Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Importante: Consulta é diferente de cópia. Assim, não será aceita a cópia de qualquer material.
Informações importantes:
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em
decisão de saneamento e de organização do processo:
2) Delimitação das questões de fato (art. 357 II): Nessa fase, o Juiz analisará quais
questões são controversas entre as partes e quais os meios de provas serão
admitidos a fim de possibilitar seu convencimento sobre a questão em debate.
Convém ressaltar as partes podem apresentar ao juiz delimitação das questões
sobre as quais deverá repousar a atividade probatória, em razão do Princípio da
Cooperação previsto no artigo 6º do Código de Processo Penal, segundo o qual as
partes devem cooperar entre si a fim de que se tenha uma decisão justa e efetiva,
em tempo razoável (inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição da República).
Ademais, em consonância com o supracitado Princípio quando a causa for de
grande complexidade em alguma matéria de fato ou de direito, será designado pelo
juiz audiência de instrução e julgamento, para, em cooperação com as partes,
sanear e organizar o processo (art. 357, § 3º), conhecida como saneamento
compartilhado. Em caso de produção de prova testemunhal, será fixado o prazo
para as partes apresentem rol de testemunhas (art. 357, § 4º, CPC), cujo número
não pode ser superior a dez, sendo três no máximo, para a prova de cada fato (art.
357, § 6º, CPC), podendo ser redimensionado diante complexidade da causa e dos
fatos individualmente considerados (art. 357, § 7º, CPC).
3) Distribuição do Ônus da prova (art. 357 III): Aqui, o juiz irá definir a distribuição do
ônus da prova que segundo a regra do art. 373, I e II do CPC que estabelece a
distribuição estática do ônus da prova cabendo sobre o autor, quanto aos fatos
constitutivos de seu direito e em relação ao réu, os fatos impeditivos, modificativos
ou extintivos do direito do autor. Todavia, atualmente é possível a distribuição
dinâmica do ônus da prova nas hipóteses de dificuldade e impossibilidade de uma
das partes em conseguir a prova ou ainda ante a facilidade de obtenção da prova
pela parte contrária.
4) Delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito (art. 357 IV):
Neste momento, não somente as questões fáticas devem ser estabelecidas, mas
também as questões de direito relevantes à análise de mérito.
5) Audiência de instrução e julgamento (art. 357, V): Essa atividade ocorre quando o
Juiz entende ser necessário a atividade probatória ou quando deferir o pedido de
uma das partes para a realização da audiência instrutória. Convém ressaltar que
entre a audiência de instrução e outra, haverá intervalo mínimo de uma hora (art.
357, § 9º, CPC).
O artigo 357 nos seus cinco incisos apresenta um rol exemplificativo, pois não
exaurem todo o conteúdo possível de decisão de saneamento e organização do processo
e o próprio CPC se vale desse marco procedimental para outras questões, como a
estabilização objetiva da demanda. No que tange a recorribilidade das decisões seu
conteúdo afeta a ocorrência de preclusão e o recurso cabível é o agravo de instrumento
ou a apelação conforme análise do 1015 do CPC, cujo âmbito de incidência é uma
questão controversa na doutrina e jurisprudência.
Sanado e organizado o processo, dentro dessa conjuntura, caso não obste mais
vícios que impeça a análise de mérito, as partes terão o direito de pedir esclarecimentos
ou solicitar ajustes, no prazo comum de cinco dias, consoante art. 357, parágrafo 1° do
código de processo civil. Os atos que concernem à decisão saneadora dispõem de uma
temática heterogênea. Transcorrido o prazo, caso as partes litigantes padeçam inertes, a
decisão se tornará estável, qualidade esta que nos interessa para o prosseguimento de
nossas análises.
No que tange o alcance da estabilidade sob o prisma objetivo, salienta-se o art. 329,
II, do CPC, com a seguinte redação: “O autor poderá: até o saneamento do processo,
aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o
contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15
(quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.” o texto guarda liberalidade
de alterações objetivas feitas até a decisão de estabilidade, após esta, enseja-se a
invariabilidade objetiva integral. Ressalta-se que o silêncio esculpe efeitos positivos
quando a demanda é estabilizada, nesse sentido, a doutrina considera essa positividade
dos efeitos caso haja intimação específica, acompanhada da enfática advertência.