreto tracionadas tendem a
apresentar fissuras, que podem levar ao colapso total do elemento. Para compensar a baixa
resistência à tração do concreto, se introduz no elemento barras de aço, que tem alta resistência
a tração, no sentido aonde o esforço à tração é maior. Assim, nas regiões onde o elemento de
concreto sofre tração quem passa a suportar os esforços de tração é o aço, a, aumentando a
resistência do elemento como um todo.

2.8.2 Resistência à tração


De acordo com Silva et al. (2001) “Usualmente é assumido no projeto estrutural, que o
comportamento do concreto é governado por sua capacidade resistente à
compressão, porém isto não significa que este parâmetro seja o único importante. Em
determinadas estruturas, as solicitações predominantes são de tração na flexão (pavimentos de
rodovias e de aeroportos, lajes e vigas) ou tração pura (tirantes e
reservatórios cilíndricos) (SILVA et al., 2001)”.
25

No item 8.2.5 da NBR 6118:2007, encontram-se equações estimativas para a se obter o


valor à tração do concreto, que também pode ser determinada por ensaios, porém na ausência
de ensaios temos:
2 (2)
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3 × 𝑓𝑐𝑘 3
(3)
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,7 × 𝑓𝑐𝑡𝑚
(4)
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 = 1,3 × 𝑓𝑐𝑡𝑚

2.8.3 Resistência à compressão


Segundo Bastos (2006) no Brasil, a resistência à compressão dos concretos é avaliada
por meio de corpos-de-prova cilíndricos com dimensões de 15 cm de diâmetro por 30 cm de
altura, moldados conforme a NBR 5738/03 que determina os procedimentos, através dos quais
possível obter os valores de resistência a compressão do concreto (FCK), medida em MPA. De
acordo com a NBR 6118:2007 determina-se o FCK através dos ensaios, e para cálculo
considera-se o valor obtido após um período de 28 dias em que o corpo de provas fica em
espera.
Para cálculo guia-se pelo definido no item 12.3.1 da NBR 6118:2007, a partir dos
valores do FCK do concreto, aplica-se um coeficiente de ponderação (Yc) em razão da não
homogeneidade dos materiais que compões o concreto, obviamente gera-se uma minoração de
seus valores originais. Sendo apresentada a seguinte equação para obtenção do valor minorado:

𝑓𝑐𝑘 (5)
𝑓𝑐𝑑 =
𝛾𝑐

2.8.4 Aço
A resistência do concreto à tração varia entre 8 e 15 % da resistência à compressão
(MACGREGOR, 1997), para solucionar esta deficiência é que se utiliza o aço em combinação
ao concreto, a NBR 7480:2007 determina como devem ser as propriedades deste aço.
A resistência de cálculo do aço, chamada de (fyd) também sofre uma minoração, através
do coeficiente (𝛾𝑦 ), em menor escala, é verdade, visto que o aço é um material muito mais
homogêneo e confiável que o concreto, pois seu processo de produção possui controle
tecnológico.
26

2.8.5 Módulo de elasticidade


Helene et al. (2014) nos diz, que por definição módulo de elasticidade ou módulo de
Young é a razão entre uma tensão aplicada sobre um corpo e a deformação específica imediata
nele verificada. Ao contrário de materiais idealizados que, segundo Robert Hooke, mantém uma
proporcionalidade entre a força aplicada e a deformação verificada, observa-se que no concreto,
a partir de determinados níveis de resistências, pela própria natureza do material, esta
proporcionalidade não se verifica, sendo dependente e variável segundo o nível da carga
aplicada.

2.8.6 Durabilidade da Estrutura


As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que, quando
utilizadas conforme as condições ambientais previstas no projeto, conservem suas segurança,
estabilidade e aptidão em serviço, durante o período correspondente à sua vida útil (NBR
6118/03, item 6.1).
A durabilidade da estrutura depende muito também de outros fatores de segurança como
o cobrimento de proteção utilizado para a armadura e a relação água-cimento.

2.8.6.1 Classe de agressividade ambiental (CAA)


A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que
atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações
volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras previstas no dimensionamento
das estruturas de concreto Bastos (2006).

2.8.6.2 Cobrimento mínimo


Segundo a NBR 6118/03, a “durabilidade das estruturas é altamente dependente das
características do concreto e da espessura e qualidade do concreto do cobrimento da
armadura”. O cobrimento mínimo é a camada de concreto que fica entre a face exterior do
elemento em concreto armado e a ferragem do estribo e serve para proteger o aço do estribo
contra a corrosão.

2.8.7 Qualidade da estrutura


É essencial que durante, não apenas a construção, mas também durante o tempo de
utilização, que a estrutura atenda aos requisitos estabelecidos em norma para qualidade e
segurança, como suportar ações a que for submetida sem entrar em colapso, de não apresentar
27

deformações excessivas, e de ser durável e de ter bom desempenho evitando a necessidade de


reparos.

2.8.8 Estados limites


Se a estrutura não atender os critérios de segurança e qualidade, ela atingiu o estado
limite e encontra-se imprópria. Para cálculo se considera a utilização de dois estados limites. O
estado limite de serviço, que leva em consideração a estética da estrutura e o conforto do
usuário. E o estado limite último está relacionado com o colapso total da estrutura, é o valor
utilizado para o dimensionamento.
Para ser considerada segura as resistências calculadas tem de ser maiores que as
solicitações dos dois estados limites, as minorações a que são submetidos os materiais, servem
também como fator de segurança.

2.9 Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado


De acordo com Kemczinski (2015) existem diversos softwares de dimensionamento e
detalhamento de estruturas em concreto armado, em geral usam as normas brasileiras vigentes
para os cálculos como a NBR 6118:2007- Projeto de estruturas de concreto eNBR 6123:1988-
Forças devido aos ventos. Alguns exemplos são Eberick, TQS, Cype-Cad entre outros.
Qualquer edificação em concreto armado deve atender a requisitos de eficiência da
estrutura, estabelecidos em norma, como: durabilidade, desempenho em serviço, capacidade
resistente.
A tabela 6.1 NBR6118/2014 (Anexo 6) estabelece como estrutura deve ser classificada
quanto a agressividade ambiental e pode ser avaliada, simplificadamente, de acordo com as
condições de exposição da estrutura ou de suas partes.
Com isso se define uma capa de cobrimento para o aço, que o protege da corrosão. Esta
camada chamada cobrimento nominal, é mais espessa quanto mais agressivo for o ambiente,
por exemplo cidade litorâneas são consideradas ambientes agressivos em função da maresia
salobra, que aumenta muito a corrosão do aço, em função disso o cobrimento nominal de obras
neste tipo de ambiente é consideravelmente maior.

2.10 Dimensionamento de Estruturas de Aço


Antes de se iniciar a elaboração do projeto estrutural deve-se analisar profundamente o
projeto arquitetônico, fazendo um pré-dimensionamento dos tipos de perfis que espera-se
utilizar e das ligações entre os perfis. Deve-se ter muita cautela nesta fase do projeto, para que
28

não haja a escolha de perfis superdimensionados que podem causar um impacto no orçamento
final.
O dimensionamento leva em conta o estado limite último (ELU) e o estado limite de
serviço (ELS), conforme previsto na NBR-8800. Para se determinar o Estado Limite Último, o
projetista realiza combinações das diversas ações que podem atuar sobre a estrutura ao longo
de sua vida útil, pega-se então os valores mais desfavorável à estrutura, prevendo a pior
situação. Já o estado limite de serviço avalia a estrutura sob condições normais.
Para a verificação da estrutura, pelo estado limite último, a resistência de cálculo de
cada componente da estrutura deve ser igual ou superior a solicitação de cálculo.

2.11 Custos no Projeto Estrutural


O engenheiro calculista, ao analisar a melhor solução estrutural para uma edificação,
deve ter em conta vários fatores, entre os quais pode-se destacar: ordem de grandeza das cargas
atuantes na estrutura, compatibilização entre o projeto estrutural e o arquitetônico,
compatibilização entre o projeto estrutural e os projetos complementares (elétrico, hidro
sanitário, incêndio etc.), métodos construtivos e infraestrutura da região e custos.
Após correta análise destes fatores, o sistema estrutural adotado deve ser o mais
econômico possível. A qualidade do orçamento e da construção de qualquer obra começa pela
qualidade dos projetos, e o projeto estrutural, individualmente, de acordo com Giongo (2007),
corresponde pela etapa de maior representatividade do custo total da construção (20% a 25%
do custo total). Destaca-se assim a necessidade de um estudo prévio para escolha do melhor
sistema estrutural a ser adotado.
Giongo (2007) intuitivamente pode-se pensar que uma estrutura com baixo custo é
aquela que possuí uma baixa taxa de aço por metro cúbico de concreto. Este, entretanto, não é
o único fator a ser avaliado. A padronização, pode-se afirmar, é tão importante quanto e deve-
se considerar, visto que proporciona alta produtividade e melhor qualidade na construção civil.
A padronização do tamanho de vigas, pilares e espessura de laje, gera uma série de facilidades
para a execução. As formas por exemplo podem ser produzidas em larga escala e reaproveitadas
mais vezes.
Ao se mensurar o custo de uma estrutura, além do volume de concreto, do peso de aço
e da área de fôrmas, devem ser levados em consideração tempo despendido na execução,
materiais empregados especificamente no sistema estrutural adotado, mão-de-obra e
reutilização das fôrmas.
29

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Tipo de Pesquisa


O trabalho possuirá uma pesquisa quali-quantitativa para seu andamento, uma vez que
seu objetivo desejado é uma análise comparativa de preço entre um edifício em estrutura de aço
e o mesmo edifício projetado em concreto armado, onde torna-se necessário averiguar qual a
melhor alternativa entre custos mão de obra e tempo. Nos estudos quantitativos serão feitos
orçamentos de empreitada global, com base nos preços publicados em bancos de dados oficiais
do governo federal, como a tabela SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil), por exemplo, caso não se encontrem preços nestes bancos de dados, será
orçado- mão obra e materiais nas empresas da região. Como cita Malhotra (2001), a pesquisa
quantitativa procura quantificar os dados depois de aplicada alguma forma de análise estatística
para a obtenção dos resultados. As analises alcanças por esses resultados podem produzir a
proposta de alterações aos pontos críticos que serão trabalhados.

3.2 População e Amostra


No referente trabalho, a população, será os dois métodos construtivos feitos de acordo
com a concepção estrutural que cada método permite.
A amostras serão os insumos necessários para cada método construtivo.

3.3 Coleta de dados


Será utilizado um orçamento quantitativo, de acordo com as listas de materiais
fornecidas pelo software, levando-se em conta que cada método construtivo tem suas
especificidades, portanto a solução estrutural proposta em um método não será idêntica a
proposta em outro método. Com esses dados em mão será feito o orçamento com base na tabela
SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), publicada
periodicamente pela Caixa Econômica Federal, na ausência de serviços e insumos na Sinapi,
optaremos por utilizar tabelas de outros estados, porém o valor da mão de obra será sempre o
do estado de Mato Grosso, em último caso, não encontrando serviços e insumos nas publicações
oficiais da SINAPI e de outros estados, como ORSE, CPOS, FDE. será realizada pesquisa de
30

preço com fornecedores locais. Espera-se assim obter o preço mais próximo da realidade do
mercado local, e assim chegar a conclusão de qual método construtivo é mais viável.

3.4 Cronograma

2019
Atividades/Meses
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Ago Set Out Nov Dez

Escolha do Tema e Definição do


X
Problema
Levantamento bibliográfico e
X X X X X X X
Redação do trabalho

Formulação do Projeto X X X X

Pesquisa de Campo X X

Tabulação de dados X X X

Análise e Discussão dos Dados e


X X
Conclusão

Entrega versão Final e Banca X


31

4. RESULTADOS ESPERADOS

Segundo os dados que serão obtidos através da análise de resistência anteriormente


mencionada, será possível determinar o consumo de material para cada método construtivo alvo
deste estudo, e assim com base em publicações oficiais de composições analíticas para serviços
de construção civil, espera-se obter o consumo estimado de todos os insumos e quantidade de
mão de obra necessários para a devida execução destas duas alternativas construtivas. A partir
da obtenção destes dados, pode-se partir para duas formas de levantamento de preços. A partir
publicações oficiais do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil) com preços para o estado de Mato Grosso, ou ainda, para que se obtenha um
resultado mais assertivo, pesquisa de preços em no mínimo três fornecedores locais, na cidade
de Sinop, Mato Grosso, para que então se possa concluir qual dos métodos construtivos é mais
eficiente.
32

REFERÊNCIAS

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em: < http://wwwo.metalica.com.br/arrojo-tecnologico-em-estrutura-metalica-no-brasil >.
Acesso em 25 abr. 2019.

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Projeto de estruturas de concreto – Procedimento
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Barras e fios de aço destinados
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto - Determinação dos


módulos estáticos de elasticidade e de deformação e da curva tensão-deformação, NBR
8522. Rio de Janeiro, ABNT, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ações e segurança nas


estruturas, Procedimento, NBR 8681. Rio de Janeiro, ABNT, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto para fins estruturais.


Classificação por grupos de resistência, NBR 8953. Rio de Janeiro, ABNT, 1992, 2p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto - Determinação da


resistência à tração na flexão em corpos-de-prova prismáticos, NBR 12.142. Rio de Janeiro,
ABNT, 1991.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto – Preparo, controle e


recebimento – Procedimento. NBR 12655. Rio de Janeiro, ABNT, 1996, 19p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Execução de estruturas de


concreto –Procedimento. NBR 14931, ABNT, Rio de Janeiro, 2004, 53p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de


concreto – Procedimento. NBR 6118:2007. Rio de Janeiro, RJ, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cargas para o cálculo de


estruturas de edificações. NBR 6120:1980. São Paulo, SP, 1980.

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estruturas - Procedimento. NBR 8681:2003. Rio de Janeiro, RJ, 2003.

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