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david@unicamp.br
PROF. PAULO J. R. ALBUQUERQUE
pjra@unicamp.br
Edição 2023
2
TERZAGHI
(Foto ABMS, 1985)
PREFÁCIO
Este livro representa uma valiosa contribuição que vem preencher uma
importante lacuna na nossa literatura geotécnica ao apresentar, com riqueza de
detalhes e grande abrangência, como realizar e interpretar as provas de cargas
estáticas em fundações, ilustradas com grande número de casos práticos.
AGRADECEMOS
Aos Engenheiros Claudio Vidrih Ferreira e Dirney Cury Filho pelas sugestões ao
texto e compartilhamento de material didático.
ABNT NBR 16903 (2020) – Solo – Prova de carga estática em fundação profunda;
ABNT NBR 6489 (2019) – Solo – Prova de carga estática em fundação direta.
*A ABNT NBR 6122 (2022) equivale ao conjunto ABNT NBR 6122 (2019) e Emenda 1, de
25.03.2022, que cancela e substitui a ABNT NBR 6122:2019. A Emenda se refere particularmente a
especificações do concreto em estacas moldadas “in loco”.
DOI: https://doi.org/10.4322/978-65-00-74666-2
ÍNDICE
CAPÍTULOS – TÍTULOS
Página
I – INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 16
INDICE
CAPÍTULOS DETALHADOS
Página
I – INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 16
- Aspectos financeiros
- Aspectos Técnicos
- Aspectos Normativos
- Fundação Direta
- Fundação Profunda
- Exemplos
IV.6.3 – MANÔMETRO
V.7.1 – INTRODUÇÃO
- Fundação Rasa
- Fundação Profunda
- Tipo Lento
- Tipo Rápido
- Tipo Misto
VI.5.1 – INTRODUÇÃO
RUPTURA DE FUNDAÇÕES
- Introdução
- Planilha de cálculo
- Introdução
I - INTRODUÇÃO
Alonso (2012 A) destaca que com o advento das estacas tipo Franki como
fundação aqui no Brasil a partir de 1935, iniciou-se, por assim dizer, um controle
da capacidade de carga por meio de prova de carga, sendo a primeira obra em que
se realizou prova de carga, nesse tipo de estaca, no Brasil, foi na Casa Publicadora
Batista no Rio de Janeiro em 1935, Figura I.4.
Ressalta que a prova de carga citada por Massad (1985) e outras que se
seguiram até 1938 foram realizadas pelos engenheiros do IPT que trabalhavam na
Seção de Estruturas e Fundações sob a chefia do Prof. Telêmaco van Langendonck.
Figura I.3 – A) Prova de carga em sapata com utilização de cargueira com barras
de aço, nas fundações do Edifício Martinelli em São Paulo, 1928/1929 (Falconi,
2008). 1a Prova de carga no Brasil. B) Edifício Martinelli. Foto atual.
Figura I.4 – A) Prova de carga em estaca tipo Franki com utilização de cargueira
(caixão de areia com 1000kN). 1a Prova de carga em estacas Franki no Brasil – RJ
- 1935 (in Urbano 2012 A – SEFE 7) B) Foto da época.
Figura I.5 – Prova de carga com aplicação de 36.000 kN em uma estaca de grande
diâmetro nas obras da fundação da ponte estaiada sobre o Rio Negro (AM) em
2009, realizada pela Fugro in Situ Geotecnia. (Obra: estacas com até 90m de
profundidade e diâmetro de até 2,20m).
Figura I.6 – Preparação de prova de carga a ser realizada com utilização de célula
expansiva hidrodinâmica, teste bidirecional (macacos hidráulicos instalados na
ponta da estaca), com aplicação de 34.000 kN em uma estaca de grande
diâmetro, nas obras da fundação da ponte estaiada sobre o Rio Negro (AM),
realizada em 2009 pela Arcos Engenharia de Solos. (Obra: estacas com até 90m
de profundidade e diâmetro de até 2,20m).
Figura I.11 – A) Prova de carga em estaca Franki com utilização de cargueira com
2700 kN de ferro gusa nas fundações do Edifício Banco do Estado de São Paulo
na década de 1940 (Alonso, 2013). B) Edifício. Foto atual.
CAPÍTULO II
O ideal é que a prova de carga não seja utilizada apenas para cumprir uma
exigência de norma técnica, mas sim que a análise de seus resultados seja utilizada
para a economia da obra e evolução do conhecimento técnico em termos de aferição
de parâmetros de projeto e acúmulo de experiência para futuras obras.
Aspectos Financeiros
Aspectos Técnicos
Aspectos Normativos
Figura II.1 - Relação entre a carga de ruptura prevista por uma fórmula semi-
empírica (F1) bastante utilizada no Brasil e os valores obtidos nas provas de
carga, para 31 estacas de diferentes tipos. A média dos valores previstos é 26%
inferior à média dos valores obtidos nas provas de carga.
Figura II.2 - Relação entre a carga de ruptura prevista por uma outra fórmula
semi-empírica (F2) bastante utilizada no Brasil e os valores obtidos nas provas de
carga, para 22 estacas de diferentes tipos. A média dos valores previstos é 47%
inferior à média dos valores obtidos nas provas de carga.
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
Figura II.3 – Estaca Hélice Contínua (D= 0,40m; L= 12m), Vitória – ES. Previsões
da carga de ruptura por algumas fórmulas semiempíricas, onde algumas
apresentam valores superiores ao da carga de ruptura obtida de prova de carga
estática lenta (Alledi, 2008)
Figura II.6 – Perfil em solo arenoso de baixa resistência até 23m. NA elevado. A
prova de carga possibilitou a utilização de estacas com menor comprimento.
CAPÍTULO III
Fundação Direta
Fundação direta, rasa ou superficial, é definida pela ABNT NBR 6122 (2022)
– Projeto e Execução de Fundações, como o “elemento de fundação cuja base está
assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação,
recebendo aí as tensões distribuídas que equilibram a carga aplicada; para esta
definição adota-se a menor profundidade, caso esta não seja constante em todo o
perímetro da fundação”.
Fundação Profunda
Esforços Aplicados
Figura III.8 – Prova de carga à tração em estaca injetada. Viga apoiada em dois
blocos sobre estacas. Viga Duplo I com espaçamento para passagem de tirante
(Fiscina, 2021).
Figura III.10 – Prova de carga horizontal no topo. Estaca hélice contínua reagindo
contra estaca hélice contínua. Duas provas de carga sendo realizadas ao mesmo
tempo (Miranda Jr, 2006).
Figura III.18 – Preparação para prova de carga, teste bidirecional, com célula
expansiva hidrodinâmica instalada na ponta. (Foto: https://arcos.eng.br/).
Figura III.19 – Preparação para prova de carga, teste bidirecional, com 3 células
expansivas hidrodinâmicas instaladas na armadura (Barbosa, 2023).
Figura III.20 – Preparação para prova de carga, teste bidirecional, com 3 células
expansivas hidrodinâmicas instaladas na armadura (Barbosa, 2023).
CAPÍTULO IV
Figura IV.1 – Elementos de uma prova de carga à compressão (Cury Filho, 2016).
IV.1.1- CARGUEIRAS
IV.1.1- CARGUEIRAS
Figura IV.1.1.A - Montagem da prova de carga em estacão na ponte Rio Niterói (A)
(Foto cedida pelo Prof. Falcão Bauer) (Urbano, 2013); (B) Palestra Prof. Alberto
S.F.J. Sayão, PUC - RJ. Acidente ocorrido em 24 de março de 1970.
Figura IV.1.3 – Cargueira para prova de carga direta (Progeo Engenharia - 2019).
Figura IV.1.7A - Tabuleiro e pilar de ponte atuando como reação. Prova de carga
em micro estaca. A) Prova de carga à compressão. B) Prova de carga horizontal.
(Lima,2008).
Figura IV.1.7I – Prova de carga (36000 kN) utilizando a estrutura da ponte como
reação. Ponte do Rio Negro. Manaus – AM. (Camargo Corrêa, 2011).
Por exemplo, para um ensaio com uma carga máxima de 2000 kN imposta à
estaca teste, em um sistema com quatro elementos de reação, devido aos
deslocamentos que podem ser diferenciais, causando inclinações diferenciais nas
vigas, as cargas podem não ser exatamente 500 kN em cada elemento. Desta
maneira, para este exemplo, não se recomenda a consideração de que cada
elemento vá ser solicitado a apenas uma carga máxima de 500 kN.
Figura IV.1.11 – Viga escorada para evitar seu tombamento, causando acidentes
(Alonso, 2013).
elemento (peso de solo), seja sapata ou tubulão, deverá ser verificado antes do
ensaio.
Figura IV.1.19 – Prova de Carga à tração em estaca raiz – Viga apoiada sobre
vigas de aço e pranchões de madeira.
A estaca ensaiada deve ter armadura de aço suficiente para resistir aos
esforços cortantes e de flexão ao longo da profundidade.
Figura IV.1.30 – Superfícies de ruptura das fundações: (a) rasa em solo rígido; (b)
profunda em solo rígido; (c) rasa em solo mole; (d) intermediária em solo mole; (e)
profunda em solo mole (Martin, 1966 e 1973; apud Pacheco, 2008) (Ruver, 2011).
Destaca-se que Biarez & Barraud (1968) propõe cálculo da ruptura à tração
(conhecido como método da Universidade de Grenoble) em que se consideram
superfície de ruptura em um ângulo λ até uma certa altura a partir da base da
estaca (λ = - θ / 8 ; onde θ = ângulo de atrito do solo), Figura IV.1.33 . Diversas
pesquisas indicam que λ tendendo a zero é o valor que mais se adaptou aos casos
em estudo, em alguns solos tropicais.
de solo atuam no mesmo sentido, de cima para baixo, enquanto na tração não.
“A maioria dos autores considera que o atrito lateral à tração seja inferior ao
atrito lateral à compressão. Uma relação muito utilizada é Décourt (1986 e 1995): qst
≈ 0,7qsc. Hunter e Davisson (1969) consideram qsc ≈ 1,3qst, o que equivale
aproximadamente a qst ≈ 0,77qsc. De Beer (1988), ao contrário, postula que qst ≈ qsc.
Fleming et al (1992) afirmam que, com exceção do caso de estacas muito esbeltas, a
opinião corrente é de que não há diferenças sistemáticas entre os valores de atrito
lateral à compressão e à tração. Considerando-se as diversas opiniões conflitantes,
pode-se apenas concluir que: 0,7 ≤ qst /qsc ≤ 1,0”.
CAPITULO IV.2
Figura IV.2.8 – Distância mínima entre apoios da viga de referência e estaca teste
e estacas de reação.
Esta viga de transição não deve ser soldada à viga de reação, para que se
tenha graus de liberdade em sua movimentação, para possibilitar o melhor ajuste
possível.
CAPITULO IV.3
Figura IV.3.4- Prova de carga p/30.000kN - Capitel metálico (16 tirantes c/10
cordoalhas de 15,7 mm) (Estaca Barrete – 80 x 315cm) (Alonso, 2012 A) (Geofix –
TestGeo).
Figura IV.3.6 – Prova de carga à tração. Observar espaço entre duas vigas para
permitir passagem do tirante (Carvalho, 1991). Viga apoiada em 2 blocos sobre
estacas.
Figura IV.3.7 – Prova de carga de carga à tração em estaca escavada. Devido a ser
viga única, sem furo central, observar sistema de vigas pequenas em cima e em
baixo para transmissão da carga (Unesp, Bauru).
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
Figura IV.3.8 – Viga para ensaio em estacão, ancorada em dois estacões, para
carga máxima de 10.000kN no ensaio. Guindaste com cabo ligado à viga durante
toda prova para garantir a segurança (Fundamenta Engenharia de Fundações).
CAPITULO IV.4
Para agilidade na obra o ideal é que se utilize barras com roscas contínuas
para a união entre duas monobarras. Algumas empresas produzem estas barras e
fornecem o conjunto completo, constituído de luvas de emendas, placa de
ancoragem e porca de ancoragem, Figura IV.1. Aços especiais com tensão de
escoamento de até 950 MPa (≈95 kgf/mm2) são disponíveis comercialmente.
Figura IV.4.2- A) Passos da luva rompidos durante uma prova de carga utilizando
8 monobarras como reação. B) Passos de luvas rompidos durante uma prova de
carga com quatro monobarras de reação.
Figura IV.4.5 – Transferência de carga das barras de estaca raiz para um tirante
usando luvas prensadas (Alonso, 2012 A).
Chama-se atenção que na ligação entre duas monobarras com luva, as monobarras
devem ser rosqueadas até o meio da luva. É questão elementar, mas pode-se não
dar atenção a este aspecto na prática. Uma orientação é que seja feita uma marca
na monobarra, para indicar até onde deva ser rosqueada, Figura IV.4.6.
Existem luvas com trava no meio. Isto garante que a barra não vai passar
deste ponto, mas não garante que será rosqueada até o meio. Na Figura IV.4.7
apresenta-se a instabilização do sistema de reação devido aos passos da luva terem
se rompido, verificando-se que a monobarra não foi rosqueada até o meio da luva
de ligação.
Figura IV.4.6- Marcação na barra indicando até onde deve ser rosqueada.
Para cada situação deve-se analisar a melhor solução a ser adotada. Nas
Figuras IV.4.8 e IV.4.9 apresentam-se sistemas de ligação entre trilho e perfil
metálico a serem submetidos a provas de carga à tração. Na Figura IV.10
apresentam-se barras de aço soldadas a estacas metálicas de reação. Na Figura
IV.11 a Figura IV.13 são mostradas ligações articuladas com a estaca metálica de
reação. Na Figura IV.4.14 apresenta-se projeto de perfis metálicos utilizados como
reação, com ligação articulada. Nas figuras IV.4.15 a IV.4.17 apresentam-se
detalhes de ligação de viga metálica com tirante através de sistema tipo ‘capacete’.
Na Figura IV.4.18 apresenta-se sistema de ligação de uma monobarra à viga de
reação utilizando vigas menores de transição (Geoprova).
Figura IV.4.9- Garra metálica acoplada ao perfil. Luva soldada à garra. Luva
soldada à garra e monobarra rosqueada à luva (Paschoalin Filho,2008).
CAPITULO IV.5
Figura IV.5.5 – Placa de aço entre cilindro e bloco para melhor distribuição da
carga no bloco A) Dynamis Techne. B) Brasfond
Figura IV.5.7 – Placa de aço fixada à estaca metálica (Cury Filho, 2023).
Figura IV.5.8 – Projeto para fixação de placa de aço em estaca metálica (Módulus
Engenharia).
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
Figura IV.5.9 – Bloco executado fora do centro da estaca (Cury Filho, 2023).
Figura IV.5.10 – Rompimento do bloco durante prova de carga (Cury Filho, 2023).
Figura IV.5.12 – Bloco rompido durante a prova de carga (Cury Filho, 2023).
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
CAPITULO IV.6
A carga na prova de carga pode ser aplicada por um ou mais cilindros, Figura
IV.6.1. Os seguintes aspectos devem ser considerados:
- Por segurança e para que a prova de carga não tenha que ser interrompida
prematuramente, é conveniente que o êmbolo do cilindro tenha um curso mínimo
adequado.
- Por vezes a bomba tem que ficar ligada durante 24 horas ou mais. Podem
ocorrer problemas de aquecimento etc. Também exigem mais manutenção que a
bomba manual.
IV.6.2 – MANÔMETRO
Quando se utiliza célula de carga (ver Capítulo VII), a carga aplicada é medida
de maneira mais precisa e se trabalha com os valores de carga fornecidos por ela.
Mesmo com a utilização da célula de carga é importante se ter o manômetro em
boas condições para o acompanhamento da prova, como uma segunda leitura de
carga e para eventuais problemas com a célula de carga.
CAPITULO IV.7
MEDIDORES DE DESLOCAMENTOS
Sua calibração deve ser feita no máximo a cada 12 meses, por laboratório
acreditado, conforme especificado no item 5.2 da ABNT NBR 16903 (2020) – Prova
de carga estática em fundação profunda
Também pode ser usado um nível óptico que pode ser instalado a alguns
metros de distância, Figura IV.7.4B.
CAPITULO IV.8
VIGAS DE REFERÊNCIA
Figura IV.8.2 – Bases fixadas no solo para apoio da viga de referência. A) base
metálica fixada no solo com controle de altura. B) Base em madeira fixadas no
solo.
CAPITULO IV.9
Figura IV.9.2 – Proteção da prova de carga. (A) TegPort. (B) Geofix (2021).
Figura IV.9.5 – Obra 1. Obra 2. Situações que podem ocorrer antes de uma prova
de carga. O acesso ao local, bem como uma área razoável no terreno em torno da
prova de carga deve ser cuidadosamente preparada, visando a segurança e o
sucesso na realização do ensaio.
CAPITULO IV.10
Placa é definida pela ABNT NBR 6489 (2019) – Prova de carga estática em
fundação direta, como um elemento de concreto armado ou aço, com diâmetro ou
lado mínimo de 0,30m.
- Com rigidez suficiente para que as tensões, devido às cargas aplicadas pelo
cilindro hidráulico em seu centro, sejam distribuídas uniformemente sob a placa,
Figuras IV.10.1 e IV.10.2.
A superfície do terreno para apoio da placa deve estar nivelada. Para facilitar
o nivelamento é permitida a utilização de lastro de concreto magro ou colchão de
areia, com espessura máxima de 2,5 cm, Figura IV.10.3.
O local do ensaio, bem como sua profundidade, deve ser definido pelo
projetista e constar no projeto da prova de carga. A partir da definição do local e
durante a preparação da prova, todos cuidados devem ser tomados para que o solo
não sofra alterações em seu estado de tensões ou modificação de sua composição
natural. Deve ser definido um local e profundidade que represente as sapatas mais
significativas da obra a ser construída.
- ABNT NBR 6489 (2019) – Prova de carga estática em fundação direta (itens
4.3.8, 4.3.9 e 4.3.10)
CAPITULO IV.11
INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO
Figura IV.11.1 – Sondagem SPT próxima a uma prova de carga a ser realizada na
Unicamp (Sondosolo)
Figura IV.11.8 – A) Livro Geofísica Aplicada (Souza & Gandolfo – 2021). B) Livro
Sondagens (Dickran Berberian).
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
CAPITULO IV.12
GCP-18 (2015) – Static pile load test manual. Geotechnical control procedure
(GCP-18). Department of Transportation. New York. 57 pgs.
(https://www.dot.ny.gov/divisions/engineering/technical-services/technical-
services-repository/GCP-18b.pdf).
V.1 – Introdução
V.1 – INTRODUÇÃO
Figura V.1 – (A) Prova de carga em estaca tipo trilho, onde se caracteriza a
ruptura (Cury Filho, 2016) e (B) prova de carga em estaca hélice contínua
indicando a proximidade da ruptura (deslocamento de 70mm) (Alledi, 2013).
Figura V.2 – A) Prova de carga em estaca hélice contínua (D= 30cm; L= 9m), com
deslocamentos de 29,9mm, onde não se caracteriza ruptura. Há a possibilidade
de utilização de métodos de extrapolação da curva para previsão da carga de
ruptura (Paludeto, 2022). B) Prova de carga em estaca hélice contínua (D= 30cm;
L=9m), com pequenos deslocamentos (4,5mm) onde não é possível prever por
extrapolação a carga de ruptura. Houve ruptura estrutural do fuste da estaca,
impedindo a continuidade da prova (Paludeto, 2022).
É estabelecido por Norma que a apresentação deve ser em uma escala em que
a reta que liga a origem ao ponto correspondente à carga de trabalho estimada tenha
uma inclinação de 200 ∓ 50 com o eixo das cargas.
Figura V.6A – Provas de carga lenta (SML) e rápida (QML). Prova–de carga
em placa. São Carlos, SP (Costa, 1999).
Trecho 4-5: neste trecho a relação carga x deslocamento no topo volta a ser
linear, correspondendo à mobilização da resistência na ponta;
Figura V.9 – Curva da prova de carga e curva calculada. Estaca metálica tubada –
São Paulo (L= 20,6m; D= 0,34m) (adaptado de Massad, 1992).
Figura V. 11B – A) Vazio (ou solo solto) em ponta de estaca fechado durante
o deslocamento da mesma em prova de carga (adaptado de Milititsky, 2015). B)
Estaca escavada convencional (L = 10 m; D = 0,50 m). Na ponta SPT = 9. Areia
argilosa. São Carlos, SP (Mantilla, 1992).
- da profundidade do ensaio.
FUNDAÇÕES DIRETAS
Figura V.17 – A) Uma prova de carga. Solo natural (sucção 31 kPa) B) Três provas
de carga. Solo saturado (sucção 0). Ensaio em placa (80cm). Profundidade 1,5m.
Solo de alta porosidade, colapsível. Areia argilosa. Porosidade 50%. São Carlos,
SP. (Menegotto,2004). Observar o aumento de deslocamentos para a mesma carga
para o solo saturado.
Figura V.18 – A) Solo menos úmido (sucção 31 kPa). B) Solo mais úmido
(sucção 10 kPa). Ensaio em placa (80cm). Profundidade 1,5m. Solo de alta
porosidade, colapsível. Areia argilosa. Porosidade 50%. São Carlos, SP. Observar
deslocamentos maiores para o mesmo nível de tensão, para o solo mais úmido
(Menegotto,2004).
- Esperar a escavação chegar até a cota das fundações para realizar a prova
de carga, Figura V.22 A;
A segunda opção, a não ser que seja a pequena profundidade, em termos dos
resultados técnicos, não é a ideal, pois antes de escavar o terreno para o subsolo,
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
V.7.1 – INTRODUÇÃO
Carregamento no Topo
- Estacas curtas com topo livre: a estaca gira como um corpo rígido em torno de
um ponto situado a certa profundidade, Figura V.26;
- Estacas longas com topo livre: a estaca se deforma (flexão) e a ruptura da estaca
é atingida a uma certa profundidade, Figura V.27;
- Estacas curtas com topo engastado: a estaca tem uma translação de corpo rígido,
Figura V.28 A;
Figura V.26 – Estacas curtas. A) solo coesivo B) solo não coesivo (Broms, 1964,
a/b) (adaptado de Zammataro, 2007).
Figura V.27 – Estacas longas. A) solo coesivo B) solo não coesivo (Broms, 1964,
a/b) (adaptado de Zammataro, 2007).
Figura V.28 Topo engastado. A) estacas curtas B) estacas longas (Broms, 1964,
a/b) (adaptado de Zammataro, 2007).
Onde:
5 𝐸𝐸.𝐼𝐼 4 𝐸𝐸.𝐼𝐼
𝑇𝑇 = �𝑛𝑛 e 𝑅𝑅 = � 𝐾𝐾
ℎ
Figura V.30 – Relativo à Figura V.29. Inclinômetro. Tubo guia para inclinômetro
instalado na estaca antes da concretagem (Marzola, 2016).
Ou seja, considerando-se que o solo dos primeiros metros é que atua mais
significativamente, é de se esperar baixas resistências a esforços horizontais em
alguns tipos de solos.
(Zammataro, 2007).
Figura V.36 – Provas de carga horizontal realizadas em perfil metálico (I, com
12m de comprimento, bitola W 250 x 32,7 mm x kg/m). Campinas, SP. SPTMÉDIO
= 4, até 6m. (Silva, 2016).
Na Figura V.37 apresenta-se: A) prova de carga horizontal com topo livre e com solo
cimento compactado em torno da cabeça de estaca hélice contínua; B) prova de
carga horizontal com topo livre e com solo cimento compactado em torno da cabeça
de estaca escavada.
Figura V.37 – A) provas de carga horizontal com topo livre, com pré-inundação do
terreno e com solo cimento compactado em torno da cabeça de estaca hélice
contínua. D= 40cm; L= 12m. -Campinas, SP - SPTMÉDIO = 4, até 6m (Miranda,
2006); B) estacas escavadas. D= 32cm; L= 10m. Ilha Solteira – SP. SPTMÉDIO = 3,6,
até 6m. (Fioratti, 2008).
- yt = y0 + y1 + y2 , em que:
VI.1 – Introdução
VI.1 – INTRODUÇÃO
FUNDAÇÃO RASA
FUNDAÇÃO PROFUNDA
Geralmente obtém-se uma curva do tipo aberta. Neste caso, dependendo dos
deslocamentos, a curva pode indicar a tendência para uma assíntota. Nesta
situação, utiliza-se o termo ruptura física, em que o valor da carga de ruptura é
definido pela assíntota vertical, Figura VI.2A. Nesta curva do tipo aberta pode não
ocorrer a tendência a uma assíntota, e a carga aplicada poderia aumentar
continuamente, com deslocamentos crescentes, mas sem qualquer indício de
ruptura, nem ruptura física, nem ruptura nítida, Figura VI.2B.
Figura VI.2 – A) Ruptura física – Curva aberta tendendo a uma assíntota – Estaca
Hélice Contínua (Alledi, 2013). B) Curva aberta – sem tendência a uma assíntota
- Prova de carga em placa – São Carlos, SP (Macacari, 2001).
Figura VI.3.1 – Prova de carga lenta (SML) e Prova de carga rápida (QML).
Curvas Teóricas (Almeida, 2009).
A prova de carga com carregamento tipo rápido não permite uma análise do
deslocamento real na carga de trabalho. Na aplicação de métodos de extrapolação
conduz a valores superiores de carga de ruptura.
Pode ser exceção ao que foi dito, as fundações diretas e estacas escavadas
com baixa capacidade de carga de ponta, em alguns solos porosos não saturados,
em que na maior parte dos estágios de carga, em um carregamento lento, os
deslocamentos podem ocorrer em até 15min ou 30min.
de carga para o ensaio rápido é 10% maior que para o ensaio lento (Em ALMEIDA,
2009).
Figura VI.3.4 – Prova de Carga com carregamento misto em placa (Costa, 1999).
Descontinuidade da curva a partir do carregamento rápido.
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
Para estacas de aço o conhecimento deste valor não é problema, pois o aço
tem um valor de módulo de elasticidade constante de 200 GPa (ABNT NBR 8800
(2008): Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de
Edifícios).
Pré-moldada centrifugada 28
Pré-moldada protendida 26
Injetada de concreto 25
λ = Qs (BM*) / Qs (D&Q).
Nos casos em que uma resistência por atrito lateral possa ser assumida, sem
introdução de grandes erros, a equação se reduz a:
A maior carga alcançada na prova de carga deve ser usada para obtenção do
módulo de elasticidade (E). Como uma prova da validade do método proposto, para
todas as outras cargas, os deslocamentos da ponta da estaca são calculados
utilizando as equações (42) e (44) e estes valores são comparados com aqueles
obtidos das leituras do tell tale.
É sugerido que, para cargas iguais ou superiores a 0,4 Qs, diferenças entre
deslocamentos calculados e medidos de menos de 10%, são provas de:
VI.5.1 - Introdução
para fins de projeto se convenciona uma carga de ruptura, com será visto a seguir
no item VI.6.
pequenos recalques. Segue uma fase onde a redução da rigidez com o aumento de
carga é muito pequena. Isto significa que grandes deformações estão associadas à
pequenos acréscimos de carga.
Uma vez que a ruptura física na maioria dos casos inexiste, é fundamental
definir-se a ruptura convencional. A definição que se mostrou mais conveniente é a
da escola inglesa. Para estacas, em sua imensa maioria de seção circular, define-se
ruptura convencional como sendo a carga correspondente a um recalque de 10% (dez
por cento) do seu diâmetro.
R = (Q / d) → zero
O autor acredita que a notação dos conceitos explicados nas equações acima,
também pode ser realizada, sem perda de significado, por meio das equações:
Não há no momento nenhum critério que defina de forma direta, qual seria a
deformação do topo que corresponderia a uma deformação na ponta de 10% do
diâmetro da estaca. Uma possibilidade seria através do cálculo das deformações
elásticas e do processo de aproximações sucessivas. Uma outra possibilidade, essa
muito melhor, seria a colocação de um tell-tale junto a ponta da estaca.
𝑃𝑃𝑟𝑟 𝑥𝑥 𝐿𝐿 𝐷𝐷
𝛥𝛥𝑟𝑟 = +
𝐴𝐴 𝑥𝑥 𝐸𝐸 30
Onde:
∆r - é o recalque de ruptura convencional;
Para utilização deste método é necessário que a reta (Δ) corte a curva, Figura
VI.6.2.2. Há casos em que isto não acontece, impossibilitando a utilização do
método, Figura VI.6.2.3.
Dados:
- Estaca hélice contínua;
- Diâmetro D= 0,30m = 300mm; comprimento L= 12m = 12.000mm.
- Módulo de elasticidade EC = 20 GPa = 20 kN/mm2.
- Dados da prova de carga:
Resolução:
𝑃𝑃𝑟𝑟 𝑥𝑥 𝐿𝐿 𝐷𝐷
𝛥𝛥𝑟𝑟 = +
𝐴𝐴 𝑥𝑥 𝐸𝐸 30
300 𝑚𝑚𝑚𝑚
10% D → → 30mm
10
Introdução
Figura VI.6.3.1– Gráfico de Rigidez. Q/d (MN x mm) x Q (MN). Quc (QRC)
Carga última convencionada ou carga de ruptura convencionada.
Planilha de Cálculo
Link: https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1Ne5RFbIroKOlt7nSa-fXkoT-
eWxL98YZ
O programa foi feito para facilitar a vida do usuário e jamais para substituí-
lo.”
Obs 2: “Para estacas longas é importante analisar o recalque elástico SEl (ΔL)
durante a definição do domínio do atrito lateral, já que as deformações neste trecho
são da ordem de grandeza dos recalques elásticos” (DÉCOURT, 2006; 2008):
𝑄𝑄 𝐿𝐿
𝑆𝑆𝑒𝑒𝑒𝑒 = (mm)
2 𝐸𝐸𝐸𝐸
Em que:
Q – Carga equivalente a 1,0 MN
L – Comprimento da estaca (m)
E – Módulo de elasticidade (GPa)
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
Passo 3 - Conforme Figura 6.3.6, nos quadros (Log x Log) (carga de ponta) e
(Linear) (carga lateral) coloca-se os pontos (n) que o usuário quer considerar,
começando da carga máxima do ensaio, utilizando o quadro Log x Log.
Escolhe-se os pontos, no mínimo 3 (com 2 pontos R2 sempre vai ser 1), até
obter-se o melhor coeficiente de correlação (R2). No caso da Figura 6.2.6 foram os
pontos de 1 (1,360MN) e 5 (0,900MN) que forneceram o melhor coeficiente (R2 =
0,9972).
Figura VI.6.3.6 – Escolha dos pontos. Primeiro Log x Log e depois linear.
Valores de Carga última convencionada (Quc) e Carga lateral (Qsc) no gráfico e no
quadro lateral.
Figura VI.6.3.9 – Domínio de ponta. Análise das diversas correlações. Estaca T1,
(Décourt, 2008). Pontos 1 a 4 → melhor correlação. Cálculo da carga última
convencionada (Quc) (carga de ruptura convencionada – QRC), correspondente a
10% do diâmetro da estaca
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
2- Carga lateral máxima (Qsc) → (limite superior – upper bound) – ponto onde
corta o eixo das cargas;
Observação
Na Figura VI.6.3.11:
Resultados:
3- Limite inferior da carga lateral (lower bound) → 0,72 MN, Figura VI.6.2.13.
4- Variação entre limite inferior e superior da carga lateral, Figura VI.6.2.13.
Equacionamentos
Resolução:
L = 6,00 m
D = 20cm → 200,00 mm
E = 25 GPa
(𝐹𝐹 𝑥𝑥 𝐿𝐿)
𝑆𝑆 = 𝛥𝛥𝐿𝐿 =
(𝐸𝐸 𝑥𝑥 𝐴𝐴)
(𝑀𝑀𝑀𝑀)(𝑚𝑚) (𝑀𝑀𝑀𝑀)(𝑚𝑚)
𝑆𝑆𝑒𝑒𝑒𝑒 = 2 (𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺)(𝑚𝑚2 ) → 𝑆𝑆𝑒𝑒𝑒𝑒 = 2 (1000𝑀𝑀𝑀𝑀/𝑚𝑚2 )(𝑚𝑚2 ) = mm → Sel = 3,82 mm (E.1)
Tabela E.1: Dados de carga e recalque (da maior para a menor carga)
Carga (MN)
0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120
0
10
Recalque (mm)
20
30
40
50
60
200
𝑄𝑄𝑢𝑢𝑢𝑢 = 10𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿� 10 �0,076−1,148 (E.3)
Na interseção da reta com o eixo das cargas tem-se Qsl = 0,08187 MN, em que
Qsl é o limite inferior do domínio do atrito lateral.
Carga (MN)
Linha entre o ponto 3 e Quc
0 0,05 0,1 0,15
0
Q vs s
10
20 Pontos da Curva Carga vs recalque
Recalque (mm)
30
Ponto de regressão
40
50 Quc
60
70 Qsl
80
Gráfico de Rigidez
1
Rigidez RIG (MN/mm)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120
Carga (MN)
Através da correlação linear entre Log Q e Log RIG (Tabela E.6) é possível
definir a equação da curva correspondente ao domínio de ponta, representado na
Figura E.4, calculando a intercepção (a) e a inclinação (b) da curva.
Gráfico de Rigidez
1,2
0,8
Gráfico de Rigidez
0,6 Ponto 1 ao Ponto 3
Domínio de ponta
0,4
0,2
0
0,000 0,050 0,100 0,150
Gráfico de Rigidez
0,9
0,8
Rigidez RIG (MN/mm)
0,7
0,6 Gráfico de Rigidez
0,5
0,4 Ponto 4 ao Ponto 9
0,3
0,2 Domínio do atrito lateral
0,1
0
0,000 0,050 0,100 0,150
Carga (MN)
Gráfico de Rigidez
1,2
1
Rigidez (MN/mm)
0,8
Gráfico de Rigidez
0,6
Carga de ruptura
0,4
Domínio de ponta
0,2
0
0,000 0,050 0,100 0,150
Carga (MN)
0,105
𝑄𝑄𝑠𝑠 = −2,913 (E.7)
1−( )
𝑠𝑠
Qs (MN)
0,044 0,045 0,046 0,047 0,048 0,049
0
Atrito lateral
20
Qs correspondente a s = 10 mm
40
s (mm)
60 Qs correspondente a s = 0,1.D
80 Qs correspondente a s = 100 mm
100
120
𝑄𝑄𝑠𝑠𝑠𝑠 +𝑄𝑄𝑠𝑠𝑠𝑠
𝑄𝑄𝑠𝑠 = (E.8)
2
𝑄𝑄×𝑏𝑏
𝑠𝑠 = (E.9)
𝑄𝑄−𝑎𝑎
Carga Q (MN)
0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120
0
10 Q vs s
Recalque s (mm)
20 Atrito
30 Ponta
40
50
60
VI.6.4.1 - Introdução
VI.6.4.1 - INTRODUÇÃO
Van der Veen, em seu trabalho “The bearing capacity of a pile”, publicado na
“III International Conference on Soil Mechanics and Foundation Engineering”, em
1953, apresenta equação exponencial para a curva carga x deslocamento.
ruptura física, onde a carga tende a um valor máximo, quando o recalque tende ao
infinito.
Figura VI.6.4.1– A) Curva da prova de carga e curva de Van der Veen. B) Curva de
Van der Veen – Carga de Ruptura.
Este método não deve ser usado indiscriminadamente, devendo ser feitas as
seguintes importantes observações:
- A equação de Van der Veen sempre conduz a uma assíntota, o que nem
sempre acontece em provas de carga, mesmo para deslocamentos maiores, como é
o caso das curvas carga x deslocamento “abertas”;
porcentagem da carga de ruptura real (QR) prevista para a prova de carga; para
atingir 2100kN seriam necessários grandes deslocamentos.
Todos Pontos – Carga máxima ensaio Pontos até 70% da carga máxima
1800kN – QRVV = 2100kN QRVV = 1670kN
Pontos até 50% da carga máxima Pontos até 30% da carga máxima
QRVV = 1250kN QRVV = 900 kN
Figura VI.6.4.2 – Aplicação do método de Van der Veen para um estacão,
utilizando-se pontos relativos a uma % da carga máxima.
Pontos até 50% da carga máxima Pontos até 30% da carga máxima
QRVV = 1020kN QRVV = 680kN
Figura VI.6.4.3– Aplicação do método de Van der Veen para uma mesma
estaca, utilizando-se pontos relativos a uma % da carga máxima.
Q = QR (1 – e-.d)
onde:
𝑄𝑄 1−𝑄𝑄
1 − 𝑄𝑄 = 𝑒𝑒 −𝛼𝛼.𝑑𝑑 → 𝛼𝛼 . 𝑑𝑑 = −𝑙𝑙𝑙𝑙 � 𝑄𝑄 �
𝑅𝑅 𝑅𝑅
1−𝑄𝑄
O processo consiste, em um gráfico de abcissas −𝑙𝑙𝑙𝑙 � 𝑄𝑄 � e ordenadas d,
𝑅𝑅
em se arbitrar valores para QR e verificar qual deles conduz a uma reta, com maior
Figura VI.6.4.4 – Solução gráfica de Van der Veen (Adaptado de Velloso & Lopes,
2016)
Aoki (1976) propõe uma alteração no método, deixando de impor que a reta
passe pela origem do sistema de coordenadas, acrescentando o parâmetro b, que é
o intercepto, no eixo dos recalques, da reta obtida na escala semilogarítmica.
Assim, pode-se obter um valor do coeficiente de correlação (R2) mais próximo de 1,
proporcionando um melhor ajuste da curva com os pontos intermediários e finais
da prova de carga. No exemplo a ser apresentado neste capítulo, utilizando-se Van
der Veen, obtém-se uma carga de ruptura de 1.750 kN. Utilizando-se Van der Veen
modificado por Aoki (1976), obtém-se 1.840 kN.
Desta maneira, a equação de “Van der Veen modificada por Aoki”, é dada
por:
Q Q R 1 − e (
− α⋅d + b )
=
Figura VI.6.4.5. Retas com melhores coeficientes de correlação (R2). A) Van der
Veen (1953) B) Van der Veen modificado por Aoki (1976).
Podem ser usadas planilhas feitas para utilização da equação de Van der
Veen, como a de Schiavon (2013), apresentada no item VI.6.4 deste capítulo.
Alonso (2011) apresenta um programa em Basic para a resolução desta equação.
Para a utilização do processo de Van der Veen modificado por Aoki (1976)
deve-se arbitrar valores da carga de ruptura (QR) que deverão ser superiores ao
valor último obtido na prova de carga, que é de 1600 kN (Tabela 1).
1−𝑄𝑄
Deve-se montar uma tabela calculando os valores de − 𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑙𝑙𝑙𝑙 � 𝑄𝑄 � , conforme
𝑅𝑅
1−𝑄𝑄
Tabela VI.6.4.2 – Valores estimados de carga e calculados pela equação −𝑙𝑙𝑙𝑙 � 𝑄𝑄 �
𝑅𝑅
1−𝑄𝑄
-𝑙𝑙𝑙𝑙 � 𝑄𝑄 � Deslocamen
Carga 𝑅𝑅 to
(kN) 1700 1735 1770 1805 1840 1875 1910 (mm)
200 0,13 0,12 0,12 0,12 0,12 0,11 0,11 0,29
400 0,27 0,26 0,26 0,25 0,25 0,24 0,23 0,49
600 0,44 0,42 0,41 0,40 0,39 0,39 0,38 0,77
800 0,64 0,62 0,60 0,59 0,57 0,56 0,54 1,40
1000 0,89 0,86 0,83 0,81 0,78 0,76 0,74 2,31
1200 1,22 1,18 1,13 1,09 1,06 1,02 0,99 3,60
1400 1,73 1,64 1,57 1,49 1,43 1,37 1,32 5,00
1600 2,83 2,55 2,34 2,18 2,04 1,92 1,82 6,97
Com base nos dados da Tabela VI.6.4.2 constrói-se os gráficos de Van der
Veen. Cabe ressaltar que foram utilizados somente de parte dos dados da Tabela
para que a Figura VI.6.4.6 não ficasse com muita informação.
Com base nos dados da Tabela VI.6.4.3, observa-se que o valor de R2 mais
próximo de 1 é o de 1840 kN, indicando que esta seria a carga de ruptura
extrapolada. Tal regressão pode ser observada na Figura VI.6.4.7 e Tabela VI.6.4.4.
1−𝑄𝑄
−𝑙𝑙𝑙𝑙 � 𝑄𝑄 � Deslocamen
Carga 𝑅𝑅 to
(kN) 1700 1735 1770 1805 1840 1875 1910 (mm)
200 0,13 0,12 0,12 0,12 0,12 0,11 0,11 0,29
400 0,27 0,26 0,26 0,25 0,25 0,24 0,23 0,49
600 0,44 0,42 0,41 0,40 0,39 0,39 0,38 0,77
800 0,64 0,62 0,60 0,59 0,57 0,56 0,54 1,40
1000 0,89 0,86 0,83 0,81 0,78 0,76 0,74 2,31
1200 1,22 1,18 1,13 1,09 1,06 1,02 0,99 3,60
1400 1,73 1,64 1,57 1,49 1,43 1,37 1,32 5,00
1600 2,83 2,55 2,34 2,18 2,04 1,92 1,82 6,97
0,980 0,990 0,992 0,992 0,992 0,99
R2 5 0,9874 8 2 6 3 15 ---
Tabela VI.6.4.4 – Valores de inclinação (a), intercepto (b) e coeficiente angular (α).
1−𝑄𝑄
−𝑙𝑙𝑙𝑙 � 𝑄𝑄 � Deslocamen
Carga 𝑅𝑅 to
(kN) 1700 1735 1770 1805 1840 1875 1910 (mm)
200 0,13 0,12 0,12 0,12 0,12 0,11 0,11 0,29
400 0,27 0,26 0,26 0,25 0,25 0,24 0,23 0,49
600 0,44 0,42 0,41 0,40 0,39 0,39 0,38 0,77
800 0,64 0,62 0,60 0,59 0,57 0,56 0,54 1,40
1000 0,89 0,86 0,83 0,81 0,78 0,76 0,74 2,31
1200 1,22 1,18 1,13 1,09 1,06 1,02 0,99 3,60
1400 1,73 1,64 1,57 1,49 1,43 1,37 1,32 5,00
1600 2,83 2,55 2,34 2,18 2,04 1,92 1,82 6,97
0,980 0,990 0,992 0,992 0,992 0,99
R2 5 0,9874 8 2 6 3 15
Inclinaç
2,64 2,93 3,20 3,44 3,67 3,90 4,11
ão (a)
0,24
1/a
0,379 0,341 0,313 0,291 0,272 0,257 3
Intercep 0,13
0,031 0,069 0,093 0,109 0,120 0,128
to (b) 3
1 1
α= = = 0, 272
a 3, 67 e b = 0,120 (valor absoluto)
Q 1840 1 − e −(
0,272.d + 0,120 )
=
Com base na equação teórica é possível desenhar a curva ajustada. Para isso
arbitra-se valores de recalque (d) e calcula-se os valores da carga conforme Tabela
VI.6.4.4. Na Figura VI.6.4.8 são mostradas as curvas da prova de carga e a ajustada
pelo método de Van der Veen.
b) Valores arbitrados e
a) Valores da prova de carga calculados
Arbitrado Calculado
Deslocamento Carga Deslocamento Carga
(mm) (kN) (mm) (kN)
0 0 0 0
0,29 200 0,29 333
0,49 400 0,49 412
0,77 600 0,77 517
1,40 800 1,40 726
2,31 1000 2,31 970
3,60 1200 3,60 1228
5,00 1400 5,00 1422
6,97 1600 6,97 1595
8,00 1655
9,00 1699
10,00 1733
12,00 1778
15,00 1813
17,00 1824
20,00 1833
22,00 1836
25,00 1838
27,00 1839
30,00 1840
Link: https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1Ne5RFbIroKOlt7nSa-fXkoT-
eWxL98YZ
VII.5.1 – Introdução
devido a pequenos deslocamentos relativos, para cargas baixas, podem não ser
eficientes.
A técnica com strain gages fornece valores relativamente precisos, com medidas
de deformação (ΔL/L) da ordem de 10-6. Para sua utilização é necessária equipe
técnica qualificada, tanto na instalação dos instrumentos quanto na realização da
prova de carga. Empresas que estão capacitadas para este fim, e que produzem a
instrumentação, estimam que atualmente a realização de uma prova de carga
instrumentada, em relação a uma prova de carga não instrumentada, tem um
custo da ordem de 25% superior.
São utilizados pela indústria para diversos fins, como em aviação, mecânica
industrial, balanças para pequenas e grandes cargas. Na Figura VII.4 apresenta-
se o esquema de montagem em uma célula de carga vazada para 300 kN, utilizada
1 𝑇𝑇 1/2
𝑓𝑓 = � �
2𝐿𝐿 𝜌𝜌
Em que: L é o comprimento da corda, ρ é a sua massa por comprimento e T é a
força que tensiona a corda. Com a variação de um dos três parâmetros, haverá
variação da na frequência de oscilação que pode ser captada por um circuito
magnético instalado próximo à corda oscilante. Para a leitura das frequências
necessita-se um sistema de aquisição de dados específico para este tipo de sensor.
VII.5.1 – INTRODUÇÃO
Foi observado por Lord Kelvin em 1856, mas somente na década de 1930 foi
aplicado na prática em extensometria. Dentre suas características, destacam-se:
* excelente linearidade;
∆R
K= R
∆L
L
F = Ee * ε * A
𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝑅𝑅
𝐾𝐾 = 𝑅𝑅
→ = 𝜀𝜀. 𝐾𝐾
𝜀𝜀 𝑅𝑅
Assim:
𝑉𝑉𝑒𝑒
𝑉𝑉𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 = (𝜀𝜀 𝐾𝐾 − 𝜀𝜀2 𝐾𝐾2 + 𝜀𝜀3 𝐾𝐾3 − 𝜀𝜀4 𝐾𝐾4 )
4 1 1
Sendo: K1 = K2 = K3 = K4
𝑉𝑉𝑉𝑉
𝑉𝑉𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 = (𝜀𝜀 − 𝜀𝜀2 + 𝜀𝜀3 − 𝜀𝜀4 )
4 1
A deformação lida (ꜪLida) é a deformação total (ꜪTotal):
4𝑉𝑉𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜
𝜀𝜀𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 = (Deformação total lida)
𝑉𝑉𝑉𝑉
𝑉𝑉𝑉𝑉
𝑉𝑉𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 = 𝜀𝜀
4 1
𝑉𝑉𝑉𝑉
𝑉𝑉𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 = 𝜀𝜀 − 𝜀𝜀2
4 1
Braços adjacentes: em laboratório utiliza-se um gage passivo colocado em
um mesmo material a ser ensaiado, como em corpos de provas de concreto, com o
objetivo de se eliminar o efeito térmico. Figura VII.15.
Deve ser utilizada quando se deseja uma leitura em que se pretenda eliminar
efeitos como o de temperatura e flexão. Por exemplo, em uma barra carregada
axialmente, pode-se utilizar a ponte completa, em que são utilizados quatro strain
gages, Figura VII.17, para se obter somente as deformações normais. A leitura da
deformação total é ampliada em 2,6 vezes
𝑉𝑉𝑉𝑉
𝑉𝑉𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 = 𝜀𝜀 − 𝜀𝜀2 + 𝜀𝜀3 − 𝜀𝜀4
4 1
Um equipamento de leitura convencional fornece diretamente o valor da
deformação total (T). Por exemplo, para o caso de ponte completa instalada na
armadura da estaca ou em barra a ser inserida na estaca, a qual vai ser submetida
a força axial, e se deseja a deformação somente devido a este esforço axial, com a
combinação adequada dos strain gages na ponte, eliminando-se efeito de
temperatura e flexão, tem-se: ꜪT = 2(1 + ν).ꜪN
ε
εN = T
Portanto, a força axial na barra é: 2 (1 + ν ) , onde ν é o coeficiente de
Poisson do aço.
Sendo:
- Cada strain gage tem duas ‘pernas’, dois fios saindo de cada um. São quatro
strain gages e, portanto, tem-se oito fios que devem ser ligados entre si. Do
conjunto deve resultar a saída de quatro fios para serem fixados na ‘caixa de
leitura’, Figura VII.20A. Nos cabos utilizados para extensometria estes fios são em
4 cores diferentes, Figura VII.20B.
4Vsaída
4V
= Ventrada ⋅ K ( ε1 − ε 2 + ε3 − ε 4 )
= ( ε1 − ε 2 + ε3 − ε 4 )
saída � Ventrada ⋅ K
4V
ε T = saída
Ventrada ⋅ K
4 ⋅ Vsaída
O valor de Ventrada ⋅ K é fornecido pela caixa de leitura, quando os fios são
Perguntas:
1-Em qual posição colar os strain gages na peça para se obter a informação
que se quer?
A posição da colagem dos strain gages na peça deve ser estudada de maneira
a utilizar a equação da ponte ꜪTotal = Ꜫ1 - Ꜫ2 + Ꜫ3 - Ꜫ4, para se obter a informação
desejada. No caso deseja-se eliminar as deformações devido a variação de
temperatura e flexão, ficando apenas com a deformação normal ao eixo da barra.
Para um esforço axial de tração tem-se as deformações, Figura VII.18 e Figura VII.21:
ꜪTotal = [ ꜪN + ꜪF + ꜪT ] – [ - ν ꜪN - ν ꜪF + ꜪT ] + [ ꜪN - ꜪF + ꜪT ] - [- ν ꜪN + ν ꜪF + ꜪT ],
que resulta em:
ε
εN = T
ꜪTotal = 2 ꜪN ( 1 + ν ) → 2 (1 + ν ) → adotando-se coeficiente de Poisson do
ε
εN = T
aço ν =0,3 → 2, 6
Obs: a caixa de leitura fornece ꜪTotal, valor que tem que ser dividida por 2,6
para obtenção de ꜪN. A leitura fornecida é em µꜪ (micro strain), ou seja, deve ser
multiplicada por 10-6.
Onde:
- Uma perna do gage 4 é ligada a uma perna do gage 1 com o fio vermelho
(ponto A). Deste ponto A o fio vermelho continua e é conectado ao +VEntrada (P+).
- Uma perna do gage 4 é ligada a uma perna do gage 3 com o fio verde (ponto
D). Deste ponto D o fio verde continua e é conectado ao +VSaida (S+).
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
- Uma perna do gage 3 é ligada a uma perna do gage 2 com o fio preto (ponto
C). Deste ponto C o fio preto continua e é conectado ao -VEntrada (P-).
- Uma perna do gage 2 é ligada a uma perna do gage 1 com o fio azul (ponto
B). Deste ponto B o fio azul continua e é conectado ao a -VSaida (S-).
Figura VII.23 - Ligação dos strain gages entre si na barra instrumentada. Esta
configuração de ligações elimina as deformações devido à flexão e temperatura,
fornecendo apenas as deformações normais, no sentido da carga aplicada.
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
Figura VII.24A - Colagem dos strain gages na barra de aço: (a) limpeza da superfície, (b)
manuseio do strain gage, (c) posicionamento do strain-gage, (d) colagem do strain-gage,
(e) retirada de possíveis bolhas de ar e fixação do strain gage, (f) secagem da cola de alta
fixação, (g) retirada da fita adesiva e (h) strain gage devidamente aderido à superfície.
(Barbosa, 2023).
Figura VII.24B - Ligação do circuito entre strain gages: (a) isolamento elétrico
entre strain gage e barra de aço, (b) colagem dos terminais, (c) ligação dos
conectores aos terminais, (d)remoção do excesso de comprimento dos conectores,
(e) ligação entre strain gages utilizando fio de cobre e (f) circuito finalizado.
(Barbosa, 2023).
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
O solo neste trecho é escavado para que a carga aplicada no topo da estaca
seja a mesma neste trecho, sem haver perdas de carga para o solo. Desta forma,
obtém-se a deformação (Ꜫ) através do strain gage para uma dada força (F) e, através,
da Lei de Hooke, determina-se EE. A secção instrumentada, deste trecho inicial, é
denominada “Seção de Referência”.
Figura VII.27 - A) Colagem do strain gage (Utilização de pinça e pincel com cola).
B) . Pressão nos strain gages.
Observação: A colagem pode ser para um fim imediato, como para romper
um corpo de prova de concreto ou rocha. Pode ser também para uma situação que
o instrumento tem que funcionar por vários anos, como uma barra instrumentada
no interior do maciço de concreto de uma barragem ou uma célula de carga.
Para cada caso tem que se utilizar a cola e a técnica de colagem adequada. No
segundo e terceiro caso (instrumentação de barragem e célula de carga), existem
especificações de tipos de cola, como, para a ‘cura’ da cola, aplicar determinada
pressão e deixar a barra em estufa por determinado tempo.
Nestes casos a técnica que tem sido utilizada com sucesso é descer até a
ponta da estaca um tubo de aço (liso ou de preferência corrugado) antes da
concretagem por dentro do tubo de injeção do concreto. Tem-se utilizado tubo com
50mm de diâmetro externo.
A instalação das barras instrumentadas nos tubos instalados não precisa ser
imediatamente após a concretagem, podendo ser posteriormente, em um momento
em que a equipe de instrumentação possa trabalhar com tranquilidade em um
ambiente mais adequado em termos de movimentações etc.
com calda de cimento fator A/C = 0,5, com injeção de baixo para cima. Apresenta-
se na Figura VII.34 o processo de injeção da nata.
Os strain gages são fixados por meio de colagem direta em sua alma,
posteriormente ao tratamento da superfície com produto desengordurante e fixado
à superfície por meio de adesivo. A proteção dos strain gages contra a umidade e
choques mecânicos é feita com a utilização de resina de silicone, fita adesiva e
resina de proteção elétrica, além de resinas epóxicas e talas metálicas no trecho
constituído por perfis metálicos.
- Fixação dos cabos elétricos que estão conectados aos strain gages ao longo
dos níveis de instrumentação do segmento metálico, na parte superior do perfil
metálico.
Nos tubos guias são inseridas hastes, que podem ser de alumínio ou outro
material com pouca susceptibilidade a variações de temperatura e rosqueadas nas
pontas, Figura VII.44. A Figura VII.45 mostra a instalação dos tubos guias no
interior da estaca.
Figura VII.45 – Tubo guia dos tell tales e barras instrumentadas com
“strain gages” instalados em armadura de estaca escavada (D= 50cm; L= 10m),
São Carlos, SP.
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
Este sistema é limitado pelo número de tubos guias que podem ser inseridos
na estaca e hastes que saem na cabeça da estaca, onde devem ser medidos seus
deslocamentos.
O diâmetro do tubo guia e das hastes devem ser compatíveis com o diâmetro
e profundidade da estaca. Deve-se tomar cuidado com o possível atrito existente
entre as hastes e o tubo, e a movimentação das mesmas dentro do tubo, que pode
afetar as leituras dos deflectômetros na cabeça da estaca. O diâmetro da haste deve
ser tal que evite a flambagem da mesma.
Figura VII.46 – Detalhe da montagem dos ‘tell tales’. Estaca Hélice Contínua D=
50cm; L= 18m. Campos – RJ – Monitoramento durante a construção de edifício
de 19 pavimentos (Waked,2017).
Figura VII.47 – Relógios comparadores no bloco e nas hastes dos ‘tell tales’. A)
Tubulão – São Carlos –SP. B) Estaca escavada – Tração – São Carlos – SP.
Figura VII.48 – Resultados de uma das estacas monitoradas com ‘tell tales’.
Estaca Hélice Contínua. D= 50cm; L= 18m. Campos – RJ – Monitoramento
durante a construção de edifício de 19 pavimentos (Waked,2017).
“A tecnologia de strain gauge óptico utiliza uma fibra ótica e as propriedades da luz viajam
nela para adquirir tensão através de meios não eletrônicos. Estes componentes usam fibras ópticas
de sílica em revestimentos de polímero de alta resistência com Grades de Bragg de Fibra (FBG)
impressos para monitorar variações no espectro refletido de luz propagada através da fibra.
Um FBG é um padrão de interferência localizado inscrito no núcleo de uma fibra óptica, que
altera o comportamento de propagação da luz que viaja através do componente. Este padrão permite
que a luz passe através das incisões enquanto certas faixas de comprimento de onda são refletidas.
Mudanças no período de um FBG devido a estresse mecânico causam variações nos sinais de luz
refletida.
Um interrogador ligado à fibra óptica varre a luz do laser de comprimentos de onda variados
através da fibra óptica e analisa a luz que é refletida a partir do sensor óptico. Flutuações nos sinais
ópticos podem ser usadas para deduzir a deformação mecânica do componente em repouso e durante
longos períodos de operação.” (Site HBM).
A linha de sensores ópticos newLight pela HBK permite amplas faixas de medição de
deformação com maior estabilidade a longo prazo. É a opção ideal para o monitoramento da
integridade estrutural devido à sua fácil e rápida instalação e à sua resistência às condições
ambientais, tais como umidade, oxidação e sal, mesmo em distâncias extremamente longas.
A compatibilidade com fibras ópticas de telecomunicações padrão faz com que esta linha se
torne muito econômica, especialmente para aplicações com um número médio ou alto de canais! A
linha newLight se baseia na tecnologia de redes de Bragg em fibra e oferece sensores ópticos para
medições de deformação, temperatura, aceleração e inclinação.” (Site HBM).
https://www.geokon.com/content/datasheets/FP4000_Fiber_Optic_Strain_Gage.pdf
https://www.geokon.com/content/datasheets/FP4000_Fiber_Optic_Strain_Gage.
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PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
CAPÍTULO VIII
VIII.1 – EXEMPLO
INÍCIO DO DESCARREGAMENTO
DESCARGA TOTAL
Por meio dos dados das tabelas anteriores, é feita uma tabela com os dados
médios dos deslocamentos, para a confecção da curva tensão x deslocamento,
Tabela VIII.2.
Tensão Tensão/Deslocam.
(kPa) (kPa/mm)
120 2000
240 400
360 300
480 254
540 236
600 224
720 199
840 177
960 155
1080 130
1200 102
1320 45
CAPÍTULO IX
IX.1 - EXEMPLO
Carga 120 kN
Carga 180 kN
Carga 240 kN
Carga 300 kN
Carga 420 kN
Carga 480 kN
Carga 540 kN
Carga 600 kN
Carga 660 kN
INÍCIO DO DESCARREGAMENTO
Carga 465 kN
Carga 310 kN
Carga 165 kN
DESCARGA TOTAL
Por meio dos dados das tabelas anteriores, foi feito um resumo com os dados
médios para a confecção da curva tensão x deslocamento, Tabela IX.2.
Figura IX.4 – Curva Tempo x Deslocamento da carga de 540 kN até 720 kN.
Carga Carga/Deslocam.
(kN) (kN/mm)
120 293
180 243
240 226
300 194
360 163
420 127
480 96
540 67
600 50
660 33
720 18
CAPÍTULO X
Introdução
Fn = E. A. ꜪN
X.1 - EXEMPLO
Nível 2 – 6 m
Instrumentação
Resultados
Tabela X.2 – Valores das deformações normais à seção da estaca [ꜪN = ꜪT / 2(1+ν)].
F = E ⋅ A ⋅ ε N = 3.142.917 ⋅ ε N
Tabela X.3 – Valores das cargas em cada nível e a porcentagem de carga na ponta
da estaca.
FC FN(-6) FN(-12) -
0 0 0 0
60 48 1 2,0
120 94 2 2,0
Em que:
= Es . (3)
Es = (a/2). + b (4)
Et (GPa)
Deformação
na Seção Tensão (kN/m2) Et = (d/d) =
Carga (kN)
Referência Carga/Área (n+1 - n) / (n+1 - n)
(x 10-5)
0 0 0 0
60 1,92 476 24,67
120 3,85 952 28,86
180 5,50 1429 23,34
240 7,54 1905 27,53
300 9,27 2381 27,53
360 11,00 2857 22,68
420 13,12 3333 21,65
480 15,27 3810 23,81
540 17,35 4286 23,81
600 19,35 4762 25,06
660 21,23 5238 5,95
690 25,23 5476 ---
Obtém-se a equação:
CAPÍTULO XI
Nas Figuras XI.1 a XI.6 são apresentadas algumas figuras, com informações
de projetos, gentilmente cedidas pela ZF & Engenheiros Associados S/S.
Figura XI.1 – Projeto de uma prova de carga. (ZF & Engenheiros Associados S/S).
(2018)
Figura XI.2 – Detalhe típico de armação para estacas escavadas de reação de uma
prova de carga específica (ZF & Engenheiros Associados S/S).
Figura XI.3 – Detalhe típico de armação para estacas hélice contínua de reação de
uma prova de carga específica (ZF & Engenheiros Associados S/S.)
Figura XI.4 – Detalhe típico de armação para estacas raiz de reação de uma prova
de carga específica (ZF & Engenheiros Associados S/S).
PROVA DE CARGA ESTÁTICA EM FUNDAÇÕES
Figura XI.5 – Detalhe típico de armação para estacas metálicas de reação de uma
prova de carga específica (ZF & Engenheiros Associados S/S).
CAPÍTULO XII
EXEMPLO DE RELATÓRIO
Em seu item 9.1 estabelece que a estaca deve estar documentada e que os
registros devem incluir informações sobre: geometria, método de execução,
propriedades dos materiais constitutivos e controles realizados durante a
execução.
CAPÍTULO XIII
XIII.1 – Introdução
XIII.2 – Normas
XIII.1- INTRODUÇÃO
Figura XIII.1 – Prova de cara com cargueira e prova de carga bidirecional. A) Vista
da obra. B) Sistema bidirecional (cortesia: Arcos Engenharia de Solos. Foto
histórica).
Em 1989, Jorj Osterberg publica o artigo “New device for load testing driven
piles and bored piles separates friction and endbearing”, que mostra o ensaio,
chamado de “Osterberg cell test” ou “O-Cell test”.
XIII.2 - NORMAS
QLat(superior) ≈ QLat(inferior) + QP
Figura XIII.7 –Placa montada com três células. A) Tubos galvanizados (vista
lateral). B) Tubos galvanizados (vista frontal). (Barbosa, 2023).
Link: https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1Ne5RFbIroKOlt7nSa-
fXkoT-eWxL98YZ)
CAPÍTULO XIV
BIBLIOGRAFIA
ABNT NBR 6489 (2019) – Solo – Prova de carga estática em fundação direta.
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Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. 159
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Likins, G.E., Fellenius, B.H., and Holtz, R.D., 2012. Pile Driving Formulas—
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Querelli, A; Souza, T.J; Santos, R.A; Aguiar, M.C.S. (2023) – Prova de carga
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