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Peça Teatral:
Memórias Póstumas
de Brás Cubas
Machado de Assis

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ELENCO:
Personagens Principais:
 Brás Cubas - Filho abastado da família Cubasonde leva uma
vida marcada por privilégios e caprichos patrocinados
pelos pais.
 Virgília - Grande amor de Brás Cubas, sobrinha de
ministro.
 Quincas Borba - Teórico do humanitismo, doutrina à qual
Brás Cubas adere, morre demente. 
 Lobo Neves - Casa-se com Virgília e tem carreira
política sólida, mas sofre o adultério da esposa com o
protagonista.
 Marcela - Amor da adolescência de Brás. 

Participações & Outros:

 Narrador;
 Analista Critica;
 Analista Sociológica;
 Pai de Brás Cubas;
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 Familiares (02 Pessoas);
 Bom Amigo;
 Auxiliares da Morte (02 Pessoas).

CENAS, ATOS E FIGURINOS:

Atos:
- Cinco atos, sendo que um se repete. (Cemitério, casa
Cubas; Casa do Lobo Neves; Praça).
Cenas:
- Seis cenas
Figurinos:
 Brás Cubas – “Dândi” Calça colada a pele, com tecidos lisos
e cores primarias, gola alta de veludo com colete curto e
quadrado, uma bota preta aos pés, uma luva neutra nas mãos
e uma bengala fina longa de cor preta.
 Virgília - Vestido longo com grandes mangas com a parte de
baixo ampla e um grande pano amarrado na cintura em
lateral, luvas sofisticadas nas mãos em estilos da época.
 Quincas Borba – Camisa grande rasgada com outra formal
por baixo com um sapato e Causa social preta e após
receber a herança estará com um terno por cima, uma
cartola e uma bengala clássica fina.
 Lobo Neves - Grande colete preto com camisa social, calça
e sapato social com uma cartola preta e uma gravata
borboleta preta.
 Marcela – Vestido amplo até o joelho com um decote na
parte frontal, e um pano suave ao pescoço envolto na
lateral.
 Pai de Brás Cubas – Camisa, calça e sapato social de cor
neutra com uma cartola preta e uma gravata preta ou branca.
 Familiares – Roupas sociais de cor neutra sem estampas
envoltas em todo corpo.
 Bom Amigo – Roupa social toda preta. Com uma cartola e
uma bengala fina típica.
 Narrador - Grande colete preto com camisa social, calça e
sapato social com uma cartola preta e uma bengala longa de
cor preta.
 Analista Critica – Roupa formal de cor neutra sem
decotes ou estampas.
 Analista Sociológica - Roupa formal de cor neutra sem
decotes ou estampas.
 Auxiliares da Morte – Todo revestido de preto com traços
brancos e o rosto preto e branco.

Roteiro (Script): David Antônio

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{... Apresentações do elenco...}.

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Analista Critica: Ao criar um narrador que resolve contar

sua vida depois de morto, Machado de Assis muda
radicalmente o panorama da literatura brasileira, Brás
Cubas decide por narrar sua história e revisitar os fatos
mais importantes de sua vida. Começa então a relembrar dos
amigos, dos amores de sua vida e, ainda, do privilégio que
teve de nunca ter precisado trabalhar em sua vida.
Analista Sociológica: Brás Cubas sempre viveu uma vida de
riquezas, nunca precisou trabalhar em sua vida, enquanto
muitos ao seu redor não tinham as mesmas condições e viviam
numa sociedade totalmente diferente ao da família Cubas,
mostra-se também a vida de interesses e de armadilhas por
trás de uma ação e de um aparecer social. Memorias Póstumas
de Brás Cubas de Machado de Assis.

PRIMEIRO ATO
[Cemitério. Varias sepulturas, túmulos, buquês de flores
murchas a esquerda. Duas saídas, uma frontal e outra ao
fundo. É um Dia chuvoso].

[Brás Cubas dentro de um caixão.Fecham o caixão e começa a

sair o féretro com umas 02 pessoas acompanhando, guarda-
chuvas abertos. Haverá os auxiliares da morte que mudaram
as cenas.].

CENA I
(Narrador; Familiares; Bom amigo; Virgília).

[O narrador ficara narrando ocultamente em algumas cenas em

outras participará;fará o papel da voz do Brás Cubas após a
morte].

[Narrador entra em cena.].

Narrador: Esta peça é dedicada, com saudade, ao verme que

primeiro roeu as frias carnes de meu cadáver.
Narrador: Por algum tempo fiquei em duvida se deveria
começar essas memorias pelo principio ou pelo fim, isto é,
se eu contaria antes o meu nascimento, ou a minha morte.
Decidi começar pelo fim.
Bom Amigo: A natureza parece estar chorando a perda de um
dos mais belos caracteres que honram a humanidade...
Narrador: Eram 64 anos bem vividos; Ao bom amigo que vocês
podem ver fazendo o discurso deixei uma bela quantia e não
me arrependo. Vamos! Ajeitem-se em seus acentos que vou
começar pelo inicio.

[Os auxiliares da morte jogam o pano preto ao chão].

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SEGUNDO ATO
[Casa Cubas.Fica a amostra a sala com grandes poltronas e o
quarto bem formoso. Cuja frente é bem enfeitada. É Dia].

CENA II
(Narrador; Pai de Brás Cubas; Familiares).

[Antes do narrador falar que decidiu começar pelo fim todos

abem o guarda chuva; menos o bom amigo que faz o discurso e
ao concluir continua em mudo].

[Estão no cemitério os familiares, virgília e o bom amigo].

Narrador: Chegamos a 20 de outubro de 1805, data do meu

nascimento.

[O Pai de Brás Cubas passa com o bebê nos braços e os seus

familiares comentam com os olhos fixos].

Familiar 01: Ele é tão gordinho, é muito bonito.

Familiar 02: Tão doce e meiga criança...
Familiar 01: É muito esperto.
Narrador: Sempre vivi numa família rica e tive uma infância
cheia de privilégios. Inclusive um negrinho “Prudêncio”
como brinquedo. Agora vamos dar um salto na época da minha
escola a triste escola onde eu aprendi a ler e escrever,
dar cacetadas e cabular aulas. Vamos dar um salto no tempo,
vamos à independência do Brasil.

[Quando o narrador fantasma diz que vai a “Independência do

Brasil” aparece o pai de Brás, Lobo Neves e Marcela
comemorando a independência com bandeiras entre outros
apetrechos próprios].

CENA III
(Narrador; Pai de Brás Cubas; Lobo Neves; Marcela).

[Marcela aparece e Brás Cubas vai atrás, depois vem ele com
presentes e diamantes e Marcela vai pedindo mais e
sensualizando].

Narrador: Eu era um belo jovem, belo e audacioso jovem.

Arranjei-me com marcela que me era muito cara, tão cara que
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logo o dinheiro de meu pai já não bastava. Mas, esse amor
só durou por quinze meses e onze contos de réis. Oh!
Marcela! Individuo.
Pai de Brás Cubas: Acabou, chega Perdido nessa paixão, ela
só lhe trouxe gastos e gastos que me trazes também, nem
irei mais tolerar isso, vais agora a Europa, para estudar.
Narrador: Meu pai logo que soube dos longos gastos abrigou-
me a fazer as malas e ir a Europa, fui estudei e só depois
de um tempo voltei ao Brasil, quando a minha mãe já estava
morrendo. Meu pai me falou sobre um cargo de deputado, e
sobre um casamento com Virgília, o segundo amor da minha
vida.

TERCEIRO ATO
[Casa de Lobo Neves. Fica a amostra a sala com grandes
poltronas e vários apetrechos próprios. É Noite].

CENA IV
(Narrador; Brás Cubas; Virgília; Lobo Neves).

[Narrador entra em cena e Virgília fica se arrumando ao

quarto].

Narrador: Essa é Virgília jovem, com certeza a mais

voluntariosa, eu logo iria me encontrar com ela, logo, logo
vai começar o romance.

[Vai ao encontro de Brás e sai depois indo a Lobo Neves].

Narrador: Porém aparece a figura do Lobo Neves que a roubou

de mim. Ela queria uma melhor posição social.
Virgília: Promete que me fara baronesa?
Lobo Neves: Marquesa, porque um dia serei marquês.
Pai de Brás Cubas: A um Cubas, como pode acontecer a um
Cubas, um Cubas.
Narrador: Meu pai morre logo em seguida. De vez em quando
eu lembrava de que o Lobo Neves e a Virgília tinham se
casado e ido para são Paulo, não que isso me afetasse
muito.

[Brás ver virgília com Lobo Neves de longe e trocam

olhares].
Narrador: Assim os anos se passaram até 1842 quando via a
distancia uma mulher esplendida. Era Virgília. Agora que tudo
nos impedia é que nos amávamos.
Brás Cubas: Tens coragem?
Virgília: De que?
Brás Cubas: De fugir...
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[Virgília olha de um lado a outro pensativa e preocupada, dar
a mão pra ele ao fim da fala de Brás e se retira].

Brás Cubas: Iremos a onde for mais cômodo, uma casa pequena
ou grande, na roça ou na cidade, fujamos virgília.
Virgília: Não escaparíamos ele iria ter comigo e nos
matávamos do mesmo modo.
Brás Cubas: O mundo é muito vasto Virgília, só as grandes
paixões são capazes de grandes ações ele não te ama tanto a
ponto de te ir buscar.
Virgília: Ele gosta muito de mim
Brás Cubas: Pode ser, pode ser que sim
Lobo Neves: Meu caro Brás é uma honra a tua visita

[Logo Neves vem e Brás tenta o esganar].

Narrador: Não se preocupem não mancharei essa história com

sangue, eu tinha grande vontade de estrangular o Lobo Neves,
mas isso é muito diferente de fazer.
Lobo Neves: Meu caro Brás é uma honra a tua visita
Brás Cubas: Lobo meu amigo como demorou

QUARTO ATO
[Praça. Vários bancos e árvores, uma fonte e vários
pássaros a cantar. É Dia].

CENA V
(Narrador; Brás Cubas; Quincas Borba).

[Virgília fica com Brás em frente a uma casinha com olhares

apaixonados].

Narrador: Vamos adiante à nossa história, arranjemos uma

casinha, onde foi o recanto dos nossos amores e tínhamos
uma ajuda de uma meiga senhora a D. Plácida. As coisas iam
bem, Virgília me amava, os pássaros cantavam, pensei até em
fazer algo da vida, como por exemplo, ser ministro.

[Brás Cubas estar muito pensativo na praça].

Brás Cubas: Uma boa ideia, ministro.

Quincas Borba: Aposto que não me conhece senhor doutor
cubas.
Brás Cubas: Não me lembro
Quincas Borba: Eu sou o Borba, Quincas Borba. Não lhe é
preciso contar nada. Vivi uma vida de misérias, de lutas,
lembras que eu me vestia de rei em nossas festas, agora
virei um mendigo. Bem que estou com fome.

[Brás vai se retirando e depois dar a Quincas dinheiro pra

comer].
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Brás Cubas: Pois bem.
Quincas Borba: Sair cedo e ainda não comi.
Brás Cubas: Tome
Quincas Borba: Meu Deus! Nunca vir uma destas.
Brás Cubas: Consegues muito mais por aí
Quincas Borba: Como?
Brás Cubas: Trabalhando, agora deixe-me ir.
Quincas Borba: Não, não se vá, se alguma vez nos virmos
dei-me uma nota dessas. E agora adeus vejo que estas
impaciente.

[Enquanto fala Quincas roupa o relógio de Brás e o abraça

ao mesmo tempo].

Brás Cubas: Meu relógio, ele roubou meu relógio.

Narrador: É assim a realidade social, mas Quincas Borba era
o passado, resolvi esquece-lo. Passei a amor ainda mais a
Vigília e o mesmo aconteceu a ela. E assim...

[Enquanto o narrador fala Brás e Virgília passeiam pelo

cenário em um romance e depois esta desmaia].

Brás Cubas: Virgília, virgília.

QUINTO ATO
[Casa Cubas. Fica a amostra a sala com grandes poltronas e
o quarto bem formoso. Cuja frente é bem enfeitada. É Dia].

CENA VI
(Narrador; Quincas Borba; Virgília).

Narrador: E aí um mistério, porque Virgília desmaiou

acertou quem disse que ela estava gravida. Mas foice o meu
filho o pedir antes do nascimento. Em um dia 31, o Lobo
Neves recebe um cargo de ministro e aceita levando para
longe de mim a doce Virgília. Nesse tempo recebi uma visita
do Quincas Borba.
Quincas Borba: Muitas coisas se deram depois do nosso
último encontro, recebi uma herança de meu bom tio, estou
rico, e agora criei uma nova filosofia o humanitismo.
Brás Cubas: Que bom, meu caro Quincas. Muito bom.
Narrador: Tempos depois Quincas Borba havia morrido logo
após a morte de lobo Neves e como Virgília chorava nesse
velório e eram lagrimas verdadeiras. E nisto resolvi criar
o emplasto Brás Cubas
Brás Cubas: Vou criar um remédio que cure a melancolia da
humanidade, Isso mesmo o emplasto Brás Cubas.
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[Brás senta e planeja o emplasto muito preocupado e resolve
tomar um ar e acaba pegando uma pneumonia vão à cama e
torce muito e ao morrer Virgília chora muito].

Narrador: E de tanto pensar num emplasto aquilo se tornou

uma ideia fixa que resolvi areja-lo, abri a janela apanhei
um vento encanado e peguei a pneumonia que me impedia de
inventar o emplasto.
Brás Cubas: Anda visitando defuntos?
Virgília: Hora defuntos, ando a ver se pôs vadios para rua.
Narrador: E esses eram meus últimos momentos, mesmo não
tendo feito nada em minha vida, não me arrependo; afinal,
não tive de comprar o pão com o suor do meu rosto. Mas, na
verdade me arrependo só de uma coisa: não ter tido filhos.
Afinal, aprendi que nada é permanente nesse mundo ambíguo e
se queres mudar seu destino só existe um segredo ”Correr
Atrás”; “Buscar”; Mas, não corra de qualquer jeito, vai com
atitude, vai com fé e tudo dará certo.

FIM
{... Agradecimentos...}