28 Dec 2012
Romeu e Julieta
Personagens:
ROMEU
PRÓLOGO (Narrador)
JULIETA
AMA
FREI LOURENÇO
CENA I
PRÓLOGO: - Na bela Verona duas famílias de igual dignidade, levados por antigos rancores
desencadeiam novos distúrbios, onde ódio tinge de sangue as mãos de seus cidadãos. Em meio ao ódio
dessas famílias, sobre a luz da lua e o brilho das estrelas, surge o mais puro dos sentimentos, o amor... E
deste amor à desventura de dois amantes, Romeu e Julieta, acometidos por um lastimoso fim que até os
SANSÃO: - Dou a minha palavra caro Gregório, não devemos levar desaforos para casa.
GREGÓRIO: - Até o latir do cachorro na casa dos Montecchio me irrita! E por falar em cães veja quem
vem lá.
SANSÃO: - Minha espada está aposta.
BENVÓLIO: - Procura apartar esta gente. Guarda tua espada e ajude-me a acalmá-los.
TEOBALDO: - Como? Estes porcos imundos não desejam a paz. Por inferno todos os Montecchios!
SENHORA CAPULETO: - Espada? Não. Por que inflamar ainda mais esta confusão?
SENHORA MONTECCHIO: - Não darás um só passo para enfrentar o inimigo. (Lutam. Entra o príncipe)
PRÍNCIPE: - Baderneiros, inimigos da paz, que puxam as suas espadas derramando o sangue do
vizinho. (Todos reverenciam) Parecem animais, selvagens, espalhando por Verona a semente da intriga,
da discórdia e do mal. Jogai de suas mãos as armas ou sentiras a fúria do meu castigo. (Jogam as
armas) Se voltarem a perturbar a paz serão condenados sobre sentenças com suas próprias vidas. Vós
Capuleto vinde comigo, quanto a vós Montecchio a tarde irás a corte da justiça. Agora, retirem-se.
CENA II
BENVOLIO: - Os servos de vosso adversário. Apenas desembainhei minha espada para separá-los. Foi
quando surgiu o impetuoso Teobaldo apontando sua espada em minha direção me provocando. Foi então
SENHORA MONTECHIO: - Oh, onde está Romeu? Tu o viste hoje? Fico feliz por vê que não está metido
nesta confusão.
BENVOLIO: - Senhora, a uma hora antes vi vosso filho Romeu passeando no bosque. Tentei me
aproximar... Mas percebi que Romeu preferia ficar só, perdido em seus próprios pensamentos.
MONTECHIO: - Vive em profundos suspiros! E quando volta desses passeios se aprisiona em seu quarto.
Negro e fatal será esse estranho comportamento... A não ser... Que receba um bom conselho.
BENVOLIO: - Meu nobre tio, conheceis a causa?
MONTECHIO: - Não. E nem mesmo consigo que me revele. Como seria maravilhoso que Romeu abrisse
BENVOLIO: - Quem vem lá... Veja se não é Romeu. Peço-lhe que deixe-nos. Tentarei saber a causa.
SENHORA MONTECHIO: - Espero sinceramente que sejas feliz e consiga de Romeu a confissão. Vamos
senhora.(Saem)
BENVOLIO: - O amor?
CENA III
PARIS: - Tenho pelo senhor, honrosa consideração... E agora senhor Capuleto, espero que responda a
meu pedido.
CAPULETO: - Claro, respondo. Minha filha Julieta é ainda muito jovem. Mas quem sabe daqui a dois
verões, esteja preparada para assumir o compromisso, e enfim venha ser sua esposa.
mundo. Permito-o que a corteja, isto é, se for do agrado de minha filha. E esta noite estas convidado a
PARIS: - Muito me honra o convite. Toda Verona conhece a grandiosidade deste baile. Desde já senhor
CENA IV
BENVOLIO: - Então vais lá compara a bela Rosalina com as outras beldades de Verona.
BENVOLIO: - Dizes isso por que não tens com quem compará-la.
ROMEU: - Não vou para compará-la. Apenas para presenciar o espetáculo de sua formosura em todo seu
esplendor.
CENA IV
AMA: - Por minha virgem! Já a chamei... Onde anda essa pequena? Julieta... Julieta?
SENHORA CAPULETO: - Ama, deixe-nos a sós um momento, preciso falar em segredo. Volta. Pensei
melhor, deves ouvir esta conversa. Falta pouco para completar quatorze primaveras...
AMA: - E eu não sei. E que espero e viver bastante para vê-la casada um dia.
SENHORA CAPULETO: - É exatamente sobre isto que desejo falar. Diga-me filha... Que sentes em
relação ao casamento?
SENHORA CAPULETO: - Já é tempo de pensar no assunto. Se não me engano com tua idade, já era tua
AMA: - Vai pequena! Procura felizes noites para que tenhas felizes dias! (Saem)
CENA V
(Mascarados)
ROMEU: - Terno ser é o amor? Áspero e rude demais. Pungente como o espinho.
BENVOLIO: - Vamos... Batei e entremos. E assim que lá dentro estivermos, que cada qual cuide só de
suas pernas.
CENA VI
CAPULETO: - Bem vindos cavalheiros! Em meus bons tempos também usava máscaras e sabia
sussurrar nos ouvidos de uma bela dama. Vamos, música, tocais. Abram, abram... Deem espaço para as
danças!
TEOBALDO: - Aquele deve ser um Montechio. Como se atreve miserável vir até aqui?
TEOBALDO: - Meu tio, aquele ali, é um Montechio, nosso inimigo. O miserável aqui veio esta noite para
CAPULETO: - Acalma-te teobaldo, deixá-o em paz se comporte como perfeito gentil homem. Verona se
CAPULETO: - Será suportado! Quem está dizendo sou eu! Quem manda, eu ou tu?
ROMEU: - Posso ter a honra? Se profano for tocar este santo relicário. Espero que com meus lábios
ROMEU: - Então santa adorada, deixar que os lábios façam o que as mãos fazem.
ROMEU: - Então não te movas enquanto recolho o fruto de minhas preces. Assim mediante vossos lábios
AMA: - Senhora, vossa mãe está a sua procura e tem pressa por falar com você.
VOZ: - Julieta!
ATO II
CENA I
PRÓLOGO: - Depois deste baile nasce em Romeu e Julieta o amor. Mas a inimizade entre as famílias
cria um grande obstáculo para a aproximação dos amantes. Só a forte paixão poderá lhes dá forças e
meios para se encontrarem, e assim, um nos braços do outro viverem uma linda e bela história de amor.
ROMEU: - Posso ir mais longe quando meu coração aqui permanece. (Sai)
MERCURIO: - Loucura!
BENVOLIO: - Paixão!
MERCURIO: - Vamos... É inútil procurar quem não quer ser encontrado. (Saem)
CENA II
ROMEU: - Que silêncio... Que luz brilha através daquela janela? Surge claro sol, e mata de inveja a lua,
ROMEU: - Oh, fala outra vez anjo de luz, pois é assim que te vejo. És o mensageiro alado do céu.
JULIETA: - Oh, Romeu, Romeu! Por que tu és, Romeu? Nega teu pai, rejeita teu nome por mim. Ou
então jura teu amor por mim que não serei mais uma Capuleto.
JULIETA: - Somente teu nome é meu inimigo. Como desejo que tivesses outro nome. Renega teu nome
JULIETA: - És louco! Como chegaste aqui? Corres perigo. Se algum de meus parentes lhe encontrar
ROMEU: - Basta me olhar com tua doçura que estarei protegido de tanto ódio.
JULIETA: - És louco.
ROMEU: - Prefiro que minha vida seja encurtada por um Capuleto que longa, longe do teu amor.
JULIETA: - Como chegaste aqui?
AMA: - Julieta...
AMA: - Senhorita!
ROMEU: - Bendita noite. Só espero que tudo isto não seja apenas um sonho.
AMA: - Julieta!
CENA III
PRÓLOGO: - Mal o dia raiou e Romeu ao invés de ir para casa, desviou seu caminho para o mosteiro
onde encontrou Frei Loureço, e desta forma planejava levar adianta o que prometera a bela e jovem tão
delicada Julieta.
FREI LOURENÇO: - Bendito seja! Posso apostar que a causa de sua visita é
atribuída ao amor.
ROMEU: - Julieta.
FREI LOURENÇO: - O problema é que o amor dos jovens não está apoiado no coração e sim nos olhos.
ROMEU: - O senhor mesmo me sensurou por amar Rosalina que não me quer. Com Julieta é diferente.
FREI LOURENÇO: - Bendito seja! Quem sabe este amor seja uma trégua, uma aliança entre os
Capuletos e os Montechio. Bem sabes que tenho estima por ambas famílias e a paz é o que mais desejo.
ROMEU: - Por isso deverão saber após a realização da cerimônia da nossa união.
ROMEU: - Eu te suplico!
FREI LOURENÇO: - Está bem farei... Mas por razão de promover entre as famílias a paz.
FREI LOURENÇO: - Calma meu jovem! Quem muito corre pode cair. (Saem)
CENA IV
PRÓLOGO: - Através de um mensageiro Julieta ficou sabendo que tudo estava acertado. Chegou bem
cedo ao mosteiro de Frei Lourenço e ali as mãos dos jovens se juntaram na sagrada união. Terminada a
cerimônia Julieta voltou depressa para casa, onde ficou aguardando impacientemente a cair da noite pois
o apaixonado Romeu havia lhe prometido visitar. Mas, o pior estava por vir. (Sai)
CENA V
MERCURIO: - Onde está Romeu? Não foi para casa esta noite?
TEOBALDO: - Ora não é o Capuleto. És um traidor Mercúrio. Traí-nos a juntar-se com tal corja!
TEOBALDO: - Desgraçado!
BENVOLIO: - Teobaldo está morto. Vai-te Romeu, foge! Não fiques ai parado! O príncipe te condenará a
morte se fores preso. Foge! (Romeu foge, Chora. Benvólio puxa os corpos para fora de cena) O meu
Deus! Verona está banhada em sangue! Está anunciada a guerra. Tudo isso só servirá para alimentar
CENA VI
morte.
CAPULETO: - É um assassino!
daqui.
PRÍNCIPE: - Saia Romeu o mais depressa daqui ou se for descoberto será sua
ultima hora. (Saem)
JULIETA: - Ama...
JULIETA: - Despedaçado esta meu coração! Pobre Teobaldo. Tão jovem, morto.
JULIETA: - Ah Romeu! Tens um coração de serpente escondido por um rosto florido! Uma mente
AMA: - Deus! Correi para vosso quarto, vou atrás de Romeu para esclarecer o ocorrido.
JULIETA: - Oh, encontra-o. Entrega-o este anel e rega-o para que venha dar-me
CENA VII
ROMEU: - É suplício e não favor. O Céu esta onde Julieta vive. Pior condenação
não haveria... Banido, longe do meu verdadeiro e único amor. (Batem a porta)
FREI LOURENÇO: - Levanta-te Romeu. Estão batendo a porta. Esconda-te. (Saem)
CENA VIII
PRÓLOGO: - Ao abrir a porta Frei Lourenço percebe a visita da ama de Julieta que trás o anel que a
jovem pediu que entregasse a seu amado Romeu. Sem tardar o apaixonado Romeu vai ao encontro de
seu grande amor e juntos ficam até o amanhecer. Enquanto isso Frei Lourenço sai em intermédio de
Romeu com esperança de pacificar as famílias, mais é surpreendido, Lorde Capuleto para consolar
JULIETA: - Vá...
AMA: - Senhora?!
JULIETA: - Ama!
JULIETA: - Adeus meu Romeu. Aguardarei notícias suas. Estaremos juntos novamente.
SENHORA CAPULETO: - Pobrezinha tão sensível! Choras não somente a morte de teu primo, mas
também por saber que está vivo o infame que o assassinou. Mais não se preocupes. Teremos nossa
vingança.
JULIETA: - Vingança?
SENHORA CAPULETO: - Por hora deixamos de lado está conversa triste e tediosa. Tenho notícia melhor
Lhe suplico minha mãe... Dizeis a meu pai que não desejo me casar.
CAPULETO: - Como! Não quer? Lhe arranjamos um gentil homem para esposo.
CAPULETO: - Criatura desobediente. Ouve o que te digo... Casarás nesta quinta-feira nem que tenhas
que ir amarrada.(Saem)
CENA IX
PRÓLOGO: - Horrorizada Julieta foi até Frei Lourenço em busca de seu auxílio. Desesperados os dois
FREI LOURENÇO: - Dizei ignorar os sentimentos da dama. O procedimento é irregular. Não me agrada.
PARIS: - Julieta ainda está muito abalada com a morte de seu primo Teobaldo e esta é a causa pela qual
FREI LOURENÇO: - Tenho agora tempo disponível, minha triste filha... Cavalheiro, precisamos ficar
sozinhos.
PARIS: - Deus me livre perturbar a devoção. Julieta adeus! Aguardarei até quinta-feira, guardai este
JULIETA: - Frade, ajude-me! Dizei-me como poderei evitar este triste destino.
FREI LOURENÇO: - Filha, vislumbro certa esperança para evitar este casamento. Mas é arriscado por
demais.
JULIETA: - Qualquer coisa para me livrar deste destino tão infame.
FREI LOURENÇO: - Se te atreves, eu te darei um remédio. Volta para tua casa e mostra-te alegre e dá
teu consentimento em casar com Paris. Amanhã, véspera do teu casamento, deves beber o conteúdo
deste frasco. O líquido que aqui contém a deixará paralisada como se estivesse morta, durante quarenta
e duas horas.
JULIETA: - E assim Paris pensará que morri.
FREI LOURENÇO: - Sim. Então enviarei um mensageiro onde Romeu está, e quando acordar poderão ir
FREI LOURENÇO: - Agora parte. Seja forte e feliz em sua decisão. Agora mesmo enviarei um
CENA X
PRÓLOGO: - Na manhã seguinte Julieta foi dada como morta. Então em meio a profundo pesar o
fúnebres. Notícias ruins viajam sempre mais rapidamente que as boas. Assim a terrível história da morte
de Julieta chegou aos ouvidos do apaixonado Romeu, antes que o mensageiro enviado por Frei Lourenço
ROMEU: - Nobre Baltazar, que palidez é está que trás sobre tua fronte.
BALTAZAR: - Julieta.
ROMEU: - Julieta? Não dizes nada? Que silêncio é este que contagia todo os cantos a ponto de ouvir
BALTAZAR: - Julieta foi levada ao sepulcro dos Capuletos e agora vive entre os anjos.
BALTAZAR: - Vi com meus próprios olhos quando a levaram para a tumba de sua família.
ROMEU: - Julieta! Sobre a luz da lua e o brilho das estrelas juramos amor eterno! Prepare meu cavalo.
noite, ao teu lado repousarei. És o amor da minha vida e também da minha morte. Eternamente
estaremos juntos e nosso amor será lembrado por todas as gerações. O boticário ... Mora por aqui...
Boticário? Em algum lugar... (Corre pelo palco)Boticário? Boticário...
ROMEU: - Vim aqui amigo... Tenho aqui quarenta ducados, sei o quanto precisas. Arranja-me uma
porção venenosa, mas que seja um veneno tão forte que se espalhe rapidamente pelas veias e mate
quanto precisas deste dinheiro. Então passe por cima da Lei e toma estes para si. (Dar o dinheiro)
ROMEU: - Eis teu ouro, o veneno mais nocivo para a alma dos homens. (o boticário sai) Ao sepulcro, ao
CENA XI
PARIS: - Para imediatamente com isso, vil Montechio. Este ato é ilegal. Não permitirei que profanes
ROMEU: - Oh, Julieta sua formosura transforma esta cripta. Meu amor! Minha esposa! A morte sugou o
meu de teu hálito, nenhum poder teve sobre tua beleza! Oh, aqui fixarei minha eterna morada. Ao lado de
ti minha bela e tão amada Julieta. (Bebe) Assim morro com um beijo. (Morre)
CENA XII
FREI LOURENÇO: - São Francisco me ajude! Quantas vezes meus pés enfraquecidos tropeçaram em
FREI LOURENÇO: - Então me espere aqui. Entrarei sozinho, receio algum caso desastrado. (Entra)
FREI LOURENÇO: - Romeu... Ah, hora terrível! Pobre Romeu. Que fizeste? Trágico fim. Julieta está
despertando.
JULIETA: - Onde está meu senhor? Onde está Romeu?
morte.
JULIETA: - Ide, parti então, por que não sairei daqui. (Sai Frei Lourenço) Romeu... Oh, Romeu! Que
isto? Uma taça na mão do meu fiel amor? (Pega o frasco) Oh, ingrato! Bebeste sem deixar uma gota?
Beijarei teus lábios talvez haja um resto de veneno. (Ouve barulho) Preciso me apressar. (Pega o
punhal de Romeu) Esta é tua bainha! (Apunhala-se)Enferruja-te aqui e deixa-me morrer. (Cai sobre
Romeu)
SENHORA CAPULETO: - Ai de mim! Minha pobre filha. Morta. Sem vida como uma estátua de mármore.
Morta! Quisera eu não esta entre os vivos para presenciar tal acontecimento.
PRÍNCIPE: - Veja Montecchio... Vosso filho.
MONTECCHIO: - Nobre príncipe. Quão dor invade minha alma. Como não bastasse o luto que cobre
minha casa pela morte de minha senhora que morreu de tristeza pelo exílio de nosso filho, agora zelo, o
FREI LOURENÇO: - Dos presentes sou eu o mais suspeito. Serei breve. Romeu aqui sem vida, era
marido de Julieta. Fui eu que os desposei. Vamos... Poderei contar-lhes toda essa trama que culminou
nesta grande tragédia. (Saem)
(Preparam os corpos)
sentiram toda dor causada pela conseqüência de uma rixa que custou a vida dos quais mais amavam.
Então Lorde Capuleto e Lorde Montechio prometeram erguer uma estátua de ouro ao filho do outro. E
assim, sepultaram as desavenças juntamente com seus filhos. E a história de amor de Romeu e Julieta foi