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Curso: Direito, Naviraí, Noturno (2011) - 4ª Série

Professor: RAPHAEL PRIETO DOS SANTOS

Disciplina: Processo Civil Execução e Cautelares

Período Letivo: 02/2020 a 07/2020

Prazo: cinco dias

Dúvidas: raphael.prieto92@gmail.com
Aluna: Kaíque Machado RGM: 37411

1)Sobre intervenções de terceiros típicas

a)Quais as intervenções de terceiros típicas são incompatíveis com a demanda


executiva? Por quê?

Denunciação da lide e no chamamento ao processo. A primeira é exclusiva do processo


de conhecimento, onde a denunciação é feita pelo demandado, proposta em prazo de
contestação. Da mesma maneira, a segunda tem por objetivo que o juiz declare, numa
mesma sentença, as responsabilidades dos obrigados. Ambos dispositivos são
incompatíveis com a demanda executiva, visto que exercem funções meramente
declaratórias e/ou exercem institutos que não existem neste procedimento, uma vez que
na execução não se declaram responsabilidades apenas satisfazem-se direitos.

b) Aparentemente existe (ou pelo menos existia) uma celeuma acerca da utilização da
assistência na execução. Quais são os fundamentos de ambas correntes doutrinárias?
Qual corrente deve ser aplicada? Fundamente.

Ao analisar o artigo 119 do CPC/15, a primeira corrente, minoritária, em razão da


prerrogativa citada no artigo, ou seja, o interesse de terceiro no favorecimento de
sentença para uma das partes, defende que não seria possível a utilização da assistência
na fase de execução, visto que nessa fase somente se trata da extinção do processo.
Argumenta que só seria possível a assistência em procedimentos de conhecimento,
mediante embargos à execução, onde ainda há relação jurídica de direito material. Em
contrapartida, a outra corrente, faz uma análise extensiva ao referente artigo, segundo o
qual a assistência é cabível em toda espécie de processo, e não somente em toda espécie
de procedimento, pois sustenta que o termo “Sentença” utilizado no caput quer dizer
resultado do processo, isto é, poderia haver assistência quando o terceiro tiver interesse
que o resultado seja favorável a alguma das partes, sendo este o entendimento da
corrente dominante.

2) Sobre a competência dos tribunais na execução

a)Levando em consideração que em regra os tribunais de segundo grau e superposição


tem competência para o cumprimento de sentença em suas causas de competência
originária (art. 516, I, CPC), qual é a exceção a essa regra? Fundamente.
A exceção à regra, segundo estipula o artigo 109, inciso X, da Carta Magna, encontra-se
nos casos de execução de sentença estrangeira homologada em competência originária
do Superior Tribunal de Justiça, porém sua execução incumbe ao Juízo Federal.

b) É possível a delegação da competência da execução dos tribunais para o juízo de


primeiro grau? Se sim por quais motivos e até que pontos as atividades executivas
podem ser delegadas?

Sim. A delegação tem razão porque os Tribunais não estão preparados para praticar
atos materiais de execução. Ademais, o STF entende que o art. 102, I, “m”, da CF
permite expressamente a delegação de atos executivos pelos Tribunais aos juízos
singulares. Em relação ao limite da delegação, a doutrina entende que a permissão de
delegação deve ser interpretada restritivamente, de modo que o juízo singular só poderá
praticar atos materiais, mas não decisórios (mérito executivo), sob pena de estar em
risco a decisão já proferida por órgão superior.

3) Sobre a competência do juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição,


qual motivo da opção do legislador em incluir oart. 516, parágrafo único do CPC/2015?

A realidade mostrou que muitas vezes a prática de atos materiais executivos é


dificultada em virtude de tal vinculação, mostrando-se muito mais lógico e eficaz
permitir que o processo executivo seja proposto no local onde se encontram os bens que
servirão de garantia ao pagamento do crédito exequendo, no local em que se encontra a
coisa objeto da execução, ou, ainda, no local em que a obrigação de fazer deva ser
cumprida. Tratando-se o processo de execução de processo desenvolvido basicamente
pela prática de atos materiais que buscam a satisfação do direito do demandante, o ideal
seria que a sua competência fosse do foro do local em que tais atos deveriam ser
praticados.

4) A competência decorrente da conjugação dos incisoII e parágrafo único do art. 516,


CPC/2015 é absoluta ou relativa?

Relativa. Pois com o CPC/15 houve a criação de foros concorrentes como abstratamente
competentes para o cumprimento de sentença (artigo 516, PU).

5) Como se dá a fixação da competência de execução de sentença arbitral? Ela é


absoluta ou relativa? Fundamente.

Relativa. Pois a arbitragem constitui a maior manifestação de disponibilidade de direitos


em nosso ordenamento jurídico, considerando-se que as partes abrem mão da promessa
constitucional de inafastabilidade da tutela jurisdicional para solucionar os seus
conflitos em seara diversa da judicial. Dessa forma, não se pode obrigar as parte a
seguir as regras de competência da execução da sentença arbitral sem a influência de
suas vontades sobre tal fixação.

6) Considerandoo art. 781 do CPC/2015, o que deve ser observado na fixação do juízo
competente em execução fundada em título extrajudicial?

Segundo o artigo 781 do CPC/15, havendo cláusula de eleição de foro no título


executivo extrajudicial, esse foro prevalece sobre os demais, independentemente da
vontade do exequente.

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