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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR PIAUIENSE LTDA

ENGENHARIA CIVIL

LEONARDO DE CARVALHO CARNEIRO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


ABORDAGEM ANALÍTICA DAS PARTICULARIDADES ENTRE PISO DE CONCRETO COM FIBRA
ESTRUTURAL E PISO DE CONCRETO ARMADO: ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE PARNAÍBA-PI

Parnaíba
2019
LEONARDO DE CARVALHO CARNEIRO

ABORDAGEM ANALÍTICA DAS PARTICULARIDADES ENTRE PISO DE CONCRETO COM FIBRA


ESTRUTURAL E PISO DE CONCRETO ARMADO: ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE PARNAÍBA-PI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para conclusão do curso de ENGENHARIA
CIVIL da SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR PIAUIENSE
LTDA

Parnaíba
2019
Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL

Carneiro, Leonardo de Carvalho.


C289a Abordagem Analítica das Particularidades Entre Piso de
Concreto Com Fibra Estrutural e Piso de Concreto Armado:
Estudo de Caso na Cidade de Parnaíba-pi / Leonardo de
Carvalho Carneiro. - UNINASSAU PANAÍBA: Parnaíba -
2019
51 f. : il
TCC (Curso de Engenharia Civil) - Sociedade de Ensino
Superior Piauiense Ltda - Orientador(es): Esp. Iranildo Junio
Camapum Brandão
1. Características Técnicas. 2. Custo Benefício. 3. Fibra.
4. Patologia. 5. Revestimento Industrial. 6. Fiber. 7.
Industrial Coating. 8. Price-Performance Ratio. 9. Structural
Damage. 10. Technical Characteristics.
I.Título
II.Esp. Iranildo Junio Camapum Brandão

UNINASSAU PANAÍBA - PAR CDU - 62


Dedico esta monografia a meus pais que sempre me
incentivaram para o meu aprendizado, meu irmão e minha
noiva. Sem vocês eu não teria conseguido.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado o dom da vida, a


minha família que sempre estiveram ao meu lado, em especial minha mãe que me
apoio para nunca desistir, meu irmão que sempre me acompanhou nos meus
melhores momentos, meu tio por sempre me ajudar nessa trajetória, agradeço
também a minha noiva por sempre está presente com todo carinho, a família Terto
por ser minha segunda família, aos meus amigos que nesses 5 anos
proporcionaram alguns dos melhores momentos da minha vida, com as maratonas
de estudos, com varias noites sem dormir , com o empenho em cada trabalho,
agradeço ao Professor e orientador Iranildo Camapum pelos ensinamentos e
motivações, agradeço também as oportunidades obtidas no decorrer da minha vida
acadêmica.
“O Prazer no trabalho aperfeiçoa a obra.”
Aristóteles
RESUMO

Atualmente os pisos utilizados em construções industriais, também conhecidos


como pisos de alta resistência, são estruturas desenvolvidas com a finalidade de
suportar altas cargas e intensa movimentação de tráfego. Este trabalho tem como
objetivo principal confrontar as particularidades existentes entre piso de concreto
com fibra estrutural e piso de concreto armado. No que diz respeito à metodologia
utilizada, esta pesquisa se caracteriza como qualitativa, fazendo uso de pesquisa
bibliográfica e de método exploratório para atingir os objetivos anteriormente
propostos. A pesquisa foi realizada no período que compreende os meses de
setembro a novembro do ano de 2019. Os participantes da pesquisa foram os
engenheiros responsáveis por 03 (três) obras localizadas na cidade de Parnaíba.
Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se questionário com perguntas
abertas e fechadas com questões que abordaram a temática das particularidades
entre piso de concreto com fibra estrutural e fibra de concreto armado. Os resultados
obtidos com o valor de mão de obra e material, área de piso, tempo de obra, tipo de
acabamento e controle de qualidade do concreto foi possível distinguir qual melhor
opção de escolha levando em consideração a rapidez, o custo e as patologias. Foi
observado nos resultados a necessidade de boas práticas para se obter um piso de
qualidade: Análise, acompanhamento e preparo do solo base; cálculo e
detalhamento de reforços, armadura; projeto e detalhamento das juntas; projeto e
controle no posicionamento e execução dos sistemas de transferência de carga;
controle de abatimento e de resistência do concreto, cuidados no lançamento,
adensamento, acabamento e cura do concreto; corte de juntas no intervalo correto
de tempo e selamento delas. Com o levantamento de dados o piso com fibra teve
um melhor desempenho, apresentando custo 10% a menos e tempo de execução
mais reduzido, além da melhor qualidade em relação as patologias.

Palavras-chave: Revestimento industrial. Custo benefício. Patologia. Características


técnicas.
ABSTRACT

Nowadays, floors that are used in industrial constructions, also known as high
strength flooring, are structures designed to withstand high loads and intense traffic
movement. This study aims to compare the particularities between concrete floor with
structural fiber and reinforced concrete floor. Regarding the methodology, this
research has a qualitative approach, making use of bibliographic research and
exploratory method to achieve the proposed goals. The research was carried out in
the period from September to November (2019). The research participants were the
engineers responsible for three works located in a city called Parnaíba located in
Piauí State, Brazil. As a data collection instrument, it was used a questionnaire with
open-ended and closed-ended questions, which had questions focused on the
particularities between concrete floor with structural fiber and reinforced concrete
fiber. With the results obtained in relation to the labor and material price, floor area,
work time, type of finish and the concrete quality control, it was possible to
distinguish which was the best option to choose considering quickness, cost and
structural damage. It was observed in the results the following good practices to
actually obtain a floor that has great quality: Analysis, base soil monitoring and
preparation; calculation and detailing of reinforcements, steel reinforcement, project
and detailing of joints, project and positioning control and load transfer
implementation system, concrete slump and strength, concrete implementation
precautions, thickening, concrete finishing and curing; cutting joints at the correct
time and sealing them. Based on the collected data, the fiber floor had better
performance, 10% less cost and shorter execution time, and better quality
concerning structural damage.

Key-words: Industrial coating. Price-performance ratio. Structural damage.


Technical characteristics.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Gráfico Consumo de Cimento – milhões de toneladas, 2004-


2010................................................................................................................ 15
Figura 2- Sistema genérico de piso............................................................... 17
Figura 3- Pavimento de concreto simples sem barra de
transferência................................................................................................... 19
Figura 4- Pavimento de concreto com armadura........................................
........................................................................................................................ 20
Figura 5- Detalhamento da armadura no piso de concreto armado na junta
de dilatação ................................................................................................... 21
Figura 6- Pavimento de concreto reforçado com fibras................................. 22
Figura 7- Fibra de aço carbono..................................................................... 23
Figura 8- Fibra de vidro para adição em concretos....................................... 23
Figura 9- Fibra de nylon de alto módulo para adição em concretos ............ 24
Figura 10- Fibra de polipropileno para adição em concreto.......................... 24
Figura 11- Formação de ouriços (aglomeração das fibras com agregados). 25
Figura 12- Pavimento de concreto protendido.............................................. 26
Figura 13- Caracterização índice de planicidade (FF)................................... 27
Figura 14- Caracterização índice de nivelamento (FL).................................. 28
Figura 15 e 16- Conferência dos valores F-numbers com equipamento
dipstick floor profile......................................................................................... 30
Figura 17- Desempenho em função do tempo.............................................. 32
Figura 18- Lei da evolução de custo ............................................................. 33
Figura 19- Lançamento e espalhamento do concreto com o laser
screed..............................................................................................................
34
Figura 20- Início do acabamento da placa de concreto com a acabadora
dupla...............................................................................................................
35
Figura 21- Informações obtidas sobre prazo de entrega, valor da mão de
obra por m² e valor do material por m²...........................................................
40
LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Percentual de utilização de cada tipo de piso nos anos de

2010 e 2011............................................................................................... 17

Quadro 2- Participação de cada piso na composição brasileira............... 17

Quadro 3- Valores típicos do sistema F-Numbers.................................... 28

Quadro 4- Distribuição das obras por ramo de atividade, piso utilizado,

quantidade de m² de piso e resistência do concreto................................. 39

Quadro 5- Controle do concreto, acabamento do piso e mapeamento

do caminhão betoneira.............................................................................. 41

Quadro 6- Grau de compactação, cura do concreto e utilização da lona

plástica....................................................................................................... 43
LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABESC - Associação Brasileira das Empresas de Serviços de
Concretagem
ANAPRE - Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto
Desempenho
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................... 12
2. OBJETIVOS.......................................................................................... 14
2.1. Objetivo Geral..................................................................................... 14
2.2. Objetivos Específicos......................................................................... 14
3. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................... 15
3.1 Contextualização: Cenário da indústria da construção civil................ 15
3.2 Inserção do piso de concreto na construção civil................................ 16
3.3 Classificação dos pisos industriais...................................................... 17
3.3.1 Piso Simples..................................................................................... 19
3.3.2 Pisos de Concreto Armado............................................................... 20
3.3.3 Pisos industriais de concreto reforçado com fibras.......................... 21
3.3.4 Pisos industriais de concreto protendido.......................................... 26
3.4 Acabamento superficial....................................................................... 27
3.4.1 F-Numbers: Planicidade(FF) e Nivelamento(FL).............................. 28
3.5 Patologia de pisos de concreto............................................................ 31
3.5.1 Vida útil, desempenho e durabilidade............................................... 32
3.5.2 Manutenção de estruturas................................................................ 34
3.6 Concretagem e acabamento............................................................... 35
4. METODOLOGIA ................................................................................... 37
4.1 Período de estudo 38
4.2 Cenário e participantes da pesquisa................................................... 38
4.3 Instrumento de coleta de dados.......................................................... 38
4.4 Procedimentos para análise e interpretação dos dados...................... 39
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................ 40
6. CONSIDERAÇÃO FINAIS.................................................................... 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
12

___________________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO

Atualmente os pisos utilizados em construções industriais, também


conhecidos como pisos de alta resistência, são estruturas desenvolvidas com a
finalidade de suportar altas cargas e intensa movimentação de tráfego. Portanto, faz-
se necessário que ocorro um estudo aprofundado, por parte do profissional de
engenharia civil, que deve proceder a análise da infraestrutura que envolve toda a
obra, iniciando a partir do terreno de fundação, placa de concreto, entre outros
detalhes técnicos, para que, por fim, possa ser feita a escolha piso mais adequado a
ser aplicado.
O piso de concreto pode ser definido como aquele que se apresenta como um
elemento continuamente apoiado que apresenta dimensionamento capaz de
suportar cargas diversificadas quanto à intensidade e forma de atuação. São pisos
de desempenho superior aos pisos comuns que tem por finalidade resistir e distribuir
os esforços verticais provenientes dos carregamentos ao subleito.
O mundo globalizado e a evolução das tecnologias fizeram com que o
mercado de construção civil nos últimos anos tenha tido crescimento exponencial.
Com isso, aumenta a exigência dos clientes por construções prontas em prazos
cada vez menores, buscando obter maiores lucros e menos gastos. Alguns detalhes
construtivos são, por vezes, negligenciados ou esquecidos, a escolha do tipo de piso
a ser utilizado na obra pode ser um fator determinante para evitar problemas futuros
com a obra.
Portanto, antes de que seja iniciada a construção de um piso, é importante
que o proprietário do terreno, arquiteto, engenheiro e empreiteiro entendam a real
importância sobre o peso real das cargas, tráfegos e necessidades do negócio, para
que o piso atenda as reais expectativas de acordo com o nível de qualidade
apresentado.
O presente estudo se justifica pelo fato de que, o autor, através de sua
vivência acadêmica e prática, por meio de estágio extracurricular em uma obra de
grande porte na cidade de Parnaíba, se pôs a refletir sobre a importância da escolha
correta do tipo de revestimento utilizado nas obras industriais, o que despertou seu
desejo em abordar este tema no Trabalho de Conclusão de Curso.
13

Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo principal confrontar as


particularidades existentes entre piso de concreto com fibra estrutural e piso de
concreto armado.
Espera-se que ao final do trabalho, este venha a colaborar positivamente com
conhecimentos acerca dos dois tipos de pisos abordados no decorrer da pesquisa,
demonstrando as características técnicas de cada um deles, definindo seu traço de
estudo e buscando a relação do custo e benefício e a especificação da mão de obra
técnica.
14

2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral

• Confrontar as particularidades existentes entre piso de concreto com fibra


estrutural e piso de concreto armado.

2.2. Objetivos Específicos

• Fazer o levantamento das características técnicas do piso de concreto com


fibra estrutural e do piso de concreto armado.
• Buscar a relação do custo e benefício e a especificação da mão de obra
técnica.
15

3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Contextualização: Cenário da indústria da construção civil

A inserção do Brasil num contexto de economia globalizada trouxe diversas


alterações à sociedade, inclusive à tecnologia tradicionalmente empregada na
construção civil. Desde a abertura econômica e o estabelecimento de alianças
comerciais, a indústria da construção civil brasileira colocou-se diante de novas
tecnologias de produtos e métodos construtivos. (SENEFONTE, 2007).
Observando a evolução da construção civil, notamos o vasto campo de
materiais que surgiram para suprir o mercado, que cada dia busca uma construção
limpa e com rapidez. O cimento considerado um dos materiais de mais importância
no ramo, tem recebido diversas melhorias.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento-SNIC (2006) o
consumo de cimento é um bom indicador do nível de atividade no setor de
construção civil. Embora não seja específico do segmento de edificações, o cimento
é importante porque está envolvido também na autoconstrução, que responde por
70% de seu consumo. De 1995 a 1999, o consumo de cimento cresceu de 28,3 para
40,2 milhões de toneladas. Desde então, vinha caindo até atingir 33,6 milhões de
toneladas em 2003. Em 2004, o consumo mostra uma pequena recuperação, indo
para 33,9 milhões (alta de 1% em relação a 2003).
O consumo de cimento em uma escala evolutiva entre os anos de 2004 a
2010 mostra um crescimento regular, apresentando uma pequena queda no ano de
2009, mas que no ano seguinte recupera superando os anos anteriores.
16

Figura 01:Consumo de Cimento – milhões de toneladas, 2004-2010

FONTE:- SNIC – Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (2011)

O francês Joseph Louis Lambot o primeiro a publicar sobre cimento armado


(como era conhecido o concreto armado até meados de 1920) efetuou as primeiras
experiências práticas com introdução da ferragem na massa de concreto no ano de
1850, com diversas finalidades.

3.2 Inserção do piso de concreto na construção civil

Impulsionados pelo desenvolvimento de novas tecnologias e pelo crescimento


de alguns setores industriais, os pisos de concreto se popularizaram no Brasil na
década de 1980 devido às suas características, dentre elas: boas propriedades
mecânicas, elevada resistência a ataques químicos, facilidades na limpeza e
estética adequada (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PISOS E REVESTIMENTOS DE
ALTO DESEMPENHO – ANAPRE, 2014).
Com crescimento e reorganização do setor industrial, sobretudo valorizando-
se a evolução das práticas empresariais e os sistemas de logística e operação, o
mercado de pavimentação industrial foi bastante solicitado, necessitando de
implantação de novas tecnologias e sistemas para atender esta demanda,
(OLIVEIRA, 2003).
Segundo Rodrigues et al. (2006), o desenvolvimento dos sistemas
construtivos de pavimentação industrial no Brasil é muito recente, e começou
realmente a se desenvolver há cerca de 20 anos, sendo que anteriormente a esse
17

período, havia pouca preocupação com os critérios de projeto.


Com a busca pela produtividade e qualidade de serviço os pisos industriais de
concreto ganharam espaço no mercado, em função da busca constante pela
tecnologia e especialização dos serviços e pela criação de núcleos de pesquisas na
área de pisos e revestimentos de alto desempenho. Estas ações culminaram na
criação do PEMP –Projeto de Expansão do Mercado de Pisos, que contribuiu
bastante para o avanço do setor (ANAPRE, 2009).
A ANAPRE (2009) define pisos industriais como sendo o elemento estrutural
com finalidade de resistir e distribuir os esforços verticais proveniente dos
carregamentos ao subleito.
Pisos são superfícies horizontais ou inclinadas formadas por camadas,
conforme exemplo genérico apresentado na Figura 1, e têm a função de vedação,
estrutura e atendimento de tráfego (NBR 15575-3:2013 - Edificações habitacionais:
Desempenho Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos).

Figura 02 - Sistema genérico de piso

Fonte: ABNT, (2013).

3.3 Classificação dos pisos industriais

Existem muitos tipos de pisos industriais, entre eles os pisos em concreto:


simples sem armaduras, simples com armaduras descontínuas de retração,
estruturalmente armado, protendidos e reforçados com fibra (CHODOUNSKY;
VIECILI, 2007). Neste trabalho estão em foco os pisos em concreto estruturalmente
armados e os pisos reforçados com fibras.
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem- ABESC
18

(2012) afirma existir aproximadamente 100 empresas concreteiras atuantes no


Brasil, sendo que 20 delas representam cerca de 80% do volume de produção e são
associadas à ABESC. As 80 restantes são empresas de pequeno porte e estão
pulverizadas principalmente nas pequenas e médias cidades. Conforme percentual
pesquisado pela ABESC com as principais concreteiras do País, de 7 a 9% do
concreto produzido pelas fabricas de concreto é destinado para piso. Vale ressaltar
novamente que, nesta pesquisa, tratamos do piso utilizado em obras comerciais
(atacadistas, varejo), industriais e de logística (centros de distribuição).
Sobre a utilização de soluções relacionada ao total de metragem quadrada de
produção, os entrevistados informaram os seguintes percentuais por solução:

Quadro 01- Percentual de utilização de cada piso nos anos de 2010 e 2011
PERCENTUAL DE UTILIZAÇÃO DAS SOLUÇÕES
Tela 50,5%
Fibra metálica 34,2%
Macrofibra 15,2%
Protensão 0,1%
Fonte: ANAPRE, 2012

Quadro 02- Participação de cada piso na composição brasileira


TOTAL- PISO – M²
SOLUÇÃO 2010 PARTICIPAÇÃO 2011 PARTICIPAÇÃO
Tela 32.055.556 82% 32.500.000 78%
Protensão 350.877 1% 526.316 1%
Fibra 1.790.132 5% 3.207.895 8%
metálica
Macrofibra 1.881.807 5% 2.508.669 6%
Total com 36.078.371 93% 38.742.880 93%
reforço
Piso sem 2.860.000 7% 3.140.00 7%
reforço
Total Geral 38.938.371 100% 41.882.880 100%
Fonte: ANAPRE, 2012
19

Analisando a pesquisa, vemos o vasto leque de materiais para reforço do piso


industrial, com a tela (concreto com armadura), protensão (cabos de aço), e fibras. A
sua utilização leva em conta alguns fatores: preço, mão de obra qualificada,
mobilização, matéria prima, patologias. Observamos que o mais utilizado vem sendo
a tela, onde no decorrer deste trabalho será discutido os motivos desse percentual.
Outro ponto que se pode ressaltar, trata-se da preocupação do contratante
em utilizar reforços nos seus serviços, aumento a qualidade dos pisos industriais do
nosso país.
Ao se observar a tabela nota-se que corrobora com o que afirmam Rodrigues
et al. (2006), quando relatam que atualmente o Brasil é um dos países líderes no
dimensionamento de pavimentos, pois possui domínio da evolução tecnológica dos
materiais e alto grau de especialização dos profissionais das áreas de projeto e
execução.

3.3.1 Piso Simples

Segundo Chodounsky e Viecili (2007), nos pavimentos de pisos de concreto


simples, todos os esforços de tração gerados pela retração, variação térmica e pelo
carregamento, são resistidos pelo concreto. Não há presença de armadura estrutural
ou de combate à retração podendo-se, entretanto, empregar dispositivos de
transferência de carga tais como barras de transferência ou barras de ligação.
Sem a presença de armadura o único dispositivo para contensão da carga é o
concreto, Para Oliveira (2000), a quantidade de cimento deve ser elevada para
aumentar a resistência do material e combater os esforços de compressão e flexão.
Por isso, nestes tipos de pavimentos, o concreto deve apresentar fator água /
cimento reduzido e processo de cura adequado como alternativa de combate às
fissuras por retração hidráulica.
Outro ponto que se pode ressaltar é o tipo de carga que o piso é submetido,
cargas com movimentos repetitivos, podem causar a fadiga do concreto podendo
vim a fissurar.
A figura 03 mostra o sistema de piso de concreto simples com utilização de
barra de transferência.
20

Figura 03: Pavimento de concreto simples sem barra de transferência

Fonte: Carvalho, 2009

3.3.2 Pisos de Concreto Armado

Segundo Rodrigues et al. (2003), é o sistema de pavimentos industrial mais


popularmente empregado atualmente na indústria da construção civil brasileira. A
partir de ensaios, constata-se que a presença da tela (armadura) não só controla a
fissuração, como também apresenta uma resposta estrutural ao sistema de
pavimentação.
Oliveira (2000) afirma que a utilização das malhas reduz consideravelmente o
número de juntas necessárias, permitindo construção de placas de até 30 metros de
comprimento e 6 metros de largura, embora o comprimento usualmente praticado
seja de cerca de 15 metros.
A necessidade de uma mão de obra especializada para montagem correta da
armadura, com espaçador, utilização da lona, barra de transferência e os reforços
especificados de projeto é um ponto muito negativo na utilização desse tipo de piso.
A principal ferragem utilizada são as telas soldáveis, essas armaduras pré-
fabricadas são compostas por fios de aço transversais e longitudinais dispostos
ortogonalmente (geralmente de aço CA-50 e CA-60) e soldados por caldeamento em
todas as interseções. São encontradas em diversos tamanhos e densidades de
malhas, ficando a critério do projetista, selecionar o tipo de malha mais indicado para
cada caso e fazer a especificação em projeto (RODRIGUES & CASSARO, 1998;
RODRIGUES, 2004).
21

Como mostra a figura 03 e 04 respectivamente o esquema de montagem das


telas soldáveis com utilização da treliça como espaçador e com utilização da barra
de transferência juntamente com a treliça nas juntas de dilatação

Figura 04: Pavimento de concreto com armadura

Fonte: Carvalho, 2009

Figura 05: Detalhamento da armadura no piso de concreto armado na junta de


dilatação.

Fonte: Carvalho, 2009

3.3.3 Pisos industriais de concreto reforçado com fibras

Segundo Rodrigues et al. (2003), esta tecnologia chegou ao Brasil a partir da


década de 1990, promovendo grande avanço na engenharia de pavimentação
industrial, e permitindo aperfeiçoamento de técnicas de dimensionamento baseadas
22

na escola europeia.
Chodounsky e Viecili (2007) definem o concreto reforçado com fibras como
uma mistura (compósito) constituída de duas fases: o concreto e as fibras. Suas
propriedades são determinadas pelo comportamento estrutural do conjunto formado
por seus componentes.
A união de duas ou mais fibras aumentam a qualidade do piso reduzindo as
patologias e aumentando o tempo de utilização sem degradação. A figura 05
apresenta o perfil de pisos de concreto reforçado com fibras.

Figura 06 - Pavimento de concreto reforçado com fibras

Fonte: Carvalho, 2009

Ainda segundo Chodounsky e Viecili (2007), quanto maior for a quantidade de


fibras no concreto maior será a possibilidade de a fibra interceptar uma fissura,
sendo usual uma concentração na ordem de 0,25% do volume do concreto utilizado.
Segundo Bina e Teixeira (2002), em relação à logística de execução,
destacam se como principais vantagens da utilização do sistema de concreto
reforçado com fibras:

“• Eliminação da etapa de colocação das armaduras: Redução da mão de


obra, tempo de montagem das armaduras e insumos (ferragens, telas
soldadas, espaçadores, barras de transferência, caranguejos etc.).
• Espaço no canteiro de obras e otimização dos espaços de estocagem dos
materiais: redução do número de ferramentas e matéria-prima relativas à
montagem das armaduras.
• Simplificação do processo da concretagem: acesso facilitado para
equipamentos de lançamento nos locais a serem concretados e facilidade
de vibração devido à ausência de armaduras.
• Quando utilizadas fibras de alto módulo (excluem-se as de aço) ocorre
diminuição do risco de patologias causadas por corrosão.
• Simplificação do processo de execução das juntas de dilatação (não há
23

necessidade de instalar barras de transferência) e reforço das bordas das


placas com fibras, reduzindo o risco de patologias como quebra das juntas e
quinas” (Bina e Teixeira, 2002, p. 56).

As fibras são fabricadas com a mais alta tecnologia apresentando diversas


matérias primas e com vários propósitos de utilização. Segundo Chodounsky e
Viecili (2007), as fibras podem ser classificadas em:

• sintéticas e orgânicas (polipropileno ou carbono);


• sintéticas e inorgânicas (aço ou vidro);
• naturais e orgânicas (celulose);
• naturais e inorgânicas (asbesto ou amianto).

As figuras 06, 07, 08 e 09 são exemplos de tipos de fibras. A figura 06 é o


modelo Dramix / Arcelormittal comercializado em pente com material hidrossolúvel
para facilitar manuseio e transporte até a obra ou empresa responsável pela
produção do concreto. A figura 07 é o modelo de fibras de vidro, a figura 08 trata da
fibra de nylon e a figura 09 é o modelo de fibras de polipropileno.

Figura 07: Fibra de aço carbono

Fonte: Belgomineira,2017
24

Figura 08: Fibras de vidro para adição em concretos

Fonte: Portuguese alibaba,2016

Figura 09: Fibra de nylon de alto módulo para adição em concretos

Fonte: Piniweb,2016
25

Figura 10: Fibra de Polipropileno para adição em concreto

Fonte: Ntcbrasil,2017

Segundo Bina e Teixeira (2002), o controle tecnológico do concreto deve ser


bastante cuidadoso, assegurando comportamento previsto em projeto e evitando
formação de “ouriços” (bolas formadas pela aglomeração de fibras e da fração mais
fina dos agregados e cimento), conforme figura 10, que comprometem o
desempenho do material e prejudicam os processos de concretagem.
26

Figura 11: Formação de ouriços (aglomeração das fibras com agregados)

Fonte: Macaferri, 2011

3.3.4 Pisos industriais de concreto protendido

Segundo Chodounsky e Viecili (2007), o piso protendido, resumidamente,


consiste em um piso de concreto reforçado com armaduras de alta resistência,
tracionadas por macacos hidráulicos, cuja força, é transferida à placa de concreto
por intermédio das ancoragens posicionadas nas extremidades.
A ideia de se utilizar a protensão em pisos ou pavimentos de concreto nasceu
há muitos tempo, tendo sido registradas as primeiras experiências em meados da
década 40, na Europa e nos Estados Unidos. A introdução das cordoalhas
engraxadas e plastificadas no mercado brasileiro, no início de 1997, deu novo e
grande impulso para a disseminação do uso do sistema de pós-tensão, não só em
lajes planas, mas também em pisos industriais (CHODOUNSKY; VIECILI, 2007).
Utilizando-se a protensão diminui demasiadamente a utilização de juntas de
dilatação, pois aumenta o tamanho da placa, consequentemente a proporção de
patologias reduz. Ainda segundo Chodounksy e Viecili (2007), considerando o fato
de que a durabilidade da placa de concreto diminui com o aumento do número de
juntas, os custos de manutenção podem ser reduzidos nos pisos protendidos, uma
vez que a protensão é um meio eficiente de redução do número de juntas. Nos pisos
27

protendidos a placa pode ter dimensões superiores a 100 metros. A figura 12


apresenta o perfil de pisos em concreto protendido.

Figura 12: Pavimento de concreto protendido

Fonte: Carvalho, 2009

3.4 Acabamento superficial

O acabamento da superfície do piso de concreto é um ponto crucial, sem


muita importância para qual modelo de piso foi utilizado, no mercado da industrial a
estética pesa muito. As ações necessárias para um bom desempenho do seu piso
são compostas basicamente pelo corte, desempeno, alisamento e aplicação de
elementos específicos como endurecedores de superfícies ou aspersões minerais e
metálicas.
A escolha destes processos de acabamento superficial dos pavimentos
industriais é intimamente associada ao funcionamento da área, uma vez que este é
o elemento do piso exposto às ações externas de carregamentos e demais agentes
agressores nos períodos de operação. Segundo a NBR 14931/2004: Execução de
estruturas de concreto - Procedimento, as superfícies devem apresentar
durabilidade e uniformidade, alcançadas através de processos de lançamento,
adensamento e vibração adequados evitando a segregação do material.
Ainda com base em dados da NBR 14931/2004, uma dosagem sem critérios
específicos para pavimentos industriais associada a um processo de vibração
inadequado (de longa duração e reincidente no mesmo local) promove a exsudação
excessiva, fazendo com que a água e o teor de finos migrem para a superfície
reduzindo a resistência superficial ao desgaste por abrasão e comprometendo a
28

durabilidade das placas concretadas.

3.4.1 F-Numbers: Planicidade(FF) e Nivelamento(FL)

Segundo Rodrigues et al. (2006), a qualidade superficial do piso é um critério


importante para o seu desempenho, garantindo o tráfego suave dos equipamentos e
facilitando a instalação de equipamentos e sistemas de armazenagem.
A metodologia descrita pela norma ASTM E 1155 / 96 controla, com base no
sistema F-Numbers (ACI, 1989) os critérios de planicidade e de nivelamento para os
pisos industriais definindo dois parâmetros: o FF e o FL.
O FF é o índice de planicidade (flatness). Define-se como a curvatura máxima
(qi) em 600mm de piso e é calculada com base em duas medidas sucessivas de
elevações diferenciais, tomadas a cada 300mm. (IBTS, 2006). Quando maior o valor,
mais plana é a superfície observada.

Figura 13: Caracterização índice de planicidade (FF).

Fonte: Pisos industrais,2014

O FL é o índice de nivelamento (levelness). Baseia-se na comparação do


desnível da superfície com o plano horizontal (zi), medido a cada 3 metros. Este
índice torna-se importante em centros de estocagem em que ocorre o empilhamento
de paletes (RODRIGUES, 2010). Quando maior o valor do índice, mais próximo ao
plano referencial está a superfície analisada.
29

Figura 14: Caracterização índice de nivelamento (FL).

Fonte: Pisos industrias, 2014

Os valores do FF e FL para cada piso vêm de determinação do projeto, onde


se mostra a necessidade de cada contratante. Cada um desses parâmetros
apresenta valores globais e mínimos, não devendo ser confundidos com o Fmín, que
é empregado apenas para casos de pisos conhecidos como superflat, com altos
índices de planicidade, onde são considerados veículos com tráfego definido em
corredores estreitos ainda em fase de projeto e definição das atividades de
operação.
A ACI (American Concrete Institute) apresenta classificações de piso e os
índices globais de planicidade e nivelamento indicados para cada caso. A tabela xx
abaixo demonstra estes valores globais, podendo ser utilizada como referencial.

Quadro 03: Valores típicos do sistema F-Numbers


Aplicação / Uso típico FF Global FL Global
Pisos comuns, pisos de garagens e
estacionamentos, contra-piso para pisos elevados 20 15
ou revestimentos assentados com argamassa
Áreas carpetadas ou pisos comerciais e
industriais 25 20
de baixo tráfego
Revestimentos tipo RAD ou de baixa espessura e
área de depósitos com tráfego moderado ou 35 25
elevado
30

Depósitos especiais (estrutura de porta-pallets


com 45 35
grande altura), pistas de patinação
Equipamentos especiais (empilhadeiras tri-
laterais, >50 >50
estúdios de filmagem ou televisão
Fonte: adaptação ACI 302

Segundo orientação da norma ASTM E 1155 / 96, as medições da


planicidade e nivelamento devem ser efetuadas, entre 24 e 72 horas após as
operações de acabamento superficial do concreto, permitindo reparos das
superfícies em desconformidade com os níveis especificados em projeto.
Para cada F-Number (FF e FL) devem ser adotados dois requisitos de
qualidade:
 Valor global: índice de planicidade ou nivelamento a ser atingido no piso
como um todo, calculado pela média ponderada com a área dos
resultados individuais de cada faixa (seção de teste)
 Valor mínimo local: é o valor mínimo de planicidade ou nivelamento
aceitável para qualquer trecho do piso, faixa de concretagem ou parte
dela.
31

Figuras 15 e 16: Conferência dos valores F-Numbers com equipamento Dipstick


Floor Profile

Fontes: Concretebinding,2014 e Pisos industrais, 2014

A tecnologia mostra a qualidade do piso entregue ao cliente, dando mais


segurança ao receber esse serviço, existem empresas especializadas para laudos
de qualidade de pisos, alguns dos resultados apresentados são de planicidade,
nivelamento, resistência do piso a compressão e abrasão dentre outros

3.5 Patologia de pisos de concreto

Apresentando os conceitos e manifestações patológicas em pisos de


concreto, ponto de suma importância neste trabalho.
Patologia é de acordo com o Dicionário Online (MICHAELIS, 2009): “a ciência
que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças”. Na engenharia civil, o
conceito é muito similar, ou seja, entende-se por patologia o estudo que identifica os
sintomas, os mecanismos, as causas e origens dos problemas. É a parte da
engenharia que compreende e interpreta o problema, diagnosticando-o e procura
encontrar a terapia mais adequada ao determinado sintoma (HELENE, 1992).
Os principais conceitos sobre patologias na construção civil são (HELENE,
1992):
32

 Sintomas: São manifestações, geralmente externas, a partir das quais se


pode deduzir a natureza, a origem, os mecanismos e as prováveis
consequências da patologia.
 Mecanismos: Para o tratamento adequado do sintoma é imprescindível
conhecer o mecanismo que gerou o problema. Como por exemplo, a
oxidação é o mecanismo (reação físico-química) que deteriorou a armadura.
 Origem: As manifestações patológicas só têm origem após a etapa de
execução, geralmente ao longo do uso da estrutura. “Para cada origem do
problema há uma terapia mais adequada, embora o fenômeno e os sintomas
possam ser os mesmos.”
 Causas: Dentre as principais causas de manifestações patológicas destacam-
se: sobrecarga, variações térmicas e de umidade, incompatibilidade de
materiais, agentes biológicos, agentes atmosféricos e outros.
 Consequências: Um bom diagnóstico se completa com algumas
considerações sobre as consequências do problema no comportamento geral
da estrutura, ou seja, um prognóstico da questão. De forma geral, costuma-
se separar as considerações em dois tipos: as que afetam as condições de
segurança da estrutura (associadas ao estado limite último) e as que
comprometem as condições de higiene, estética, etc., ou seja, as
denominadas condições de serviço e funcionamento da construção
(associadas aos estados limites de utilização).
 Terapia: Consiste desde pequenos reparos em regiões específicas até a
completa recuperação da estrutura e reforços estruturais.

3.5.1 Vida útil, desempenho e durabilidade

Vida útil, desempenho e durabilidade estão interligados, podendo ser


definidos como:
 Vida útil: é o período em que a estrutura desempenha as funções a ela
atribuídas mantendo suas características básicas de resistência e utilidade
em nível aceitável (NEVILLE, 1997);
 Desempenho: “[...] por desempenho entende-se o comportamento em serviço
de cada produto, ao longo da vida útil, e a sua medida relativa espelhará,
33

sempre, o resultado do trabalho desenvolvido nas etapas de projeto,


construção e manutenção.” (SOUZA e RIPPER, 1998). A Figura 17 retrata
diferentes desempenhos de uma estrutura, com o tempo em função de
diferentes fenômenos patológicos;

Figura 17 – Desempenho em função do tempo

Fonte: Souza e Ripper, 1998.

 Durabilidade: “Capacidade do edifício ou de seus sistemas de desempenhar


suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção
especificadas, até um estado limite de utilização.” (NBR 15575-1:2013 -
Edificações habitacionais: Desempenho Parte 1: Requisitos gerais).
34

3.5.2 Manutenção de estruturas

Conforme os autores Souza e Ripper (1998), “entende-se por manutenção de


uma estrutura o conjunto de atividades necessárias à garantia do seu desempenho
satisfatório ao longo do tempo, ou seja, o conjunto de rotinas que tenham por
finalidade o prolongamento da vida útil da obra, a um custo compensador.”
Quanto antes identificada e executada a manutenção da manifestação
patológica, de forma a esta não evoluir para quadros mais avançados, mais fácil,
barato e efetivo será o reparo. Esta afirmação é demonstrada pela “lei de Sitter”
(Figura 23) que relaciona os custos de intervenção, que crescem em progressão
geométrica em relação ao tempo decorrente até a manutenção (HELENE, 1992).

Figura 18 – Lei de evolução de custo

Fonte: Sitter, 1984 apud Helene, 1992.


35

3.6 Concretagem e acabamento

Segundo Tamaki (2011), o concreto para a execução do piso industrial deve


ter boa resistência à abrasão, compressão e tração na flexão, além de alta
capacidade de deformação e alongamento na ruptura ao longo do tempo.
A definição dessa resistência mecânica é determinada em função dos
esforços atuantes na placa apoiada em um meio elástico. Para os pisos industriais
dessa natureza, adota- se um valor mínimo de 30 MPa para o fck (resistência
caracterísitca do concreto à compressão) (TAMAKI, 2011).
Segundo Tamaki (2011), a concretagem é constituída dos seguintes
processos:

• Lançamento e espalhamento;
• Controle tecnológico;
• Adensamento;
• Nivelamento;
• Acabamento;
• Cura.

Figura 19: Lançamento e espalhamento do concreto com o laser screed

Fonte: (Divulgação Item piso, 2017)


36

Devido às espessuras baixas com as quais os pisos são executados, o


adensamento do concreto pode ser realizado com réguas vibratórias ou pelo Laser
Screed, que são ajustadas em função da consistência do concreto (TAMAKI, 2011).
O nivelamento também é executado pelo Laser Screed.

Figura 20: Início do acabamento da placa de concreto com a acabadora dupla.

Fonte: (Divulgação Bcp engenharia,2019)

O acabamento divide-se em regularização da superfície e desempeno


mecânico.
A regularização da superfície ocorre após a concretagem, enquanto o
concreto ainda se encontra no estado fresco. Para essa regularização, utiliza-se o
rodo de corte. Após esse procedimento, e logo que o concreto tenha resistência
superficial, inicia-se o desempeno mecânico para aflorar a argamassa à superfície,
formando assim a camada de acabamento, sendo executado por acabadoras de
superfície, com um ou dois discos de flotação (TAMAKI, 2011).
37

4. METODOLOGIA

Na perspectiva de conhecer e aprofundar os conhecimentos sobre o tema


deste trabalho de conclusão de curso está pesquisa se caracteriza qualitativa,
fazendo uso de pesquisa bibliográfica e de método exploratório para atingir os
objetivos anteriormente propostos.
Segundo Fachin, (2006) a abordagem qualitativa é caracterizada por ser uma
análise minuciosa, que não se realiza medidas, e nem são contadas. Sendo
importante enfatizar que as características são as variáveis da pesquisa, mas que
não são exclusivamente da abordagem qualitativa e podem ser determinadas
também pela abordagem quantitativa.
Estudos exploratórios são investigações empíricas, cuja finalidade é a
formulação de ideias, questões de um problema com triplo direcionamento, pois o
pesquisador desenvolve hipóteses, aumentando a familiaridade com o ambiente,
fato ou fenômeno, para a execução de uma pesquisa futura mais precisa, criando,
modificando ou clareando novos conceitos (GIL, 2008). Fez-se uso também de
pesquisa bibliográfica que de acordo com Lakatos e Marcone (2010):

Abrange toda bibliografia á tornada pública em relação ao tema de estudo,


desde publicações de vários modos como as publicadas em jornais,
revistas, outras pesquisas, trabalhos de monografias. Sua finalidade é
aproximar o pesquisador com o que foi escrito, apresentado, falado ou
mesmo filmado sobre determinado assunto, inclusive trabalhos que falam
diretamente sobre a problemática escolhida para desenvolver a pesquisa
(LAKATOS; MARCONE, 2010, p.96).

A pesquisa qualitativa envolve a obtenção do contato direto com o sujeito e


mundo real. Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir
hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento
bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão.
(GIL, 2008).
38

4.1 Período de estudo

A presente pesquisa foi realizada no período que compreende os meses de


setembro a novembro do ano de 2019, após a aprovação do instrumento de coleta
de dados produzido pelo autor junto ao seu orientador que é docente do curso de
Bacharelado em Engenharia Civil da Faculdade Maurício de Nassau unidade
Parnaíba.

4.2 Cenário e participantes da pesquisa

O cenário da pesquisa é o município de Parnaíba, que segundo o Instituto


Brasileiro de Geografia e estatística – IBGE possui uma população estimada no ano
de 2019 de 153.019 habitantes. O município vive uma época em que são
observados importantes investimentos no setor de construção civil, o que fez com
que o autor escolhesse como cenário da pesquisa.
Os participantes da pesquisa foram os engenheiros responsáveis por 03 (três)
obras localizadas na cidade de Parnaíba. O critério de escolha dos participantes foi
definido pelo tamanho da obra em M², quantidade de funcionários trabalhando na
obra e que utilizasse na obra, um dos tipos de piso abordados neste estudo.

4.3 Instrumento de coleta de dados

Como instrumento de coleta de dados para se atingir os objetivos traçados no


início do projeto foi utilizado questionário com perguntas abertas e fechadas
direcionadas aos sujeitos da pesquisa com questões que abordaram a temática das
particularidades entre piso de concreto com fibra estrutural e fibra de concreto
armado.
Sobre este instrumento de coleta de dados Gil (2008), discorre que o
questionário pode ser compreendido como uma técnica de investigação social. O
qual é composto por um conjunto de questionamentos submetidos a pessoas com o
propósito de adquirir informações sobre as percepções, conhecimentos, crenças,
sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, medos, comportamentos
39

atuais ou passados. Segundo o autor é um instrumento de coleta de informações,


utilizado frequentemente para sondagens ou inquéritos. Por isso a escolha deste tipo
de instrumento para a obtenção e análise dos dados necessários para o
desenvolvimento da pesquisa.

4.4 Procedimentos para análise e interpretação dos dados

No momento do preenchimento do questionário, o pesquisador ficou à


disposição dos entrevistados, para caso fosse necessário, esclarecer algumas
dúvidas.
Os dados foram coletados e categorizados para posterior realização da
análise, baseada na literatura e normatização técnica sobre o assunto. Esta etapa
oportunizou a captação dos dados oriundos de uma associação de técnicas parciais
e complementares, através da evidenciação e da sistematização do conteúdo das
informações e da expressão desse conteúdo para melhor desenvolvimento da
análise das informações coletadas pelo autor.
40

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A população do estudo é formada pelos Engenheiros Civis responsáveis por


obras na cidade de Parnaíba-PI que apresentem os requisitos para responder o
questionário. Foi feita uma comparação entre os pisos de concreto armado e o piso
de concreto com fibra estrutural, analisando a quantidade executada, tempo,
material, mão de obra, gastos.

Quadro 04: Distribuição das obras por ramo de atividade, piso utilizado,
quantidade de m² de piso e resistência do concreto.

QUANTIDADE QUAL FCK


RAMO DE TIPO DE PISO
DE M² DE DO
ATIVIDADE UTILIZADO
PISO CONCRETO

Piso de
OBRA A Comercial concreto 836 m² 20 Mpa
armado
Piso de
Mercado
OBRA B concreto 23500 m² 30 Mpa
Atacadista
armado
Piso de
Mercado
OBRA C concreto com 12189m² 30 Mpa
Atacadista
fibra estrutural
FONTE: Pesquisa do autor, (2019).

A escolha do piso leva em consideração como podemos observar no quadro


01 o ramo da atividade e a resistência do concreto. Deve-se buscar de maneira
economicamente viável, uma mistura de concreto para pisos que possa atender os
principais requisitos de desempenho: resistência, trabalhabilidade, durabilidade,
características de fissuração, resistência à abrasão e facilidade de acabamento
assim como recomenda a American Concrete Institute- ACI, 1997.
41

Observamos no quadro 01 a presença 100% do ramo comercial, onde há a


presença rotativa de pessoas e equipamentos. A necessidade de uma melhor
qualidade e substituição da aplicação do porcelanato, onde a dificuldade encontrada
para substituir peças quebradas ou com manchas, faz com que o porcelanato para
utilização em locais com grande fluxo esteja obsoleto.
O gráfico 2 mostra as informações obtidas sobre prazo de entrega, valor da
mão de obra por m² e valor do material por m².

Figura 21: Informações obtidas sobre prazo de entrega, valor da mão de obra por
m² e valor do material por m².
160
140
120
100 Obra A
80 Obra B
60 Obra C
40
20
0
Prazo de entrega (dia) Valor da Mão de obra Valor do Material por
por m² (R$) m² (R$)

Fonte: Pesquisa do autor, (2019).

Relacionando os pontos abordados no gráfico, podemos analisar a relação tempo


X custo, a obra A com 3,56% da área de piso da obra B levou 30 dias a menos para a
sua finalização. Notamos que o mesmo tipo de piso difere nos valores tanto de material
como de mão de obra, a correta escolha da empresa para execução é um ponto crucial
para o setor financeiro.
A obra C que utiliza piso de concreto com fibra estrutural, tem mão de obra
qualificada e especializada, utilizando equipamentos mais modernos e práticos com
cerca de 50% da área do piso da obra 2 e com 90 dias a menos no tempo de
construção.
Segundo Rodrigues et al. (2003), piso de concreto armado com tela é o sistema
de pavimentos industrial mais popularmente empregado atualmente na indústria da
construção civil brasileira. O fácil acesso ao material e a mão de obra mais barata faz
42

com que a escolha em relação ao piso de concreto com fibra estrutura seja em maior
número.
Ao questionar sobre os testes de controle de concreto, aos equipamentos
utilizados para acabamento do piso e o mapeamento dos caminhões betoneira
obtivemos as seguintes afirmações:

Quadro 05: Controle do concreto, acabamento do piso e mapeamento do caminhão


betoneira.

Tipos de teste para Equipamento para Mapeamento do caminhão


controle do concreto acabamento do piso betoneira

Nenhum tipo de Teste Politriz e Enceradeira


Obra A Não é feito controle
para Controle
Slump 12cm, + 1 ou -1, Alisadora
Obra B teste a compressão 7 concreto Simples Sim é feito Controle
dias 30 mpa
Slump 12 cm, +1 ou -1 Alisadora
Teste de Compressão Concreto Simples
3 dias 15 mpa 7 dias 30
Alisadora
Obra C mpa Concreto Dupla Sim é feito controle
Teste de Tração Acabadora
Exsudação Laser Screed
Ar incorporado 2%
Fonte: Pesquisa do autor, (2019).

Nota-se que a obra A não tem qualquer tipo de controle de qualidade a respeito
do concreto utilizado no seu piso, já a obra C tem total controle, observando a
resistência, o fator água/cimento, a existência ou não de vazios no concreto, entre outros
pontos, já obtendo uma previsão dos locais onde possam surgir patologias.
O acompanhamento do concreto comportasse como um meio de embasamento
da obra, onde o laboratorista atesta a qualidade do produto utilizado no piso. Os
processos envolvidos na gestão da qualidade visam assegurar que cada uma das fases
seja concluída com a qualidade desejada, ou seja, cada uma das etapas precisa
43

adequar-se perfeitamente aos requisitos de qualidade estabelecidos pela construtora e


esperada pelo cliente.
O gerenciamento da qualidade da obra controla e monitora os resultados do
canteiro, sendo um processo cíclico, de forma que o padrão de qualidade seja cada vez
mais exigente, buscando sempre satisfação total. Essa gestão permite também a
introdução de processos de melhoria contínua, buscando sempre aperfeiçoamento das
técnicas, materiais e mão de obra utilizada.
A utilização de projeto específico para o piso, detalhando cada ponto que
necessita de um reforço, local de junta, o tipo de junta, se faz necessário para uma
qualidade padrão.

Figura 22: Utilização de projeto específico de piso.

120%
100%
80% Obra A
60% Obra B
40% Obra C

20%
0%
Utilização de

específico de

transferência

polimento
Utiliza barra

agregado
Utiliza
Projeto

para
piso

de

Fonte: Pesquisa do autor, (2019).

Os benefícios da gestão da qualidade aplicada à construção civil são


inúmeros. Podemos destacar: o aumento da produtividade, a redução de custos nos
processos e com assistência técnica, satisfação dos clientes. O planejamento
garante o cumprimento de prazos e entregas, assegura que os gastos não sejam
extrapolados e garante que o padrão de qualidade estipulado seja alcançado. Mas
não adianta planejar sem controlar. Todo planejamento deve ser constantemente
44

monitorado, pois essa é a única maneira de assegurar-se do devido cumprimento de


cada uma das fases da obra dentro do esperado.
A utilização de projeto como podemos observar na figura 02 apenas a obra C
segue esse procedimento, com a utilização de projeto o planejamento fica mais
assertivo, pois trata-se de um documento que atesta a qualidade do piso, podem ser
acompanhados em projetos os pontos corretos de utilização de barra de
transferência levando em consideração a carga de projeto ,a utilização incorreta
pode provocar patologias no piso, o uso de reforço nos locais com maior solicitação
de carga e/ou pontos de fissuração, a determinação do tamanho das áreas com
juntas de dilatação que podem ser serrada ou de construção.
As barras de transferência (BT) exercem a função de transferir as cargas.
Essas barras são posicionadas nas juntas transversais e longitudinais dos
pavimentos, e permitem a correta transferência dos esforços entre as placas de
pavimentos de concreto. As BT são posicionadas no meio das placas, ou um pouco
abaixo, pois caso contrário pode ocorrer o esmagamento do concreto devido o
momento atuante na barra.
Como mostra a figura 02, das 3 obras apenas a obra B e C fazem a utilização
de barra de transferência (BT), onde a obra B não segue projeto, ou seja, a
utilização da BT é empírica.

Quadro 06: Grau de compactação, cura do concreto e utilização da lona plástica.


Controle do Grau de Tipo de cura Utilização de
grau de compactação utilizada lona plástica
compactação recomendado
da sub-base
Obra A Não utiliza Não sabe Úmida Não utiliza
informar
Obra B Utiliza Não sabe Úmida Utiliza
informar
Obra C Utiliza 105% Química Utiliza
Fonte: Pesquisa do autor, (2019).
45

Segundo Tamaki (2011), a regularização do terreno é realizada antes da


camada de sub-base, de modo a garantir o nivelamento da superfície e remover
todo solo residual. A regularização do solo é feita pela empresa de terraplenagem.
Além de conformar o terreno, o solo é compactado para se obter maior resistência.
As camadas do solo são compactadas, na umidade ótima, observando- se
alguns fatores que podem afetar a compactação:

• Umidade: corresponde à quantidade mínima de água necessária


para atingir a umidade ótima para a compactação;
• Natureza do solo: necessita de equipamento adequado;
• Energia de compactação: será fornecida pela ação dos
equipamentos compactadores;
• Número de passadas do rolo compactador e espessura da camada;
• Processo de compactação: pode variar a energia necessária.

Convém salientar que a compactação não deve ser executada com umidade
que não seja a ótima, pois pode ocorrer a recusa da camada executada,
necessitando de correção de umidade, homogeneização, espalhamento e
compactação novamente (TAMAKI, 2011).
A camada de deslizamento é constituída de lona plástica, polietileno de baixa
densidade, colocada em toda área a ser concretada. A principal função dessa
camada é permitir a livre movimentação horizontal da placa de concreto, além de
evitar a umidade ascendente do solo para o piso de concreto (TAMAKI, 2011).
O quadro mostra a preocupação da preparação da sub-base e aplicação da
lona plástica para recebimento do concreto por parte das obras B e C.
46

6. CONSIDERAÇÃO FINAIS

O concreto é vastamente utilizado na construção civil, as estruturas


construídas com este insumo podem apresentar patologias devido ao seu
comportamento irregular. Os pisos industriais podem vir a apresentar alguns
problemas como fissuras, o desgaste a abrasão e fadiga das bordas. Esses fatores
influem para que a vida útil seja minimizada. Uma das alternativas para minimizar
essa característica do concreto nos pisos industriais é a adição de fibras no mesmo,
além da aplicação de lábios poliméricos nas juntas de maior tráfego.
Reforçada com fibras a mistura concreto, apresenta muitas de suas
propriedades alteradas tais como: trabalhabilidade, resistência à compressão,
resistência à tração na flexão, resistência à tração direta, resistência ao impacto,
resistência à fadiga, aumento da tenacidade e inibição na propagação de fissuras.
De acordo com estudo realizado, há grandes vantagens na utilização de fibra
sintética para execução do piso industrial, entre outros fatores, benefícios diretos ao
cliente, como: redução do custo global, desempenho estrutural equivalente ao aço,
auxílio ao combate e na redução das fissuras de retração plástica, grande
produtividade durante a execução do piso, redução de entulho e de desperdícios de
materiais.
A decisão em executar o piso industrial com a utilização de fibras sintéticas foi
tomada a partir da comparação feita pelo estudo realizado. Algumas vantagens
relacionadas a seguir:

• Controle de retração na fase plástica (elevado número fibras);


• Substituição das telas e treliças, redução e custo – O estudo acima
comprova que ficou 10% a menos por metro quadrado
comparado a tela metálica dupla;
• Não afloram na superfície, acabamento liso espelhado;
• Facilidade de aplicação, redução de tempo de execução;
• Aumento da resistência na tração na flexão;
• Aumento da resistência à fadiga e impacto, melhor durabilidade;
47

• Redução do número de juntas;


• Simples execução.

Muitas são as manifestações patológicas que podem se desenvolver em


pisos de concreto. Verificou-se no estudo de caso ausência ou insuficiência de
projeto dos pisos de concreto, apesar da indicação em normas e outros materiais
referentes a pavimentos de concreto da importância e necessidade de utilização
destes projetos, muitas vezes estes são esquecidos. Quando não existem
parâmetros de execução bem definidos é comum que ocorram práticas
inadequadas, podendo estas resultar em diversas manifestações patológicas.
Projeto e execução de pavimentos de concreto envolvem boas práticas como:

 Análise, acompanhamento e preparo do solo base;


 Projeto e execução de sistemas de drenagem;
 Cálculo e detalhamento de reforços, armaduras, espessura de placa e
parâmetros do concreto;
 Projeto e detalhamento das juntas;
 Projeto dos sistemas de transferência de carga;
 Projeto e detalhamento do sistema de formas;
 Controle no posicionamento das armaduras e execução dos sistemas de
transferência de carga e de formas;
 Controle de abatimento e de resistência do concreto;
 Cuidados no lançamento, adensamento, acabamento e cura do concreto;
 Corte de juntas no intervalo correto de tempo e selamento delas.
48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, ABNT, 2004.
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<http://www.anapre.org.br/cd2009/anapre_final.html> Acessado em 20/11/2019.
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ASTM E 1155M: Standard Method of Determining Ff Floors Flateness and Fl
Floor Levelness Numbers (Metric).
BINA, P.; TEIXEIRA, A. O. F. – A Arte dos Pisos Industriais – do sistema de
damos ao protendido – Ibracon – São Paulo – 2002.
CHODOUNSKY, Marcel Aranha. Pisos industriais de concreto: aspectos
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FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva,2006.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 5. ed. São Paulo:
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HELENE, P. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto.
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20/11/2019
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APÊNDICES
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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

Centro Universitário Maurício de Nassau - UNINASSAU


Leonardo de Carvalho Carneiro
Estudante de Bacharelado em Engenharia Civil (10º Período)
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC

QUESTIONÁRIO COM ENGENHEIROS NA CIDADE DE PARNAÍBA-PI

1.Ramo de atividade da Obra:

2.Tipo de piso utilizado: 2.1( ) Piso de concreto armado


2.2 ( ) Piso de concreto com fibra estrutural

3.Quantidade de m² de piso?

4.Qual o FCK do concreto? 4.1( ) 20Mpa 4.2( ) 30Mpa 4.3( ) 40Mpa

5.Prazo de início e término:

6.Mão de obra especializada? 6.1( ) Sim 6.2( ) Não

7.Valor da mão de obra por m²?

8.Valor do material utilizado no piso?

9.Utilização de lona plástica? 9.1( )Sim 9.2( )Não

10.Qual Equipamento utilizado para acabamento do piso?

11.Utilizam quais tipos de teste para controle do concreto?

12.É feito o mapeamento de cada caminhão betoneira? 12.1( )Sim


12.2( )Não

13. Trabalham com projeto específico para piso?

14.É utilizado barra de transferência? Se sim, qual tipo?

15.É utilizado agregado para polimento? Se sim, qual?

16.A base que recebe o piso, passa por controle de grau de


compactação?

17.Qual o grau de compactação recomentado para sua base?


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