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Albertino Gabriel José


Amide Sandres Ndobe
Abdala Benfica
Alima Simone Machede
Alex David Timane
Albisto João Gemusse
Amade Mussa Ali

planificação linguistica: tipos de planificação e as suas influências.


Licenciatura do Português com Habilitações em Inglês

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022

Albertino Gabriel José


1

Amide Sandres Ndobe


Abdala Benfica
Alima Simone Machede
Alex David Timane
Albisto João Gemusse
Amade Mussa Ali

planificação linguistica: tipos de planificação e as suas influências.

Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue


no Departamento de ciências de Linguagem
Comunicação e Arte, na cadeira deEstutura
de Línguas Bantu 4º ano do 1º semestre.
Prof. Dr. Calawia Salimo

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022

índice
Introdução..........................................................................................................................3
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Contextualização...............................................................................................................3

Objectivo geral..................................................................................................................3

Objectivos específicos.......................................................................................................3

Metodologia.......................................................................................................................3

Revisão de literatura..........................................................................................................4

Planificação linguística......................................................................................................5

Tipos de planificação linguística.......................................................................................5

Factores que influênciam na planificação linguística........................................................7

Conclusão..........................................................................................................................9

Referências Bibliográficas...............................................................................................10
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Introdução
O presente trabalho tem como tema: planificação linguistica: tipos de planificação e as
suas influências.

Contextualização
Planificação consiste na aplicação de medidas concretas, “como os planos são postos
em prática”3 (BALDAUF JR., 2012, p. 234).

O conceito de planificação lingüística se apoia em um projeto lingüístico coletivo. Por


visar à harmonização lingüística, a planificação deverá resultar de um consenso social
para que seja bem-sucedida. Normalmente, a planificação decorre de um esforço
conjunto para o estabelecimento de uma política lingüística nacional. Nesse sentido, nós
podemos dizer que a planificação é regulamentada pelas disposições jurídicas que, em
matéria de língua, acabam por se constituir em um conjunto de regras legisladoras. Este
trabalho, desenvolve-se no campo da sociolinguista, que é uma das vastas áreas da
linguística.

Objectivo geral
 Descrever os tipos de planificações linguísticas

Objectivos específicos
 Entender os tipos de planificações;
 Conhecer os factores que influêenciam na planificação linguistica.

Metodologia
O trabalho tem como pesquisa bibliografica como metodologia de pesquisa e assenta-se
na recolha de dados bibligráficos para o seu desenvolvimento.

Estrutura-se da seguinte forma: tem como elementos pre-textuais: uma capa, contra
capa, indice e uma intrudução; em seguida tem o desenvolvimento que é o corpo do
trabalho e por fim; uma conclusão e uma referência bibliográfica.
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Revisão de literatura

Einar Haugen, em 1959, pela primeira vez definiu a planificação linguística como a
actividade de elaboração de uma norma ortográfica, de descrições gramaticais e de
dicionários de uma língua, que orientem quem fala e escreve essa língua em
comunidades linguisticamente heterogéneas.

E, a Sociolinguística vem enfatizando, desde o seu início, que o comportamento


linguístico e sociocultural não é homogêneo, mas que existem diferenças, sendo que
essas são sistemáticas e coerentes, assim como a sociedade é heterogênea, complexa e
multifacetada. Nesse sentido, necessariamente, para se estudar a língua deve-se estudar
a cultura e a sociedade, quer seja os aspectos sociais, culturais e políticos (CALVET,
2002).

Para Baylon (1991:184) a planificação lingüística é um esforço explícito e sistemático,


que deve contar com apoio institucional para chegar a uma realização concreta. Neste
sentido, a planificação pode ter um caráter normativo, ou ainda, agir sobre o
funcionamento sócio-cultural de uma determinada língua em relação à(s) outra(s) em
uma mesma comunidade, bem como agir considerando a forma e o status da(s)
língua(s).

Cooper (1997: 60) citado por Savedra e Lagares(2012,p.13) “O planeamento linguístico


compreende os esforços deliberados para influir no comportamento de outras pessoas a
respeito da aquisição, da estrutura ou da correspondência funcional dos seus códigos
linguísticos”.

Calvet chama a atenção que a política e o planeamento


linguísticos implicam, ao mesmo tempo, “uma abordagem
científica das situações sociolinguísticas, a elaboração de
um tipo de intervenção sobre essas situações e os meios
para se fazer essa intervenção” (CALVET, 2007, p. 19).
A planificação linguística, outrora conhecida por ‘engenharia linguística’, consiste num
conjunto de actividades que visa conceber mudanças linguísticas numa determinada
comunidade, e cuja intenção, ao nível das autoridades competentes, assenta na
manutenção da ordem civil, na preservação da identidade cultural e no melhoramento da
comunicação (Lopes, 2002: 19)
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O conceito de planificação lingüística se apoia em um projeto lingüístico coletivo. Por


visar à harmonização lingüística, a planificação deverá resultar de um consenso social
para que seja bem-sucedida. Normalmente, a planificação decorre de um esforço
conjunto para o estabelecimento de uma política lingüística nacional. Nesse sentido, nós
podemos dizer que a planificação é regulamentada pelas disposições jurídicas que, em
matéria de língua, acabam por se constituir em um conjunto de regras legisladoras.

Planificação linguística
Tipos de planificação linguística

A sociolinguística tem diversas aplicações, dentre essas, destaca-se o campo das


políticas linguísticas. Trata-se de “um conjunto de escolhas conscientes referentes às
relações entre língua(s) e vida social” (CALVET, 2002, p. 145).

Para Calvet, as políticas acerca da diversidade linguística no contexto social,


precisamente, do plurilinguismo, podem ser geridas de duas formas, a saber:

a) Gestão in vivo, que diz respeito a forma como os sujeitos resolvem os


problemas decorrentes da diversidade linguística, criando, por exemplo, novos
termos para designar noções novas (neologismos). As intervenções in vivo
surgem das escolhas dos indivíduos, sem que haja uma influência direta do
Estado, nesta a solução de um problema é apresentada através de uma prática
social.
b) Gestão in vitro, refere-se à forma como os linguistas, em seus laboratórios,
descrevem, analisam e constroem hipóteses sobre o fenômeno linguístico e
respectivos problemas, para posteriormente, serem apreciadas pelos políticos,
ou seja, às intervenções in vitro são aquelas que se fazem por leis e decretos,
como uma ação do poder sobre a evolução de uma dada situação e que são
consideradas oficialmente como a política lingüística.

Esses dois tipos de gestão, podem gerar conflitos, de modo que a política linguística
pode ter uma função simbólica e ideológica. Quer dizer, os Estados, em determinados
contextos, tendem a promover e a modificar o status e as funções sociais das línguas.
Ao passo que uma língua pode alterar sua condição e ser tida como a língua oficial,
mesmo não sendo dominada por todos os falantes de uma nação.
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Calvet (2007, p. 11) “o poder político sempre privilegiou essa ou aquela língua,
escolhendo governar o Estado numa língua ou mesmo impor à maioria a língua de uma
minoria”.

Calvet chama a atenção que a política e o planeamento linguísticos implicam, ao mesmo


tempo, “uma abordagem científica das situações sociolinguísticas, a elaboração de um
tipo de intervenção sobre essas situações e os meios para se fazer essa intervenção”
(CALVET, 2007, p. 19).

Por outro lado, está os dois tipos de planificações que Einar Haugen generalizou a
oposição conceitual entre Planificação do Corpus, isto é, da forma da língua, e
Planificação do Status, isto é, do lugar que esta língua ocupa numa rede de relações
societárias. Planificar o Status de uma língua implica em estabelecer medidas para que
esta língua tenha um lugar determinado numa dada sociedade, em conformidade com as
aspirações da comunidade falante.

Kloss propôs a distinção entre Sprachplanung (planificação do corpus) e Statusplanung


(planificação do status). Com base nestes conceitos, a planificação do corpus diz
respeito às intervenções na forma da língua (criação de uma escrita, neologismos,
estandardização...), enquanto que a planificação do status diz respeito às intervenções
nas funções da língua, seu status social e suas relações com outras línguas. Esta
distinção abriu consideravelmente o campo da política lingüística, afastandose de
abordagens mais instrumentais.

A Política e Planificação Linguística (PPL) atua em quatro vertentes fundamentais, ou


quatro áreas, cada uma com o seu objeto e objetivos definidos, embora uma política
linguística não se esgote, muitas vezes, numa só, pelo contrário:

a) A Planificação do Estatuto é definida por Hornberger como “a atribuição de


funções de línguas/letramentos em uma dada comunidade de fala”6 (2006, p.
28). No fundo, estas medidas têm por fito fundamental mudar as funções de uma
língua na sociedade (FEYTOR PINTO, 2010) e as medidas podem passar pela
Estandardização do seu Estatuto, através da Oficialização, Nacionalização ou
Proscrição (KAPLAN & BAULDAUF JR., 2003), assim como a sua
Revitalização, Manutenção, Intercompreensão e Difusão (FEYTOR PINTO,
2010).
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b) A Planificação do Corpus não pretende alterar os papéis sociais de uma língua,


mas sim a sua forma (COOPER, 1989). Nas palavras de Feytor Pinto, esta
vertente pode ser definida como “tentativas explícitas de regular a estrutura
interna das línguas” (2010, p. 63). Os objetivos da PPL nesta área são
fundamentalmente dois: a Codificação e a Elaboração. Os primeiros são de
natureza estritamente linguística e os segundos já se prendem com a adaptação
da forma às funções sociais da língua (HORNBERGER, 2006).
c) Planificação da Aprendizagem, que pode ser definida como o “conjunto de
atividades organizadas para a aprendizagem de línguas e tem por objetivo
aumentar a qualidade e a quantidade dos seus falantes” (FEYTOR PINTO, 2010,
p. 68). Esta vertente assume tão grande importância neste trabalho que será
tratada em secção própria
d) Por fim, a Planificação do Prestígio, pode ser descrita como aquela que “trata
das atividades de promoção das línguas em contextos formais de grande
prestígio e visibilidade nacional e internacional” (FEYTOR PINTO, 2010, p.
75). Os seus objetivos passam, assim, pela promoção da língua, seja a nível
governamental, institucional ou até individual, e pela sua intelectualização,
associando essa língua a contextos de prestígio e formalidade elevados, seja nas
áreas da ciência, da religião ou da alta cultura (HORNBERGER N. H., 2006;
KAPLAN & BAULDAUF JR., 2003).

Factores que influênciam na planificação linguística

1. Factores sociais

Por visar à harmonização lingüística, a planificação deverá resultar de um consenso


social para que seja bem-sucedida, isto é, na planificação linguística um dos factores
importantes que influência é o factor social que normalmente, a planificação decorre de
um esforço conjunto para o estabelecimento de uma política lingüística nacional. Vamos
tomar os exemplos dos factores que influênciaram Moçambique na planificação
linguistica dadas por Macaringue (2017) para eluciadar os mesmos, são eles, os
factores que influênciaram:

a) impossibilidade de unificar a diversidade linguistico-cultural a partir de uma


língua autóctone;
b) inexistência de línguas autóctones mais representativas à escala nacional;
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c) incapaciadade do Estado Nacional vencer a ideologia neocolonialista.

Se não se entender a linguagem como fenómeno social, é praticamente impossível


realizar planificação linguística, excepto no sentido mais restritivo da planificação do
corpus. Isto não equivale a dizer que os insumos da linguística autónoma são
irrelevantes (…). Mas a planificação em termos de estatuto requer uma abordagem
muito diferente em relação à definição do conceito de língua e à compreensão da inter-
relação entre as populações humanas e a(s) língua(s) usada(s) na comunicação com os
outros.

2. Factor linguístico

Relaciona-se com o status e os caracteres de uma língua, bem como as semelhanças


entre as línguas. Tais considerações informam por que uma comunidade linguistica,
um país, por exemplo, preferiria um idioma como o inglês a um idioma como o
chinês. O primeiro tem caracteres mais simples em oposição aos caracteres
complicados do último. O status que uma língua possui atualmente também pode
influenciar sua preferência como língua nacional de um país. É por isso que muitos
países multilíngues da África escolheram um idioma europeu. Em termos de
semelhanças e dessemelhanças entre as línguas, ocorre que as línguas de origem
comum compartilham algumas semelhanças e vice-versa. Se uma língua carece de
léxico adequado para uso no dia a dia, é imperativo que o planeamento linguístico
seja feito de forma a corrigir essa anomalia

3. Factores políticos

Fatores políticos são considerações que relacionam a política geral de um país à sua
política linguística. Não é um ganho dizer que o governo é o actor-chefe no processo de
planeamento linguístico. O governo usa o planeamento linguístico para atingir seus
outros objetivos, como estabilidade política e benefícios econômicos de outra(s)
nação(ões). O governo também fornece fundos para a implementação de qualquer
política linguística. Ao manter a estabilidade política na Nigéria, o Governo sempre
evitou escolher qualquer língua indígena como língua oficial para evitar conflitos
geopolíticos. Assim, o status mais alto que qualquer língua indígena desfrutou é o status
de uma língua nacional.

4. Factor sociodemográfico
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O fator sociodemográfico diz respeito ao número de falantes das línguas e sua


distribuição geográfica. Os actores no planeamento linguístico geralmente consideram
não apenas a língua maioritária, mas também as línguas minoritárias. Assim, a
consideração etnolinguística fez com que a Tanzânia escolhesse uma língua minoritária
como língua nacional. Existem cerca de cem idiomas e nenhum deles poderia competir
com o idioma oficial.

Conclusão

A planificação decorre de um esforço conjunto para o estabelecimento de uma política


lingüística nacional, ela, não só, ocorrem ao nível social, em a planificação tem ter em
conta a sociedade linguística, mas tambem, ocorre ao nível politico, no sentido de
unidade nacional e reconhecimento internacional, por tanto, a planificação lingüística é
um esforço explícito e sistemático, que deve contar com apoio institucional para chegar
a uma realização concreta.
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Referências Bibliográficas

Calvet, Louis-Jean (2002). Sociolinguística: uma introdução crítica. Trad. de Marcos


Marciolino. São Paulo: Parábola.

Mônica. S Xoán. L.( 2012) Política e planificação linguística: conceitos, terminologias


e intervenções no Brasil. Revista Gragoata.

KLOSS, H. (1969) Research possibilities on group bilingualism: a report. Québec:


CIRB,.

LOPES, A. J. (2002). O Português como língua segunda em África: Problemáticas de


planificação e política linguística. In M.H.Mateus (org.), Uma Política de Língua para o
Português (pp.15-31). Lisboa: Edições Colibri.

Feytor Pinto, P. (2010). O essencial sobre política de língua. Lisboa: Imprensa


Nacional - Casa da Moeda.

Hornberger, N. H. (2006). Frameworks and Models in Language Policy and Planning.


In T. Ricento (Ed.), An introduction to language policy: theory and method.Oxford:
Blackwell, p. 24-41.

Rodrigues. M.( 2021) A Política e Planificação Linguística na Integração de


Imigrantes em Cabo Verde. : Revista Internacional de Culturas. São Francisco do
Conde (BA).

Ilídio. M. ( 2017) Políticas linguísticas de Moçambique:controvérsias e


perspectivas.UP-Maxixe.
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