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DIREITO PÚBLICO E PRIVADO – 30H

Andrea Melo de Carvalho

CURSO TÉCNICO
SUBSEQUENTE EM
CONTABILIDADE

APOSTILA DE DIREITO PÚBLICO


E PRIVADO
30H

MÓDULO I – TURMA 163

PROFª ANDREA MELO DE CARVALHO

IFPI/2023.1
QUI (16-18)

Sala:
Email da Turma: _______________________________
Chefe de Turma: ________________Fone:__________
Número de alunos:_____________________________

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DIREITO PÚBLICO E PRIVADO – 30H
Andrea Melo de Carvalho

TURMA 163 (30 HORAS)

N. AULAS DATA ASSUNTO N. AULAS DATA ASSUNTO

1 2 09 2

2 2 10 2

3 2 11 2

4 2 12 2

5 2 13 2

6 2 14 2 2ª PROVA

7 2 1ª PROVA 15 2 2ª REC

8 2 1ª REC 16 2 FINAL

HORÁRIO IFPI 2023.1


HORÁRIO SEG TER QUA QUI SEX

16-17

17-18

18-19

19-20

20-21

21-22

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UNIDADE I – NOÇÕES DE DIREITO

1. Noções de Direito

1.1 Histórico
No início imperava a lei do mais forte. O Direito nasceu junto com a civilização, sob a
forma de costumes que se tornaram obrigatórios. Sua história é a história da própria
vida. A finalidade do Direito se resume em regular as relações humanas, a fim de que
haja paz e prosperidade no seio social, impedindo a desordem ou o crime. Sem o Direito
estaria a sociedade em constante processo de contestação, onde a lei do mais forte
imperaria sempre, num verdadeiro caos.
Surgiu, então, aos poucos, a necessidade de impor um mandamento: uma proibição ou
uma permissão, sem que sejam identificados o seu sujeito passivo ou ativo. Assim o
Poder Público regula o estado de fatos hipotéticos e ainda de fatos futuros na ordem
social, prevendo uma relação ente pessoas ou entre pessoas e coisas, a fim de que haja
paz e progresso na sociedade, respeito mútuo entre as pessoas e respeito à propriedade
alheia, evitando atritos entre os homens. Nessas condições, todos passam a ter direitos e
deveres de tal forma que para alguém exigir seus direitos precisa cumprir suas
obrigações.

1.2. Conceito de Direito


Intuitivamente, a palavra Direito dá a noção do que é certo, correto, justo, equânime.
Era, para os romanos, a arte do bom e do eqüitativo. (perspectiva filosófica e teológica);
- É o conjunto de norma, estabelecidas pelo poder político, que se impõem e
regulam a vida social de um dado povo em determinada época (Maria Helena
Diniz);
- É um complexo de normas reguladoras da conduta humana, com força coativa
(A.Correia e G. Sciascia, citado por Max & Édis);
- É o conjunto de normas gerais e positivas que regulam a vida social (Radbruch,
citado por Carlos Roberto Gonçalves);
- É um conjunto de normas de conduta para adequação social. (Venosa);

2. Divisão, ramos e fontes do Direito

2.1 Divisão

a) Direito Objetivo -

– designa o Direito enquanto regra de ação (norma agendi), isto é, o conjunto de


regras vigentes num determinado momento, para reger as relações humanas, e que
são impostas, coativamente, à obediência de todos. Ex.: Código Penal; Civil; Lei do
Inquilinato; Código de Defesa do Consumidor; Estatuto da Criança e do
Adolescente etc.(Max & Edis);
- é o complexo de normas que são impostas às pessoas, tendo caráter de
universalidade, para regular suas relações. É o direito como norma (ius est norma
agendii) (Sergio Pinto Martins);
- é constituído por um conjunto de regras destinadas a reger um grupo social, cujo
respeito é garantido pelo Estado. (Venosa)

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b) Direito Subjetivo

- É a faculdade que as pessoas têm de exigir seu direito quando violado(NG);


- É a faculdade ou prerrogativa de o indivíduo invocar a lei na defesa de seu
interesse (M&E);
- É a faculdade de a pessoa postular seu direito, visando à realização de seus
interesses (ius est facultas agendi) (SPM);
- Identifica-se com as prerrogativas ou faculdades ínsitas aos seres humanos, às
pessoas, para fazer valer seus “direitos”, no nível judicial ou no extrajudicial. É
aquele que adere à pessoa, à personalidade.É o poder do indivíduo que vive em
sociedade(Duguit) (V).

2.2. Ramos

Quadro Geral do Direito


Público
Internacional
Privado
Constitucional
Administrativo
1.POSITIVO Penal
Público Financeiro
Tributário
Nacional Processual
Trabalhista

Privado Civil
Comercial/Empresarial
Trabalhista
2. NATURAL

a) Direito Positivo
– compreende o conjunto de regras estabelecidas pelo poder político em vigor em país
determinado e numa determinada época. É o Direito histórica e objetivamente
estabelecido, encontrado em leis, códigos, tratados internacionais, costumes, decretos,
regulamentos etc.(M&E);
- é apenas norma legal, emanada do Estado e não de outras fontes do Direito. Valeria
por determinado tempo, podendo ser modificado e dentro de certo espaço geográfico.
Estabelece aquilo que é útil. É conhecido por uma declaração de vontade alheia, que é a
promulgação (SPM);

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- é o ordenamento jurídico em vigor em determinado país e em determinada época. É o


Direito posto. (CRG).

b) Direito Natural
- é aquele que fixa regras de validade universal, não consubstanciadas em regras
impostas ao indivíduo pelo Estado. Ele se impõe a todos os povos pela própria força dos
princípios supremos dos quais resulta, constituídos pela própria natureza e não pela
criação dos homens, como ex.: o direito de reproduzir, o direito de viver etc. (M&E);
- nasce a partir do momento em que surge o homem. Aparece, portanto, naturalmente
para regular a vida humana em sociedade, de acordo com as regras da natureza. Seria o
Universo, valendo em toda parte, e é imutável. Estabelece aquilo que é bom. É
conhecido pela razão (SPM);
- é a idéia abstrata de direito, o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça
superior (CRG);

c) Direito Internacional
- é o complexo de normas aplicáveis nas relações entre países (Direito Internacional
Público), e as particulares que tenha interesse em mais de um país (Direito Internacional
Privado) (M&E);

d) Direito Nacional
- é o que existe dentro das fronteiras de um país (M&E);

e) Direito Público
- é o destinado a disciplinar os interesses gerais da coletividade. É o direito que regula
as relações do Estado com outro Estado, ou as do Estado com os cidadãos (CRG);
- disciplina os interesses gerais da coletividade, e se caracteriza pela imperatividade de
suas normas, que não podem nunca ser afastadas por convenção dos particulares
(M&E);
- disciplina o Estado e as relações deste no exercício de seu poder soberano, jure
imperii, com os cidadãos (Wilson Batalha citado por Venosa);

f) Direito Privado
- contém preceitos reguladores das relações dos indivíduos entre si. É o que disciplina
as relações entre os indivíduos como tais, nas quais predomina imediatamente o
interesse de ordem particular (CRG);
- versa sobre as relações dos indivíduos entre si, tendo na supletividade de seus
preceitos a nota característica, isto é, vigora apenas enquanto a vontade dos interessados
não disponha de modo diferente que o previsto pelo legislador (M&E);
- disciplina as relações jurídicas dos cidadãos entre si ou deles com o Estado, no
exercício de suas atividades econômicas, jure gestionis, more privatorum (Wilson
Batalha citado por Venosa);

g) Direito Constitucional – é o ramo que estuda os princípios e normas relativos à


estrutura fundamental do Estado, e baseia-se na Constituição, embora não se prenda
exclusivamente a ela (Venosa)

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h) Direito Administrativo – compreende o estudo dos fenômenos e normas que


ordenam o serviço público e regulamentam as relações entre a Administração, seus
respectivos órgãos, os administradores e seus administrados (Venosa).

i) Direito Penal – é o conjunto dos preceitos legais, fixados pelo Estado, para definir os
crimes e determinar aos seus autores as correspondentes penas e medidas de segurança
(Garcia citado por Venosa).

j) Direito Financeiro – estuda a estrutura orçamentária dos entes públicos, seus


princípios, normas e regulamentos. É o direito das finanças públicas (Venosa).

k) Direito Tributário – é o ramo do direito público e do direito financeiro que ordena a


forma de arrecadação de tributos, bem como o relacionamento entre o Fisco, entidade
estatal que pode ser federal, estadual ou municipal, e o contribuinte (Venosa).

l) Direito Processual Civil – é o ramo do direito público que preordena a forma pela
qual alguém pode obter do Estado, de seu Poder Judiciário, uma prestação jurisdicional,
isto é, uma composição do conflito de interesses mercê de uma decisão judicial
(Venosa); Direito Processual Penal – é o ramo do direito público que promove a
jurisdição estatal no âmbito do direito penal, na busca do aperfeiçoamento da punição
(Venosa).

m) Direito Civil – é o direito privado por excelência. Trata do conjunto de normas


reguladoras das relações jurídicas entre particulares (Venosa).

n) Direito Empresarial – é o conjunto de princípios, de regras e de instituições que


regula os atos do empresário.

o) Direito Trabalhista – trata das relações jurídicas entre empregado e empregador

2.3. Fontes do Direito

a) Significado - fontes vem do latim fons, como o significado de nascente, manancial.


Assim, fonte é nascente de água, o lugar donde brota água. Figuradamente, refere-se à
origem de alguma coisa, de onde provém algo. Fonte do Direito tem significado
metafórico, em razão de que já é uma fonte de várias normas.

b) Fontes do Direito:

- Lei – é a principal fonte do direito em países onde o Direito é escrito (M & E). É o
Direito reduzido a regras positivas e preceitos particulares. É estabelecida
genericamente para regular condutas, obriga igualmente a todos (SPM).
- Costume – é a norma jurídica que resulta de uma prática geral constante e prolongada.
Normas costumeiras ou consuetudinárias são as que obrigam ainda que não constem de
preceitos aprovados por órgãos competentes (art. 4º da Lei de Introdução ao Código
Civil) (M & E). É a vontade social decorrente de uma prática reiterada, de certo hábito,
de seu exercício (SPM).

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- Doutrina – conjunto de investigações e reflexões teóricas e princípios metodicamente


expostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo
das leis (M & E). É o fruto do estudo de nossos professores de Direito, jusfilósofos,
operadores jurídicos em geral . Traduz-se em obras de doutrina: monografias, manuais,
compêndios, tratados, pareceres, artigos, ensaios etc (Venosa).
- Jurisprudência – são regras gerais que se extraem das reiteradas decisões dos
tribunais num mesmo sentido, numa mesma direção interpretativa (M & E). É o
conjunto de reiteradas decisões dos tribunais sobre certa matéria. (SPM). É um conjunto
de decisões dos tribunais (Venosa).

OBS.: Súmula é o resumo dos tópicos principais das decisões predominantes dos
tribunais em determinada matéria. (SPM).

3. A norma: conceito e classificação

Muitas vezes, na linguagem usual, podemos utilizar regra e norma como sinônimo,
embora o termo norma preste-se mais a um formalismo que a palavra encerra. (Venosa).
A diferença entre norma e lei fica bem clara quando se constata que a norma é um
conceito da teoria Geral do Direito, ou de Lógica Jurídica, enquanto lei é um conceito
de Direito Positivo. (Hugo de Brito Machado citado por Venosa).

3.1. Conceito

- Lei, juridicamente falando, consiste numa regra de conduta, geral e obrigatória,


emanada de poder competente, e provida de coação (M& E).
- É uma regra elaborada pelo legislador, para ordenar, dirigir o comportamento do
homem que vive em sociedade, determinando como deve ser sua conduta. É uma regra
geral e obrigatória emanada do Poder Legislativo e editada no interesse do povo,
mediante processo específico de elaboração (Nelson Godoy).
- É o Direito reduzido a regras positivas e preceitos particulares (SPM).

3.2. Classificação

a) Quanto à natureza(SPM):
- materiais – regulam os direitos das pessoas. Ex.: direito ao casamento; à filiação; ao
contrato de trabalho etc.
- instrumentais ou processuais – são o meio que a pessoa tem para fazer valer seu direito
material. Ex.: código de processo civil; código de processo penal.

b) Quanto aos órgãos em relação aos quais são provenientes as leis (SPM):
- federais – oriundas do Congresso Nacional (Senado e Câmara Federal); têm domicílio
geográfico nacional. Imperam em todo o território nacional.
- estaduais – oriundas das Assembléias Legislativas; têm domicílio geográfico
circunscrito ao Estado em que foi elaborada.
- municipais – oriundas das Câmaras Municipais; têm domicílio geográfico circunscrito
ao Município que a elaborou.

c) Quanto a sua força obrigatória (M&E):

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- cogente – é aquela que por atender mais diretamente ao interesse geral não pode ser
alterada, prevalecendo de modo absoluto sobre a liberdade de contratar das partes.
Ex.:art. 1521, VI do CC proíbe o casamento de pessoas casadas.
- dispositiva – é a que se limita a prescrever uma conduta ou estabelecer um direito, sem
tirar do seu destinatário a faculdade de alterá-la. Ex.: art. 327 do CC determina que o
pagamento seja feito no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem
diversamente.

UNIDADE II – DIREITO PRIVADO

Direito Civil é o conjunto de princípios, de regras e de instituições que regula as


relações entre pessoas e entre estas e os bens de que se utilizam (SPM).

1. Pessoas

1.1. Conceito

São os sujeitos de Direito. São os sujeitos de direito e obrigações.

1.2. Pessoa Natural ou Física

a) Conceito
- é o ser humano provindo da mulher (SPM).
- é o ser humano, ou seja, a criatura que provenha da mulher (M&E).
- é o ser humano dotado de personalidade civil, ou seja, é aquele que tem aptidão
reconhecida pela ordem jurídica, de exercer direitos e contrair obrigações (NG).
- é o ser humano considerado como sujeito de direitos e deveres (CC, art. 1º) (CRG)

b) Personalidade - é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. A


personalidade começa com o nascimento com vida (art. 2º) que se constata pela
respiração; e termina com a morte real (art. 6º, CC e art. 88 da LRP); com a morte
simultânea =comoriência (art. 8º, CC); ou com a morte presumida= ausência (art. 6º, 2ª
parte, e art. 7º CC) que é a declarada pelo juiz, tendo por fundamento fatos que
permitam presumir que a pessoa encontra-se morta. Considera-se ausente a pessoa que
desaparece de seu domicílio, não havendo dela notícia.

c) Capacidade - é a medida da personalidade. Pode ser:


- capacidade jurídica/de direito/de aquisição/de gozo – é a que todos
possuem; é a aptidão que a pessoa tem de gozar e exercer direitos
Ex.:recém-nascidos e loucos tem capacidade de direito, podendo
herdar.(= personalidade)
- capacidade de fato/de exercício/de ação/ de agir – nem todos possuem. É
a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. É a aptidão de
exercer os direitos e assumir, por si mesmo, obrigações na ordem civil.
Ex.: uma pessoa capaz pode fazer um contrato de compra e venda.

d) Início da Capacidade – com o nascimento com vida (art. 2º, CC), mas a lei
salvaguarda os direitos do nascituro (é o feto já concebido e que se encontra no ventre

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materno). Enquanto o feto não se separa do corpo da mãe, com vida, não é sujeito de
direito, existindo apenas uma expectativa de direito. É, portanto, um sujeito de direito
em potencial.

e) Incapacidade - é a restrição legal ao exercício de atos da vida civil. Incapaz é o


sujeito portador de alguma deficiência natural, a tal ponto que o impede de praticar, por
si mesmo, uma atividade civil ou os atos da vida civil. Poder ser:

- absoluta (art. 3º, CC) - acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito. O
ato somente poderá ser praticado pelo representante legal do absolutamente incapaz, sob
pena de nulidade (art. 166, I). São absolutamente incapazes: os menores de 16 anos
(impúberes).
- relativa (art. 4º, CC com as alterações da Lei n. 13.146-15) - permite que o incapaz
pratique atos da vida civil, desde que assistido, sob pena de anulabilidade (art. 171, I,
CC). Alguns atos, porém, podem ser praticados sem a presença do representante legal
(assistente), p.ex.: ser testemunha (art. 228, § 2 º, CC); aceitar mandato (art. 666, CC);
fazer testamento (art. 1.860, § único, CC); exercer empregos públicos (art. 5º, § único,
III, CC); casar (art. 1.517); ser eleitor; celebrar contrato de trabalho etc. São
relativamente incapazes: os maiores de 16 e os menores de 18 (púberes); os ébrios
habituais, os viciados em tóxico e aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir sua vontade; e os pródigos.

OBS.: a incapacidade civil do INDÍGENA regula-se por lei especial (art. 4º, § único).

Em 06.07.2015 foi publica a Lei n. 13.146 que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Com vigência prevista
para 05.01.2016 veio alterar a redação de alguns artigos do Código Civil. Dentre eles,
aos que regulamentavam a incapacidade. Assim, os artigos supra citados passam a
vigorar com a seguinte redação:
Art. 114. A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos.
I - (Revogado);
II - (Revogado);
III - (Revogado).” (NR)
“Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
.....................................................................................
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
.............................................................................................
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.” (NR)

f) Cessação da Incapacidade – pela maioridade, aos 18 anos ou através da


emancipação (art. 5º, CC) que é a antecipação da maioridade; é a cessação, para os
menores, de sua incapacidade, antes da idade prevista em lei. Pode ser:
- voluntária concedida pelos pais, se o menor tiver 16 anos completos
(art. 5º, § único, I, CC);
- judicial concedida por sentença, ouvido o tutor, em favor do tutelado
que já completou 16 anos (art. 5º, § único, II, CC);

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- legal decorre de determinados fatos previstos em lei, como o


casamento, o exercício de emprego público efetivo, a colação de grau em
curso de ensino superior e o estabelecimento comercial com economia
própria, civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, tendo
o menor 16 anos completos.

OBS.: as emancipações voluntária e judicial devem ser registradas em livro próprio (art.
9º, I, CC e art. 107, §1º da Lei de Registros Público – nº 6.015/73).

1.3. Pessoa Jurídica

a) Conceito
- são entidades a que a lei empresta personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de
direitos e obrigações (CRG);
- é a entidade constituída por pessoas ou bens, com vida, direitos, obrigações e
patrimônio próprios; é uma ficção estabelecida pelo Estado diante de certas situações; é
a entidade constituída por pessoas ou bens, com vida, direitos, obrigações e patrimônio
próprios (SPM);
- é a entidade constituída de homens ou bens, com vida, direitos, obrigações e
patrimônio próprios (M&E);
- é uma “unidade jurídica” que resulta da reunião de pessoas físicas e/ou jurídicas e que
possui contrato ou estatuto social registrado em órgão público próprio. É um
agrupamento e pessoas físicas e/ou jurídicas que tem o seu ato constitutivo registrado
em órgão público peculiar, ao qual a lei atribui personalidade para agir como se fosse
qualquer pessoa natural, tornando-se sujeito de direitos e de obrigações. é um sujeito de
direito que possui patrimônio autônomo e exerce direitos em nome próprio, além de
possuir nome, domicílio e nacionalidade (NG);
OBS.: as pessoas jurídicas têm existência distinta da de seus membros.

b) Classificação (art. 40 e 44 , CC)

Nacionais
*Qto. à nacionalidade
Estrangeiras (1134)

Corporações (associações, sociedade simples e sociedade empresária)


*Qto. à estrutura interna
Fundações

Externo (Nações estrangeiras, Santa Sé, Organismos


internacionais)
De Direito Público
*Qto. à função Interno (U, E, M, DF, T, autarquias e fundações
públicas)

De Direito Privado (fundações particulares, associações, sociedades simples e


empresárias)

- Quanto à Nacionalidade:

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. Nacionais -
. Estrangeiras -

- Quanto à Estrutura Interna:


. Corporações (universitas personarum: conjunto ou reunião de pessoas) – visam à
realização de fins internos, estabelecidos pelos sócios. Os seus objetivos são voltados
para o bem dos seus membros. Também existe patrimônio, mas é elemento secundário,
apenas um meio para a realização de um fim. Subdividem-se em:
- Associações – não tem fins lucrativos, mas religiosos, morais, culturais,
desportivos ou recreativos
- Sociedades: . simples – têm fim econômico e visam lucro, que deve ser
distribuído entre os sócios. São constituídas, em geral, por profissionais
de uma mesma área (Ex.: grandes escritórios de engenharia, de advocacia
etc) ou por prestadores de serviços técnicos.
. empresária – também visam o lucro. Têm por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro previsto
no art. 967 do CC. (conceito no artigo 982).
. Fundações (universitas bonorum: reunião de bens) – tem objetivos externos,
estabelecidos pelo instituidor. O patrimônio é elemento essencial. Constituem um
acervo de bens, que recebe personalidade para a realização de fins determinados.
Compõe-se de 2 elementos: patrimônio e fim (estabelecido pelo instituidor e sem fins
lucrativos). Somente poderão ser constituídas para fins religiosos, morais, culturais ou
de assistência (art. 62, § único).Será criada por seu instituidor por escritura pública ou
testamento. Será feita dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destina e declarando, se quiser, a maneira de administra-la.

- Quanto à Função:
. De Direito Público. Subdividem-se em:
- De Direito Público externo (art. 42, CC). Ex.: Estados estrangeiros
- De Direito Público interno (art. 41, CC). Ex.: União, Estados, DF,
Territórios; Municípios, autarquias

. De Direito Privado – são as corporações (associações, sociedades simples e


empresárias, partidos políticos, sindicatos) e as fundações particulares (art. 44, CC; arts.
511 e 512, CLT; art. 8º, CF); sociedades – civis e empresárias, associações e fundações,
organizações religiosas e partidos políticos.

c) Início da Pessoa Jurídica – com o registro competente; com a inscrição de seu ato
constitutivo no registro público peculiar, próprio. O documento que surge por ocasião
da constituição de uma pessoa jurídica varia de acordo com a espécie: sociedade –
contrato social; associação ou sociedade por ações – estatuto social.

d) Extinção da Pessoa Jurídica – com a dissolução, que pode ser:

- convencional – por deliberação dos membros, conforme quorum previsto nos estatutos
ou na lei
- legal – em razão de motivo determinante na lei (art. 1.034, CC)

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- administrativa – quando as pessoas jurídicas dependem de aprovação ou autorização


do Poder Público e praticam atos nocivos ou contrários aos seus fins
- natural – resulta da morte de seus membros, se não ficou estabelecido que prosseguirá
com os herdeiros
- judicial – quando se configura algum dos casos de dissolução previstos em lei ou no
estatuto e a sociedade continua a existir, obrigando um dos sócios a ingressar em juízo.

2. Bens

Toda relação jurídica se estabelece entre pessoas, tendo por objeto um bem jurídico.
Para que um bem seja jurídico, é necessário que ele seja suscetível de apreciação em
dinheiro.
Todo direito tem o seu objeto. Como o direito subjetivo é poder outorgado a um titular,
requer um objeto. Sobre o objeto desenvolve-se o poder de fruição da pessoa. Em regra
esse poder recai sobre um bem. Bem em sentido filosófico é tudo que satisfaz uma
necessidade humana. Juridicamente, o conceito de coisas corresponde ao de bens, mas
nem sempre há perfeita sincronização entre as duas expressões. As vezes coisas são o
gênero e bens, a espécie; outras, o contrário; e, muitas vezes, são utilizados como
sinônimos, havendo entre eles coincidência de significação.

2.1.Conceito

- são coisas materiais ou concretas, úteis aos homens e de expressão econômica,


suscetíveis de apropriação (CRG);
- são os valores materiais ou imateriais que servem de objeto a uma relação jurídica
(Clóvis Beviláqua citado por NG);
- são elementos que podem constituir o patrimônio de alguém (M&E);

2.2. Classificação
a) Móveis – são os suscetíveis de movimento próprio, de locomoção, podendo ser
transportados de um local para o outro. Ex.: veículos, cadeira, cavalo (que tb é
semovente)
b) Imóveis – são os que não podem ser transportados, sem que seja alterada sua
substância.Ex.: terreno, casa. Subdivide-se em imóveis por:
- por natureza – Ex.: solo, mar, subsolo, espaço aéreo.
- por acessão – Ex.: construções, sementes lançadas à terra.
- por destinação – Ex.: utensílios agrícolas, animais, fazenda de porteiras
fechadas.
- por disposição legal – Ex.: penhor agrícola, sucessão aberta, navio.
c) Semoventes – São as coisas que têm movimento próprio. Ex.: animais
d) Fungíveis – são os que podem ser substituídos por outros de mesma espécie,
qualidade e quantidade – Ex.: uma dúzia de laranja-lima, 5 metros de tecido, 20
sacas de milho, dinheiro.
e) Infungíveis – são os que não podem ser substituídos. São os bens a que se
atribui valor pela sua individualidade. Ex.: tela de Portinari, coroa de D. Pedro
II, cavalo de corrida.
f) Consumíveis – são os que deixam de existir à medida que vão sendo usados.
Ex.: alimentos, bens destinados a alienação (art. 51, CC).

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g) Inconsumíveis – são os bens duráveis, ou seja, as coisas destinadas para uso e


não para consumo. Ex.: veículos, livro, máquina.
h) Divisíveis – são os bens que podem ser repartidos. Podem ser partidos em
porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. Ex: queijo,
terreno, dinheiro (e não a cédula).
i) Indivisíveis – são os bens que não podem ser divididos sem prejudicar sua
integridade. Ex.: caneta, relógio, cavalo, mesa, livro.
j) Singulares – são os bens que podem ser individualizados. São as coisas
consideradas de per si, independentes dos demais. Ex.: livro, abelha, boi, casa,
relógio.
k) Coletivos – são os bens considerados em sua totalidade. São as coisas agregadas
num todo.São chamadas de universalidades. Ex.: biblioteca, colméia, boiada.
l) Principal - é a coisa que existe sobre si, abstrata ou concretamente. Ex.: árvore
em relação ao fruto, o imóvel em relação aos móveis.
m) Acessórios – são as que dependem da existência do principal e a eles estão
vinculados. Ex.: galhos em relação à árvore, os imóveis em relação ao imóvel. O
acessório segue a sorte do principal (art. 92, CC). Subdividem-se em:

- Benfeitorias Necessárias – Ex.: conservação do imóvel


Úteis - Ex.: melhoramentos do imóvel
Voluptuárias - Ex.:embelezamento do imóvel

- Frutos Naturais - Ex.:provenientes de árvores


Industriais - Ex.: provenientes de atividades ou cultura
Civis - Ex.: rendimentos, juros, dividendos

n) Públicos – são os bens que pertencem a toda a coletividade. São os bens do


domínio nacional, pertencentes à União, aos Estados ou Municípios. Não estão
sujeitos a usucapião.(arts. 100 a 102, CC). Subdividem-se em:
- De uso comum do povo – podem ser gratuitos ou retribuídos, conforme
for estabelecido legalmente pela entidade cuja administração
pertencerem. Ex.:mares, rios, estradas, ruas e praças.
- De uso especial - Ex.: edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou
estabelecimento federal, estadual ou municipal .
- Dominicais - Ex.: são os que constituem o patrimônio da União, dos
Estados ou dos Municípios, como objeto de direito pessoal ou real de
cada uma dessas entidades (art. 99).
o) Particulares – são os bens das pessoas físicas ou jurídicas
p) Alienáveis ou no comércio – são os bens que podem ser negociados (arts. 43 a
69, CC)
q) Inalienáveis ou fora do comércio – são os bens que não podem ser vendidos.
São os bens insuscetíveis de apropriação. Ex.: luz solar, ar atmosférico, todas as
coisas inalienáveis, por destinação ou por lei: bens públicos de uso comum do
povo, os de uso especial, bem de família.
r) Corpóreos – são os bens físicos. Ex.:mesa
s) Incorpóreos – são os bens abstratos. Ex.: direito

OBS.: os bens públicos dominicais podem ser vendidos, desde que desafetados do
serviço público, observados os preceitos legais para tal fim.

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3. Sociedade

3.1. Conceito (art. 981, CC)


Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a
partilha, entre si, dos resultados (SPM).

3.2. Classificação
a) Sociedade de pessoas – tem como elemento preponderante os sócios, pois tudo gira
em torno deles. Prevalece a vontade dos sócios na constituição e desenvolvimento da
sociedade. Ex.: sociedade em nome coletivo; sociedade em comandita simples.

b) Sociedade de capital – não interessa quem são as pessoas que fazem parte da
sociedade, mas o capital que nela circula. A vontade dos sócios é irrelevante,
prevalecendo o fato de o sócio ingressar ou sair da sociedade adquirindo ou vendendo
suas cotas ou ações. Vale o individualismo do capital. Ex.: sociedade anônima;
sociedade em comandita por ações (art. 1088 e 1090).

c) Sociedade de responsabilidade limitada – compreende a limitação da


responsabilidade da sociedade ao montante do capital subscrito e integralizado pelo
sócio. O sócio ou acionista não responde além do capital integralizado.Ex.: sociedade
limitada por ações.

d) Sociedade de responsabilidade ilimitada – os sócios respondem sem qualquer


limite ao capital subscrito e integralizado, havendo responsabilidade subsidiária e
solidária, dependendo do caso. Ex.: sociedade em nome coletivo (art. 1039).

e) Sociedade contratual – quando dependem do estabelecimento do contrato social


entre os sócios (art. 1045, parágrafo único).

f) Sociedade institucional – quando dependem de atas, publicações, arquivamento de


documentos. Ex.: sociedade anônima.

g) Sociedade de fato – é a que existe entre as partes, sem contrato escrito. Tem natureza
tácita,sem oposição de qualquer pessoa.

h) Sociedade irregular – existe entre as partes, mas não é levada a registro no órgão
competente ou, apesar de existir contrato escrito, ele ainda não foi levado ao registro no
órgão competente. Ex.: sociedade não personificada

4. Obrigações: Contrato

a) Conceito - é a convenção estabelecida entre 2 ou mais pessoas para constituir,


regular ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial. Se forma pela proposta
e aceitação. Considera-se celebrado no lugar em que foi proposto (M&E). É o negócio
jurídico entre 2 ou mais pessoas sobre obrigação de dar, fazer ou não fazer, visando
criar, extinguir o modificar um direito (SPM).

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DIREITO PÚBLICO E PRIVADO – 30H
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OBS.: a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do
contrato. Essa função envolve harmonia entre as partes, concessões mútuas, evitando
demandas futuras. A função social do contrato implica a composição de interesses
individuais e coletivos e a prevalência do social sobre o individual. A boa fé deve existir
na pré-contratação, no desenvolvimento da relação contratual, na sua extinção e após o
término do contrato. Boa fé objetiva implica conduta honesta, leal, diz respeito ao
comportamento das partes. (SPM).

b) Classificação dos contratos

- Bilaterais/Sinalagmáticos – há obrigações para ambas as partes (M&E). Há direitos e


obrigações recíprocas das partes envolvidas (SPM). Ex.: compra e venda
- Unilaterais – apenas uma das partes se obriga em relação à outra. (M&E). Há apenas
obrigações para um dos contraentes e direitos para o outro(SPM). Ex.: doação pura,
mandato, comodato, mútuo.
- Onerosos – ambas as partes têm obrigações patrimoniais.(M&E). Um dos contraentes
paga um valor para obter uma coisa (SPM). Ex.: compra e venda
- Gratuitos – apenas uma das partes se compromete economicamente. (M&E). Apenas
uma das partes sofre um sacrifício patrimonial (SPM). Ex.: doação pura.
- Comutativos – cada uma das partes recebe uma contraprestação mais ou menos
equivalente (M&E).Já se sabe de início quais são os direitos e obrigações das pessoas
envolvidas (SPM). Ex.: compra e venda; locação de imóveis
- Aleatórios – uma das partes se arrisca a não receber nenhuma contra-prestação
patrimonial efetiva e equivalente (M&E).Uma das partes não sabe de quanto será o
montante da prestação que irá receber em troca de sua obrigação (SPM). Ex.: seguro;
aposta
- Instantâneos/ De execução instantânea – são os de cumprimento em uma só
prestação (M&E). È o que sua execução é efetuada de imediato, sem qualquer outro ato.
Ex.: compra e venda a vista
- Sucessivos/ De execução diferida – são os que se cumprem em várias prestações
sucessivas. (M&E). Envolve o cumprimento da obrigação no futuro (SPM) Ex.: compra
e venda a prazo; locação de serviços.
- Formais/Solenes – são os em que a lei exige que sejam feitos de determinada forma.
(M&E). É o que depende de forma prevista em lei para ter validade. Ex.: compra e
venda de imóvel que exige escritura pública.
- Não formais/ Não solenes – são os de forma livre, ou seja, os que podem ser feitos
como os contraentes quiserem, à vontade, tanto por escrito como verbalmente (M&E).
São os que se aperfeiçoam independentemente de qualquer formalidade, sendo
estabelecidos de forma livre (SPM). Ex.:compra e venda de bens móveis.
- Principais – são os contratos que têm vida própria e existem de modo independente
(M&E). Independe da existência de qualquer outro para ter validade (SPM). Ex.:
locação; penhor.
- Acessórios – só existem em razão de um outro, que é o principal (M&E). É o que
depende do anterior para ter validade(SPM). Ex.: fiança em relação à locação; penhor
em relação ao empréstimo.
- Paritários - ambas as partes estão em pé de igualdade e debatem livremente todos os
aspectos do negócio, escolhendo livremente o outro contratante (M&E). Há paridade de

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ajustes, sendo que ambas as partes elaboram o contrato, sem que exista imposição de
uma parte em relação à outra (SPM).Ex.: compra e venda de móveis; troca.
- De adesão – uma das partes detém o monopólio de um determinado serviço, e impõe
todas as cláusulas, em bloco, cabendo à outra aderir ou não ao estipulado (M&E). Uma
das partes impõe previamente todas as clásulas sem que a outra possa discuti-las, o que
é feito em bloco (SPM). Ex.:transporte urbano; fornecimento de água, gás, energia
elétrica; seguro.
- Consensuais – completam-se com simples consentimento das partes (M&E). são os
que independem de formalidade, bastando o mero ajuste de vontades(SPM). Ex.:
compra e venda; contrato de transportes.
- Reais – além do consentimento, exigem a entrega da coisa para se completarem
(M&E). Existe a necessidade da entrega de uma coisa (SPM). Ex.:empréstimo;
depósito; penhor; compra e venda; comodato.

OBS.: Ex.: contrato de compra e venda de uma mesa a vista: bilateral, oneroso,
comutativo, instantâneo, não formal, principal, paritário, consensual. (M&E).

UNIDADE III – DIREITO PÚBLICO

1. Direito Constitucional

- É o ramo do Direito Público que estuda os princípios, as regras estruturadoras do


Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais (SPM).
- É o ramo do direito público interno que disciplina a organização do Estado, define e
limita a competência de seus poderes, suas atividades e suas relações com os indivíduos,
aos quais atribui e assegura direitos fundamentais de ordem pessoal e social (Vicente
Ráo, citado por M&E).

1.1. Estado
a) Conceito
– é a sociedade política e juridicamente organizada, dotada de soberania, dentro de um
território, sob um governo, para a realização do bem comum do povo (SPM).
- é a pessoa jurídica formada por uma sociedade que vive num determinado território e
subordinada a uma autoridade soberana (M&E).

b) Elementos do Estado
-Povo – é o componente humano ou pessoal. É o conjunto de pessoas que se encontram
adstritas, pela ordem jurídica estatal, a sua jurisdição, que compreende tanto o que
reside no Estado, como o que está fora dele (SPM). É o conjunto dos nacionais.

- Território – é o elemento material, espacial ou físico do Estado. Compreende a


superfície do solo que o Estado ocupa, seu subsolo, seu mar territorial (estende-se a 200
milhas da costa) e o espaço aéreo. É a delimitação da soberania (SPM). É a parte
delimitada da superfície terrestre, sobre a qual vigora a ordem jurídica do Estado.
Compreende, também, o subsolo e o espaço aéreo correspondente à superfície; e o mar

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territorial que, no caso do Brasil, se estende a 12 milhas marítimas da nossa costa1


(M&E);
- Governo (Poder Soberano) – é a organização necessária para o exercício do poder
político (SPM). É o poder que tem o Governo de efetivar a sua ordem jurídica, sem
qualquer subordinação a outra ordem (M&E);

1.2. Constituição

a) Conceito
– é o conjunto de princípios e regras relativas à estrutura e ao funcionamento do Estado
(SPM).
- é um conjunto de normas, escritas ou costumeiras, que regem a organização política de
um país (M&E).
b) Denominação da Constituição – Carta Magna, Carta Política, Norma Ápice, Lei
Fundamental, Lei Magna, Código Supremo, Estrutura Básica, Estatuto Fundamental,
Estatuto Supremo (SPM).

c) Classificação:
 Quanto ao conteúdo:
- Material – é o conjunto de normas que irão disciplinar a organização
política do país;
- Formal – é a norma escrita.
 Quanto à forma:
- Escrita - é a codificada e sistematizada num único documento(SPM); é
aquela cujos dispositivos estão reunidos num instrumento (M&E). Ex.:
CF/88.
- Não escrita/Costumeira – é o conjunto de regras que não são prevista
num único documento, mas são decorrentes de leis esparsas, costumes,
convenções (SPM); é aquela que vai se formando aos poucos, pela
reiterada prática de certos atos (M&E); Ex.: Const. Inglesa.
 Quanto ao modo de elaboração:
- Dogmática – é a constituição escrita e sistematizada pela Assembléia
Constituinte, de acordo com princípios;
- Histórica – é a decorrente da formação paulatina da norma no curso do
tempo, de acordo com tradições de um povo (Ex. const. Inglesa).
 Quanto à origem:
- Promulgada – é a votada pela Assembleia Constituinte. São normas
democráticas (SPM); é a elaborada por uma Assembleia Constituinte,
eleita pelo povo especialmente para este fim (M&E). Ex.: CF/1946.
- Outorgada – é a imposta, geralmente pelo ditador, sem que sejam
votadas (SPM); é a imposta à coletividade por determinada pessoa ou
determinado grupo de pessoas (M&E). Ex.: CF/1824.
 Quanto à estabilidade/consistência:

1
Pelo Decreto Lei n.º 1.098/70, o mar territorial era de 200 milhas marítimas da costa. A Lei n.º 8.617/93
reduziu-o para 12 milhas. Em compensação, porém, estabeleceu a zona contígua, de 12 a 24 milhas, e a
zona econômica exclusiva, que vai até 200 milhas. Na 1ª o Brasil exerce fiscalização para a proteção do
território. Na 2ª, reserva-se a soberania para a exploração de recursos naturais.

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DIREITO PÚBLICO E PRIVADO – 30H
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- Imutável – é a que não pode sofrer qualquer alteração;


- Rígida – é a que não pode ser alterada, salvo critérios especiais (SPM); é
aquela que só se altera mediante processos especiais, caracterizando-se
pela prevalência de seus preceitos aos das leis ordinárias. (M&E). Ex.:
CF/88.
- Flexível – é a que pode ser alterada segundo critério de modificações da
lei ordinária (SPM); é aquela que se altera mais facilmente, através do
processo legislativo ordinário, e que se caracteriza pela inexistência de
qualquer hierarquia entre Constituição e Lei Ordinária (M&E). Ex.:
Const. Da Itália.
- Semi-rígida – é a que possui uma parte rígida e outra flexível.
 Quanto à extensão e à finalidade:
- Analítica – é a norma constitucional detalhista, que trata de muitos
assuntos (Ex.: CF/88);
- Sintética - é a constituição que trata apenas de princípios e normas
gerais, estabelecendo direitos e garantias fundamentais.

1.3. Poderes do Estado

Três Poderes
A existência de três Poderes e a ideia que haja um equilíbrio entre eles, de modo que
cada um dos três exerça um certo controle sobre os outros é sem dúvida uma
característica das democracias modernas. A noção da separação dos poderes foi intuída
por Aristóteles, ainda na Antiguidade, mas foi aplicada pela primeira vez na Inglaterra,
em 1653. Sua formulação definitiva, porém, foi estabelecida por Montesquieu, na obra
"O Espírito das Leis", publicada em 1748, e cujo subtítulo é "Da relação que as leis
devem ter com a constituição de cada governo, com os costumes, com o clima, com a
religião, com o comércio, etc."

a) O poder Executivo

O poder Executivo exerce principalmente a função administrativa, gerenciando os


negócios do Estado, aplicando a lei e zelando pelo seu cumprimento. Além disso, o
Executivo também exerce, em tese de modo limitado, a atividade legislativa através da
edição de medidas provisórias com força de lei e da criação de regulamentos para o
cumprimento das leis. No entanto, desde o fim da ditadura militar, em 1985, os
presidentes brasileiros demonstram uma tendência a abusar das medidas provisórias
para fazer leis de seus interesses, quando estas só deveriam ser editadas, de acordo com
a Constituição, "em caso de urgência e necessidade extraordinária".

b) O poder Legislativo

Ora, fazer leis ou legislar é a função básica do poder Legislativo, isto é, o Congresso
Nacional. Composto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, o Congresso também
fiscaliza as contas do Executivo, por meio de Tribunais de Contas que são seus órgãos
auxiliares, bem como investiga autoridades públicas, por meio de Comissões
Parlamentares de Inquéritos (CPIs). Ao Senado federal cabe ainda processar e julgar o

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presidente, o vice-presidente da República e os ministros de Estado no caso de crimes


de responsabilidade, após a autorização da Câmara dos Deputados para instaurar o
processo.

c) O poder Judiciário

Já o poder Judiciário tem, com exclusividade, o poder de aplicar a lei nos casos
concretos submetidos à sua apreciação. Nesse sentido, cabe aos juízes garantir o livre e
pleno debate da questão que opõe duas ou mais partes numa disputa cuja natureza pode
variar - ser familiar, comercial, criminal, constitucional, etc. -, permitindo que todos os
que serão afetados pela decisão da Justiça expor suas razões e argumentos.

A Constituição da República Federativa do Brasil em seu Título 4o - Da Organização


dos Poderes estabelece minuciosamente todas as questões a esse respeito e, apesar da
linguagem nem sempre ser muito simples ou acessível, deve ser consultada por quem
quiser conhecer pormenorizadamente o papel daqueles que nos governam

BIBLIOGRAFIA
1. DOWER, Nelson Godoy Bassil. Instituições de direito público e privado. São Paulo: Saraiva.
2. FÜHRER, Maximilianus C. A.; MILARÉ, Edis. Manual de direito público e privado. São Paulo: Revista dos Tribunais.
3. MARTINS, Sérgio Pinto. Instituições de direito público e privado. São Paulo: Atlas.
4. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro – direito das coisas. São Paulo: Saraiva, v.4.
5. VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito. São Paulo: Atlas.
6. CONSTITUIÇÃO.
7. CÓDIGO CIVIL.

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ÍNDICE DA APOSTILA PÁGINA


UNIDADE I – NOÇÕES DE DIREITO
1. Noções de Direito
1.1 Histórico
1.2. Conceito de Direito

2. Divisão, ramos e fontes do Direito


2.1. Divisão
2.2. Ramos
2.3. Fontes do Direito

3. A norma: conceito e classificação


3.1. Conceito
3.2. Classificação

UNIDADE II – DIREITO PRIVADO


1. Pessoas
1.1. Conceito
1.2. Pessoa Natural ou Física
1.3. Pessoa Jurídica

2. Bens
2.1. Conceito
2.2. Classificação

3. Sociedade
3.1. Conceito
3.2. Classificação

4. Obrigações: Contratos
a) Conceito
b) Classificação dos contratos

UNIDADE III – DIREITO PÚBLICO


1. Direito Constitucional
1.1. Estado
1.2. Constituição
1.3. Poderes do Estado

BIBLIOGRAFIA

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PLANO DE DISCIPLINA
I - IDENTIFICAÇÃO
CURSO: TÉCNICO SUBSEQUENTE EM CONTABILIDADE

DISCIPLIN DIREITO PÚBLICO E PRIVADO


A:
MÓDULO: SEMESTR
I 1º ANO 2023 CARGA 30 h/a
E: : HORÁRIA:
DOCENTE: ANDREA MELO DE CARVALHO

COORD.: BIANCA RIBEIRO LAGES SANTOS (ccon.catce@ifpi.edu.br)

II – EMENTA:

EMENTA:

Noções gerais do direito. Direito Privado: das pessoas; dos bens; sociedades; direitos
das obrigações – contrato. Direito Público: a Constituição; o Estado; Poderes do Estado.

III - OBJETIVOS

GERAL:

Fornecer uma visão geral sobre a Ciência do Direito, propiciando uma compreensão de
conceitos jurídicos comuns, além de fornecer conhecimentos sobre os Institutos do
Direito Público e do Direito Privado.

ESPECÍFICOS:

Visa dotar o aluno de conhecimentos específicos sobre as origens, a formação, os


sujeitos do Direito Público e principais fundamentos e aplicação do Direito privado.

IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Unidade 1 - Noções de direito


1.1- Noções de direito
1.2 - Divisão, ramos e fontes do direito
1.3 - A norma: conceito e classificação

Unidade 2 – Direito Privado


2.1 - Pessoas: conceito; pessoa natural e pessoa jurídica.
2.2 - Bens: conceito; classificação.
2.3 - Sociedades: conceito; classificação.
2.4 - Obrigações: contratos.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Unidade 3 – Direito Público


3.1- Direito Constitucional: Estado; Constituição; Poderes do Estado.

V – METODOLOGIA:

METODOLOGIA:

 Aulas Expositivas
 Exercícios de Fixação ao final de cada bimestre
 Avaliações

VI - RECURSOS

RECURSOS DIDÁTICOS:

 Quadro branco e pincel


 Apostila (no Q-acadêmico)

VII - AVALIAÇÃO

SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO:

 Provas escritas ou orais, trabalhos individuais ou em grupo, avaliação


qualitativa através da participação, assiduidade e pontualidade

VIII - REFERÈNCIAS

REFERÊNCIA BÁSICA:

1. DOWER, Nelson Godoy Bassil. Instituições de direito público e privado. São


Paulo: Saraiva.
2. FÜHRER, Maximilianus C. A.; MILARÉ, Edis. Manual de direito público e
privado. São Paulo: Revista dos Tribunais.
3. MARTINS, Sérgio Pinto. Instituições de direito público e privado. São Paulo:
Atlas.

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR:

4. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro – direito das coisas. São
Paulo: Saraiva, v.4.

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REFERÊNCIA BÁSICA:

5. VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito. São Paulo: Atlas.


6. CONSTITUIÇÃO.
7. CÓDIGO CIVIL.

COORDENAÇÃO DE CURSO/ÀREA:
Visto do(a) Coordenador(a):
___________________________DATA:____/____/_______.

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