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sensatas modificações que, neste âmbito, foram levadas a efeito pela Reforma de
recursos de agravo.
dificuldades de fusão dos regimes dos quatro recursos existentes em apenas dois
(um por instância). Foi audacioso o legislador de 2007, mas, por ser canhestro,
produziu uma obra lastimável e teria sido melhor que nela não se tivesse
envolvido.
Vejamos para começar o que ocorre com a nova redacção recebida pelo
No seu n.º 1, diz-se que cabe recurso de apelação das decisões do tribunal
decisões de mérito contidas no despacho saneador que não põe termo ao processo,
nos termos da alínea h) do n.º 2. Este mesmo número enuncia uma série de
competência, somente podem ser impugnadas no recurso que vier a ser interposto
da decisão final.
alude o n.º 3 do art.691.º seriam impugnáveis após a sua prolação, mas com a
como se dizia no revogado n.º 1 do art. 735.º Se as coisas fossem assim, evitar-se-
ia, pelo trânsito em julgado das decisões interlocutórias, que a parte vencida a
por esse processo ínvio, lograr a anulação da decisão final que lhe tenha sido
desfavorável.
processo na Relação que, segundo o n.º 2 do art. 721.º, apenas podem ser
impugnados no recurso de revista que vier a ser interposto nos termos do n.º 1 (a
deveriam ser imediatamente impugnáveis, mas com a subida dos recursos diferida
“terceiro tribunal” deve ser utilizado quando se justifique uma terceira apreciação
explicitar. Propõe-se ainda aos Estados, que não admitem um sistema de leave to
instância.
12 anos sobre a sua emissão, era a altura adequada para ser editado um preceito
Justiça quando esteja em causa a apreciação de uma questão que, pela sua
direito.
dos países da common law, recomendado pelo Conselho da Europa, nos termos do
decisão proferida na 1.ª instância, sem voto de vencido. Mais: inventou um novo
Supremo, mas também por qualquer Relação (não será difícil descobrir ou
recorrer).
jurisprudência.
alegação, deve ser apresentado perante a Relação onde foi proferido o acórdão de
que se recorre, com expressa menção de que se trata de uma revista excepcional
oposição.
como normal. E também receberá a revista como normal, mesmo que se verifique
uma situação de “dupla conforme”, se houver voto de vencido, e nos casos em que
Europeia (cf., quanto a esta última situação, o Acórdão do STJ de 11.03.2010, 7.ª
apesar de interposta como excepcional, deve prosseguir como normal, seguirá ela
constituída por três juízes escolhidos anualmente pelo presidente do STJ de entre
os mais antigos das secções cíveis ou da secção laboral, neste caso se se tratar de
uma questão cível laboral, para uma apreciação preliminar sumária do pressuposto
Em discordância com a posição que vem sendo seguida, não pode aceitar-
se que, em caso de recurso interposto como revista excepcional, os autos, uma vez
processo penal, mas que foi considerada inútil por muitos, por se limitar a repetir
o conteúdo da motivação; daí a reforma do processo penal levada a efeito pela Lei
podem também ocorrer nos julgamentos perante o pleno das secções cíveis e da
jurisprudência), face ao disposto nos arts. 732.º-B, n.º 2, e 770.º, n.º 1, do CPC e
escrever, ao termos conhecimento das anunciadas alegações, que elas não visavam
honorários, o que vai contra o clamor social que exige justiça mais célere e mais
barata.
tribunais”.
oportunidade, tendo assim o mesmo destino que o art. 716.º do CPC de 1939,
sido praticamente letra morta a disposição legal que a permite. O absoluto desuso
de retrógrados.
O recurso para o tribunal pleno, criado pelo art. 66.º do Dec. N.º 12 353
recurso desapareceu com a RPC95-96, que procedeu à revogação dos arts. 763.º a
mas mal, para o relator ou para qualquer dos adjuntos de o propor (quando
que ficarão desde agora sujeitas a cinco instâncias, levando em conta o recurso
para o TC, de que se usa e abusa, sem se esquecer, como a experiência passada o
comprova, que muitas vezes se lança mão do recurso para o tribunal pleno, como
mero expediente dilatório, sem que haja qualquer oposição entre acórdãos do STJ.
exercício obrigatório, mas antes condicionada à selecção dos casos com interesse
uniformizador.
anteriormente fixada.
intervir em ordem à unidade do direito (…), quando esta nos seus momentos
tende a prevalecer outra ou outras que importa também ter em conta, para
problemas, para pôr um novo problema jurídico, para assimilar no corpus iuris
dado base normativa, para fazer reconhecer através de um certo tipo de caso ou
determinou, nos seus últimos tempos, a alteração de vários preceitos do CPC, para
dada ao art. 315.º, substituiu-se a regra de várias décadas, segundo a qual o valor
da causa só seria fixado pelo juiz se discordasse do valor acordado pelas partes,
despacho saneador, ou, não havendo lugar a este, até à prolação da sentença, pela
regra da fixação obrigatória do valor da causa pelo juiz, se não antes, no despacho
incidentes [actual alínea b) n.º 2 do art. 678.º], por faltar, em regra, esta decisão, e
presentemente estar de portas escancaradas esse recurso por a lei impor ao juiz a
vai chega ao STJ, se bem que dele não resulte qualquer proveito para as partes,
porque nele apenas se vai conhecer do valor da causa e não do fundo da questão.
recorrentes compulsivos.
Deste modo, através da nova redacção conferida aos arts. 307.º, n.º 1,
requerida, consoante o que for superior; nos processos cuja decisão envolva uma
ano multiplicado por 20 ou pelo número de anos que a decisão abranger se for
Relação, quando, por analogia com o que se dispõe no art. 307.º, n.º 3, no
mais € 0,01, logo, com recurso até ao STJ (em situação paralela, à das acções
sobre o estado das pessoas ou sobre interesses imateriais, como se com estas se
n.º 5, com total desrespeito da regra das alçadas, admite-se sempre recurso da
Depois das reformas erradas dos últimos tempos na área da Justiça, como
ano de 2009, divulgado na semana passada, aponte como um dos cinco problemas