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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

CAMPUS PETROLINA
COLEGIADO DE PEDAGOGIA

ANDREZA RODRIGUES BARBOSA

HABILIDADES DE REGULAÇÃO EMOCIONAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE


LITERATURA PUBLICADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

PETROLINA-PE
2021
ANDREZA RODRIGUES BARBOSA

HABILIDADES DE REGULAÇÃO EMOCIONAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE


LITERATURA PUBLICADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de licenciatura em Pedagogia da Universidade
de Pernambuco - UPE/ Campus Petrolina, em
cumprimento as exigências para obtenção de título
de licenciatura em Pedagogia.

Orientador (a): Profa. Dra. Franciela Félix de


Carvalho Monte.

PETROLINA-PE
2021
Barbosa, Andreza Rodrigues.
B238h Habilidades de regulação emocional: uma revisão sistemática de
literatura publicada em língua portuguesa. / Andreza Rodrigues Barbosa.
- Petrolina: do autor, 2021.
1 CD-ROM: il. ; 4 ¾

Orientadora: Prof. Dra. Franciela Félix de Carvalho Monte.


Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação) - Curso de Pedagogia,
Universidade de Pernambuco, Campus Petrolina, Petrolina-PE, 2021.

1. Regulação emocional. 2. Cognição. 3. Revisão sistemática. I.


Monte, Franciela Félix de Carvalho. II. Universidade de Pernambuco -
Campus Petrolina - Curso Licenciatura em Pedagogia . III. Título.

CDD-153
Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Maria Gorete Pereira e Silva, CRB 4/0796,
Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina.
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE
CAMPUS PETROLINA
CURSO DE PEDAGOGIA

ANDREZA RODRIGUES BARBOSA

HABILIDADES DE REGULAÇÃO EMOCIONAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE


LITERATURA PUBLICADA EM LÍNGUA PORTUGUESA. Artigo apresentado à Universidade
de Pernambuco – UPE Campus Petrolina – PE, como requisito parcial para obtenção do título de
Licenciada em Pedagogia.

Aprovado
Petrolina, 07 de Maio de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Franciela Félix de Carvalho Monte

Universidade de Pernambuco
Orientadora

Profa. Ma. Rosileide dos Santos Soares.


Universidade de Pernambuco
Examinadora

Profa. Ma.Rosimary de Carvalho Gomes Moura


Universidade de Pernambuco
Examinadora
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 6
2. REGULAÇÃO EMOCIONAL: CONCEITOS E MANIFESTAÇÕES ........................ 7
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................... 10
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 11
4.1 Construção e/ou Validação de Instrumento de avaliação da Regulação
Emocional ................................................................................................................... 15
4.2 Relação da Regulação Emocional com outras variáveis ........................................ 17
4.3 Desenvolvimento da Regulação Emocional ao longo do ciclo geracional ............. 18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 20
HABILIDADES DE REGULAÇÃO EMOCIONAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE
LITERATURA PUBLICADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

Andreza Rodrigues Barbosa1


Franciela Félix de Carvalho Monte2

RESUMO

A Regulação Emocional (RE) consiste na capacidade de perceber, compreender de forma


adequada e consciente, e gerenciar os processos emocionais, lidando com eles de forma positiva.
Desse modo, a RE é uma relevante habilidade para manutenção da saúde e do bem-estar dos
sujeitos, bem como deve ser considerada nos processos educativos. Desse modo, esse artigo
buscou analisar a produção científica relativa ao tema da regulação emocional, por meio de uma
revisão sistemática de literatura, a partir de artigos indexados no Portal de Periódicos da CAPES
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), entre os anos de 2010 a 2020
e publicados em língua portuguesa. Além destes critérios de inclusão, utilizou-se outros critérios
de exclusão (aqueles que não atenderam a temática ou publicados em outro idioma). Assim,
nove artigos foram selecionados para realização da pesquisa. Estes artigos foram separados em
três diferentes categorias, a saber: a) Construção e/ou Validação de Instrumento de avaliação da
Regulação Emocional; b) Relação da Regulação Emocional com outras variáveis; e c)
Desenvolvimento da Regulação Emocional ao longo do ciclo geracional. A partir da análise de
dados, verificou-se que a regulação emocional vem sendo apontada como uma relevante
habilidade para a vida intrapessoal e interpessoal, ajudando a manter a saúde e bem-estar
psicológico e social. Aponta-se a necessidade de mais estudos em língua portuguesa sobre o
tema, sobretudo com amostras que envolvam crianças em situações educativas.

Palavras-chave: Regulação Emocional. Cognição. Revisão Sistemática.

ABSTRACT

Emotional Regulation consists of the ability to perceive, understand consciously and


consciously and manage emotional processes, dealing with them in a positive way. Thus, an ER
is a relevant skill for the maintenance of the subjects' health and well-being, as well as it should
be considered in the educational processes. Therefore, this article sought to analyze the
scientific production related to the emotional theme, through a systematic review of the
literature, based on articles indexed in the CAPES Journal Portal, between the years 2010 to
2020 and published in Portuguese. In addition to these inclusion criteria, other exclusion criteria
are used (those that do not meet the theme or published in another language). Thus, nine articles
were selected to carry out the research. These articles were categorized into three categories: a)
Construction and / or Validation of an Emotional Regulation assessment instrument; b)
Relationship of Emotional Regulation with other variables; and c) Development of Emotional
Regulation throughout the generational cycle. From the data analysis, it was found that
emotional regulation has been identified as a relevant skill for intrapersonal and interpersonal
life, helping to maintain psychological and social health and well-being. The need for further
studies in Portuguese is pointed out, especially with children who involve children in
educational situations.

Keywords: Emotional Regulation. Cognition. Sistematic Review.

1
Graduanda em Pedagogia pela Universidade de Pernambuco/Campus Petrolina.
2
Professora Adjunta do Colegiado de Pedagogia da Universidade de Pernambuco/Campus Petrolina.
1. INTRODUÇÃO

O ser humano é composto por um turbilhão de emoções, com as quais é necessário


lidar todos os dias, no trabalho, em casa, na escola, ou onde ele for, pois elas sempre estarão
com ele. Assim, é preciso ter autocontrole para não deixar que elas cheguem a um nível
elevado que seja prejudicial, uma vez que, o descontrole delas pode ser caracterizado como a
desregulação emocional, que é a inabilidade de manejar, suportar ou processar essas emoções
(LEAHY et al. 2013).
Independente da classe social e/ou da cultura que o indivíduo pertence, todos os seres
humanos possuem emoções e entende que os demais sujeitos também têm. Os seres humanos
“procuram evitar emoções desagradáveis, capazes de proporcionar tristeza, medo, raiva, e
buscam emoções agradáveis como felicidade e alegria” (DAMÁSIO, 2004, p.122).
O medo, a ansiedade, a tristeza, o estresse, a raiva, quando estão desreguladas, tendem
a prejudicar aquele indivíduo que as experimentam e aqueles que estão a sua volta (LEAHY
et al. 2013). O desequilíbrio é como uma bomba que, quanto está “cheia”, explode,
prejudicando todos a sua volta com seus estilhaços. O equilíbrio das emoções, bem como o
conhecimento de como usá-las de forma positiva e consciente, não permitindo que atrapalhe o
cotidiano do sujeito, refere-se ao conceito de Regulação Emocional ou autorregulação.
O conceito que Dias et al (2006) trazem sobre regulação emocional consiste em dois
processos: o primeiro, é o processo que se relaciona com o surgimento da emoção e o
segundo, ocorre depois que a emoção surgiu, que implica na forma de gerenciar essa emoção,
ou seja, a utilização de estratégias de regulação emocional.
Vale salientar que alguns estudos têm mostrado a relação entre emoções e saúde,
fazendo-se o tema regulação emocional uma considerável discussão para os dias atuais, visto
que aumentam as pesquisas sobre a temática da Regulação emocional e os impactos que ela
traz sobre a vida, tornando o presente artigo relevante para o meio acadêmico (ANTUNES,
2019).
Ter conhecimento sobre Regulação Emocional é necessário, pois é tema significativo e
atual, tanto na formação inicial de professores, como para aqueles que já atuam nas redes de
ensino. Parte-se da hipótese de que o conhecimento sobre a regulação emocional poderá
auxiliar o professor em situações que exijam uma resposta emocional, seja com um aluno em
sala de aula que se desentendeu com o colega da classe, ou até mesmo o professor que é
exposto diariamente a várias situações que exigem um equilíbrio emocional imediato.
Deste modo, o presente estudo objetivou analisar a produção científica brasileira
relativa ao tema da regulação emocional, por meio de uma revisão sistemática de literatura, a
partir de artigos indexados no Portal de Periódicos da CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), entre os anos de 2010 a 2020, partindo das
seguintes questões: como o tema da regulação emocional é abordado em artigos científicos
publicados em língua portuguesa nos últimos 10 anos? quais os autores mais referenciados
sobre a temática? quais as principais estratégias para lidar com as dificuldades de regulação
emocional? quais os instrumentos mais utilizados para medir a RE?
O presente artigo, portanto, está dividido em cinco partes, sendo essa primeira, a
introdução que trouxe de forma resumida a importância da Regulação Emocional para o ser
humano. Na segunda parte, trazemos os conceitos de RE, bem como discussões relevantes
para a compreensão das diferentes manifestações emocionais em humanos. Na terceira parte,
apresentamos os procedimentos metodológicos adotados durante essa pesquisa, a qual
consiste numa revisão sistemática de literatura. Na quarta parte, faremos a apresentação dos
resultados e discussão sobre os textos coletados e componentes da amostra.
Subsequentemente, realizaremos as considerações finais.

6
2. REGULAÇÃO EMOCIONAL: CONCEITOS E MANIFESTAÇÕES

Durante muitos anos, as emoções foram desconsideradas como importantes para a


compreensão do ser humano, sendo vistas como desnecessárias ou supérfluas. Segundo Dias
et al. (2006), pesquisadores como Damásio (1996, 2000, 2004), Bell e Wolfe (2004), Bridges
et al. (2004) destacam a importância das emoções e dos sentimentos em muitos aspectos do
desenvolvimento, tais como: interesse, exploração, temperamento, agressão, apego, relações
de amizade e muitos outros.
É importante destacar, portanto, que felicidade, ansiedade, medo, raiva ou tristeza são
emoções que não atrapalham o indivíduo no dia a dia, necessariamente. Pelo contrário, elas
possibilitam estímulos para que ele obtenha os meios para traçar as melhores estratégias para
conseguir êxito nos seus objetivos (DIAS et al. 2006) se manejadas adequadamente.
De acordo com Damásio (2004) e Harris (1996, apud DIAS et al. 2006), os
sentimentos estão relacionados a outros aspectos mentais do ser humano, como pensamento,
memória e imaginação, por exemplo.

Na nossa experiência passada a aprendizagem vem associando emoções e


pensamento numa rede que funciona em duas direções, certos pensamentos
evocam certas emoções e certas emoções evocam certos pensamentos. Os planos
cognitivos e emocionais estão constantemente ligados por essas interações.
(DAMÁSIO, 2004, p. 79).

Entende-se, portanto, que vários aspectos estão relacionados com o surgimento e


desenvolvimento das emoções, sendo destacados os fatores biológicos e os fatores culturais.
Vários autores abordam os elementos que estão relacionados com o surgimento das emoções e
o desenvolvimento delas. Damásio (1996, 2000 e 2004) destaca os fatores naturais e
biológicos, já os fatores culturais e sociais são destacados por Cole et al. (2002 apud DIAS et
al, 2006, p.12), Dias et al, (2000 apud DIAS et al, 2006, p.125), Harris (1996 apud DIAS et
al. 2006, p.125) e Raver (2004 apud DIAS et al. 2006, p.125). Todos esses autores
corroboram que é importante ressaltar o papel das experiências individuais de cada pessoa
para o desenvolvimento da regulação emocional.
Um ponto de interesse nestes estudos é a concepção de que há uma relação entre
emoção e cognição, pois as emoções são associadas aos pensamentos e tomadas de decisões
pelo indivíduo. Como destaca Dias et al. (2006, p. 136), “o pensar e o sentir estão
associados”. Sendo assim, uma pessoa é capaz de manejar suas emoções e utilizar estratégias
inteligentes que permitirão modular seu estado emocional.
Em uma pesquisa feita por Harris (1996 apud DIAS et al .2006, p. 136), com jovens
de 8 e 13 anos, foi observado que eles suprimiram a expressão do comportamento emocional
(supressão cognitiva), pois sabiam que poderiam desviar o pensamento de algum sentimento
que não queriam que estivesse ativo naquele momento, utilizando como estratégia a distração,
tanto no pensamento, quanto nas ações (estudando e jogando bola, por exemplo.).
De acordo com Harris (1996 apud DIAS et al. 2006, p. 136), podemos pensar que a
compreensão que as crianças têm das emoções pode ser influenciada pela idade e sua
correspondente capacidade cognitiva, bem como por situações que a criança esteja passando.
Ou seja, há alguns fatores relevantes que devem ser levados em consideração: a idade da
criança, a sua capacidade cognitiva e a circunstância em que está inserida, os quais podem
influenciar positiva ou negativamente em suas estratégias emocionais. Há também a
influência cultural de como reagem e lidam com as emoções.
Na perspectiva de Aldão (2013), a regulação emocional se caracteriza como um
processo em que se faz uso de táticas para lidar com as emoções e alcançar objetivos
individuais, sociais, organizacionais ou de trabalho, facilitando a resposta mais adequada às

7
demandas do ambiente, sendo ele capaz de aumentar ou diminuir as emoções, sejam elas
positivas ou negativas. E para Gross (2014), a regulação emocional pode ter implicações
diversas, ao ecoar positiva ou negativamente na cognição, na interação social e na experiência
emocional pessoal.
Entendendo a regulação emocional como a capacidade de gerenciar suas emoções ao
ponto de não as deixar atrapalhar seu cotidiano, na concepção de Leahy et al. (2013), uma
pessoa que vivencia experiências estressantes experimenta as emoções com intensidade
elevada. À medida que essas emoções se intensificam, a tendência é que o indivíduo aja
compulsivamente, adotando um comportamento inadequado ao que a situação exige. Para
esses autores, a regulação emocional consiste em agir com cautela e saber equilibrar essas
emoções, sabendo que uma pessoa com um nível de estresse ou ansiedade controlado, agirá
de forma coerente com dada situação, vendo o problema com mais clareza e resolvendo de
forma eficaz.
Assim, segundo Dias et al. (2006), a regulação emocional, enquanto processo
emocional e cognitivo, permite aos indivíduos a maximização, minimização ou disfarce de
reações e experiências emocionais, bem como possibilita modular a intensidade e duração das
emoções, seja elas positivas ou negativas.
Estudiosos interessados em entender a depressão infantil, por exemplo, têm voltado a
atenção para a forma como a criança e o adolescente com sintomas de depressão regulam suas
emoções. Pesquisas apontam que crianças com depressão não utilizam de maneira eficaz as
estratégias de regulação emocional (ASARNOW, et al 1987; BORGES, et al. 2006;
BURWELL; SHIRK, 2007; LI et al. 2006; MILLER, 2003 apud CRUVINEL,
BORUCHOVITCH, 2011 p.220)
De acordo com a teoria do processamento da informação, Garber et al., (apud
CRUVINEL; BORUCHOVITCH, 2011, p.220) sugerem um padrão para o desenvolvimento
da autorregulação afetiva em que apontam etapas para o controle emocional eficiente. Na
primeira etapa está a percepção do aparecimento da emoção e a avaliação sobre ser necessário
ou não controlar. A segunda etapa visa identificar a causa e o que pode ser feito. A terceira,
por sua vez, resume-se em estabelecer metas, enquanto a quarta, ver quais as possibilidades de
solução para alcançar a meta. Já a quinta, consiste em averiguar os possíveis resultados e por
fim, avaliar o funcionamento das respostas escolhidas.
Segundo Arandiga e Tortosa (2004, apud CRUVINEL, BORUCHOVITCH, 2011
p.220), há muitas sugestões de estratégias que podem ser utilizadas no gerenciamento da
regulação emocional. As pesquisas revelam que cada emoção exige uma estratégia diferente
ou enfrentamento. Por exemplo, para lidar com a tristeza, podem ser empregadas técnicas de
reestruturação cognitiva, ou seja, ressignificar o pensamento e mudar a perspectiva. Outras
estratégias que também podem ser eficientes são a realização de exercícios físicos e atividades
com os amigos.
Para lidar com a raiva, as sugestões de estratégias são a distração, relaxamento
muscular, afastamento da situação, mudança de pensamento, dentre outras. Para o medo, as
estratégias estão ligadas a pedir ajuda, identificar a causa do medo e verificar a autenticidade
dele. Para a alegria, as estratégias de regulação usadas são aquelas que fazem prolongar o
bem-estar físico e psicológico.
Um estudo apresentado por Cruvinel e Boruchovitch (2011) avaliou a regulação
emocional em 54 crianças com idade entre 8 e 10 anos com e sem sintomas de depressão, os
resultados mostraram que os dois grupos relataram o uso de estratégias parecidas para lidar
com variadas emoções, contudo o grupo que tinha sintomas de depressão sentia, mais
frequentemente, raiva, tristeza, e medo, e, com frequência, tinham mais dificuldade em
perceber essas emoções, fazendo com que esse processo de regulação fosse mais dificultado,
pois segundo Boruchovitch (2004), a primeira coisa para se ter a autorregulação é a

8
consciência das emoções. Se o indivíduo não as percebe, dificilmente saberá lidar com elas de
forma adaptativa.
O artigo “Relação entre experiências traumáticas na infância, regulação emocional e o
desenvolvimento de traços psicopáticos na adolescência”, publicado por Ouakinin e Pupo
(2019) tinha como objetivo principal de investigação avaliar se a exposição a situações
traumáticas durante a infância, pode ser associada à estruturação de estratégias de regulação
emocional mal aplicada, o que poderia ser o principal fator para a origem dos traços
psicopáticos na adolescência.
Os procedimentos metodológicos que elas utilizaram foi uma amostra de 133 pessoas
com idade entre 18 e 21 anos, e foi avaliado a presença de um acontecimento traumático, a
presença de traços psicopáticos, e a dificuldade da regulação emocional nesses indivíduos. A
partir dos resultados obtidos, nota-se a coexistência muito relevante entre trauma na infância,
a regulação emocional e os traços de psicopatia, ressaltando que as causas que levam a essa
associação estão relacionadas à dificuldade de acesso à estratégias de regulação emocional, a
falta de consciência emocional, e a dificuldade no controle dos impulsos.
Vale destacar que, para Damásio (2004), mesmo que as emoções e os sentimentos
sejam correlacionados, são dois elementos distintos entre si, no seu livro ele traz uma
definição de ambos:

As emoções são ações ou movimentos, muitos deles públicos, que ocorrem no rosto,
na voz ou em comportamentos específicos. Alguns comportamentos da emoção não
são perceptíveis a olho nu, mas podem se tornar “visíveis” com sonda científicas
modernas [...]. Os sentimentos, pelo contrário, são necessariamente invisíveis para o
público como é o caso de todas as imagens mentais, escondida de quem quer que
seja exceto do seu devido proprietário, a propriedade mais privada do organismo em
cujo cérebro ocorrem. (DAMÁSIO, 2004, p.35)

Deste modo, as emoções são as respostas do corpo, visível para o público, ou através
de alguns instrumentos específicos. E os sentimentos estão relacionados com a experiência
mental da emoção sentida, que não pode ser observada a olho nu, pelos que estão à sua volta.
Sendo assim, as emoções são demonstradas pelo corpo e os sentimentos percebem essas
sensações que o corpo expressa.
As emoções podem ser classificadas da seguinte forma: emoções de fundo, primárias e
sociais ou secundárias. As emoções de fundo, são aquelas relacionadas ao bem-estar ou mal-
estar, ansiedade ou calmaria do indivíduo, se uma pessoa é capaz de distinguir alguns dessas
emoções que são expressas por alguém que acaba de se familiarizar, quer dizer que essa
pessoa sabe ler as emoções de fundo.
As emoções primárias são aquelas consideradas universais, que todos os seres
humanos podem sentir, independente de cultura ou classe social, que são: raiva, tristeza, medo
e felicidade. E por fim, as emoções sociais ou secundárias, que remetem aquelas voltadas para
os aspectos da sociedade e cultura, como vergonha, pena, culpa, orgulho. (DAMÁSIO, 2004;
DELGADO, 1971; VIKAN E DIAS 1996 apud DIAS et al. 2006, p 128).
Segundo Damásio (2004), as emoções que aparentemente são desagradáveis, podem
ser úteis em determinadas situações, tudo depende do contexto presente, e da intensidade
sentida. O medo, bem canalizado, pode desencorajar uma pessoa de pular de uma ponte, se
jogar na frente de um carro, ajudando o indivíduo em uma situação de perigo a ter cautela,
sendo um medo racional que ajuda e não prejudica. Já um medo em uma situação que exige
uma ação, acaba sendo nocivo, e pode vir a atrapalhar o dia-a-dia da pessoa.
Para Harris (1996 apud DIAS et al. 2006. p 128), as emoções primárias e sociais
podem ser diferenciadas pelas expressões do rosto de uma pessoa, sendo as primárias
facilmente identificáveis, enquanto as sociais não são tão expressas na face de alguém, é mais

9
fácil de ocultar. Ele promoveu estudos que buscavam entender como essas emoções se
desenvolvem nas crianças.
[...] crianças de quatro ou cinco anos vêem as pessoas, sobretudo como agentes que
perseguem os próprios objetivos, e que se sentem alegres ou tristes segundo tais
objetivos ou não se realizar. As crianças mais velhas, em contrapartida, aos poucos
percebem que a vida emocional das pessoas não se regula somente por uma
consciência das emoções que outras pessoas expressarão relativamente a essas ações
e suas consequências. (HARRIS, 1996, p.771996 apud DIAS et al. 2006, p 128).

O referido autor afirma que as emoções sociais não dependem exclusivamente de


alcançarmos algum objetivo (como é o caso de algumas emoções primárias), mas dependem
do que causou o resultado de algo, como por exemplo, numa situação de perda, pode haver
culpa por parte daquele que perdeu, pode haver vergonha por ter perdido, isso está
relacionado com questões de padrões morais pré-estabelecidos.
Portanto, diante do exposto, a regulação emocional configura-se como uma habilidade
essencial ao desenvolvimento humano, bem como à vida em sociedade. Desse modo,
ressaltasse a necessidade de compreender a RE a partir da literatura acadêmica existente.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa apresentada neste artigo consistiu na análise de artigos sobre a temática da


Regulação Emocional, publicados entre os anos de 2010 a 2020, no Portal de Periódicos
CAPES. Buscou-se analisar os artigos publicados em língua portuguesa que se debruçam
sobre a temática da regulação emocional, identificando quais são os principais autores que
abordam sobre a temática, com que frequência foram publicados, quais os instrumentos mais
utilizados para medir a RE e quais os métodos e estratégias usadas para tratar as dificuldades
de regulação emocional.
Para a seleção das fontes, foi utilizado o descritor “Regulação Emocional”, presente
no assunto dos artigos e, a partir dos seguintes filtros: os últimos 10 anos, apenas artigos, e
que estivessem publicados em língua portuguesa. A partir desses filtros, ficaram 34 artigos,
mas apenas nove foram publicados em periódicos revisados por pares, então ficaram nove
artigos. Foram excluídos, por sua vez, aqueles que não atenderem à temática ou foram
publicados em outro idioma.
Inicialmente, foi realizada a leitura exploratória de todo material selecionado (leitura
rápida que objetiva verificar se a obra verificada é de interesse para o trabalho); leitura
seletiva (leitura mais aprofundada das partes que mais interessam); e registro das informações
extraídas das fontes em instrumento específico (autores, ano, resultados e conclusões),
conforme passos destacados por Gil (2007).
Na última etapa, foi realizada uma leitura analítica com a finalidade de ordenar e
sumariar as informações contidas nas fontes, de forma que estas possibilitassem a obtenção de
respostas ao problema da pesquisa. As categorias que emergiram da etapa anterior, foram
analisadas e discutidas a partir do referencial teórico relativo à temática do estudo.
A Revisão Sistemática de Literatura, apesar de ser uma pesquisa que se configura
como bibliográfica, tem especificidades, critérios próprios.

É uma modalidade de pesquisa, que segue protocolos específicos, e que busca


entender e dar alguma logicidade a um grande corpus documental, especialmente,
verificando o que funciona e o que não funciona num dado contexto. Está focada no
seu caráter de reprodutibilidade por outros pesquisadores, apresentando de forma
explícita as bases de dados bibliográficos que foram consultadas, as estratégias de
busca empregadas em cada base, o processo de seleção dos artigos científicos, os
critérios de inclusão e exclusão dos artigos e o processo de análise de cada artigo.
Explicita ainda as limitações de cada artigo analisado, bem como as limitações da

10
própria revisão. De forma geral, a revisão de literatura sistemática possui alto nível
de evidência e se constitui em um importante documento para tomada de decisão nos
contextos públicos e privados. (GALVÃO; RICARTE, 2019, p. 02).

Sendo assim, ela não se compõe apenas de uma introdução de uma pesquisa maior, ela
tem seus próprios padrões. Diferente da revisão de literatura de conveniência, a revisão
sistemática de literatura segue procedimentos específicos em sua busca, tendo um alto nível
de evidência científica.
Na seção seguinte, serão apresentados os principais resultados e discussões
provenientes da pesquisa realizada.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme relatado anteriormente, após aplicação de critérios de inclusão e exclusão


da amostra, restaram 09 artigos que compõem a amostra de estudos a serem analisados. O
Quadro 1, por exemplo, apresenta os artigos, autores, tipos de estudo, ano de publicação, bem
como dados sobre participantes e objetivos dos estudos aqui discutidos.

Quadro 1- Classificação dos artigos selecionados quanto ao título, autores/ano,


classificação, participantes, composição e objetivo.

Nº Título do Autor/an Classifica Participantes Composição Objetivo central


Artigo o ção idade da amostra

01 Influência da Teresa Empírico Adolescentes Estudo 216 Analisar a relação


autoestima, da Freire; entre 15 e 19 adolescentes dessas variáveis
regulação Dionísia anos de uma com o bem-estar
emocional e do Tavares população subjetivo
gênero no 2011 normativa de satisfação com a
bem-estar ambos os vida) e com o
subjetivo e sexos bem-estar
psicológico de psicológico
adolescentes (felicidade e
significado),
verificar a
capacidade
de predição do
gênero, da
autoestima e das
estratégias de
regulação
emocional
(supressão
emocional e
reavaliação
cognitiva) nos
diferentes
componentes do
bem-estar.

11
02 Resiliência no Arlete Revisão 53 artigos Apresentar
envelheciment Portella sistemática internacionais conceitos de
o: revisão da Fontes de e onze resiliência
literatura e,Anita literatura nacionais. psicológica em
Liberales idosos, associados
so Neri aos
2015 modelos teóricos
dominantes e
descrever os
principais
dados encontrados
em revisão de
literatura
internacional e
brasileira.

03 Inteligência Cláudia Empírico Adultos 250 Compreender a


emocional e Andrade, entre 20 e 63 professores relação entre a
engagement em Natalie anos do 2º ciclo inteligência
professores do Santos, (5.º e 6.º ano) emocional e o
ensino básico e Glória (26.4%), 3º engagement.
secundário da Franco ciclo (7.º, 8.º
Ilha da Madeira 2016 e 9.º ano)
(57.2%) e
Secundário
(10.º, 11.º e
12.º ano)
(16.4 %), do
género
feminino
(70.4%) e do
masculino
(29.6%),

04 Regulação Miriam Empírico Crianças e 54 alunos de Avaliar a


emocional em Cruvinel; adolescentes 3ª e 4ª séries regulação
crianças com e Evely entre 8 e 12 do ensino emocional de
sem sintomas Borucho anos fundamental, crianças com e
de depressão vitch sendo 27 com sem sintomas de
2011 sintomas depressão.
depressivos
(G1) e 27
sem
sintomatologi
a (G2).

12
05 Emotional Samila Empírico Idosos Cento e Examinar os
Regulation Sathler entre 60 e 70 cinquenta e indicadores
Questionnaire Tavares anos três psicométricos do
(ERQ): Batistoni, idosos Questionário de
Indicadores Tiago homens e Regulação
Psicométricos Nascime mulheres. Emocional (QRE)
e Relações com nto e suas relações
Medidas Ordonez, com medidas de
Afetivas em Thaís experiência
Amostra Idosa Bento afetiva, satisfação
Lima da com a vida e
Silva* , depressão em
Priscila idosos.
Pascarelli
Pedrico
do
Nascime
nto &
Meire
Cachioni
2013

06 Regulação Vitor Empírico Adultos Participaram


emocional, Santos entre 18 e 64 da pesquisa Analisar as
bem-estar Santana anos (idade 231 relações entre
psicológico e Sônia média 32,3 brasileiros, modos de
bem-estar Maria anos) homens e regulação
subjetivo Guedes mulheres. emocional e três
Gondim dimensões de
2016 bem-estar
subjetivo, a partir
de dois modelos:
um de predição e
outro de
mediação, que
envolve efeitos
indiretos da
autonomia e do
domínio do
ambiente.

13
07 O papel de Melanie Empírico Adultos 67 adultos Examinar o papel
processos Fernande idade média com doenças preditor de
relacionados s, 36,99 anos celíacas, processos
com a homens e relacionados com
regulação Ana mulheres. a regulação
emocional e da Galhardo emocional, fusão
vergonha , cognitiva,
associada à evitamento
doença crónica Ilda experiencial,
nos sintomas Massano- autocompaixão
de depressão, Cardoso autojulgamento e
ansiedade e 2020 a vergonha
stress de associada à
pessoas com doença dos
doença celíaca sintomas
psicopatológicos
de depressão,
ansiedade e stress
em pacientes com
o diagnóstico de
doença celíaca.

08 Medida de Ana Empírico Adultos


Regulação Lucia entre 18 e 63 480 Desenvolver uma
Emocional no Teixeira anos idade trabalhadores medida de
Trabalho (RE- Hirschle média de 35 de indústrias regulação
Trab): Sonia anos nacionais e emocional para o
Estrutura e Maria multinacionai contexto de
Evidências de Guedes- s instaladas trabalho
Validade Gondim na Bahia.
2019

09 Construção e José Empírico Adultos 207 Investigar as


validação de Maurício idade média participantes propriedades
um Haas entre 30,3 adultos, de psicométricas de
instrumento Bueno anos ambos os um instrumento
para avaliação 2013 sexos. para avaliação da
da regulação regulação
emocional emocional.

Fonte: Elaborada pela autora

De um modo geral, é possível perceber que há poucos artigos publicados em língua


portuguesa e que eles não se concentram numa data de publicação específica. Observa-se que
a Regulação Emocional é um tema bastante necessário a ser discutido, pois em todos os
ambientes precisam ser utilizados em algum momento um tipo de estratégia, seja no espaço
educacional, no contexto de trabalho ou no meio familiar. Vê-se, portanto, a necessidade de
mais publicações em língua portuguesa sobre essa temática, pois, mesmo colocando um filtro
mais extenso para pesquisa (os últimos dez anos), obtivemos uma pequena amostra de apenas

14
nove artigo que atendiam as nossas necessidades da pesquisa.
De acordo com Dias et al. (2006, p.131), “controlar as emoções possibilita às pessoas
manifestarem para os outros como elas estão se sentindo e fazê-lo de forma adequada a
situação e de acordo com as modalidades previstas na cultura à qual pertence a educação
recebida.” Pessoas com a capacidade de usar estratégias para administrar as diferentes
emoções não apresentam dificuldades nos relacionamentos interpessoais e intrapessoais em
comparação com aquelas que não sabem gerenciar de forma eficaz suas emoções.
Os artigos foram organizados e classificados em 3 categorias que emergiram da leitura
e análise inicial, a saber: 1) artigos que tratam da construção e Validação de Instrumentos de
avaliação da Regulação Emocional; 2) artigos que tratam da relação da regulação emocional e
outras variáveis; e 3) artigos que tratam do desenvolvimento da regulação emocional ao longo
do ciclo vital.
Ressalta-se que alguns artigos compõem mais de uma categoria, haja em vista tratar de
dois ou mais temas de interesse na análise. Tais categorias e os artigos componentes da
amostra são apresentados e discutidos nas subseções seguintes.

4.1 Construção e/ou Validação de Instrumento de avaliação da Regulação Emocional

Três artigos do Quadro 1 (cinco, oito e nove) foram classificados na categoria


construção e/ou validação de instrumento de avaliação da regulação emocional. O artigo de
Batistoni et al. (2013) examinou indicadores psicométricos da regulação emocional e suas
relações com as medidas de experiência afetiva e satisfação com a vida. Para isso, utilizaram
o Questionário de Regulação Emocional (QRE), que se trata de um instrumento criado por
Gross e John (2003), é composto por 10 itens relacionados aos dois processos de regulação
emocional, que consiste numa medida de autorrelato, sendo que seis deles compõem o fator
reavaliação cognitiva e quatro itens compõem o fator de supressão emocional. A reavaliação
cognitiva incide em observar e interpretar o que resulta naquela expressão emocional e a
partir dessa observação modificar ou alterar o impacto dessa emoção. A supressão emocional,
versa sobre a capacidade de inibir os comportamentos emocionais (GROSS, 2014).
As respostas do questionário são registradas numa escala Likert, que varia de 1
(discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente), ou seja, pontuações maiores indicam o uso
mais frequentes de uma determinada estratégia. Ele foi adaptado por Boia e Soares (2009,
apud BATISTONI et al. 2013) para aplicação na população adulta brasileira e está disponível
no site da Stanford Psychophysiology Laboratory.
Utilizou-se, ainda, a Escala de Ânimo Positivo e Negativo – EAPN - (SIQUEIRA, et
al. 1999, apud BATISTONI et al. 2013), a qual avalia os afetos positivos e negativos que
experimentou durante a semana, a Escala para Medida da Satisfação Geral com a Vida
(FREIRE, 2001; NERI, 2002; SANTOS, 2003, apud BATISTONI et al. 2013 ), que avalia a
satisfação atual com a vida e a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15), a qual foi validada
para os idosos brasileiros por Almeida e Almeida (1999) e propõe identificar presença
expressiva de sintomas depressivos (FRANK; RODRIGUES, 2006, apud BATISTONI et al.
2013).
Quanto aos principais resultados, o QRE revelou bons identificadores de equilíbrio
temporal sugerindo que a ferramenta se apresenta confiável para uso em população idosa.
Batistoni et al. (2013) evidenciaram que, na amostra idosa, o fator mais pontuado foi a
Reavaliação Cognitiva, evidenciando que aplicam mais estratégias saudáveis e adaptativas. A
subescala de supressão emocional obteve menores escores.
Esse estudo também evidenciou que o maior uso de reavaliação cognitiva tem melhor
relação com a saúde emocional, quando comparado com a supressão. Os dados coletados
ainda mostram que a reavaliação cognitiva tem relação significativa com os indicadores

15
afetivos, ou seja, o maior uso de reavaliação tem relação direta com a experimentação de
afetos positivos e satisfação com a vida.
Por sua vez, o estudo de Hirschle e Gondim (2016) teve como objetivo desenvolver
uma medida de regulação emocional para o contexto de trabalho. Utilizou o ERP-Br – versão
diminuída do Emotion Regulation Profile (ERP),(de quinze itens) que foi adaptada para o
contexto brasileiro, em uma versão reduzida, o ERP-Br (seis itens). Neste instrumento, avalia-
se dois modos de regulação das emoções, fazendo uso de estratégias diferenciadas: Regulação
Descendente (RD), corresponde a redução dos efeitos indesejáveis e Regulação Ascendente
(RA) que responde pelo aumento dos efeitos desejáveis das emoções positivas. Apresenta três
casos ativadores de emoções desagradáveis (ciúme, tristeza e medo) para medir a regulação
descendente e três situações eliciadoras de emoções agradáveis (alegria, orgulho e admiração)
para medir a regulação ascendente.
Nos resultados desse estudo, as autoras concluem que, para direcionar uma estratégia
de regulação emocional, deve-se levar em conta o contexto inserido, nesse caso, em um
contexto de trabalho; as normas, os valores, a cultura organizacional, tudo isso deve ser
levado em consideração, pois influenciam diretamente na escolha da estratégia adequada. Elas
consideram que a RA e a RD podem ser consideradas adequadas dependendo do contexto,
sugerindo, portanto, que não há estratégias desadaptativas, mas todas são necessárias para
lidar no ambiente de trabalho.
A terceira pesquisa componente desta categoria de análise, realizada por Bueno
(2013), utiliza três instrumentos para Avaliação da RE. O primeiro deles foi o Teste de
Regulação Emocional (TRE), que foi feito baseado no Stroop Emocional, em que o
participante tem a tarefa de nomear as cores. No que diz respeito ao TRE, foi aplicado a
estímulos não verbais (eram imagens selecionadas do International Affective Picture System),
sobre as quais foram adicionados círculos coloridos (um por imagem), de aproximadamente
1,5 cm de diâmetro, na posição central horizontal da imagem (no centro, à direita ou à
esquerda). Os estímulos verbais eram palavras, em português, selecionadas das normas
Brasileiras para o Affective Norms for English Words, que eram grafadas em diferentes cores.
Tanto os pontos sobre as imagens quanto as palavras apareciam equitativamente em quatro
cores: amarelo, vermelho, verde e azul.
Este instrumento avalia quatro dimensões, dividido da seguinte forma: quinze itens de
valência neutra, quinze de valência negativas associadas à emoção de tristeza, quinze com
valência negativa associada à ansiedade e quinze com valência positiva. Antes disso, os
participantes foram submetidos a outros quinze estímulos retirados do armazenamento de
imagens da Microsoft Office para se familiarizar com o teste. Para a aplicação desse
instrumento, utilizou-se do auxílio do Power Point, no qual mostrou aos participantes as
instruções durante os testes. Para todos os estímulos de cada série com quinze itens, foi dado
o tempo de quinze segundos para nomeação entre a aplicação de um bloco de 15 estímulos e o
seguinte.
Outro instrumento utilizado por Bueno (2013) foi o RA (Prova de Raciocínio
Abstrato), a qual apresenta 25 seções no modelo de analogias, do tipo cinco alternativas para
avaliar o raciocínio indutivo. É associado a competência de raciocinar em situações novas. E
o último instrumento de avaliação utilizado por Bueno (2013) foi a Bateria Fatorial de
Personalidade (BFP), que avalia os cinco grandes fatores de personalidade (Neuroticismo,
Extroversão, Socialização, Realização, Abertura à Experiência), a qual contém 126
afirmações, avaliadas numa escala de 1 (descreve-me muito mal) a 7 (descreve-me muito
bem).
Os resultados da aplicação desse instrumento (TRE) mostraram composição bifatorial
referente ao tipo de estímulo (imagens ou palavras), com bons indicadores de consistência
interna, mas esses indicadores não se relacionam entre si, nem com traços de personalidade e

16
inteligência. Os resultados demonstraram que não há diferença significativa entre os tempos
para nomear as cores de palavras relacionadas às emoções negativas e neutras. Contudo, ao
usar imagens no lugar de palavras, fez com que o tempo para nomeação das cores fosse maior
para palavras emocionalmente negativas, sugerindo assim que, a influência causada por
imagens é mais forte do que as causadas pelas palavras.
A partir da análise desses três estudos, de modo geral, é possível afirmar que a
regulação emocional vem sendo avaliada por instrumentos de pesquisas diversificados, sendo
a maioria adaptados dos já existentes em outros países. É notório que o público-alvo dessas
pesquisas na aplicação dos instrumentos são adultos de ambos os sexos, deixando a desejar
quanto à pesquisa com crianças, pois nenhum dos instrumentos mencionados nos estudos
anteriores é utilizado em população infantil, embora seja reconhecida a importância de estudar
a Regulação Emocional na Infância (DIAS et al, 2006).

4.2 Relação da Regulação Emocional com outras variáveis

Quatro artigos do Quadro 1 (um, três, seis e sete) foram classificados na categoria
Relação da Regulação Emocional com outras variáveis.
Freire e Tavares (2011) analisaram a influência da autoestima, da regulação emocional
e do gênero no bem-estar subjetivo e psicológico de uma amostra de adolescentes. Quanto às
estratégias de regulação emocional, elas avaliaram as duas vertentes: a supressão emocional e
a reavaliação cognitiva, a partir dos diferentes componentes do bem-estar.
Chegaram à conclusão de que a autoestima mostrou ser uma importante variável na
promoção do bem-estar em adolescentes, assumindo como elemento fundamental na
intervenção clínica positiva e preventiva. E ainda concluíram que a supressão emocional teve
correlação negativa com todas as medidas de bem-estar, e a reavaliação cognitiva mostrou a
inclusão positiva e significativa com os níveis de felicidade.
Fernandes et al. (2020), por sua vez, examinaram o papel preditor de processos
relacionados com a RE e a vergonha associada a doenças com sintomas psicopatológicos de
depressão, ansiedade e stress em pacientes com doença celíaca. Quanto ao processo de
regulação emocional e a vergonha associada a doença crônica, elas evidenciaram que os
indivíduos tendem a utilizar o evitamento experiencial, que é um mecanismo de defesa, no
qual os indivíduos buscam dominar, alterar ou escapar de experiências interiores que são
dolorosas, mesmo que elas possam se tornar em consequências negativas.
Ao final desse estudo, concluíram que o autojulgamento é o principal preditor
expressivo dos sintomas emocionais negativos que afetam as pessoas com a doença celíaca. A
sugestão de tratamento para esse sintoma é a abordagem terapêutica que provoque a redução
do autojulgamento, como por exemplo a terapia Focada de Compaixão.
Outro estudo, de Santana e Gondim (2016), analisou as relações entre modos de
regulação emocional: Regulação Descendente (RD) corresponde a redução dos efeitos
indesejáveis e Regulação Ascendente (RA) que responde pelo aumento dos efeitos desejáveis
das emoções positivas e três dimensões do bem-estar subjetivo, a partir de dois modelos: a
predição e a mediação. Para os autores deste artigo, quando tem o objetivo de reduzir as
emoções ruins, faz-se necessário que a pessoa faça um esforço cognitivo maior, para que
assim as situações de afetos positivos sejam mantidas e os negativos reduzidos na mesma
medida.
Os autores partiram da hipótese de que os modos de RE e as dimensões de bem-estar
subjetivo são mediados pela autonomia e domínio do ambiente, e ao final foi confirmado, pois
há correlações positivas entre RE e as dimensões de afetos positivos.
Com objetivo de compreender a relação entre inteligência emocional e o engagement,
Andrade et al (2016) fizeram um estudo sobre essa temática, a amostra foi composta por 250

17
professores da Ilha da Madeira em Portugal. Alguns instrumentos foram utilizados para essa
pesquisa; o Trait Meta-Mood Scale, o Questionário de Expressividade e o de Regulação
Emocional e o Utrech Work Engagement Scale.
O Trait Meta-Mood Scale (TMMS-24) de Mayer e Solovey (1990, apud ANDRADE
et al. 2016), faz a avaliação através de 24 itens de escala Likert de cinco pontos, três
dimensões chave da IE: a atenção às emoções, a clareza dos sentimentos e a reparação do
estado emocional. O questionário de Expressividade de Gross e John (2003, apud ANDRADE
et al. 2016), versão portuguesa avalia a expressividade em três categorias: negativa, positiva e
força do impulso, há nesta escala 14 itens tipo Likert de sete pontos. O Questionário de
Regulação Emocional, é constituído por nove itens de escala tipo Likert de sete pontos, que
avalia as duas dimensões: a repressão das emoções e a reavaliação delas. A Utrech Work
Engagement Scale traduzida e adaptada por Marques-Pinto (2000, apud ANDRADE et al.
2016), é composta por 17 itens de escala tipo Likert de seis pontos que avaliam o vigor, a
dedicação e a absorção no ambiente de trabalho.
Os resultados dessa pesquisa mostraram uma associação positiva entre as dimensões
de inteligência emocional, exceto a repressão (que não apresentou nenhuma relação com o
engagement) Identificaram que os professores que utilizaram estratégias de RE como a
reavaliação tiveram mais engajamento e dedicação no trabalho dos que usaram a supressão.
Contudo, somente a inteligência emocional prediz de forma significativa o vigor, a dedicação
e a absorção. Revelaram que para ter o engagement dos professores no trabalho, o
entendimento e o reconhecimento de suas emoções é o principal preditor, levando a um maior
êxito no desenvolvimento das suas tarefas, pois saberá utilizar a estratégia de regulação
adequada à situação vivenciada.
Os artigos que tratam sobre a Regulação Emocional com outras variáveis mostraram a
relação da RE com a autoestima, com o bem-estar subjetivo e psicológico, com o engagement
no trabalho, vergonha, estresse, ansiedade e depressão. Ficou em evidência a importância da
RE para o bem-estar e saúde, pois como afirma Freire e Tavares (2010) a capacidade de
regular as emoções está associada significativamente ao bem-estar.
Diferentemente da reavaliação emocional como estratégia de regulação, a supressão
mostrou ser menos eficiente quanto a satisfação com a vida, o bem-estar, e sintomas de
ansiedade e estresse. Os artigos mencionados nesta seção, demonstram que o ato da repressão
emocional ou do evitamento dela, é uma estratégia menos eficiente e tem um efeito curto,
sendo a menos indicada. Por outro lado, a que se mostrou mais eficiente trazendo resultados
positivos foi a reavaliação emocional.

4.3 Desenvolvimento da Regulação Emocional ao longo do ciclo geracional

Três artigos do Quadro 1 (quatro, cinco e dois) foram classificados


predominantemente na categoria Desenvolvimento da Regulação Emocional ao longo do ciclo
geracional. Como os sintomas de depressão são uma condição que interfere no
desenvolvimento infantil, Cruvinel e Boruchovitch (2011) pesquisaram e avaliaram a
regulação emocional em crianças com e sem sintomas de depressão para uma melhor
discussão sobre a temática e como desenvolver programas voltados para a prevenção desses
sintomas, ou intervenções.
A pesquisa empírica ocorreu com 27 alunos com sintomas depressivos e 27 sem essa
sintomatologia e foi feita a partir do Inventário de depressão Infantil - CDI (KOVACS 1992,
apud CRUVINEL ,BORUCHOVITCH, 2011) e a Entrevista com Pranchas para Avaliação da
Regulação Emocional de Alunos do ensino fundamental (CRUVINEL, BORUCHOVITCH,
2011).
Com os resultados obtidos, puderam constatar que os dois grupos utilizam estratégias

18
de regulação emocional parecidas para lidar com as diversas emoções, contudo os
participantes do grupo com sintomas de depressão têm mais dificuldade em perceber a
emoção e gerenciar de forma positiva, sentem mais raiva, tristeza e medo do que os
participantes do segundo grupo. As crianças sem a sintomatologia de depressão são mais
eficientes na identificação da emoção, o que possibilita utilizar a estratégia de regulação
emocional adequada à situação.
Fontes e Neri (2015) fizeram uma revisão de literatura internacional e brasileira no
período de 2007 a 2013, tem por título "Resiliência e velhice”, utilizando como base de dados
Scielo, PubMed, e PsychoInfo, e PePISC, com o objetivo de apresentar conceitos de
resiliência psicológica em idosos, associados aos modelos teóricos dominantes. Entre as
categorias que elas classificaram, há uma que é a Regulação emocional frente a experiências
estressantes.
Segundo esses autores, a resiliência pode ser compreendida como modelo de
funcionamento adaptativo quando precisa enfrentar algum risco atual ou ao longo da vida
(FONTES; NERI, 2015). Os artigos por elas selecionados para a categoria de Regulação
emocional destacam as emoções positivas no envelhecimento, como otimismo, autoaceitação,
desejo de viver e autocontrole. Na literatura pesquisada, também se evidenciou que, na
velhice os processos emocionais como o bem-estar tendem a diminuir depois dos 60 anos,
possivelmente em decorrência do aumento de doenças. Contudo, as experiências negativas ou
estressantes que não podem ser evitadas/ignoradas, demonstram uma resposta adaptativa.
Diante disso, as autoras apontaram que os idosos resilientes são capazes de utilizar
estratégias de regulação emocional mais eficientes e essa capacidade pode ter relação com os
processos de seleção adaptativos, em que os idosos poupam recursos psicológicos,
fisiológicos e sociais, diminuindo a quantidade de vínculos e mantendo apenas os que
significam uma proximidade afetiva, aumentando assim o conforto do bem-estar subjetivo.
Conforme o estudo de Batistoni et al. (2013), detalhado previamente no tópico 4.1,
feito com amostra idosa, comprovou-se que o maior uso de reavaliação cognitiva tem melhor
relação com a saúde emocional, quando comparado com a supressão. Os dados coletados
ainda mostram que a reavaliação cognitiva tem relação significativa com os indicadores
afetivos, ou seja, o maior uso de reavaliação tem relação direta com experimentos de afetos
positivos e satisfação com a vida. O questionário utilizado revelou bons identificadores de
equilíbrio temporal sugerindo que a ferramenta se apresenta confiável para uso em população
idosa e confirmaram que, na amostra idosa, o fator mais pontuado foi a Reavaliação cognitiva,
evidenciando que aplicam mais estratégias saudáveis e adaptativas
É possível atestar, conforme a literatura existente, que as respostas emocionais de um
indivíduo variam de acordo com os fatores culturais que ele aprendeu na infância (DIAS et
al., 2006). Então fica clara a importância da RE desde os primeiros anos de vida. No estudo
feito por Cruvinel e Boruchovitch (2011), as autoras apontam que a forma como crianças e
adolescentes administram suas emoções podem aumentar ou diminuir as chances de
desenvolverem a depressão, e por algumas vezes há uma falha no processo de perceber essa
emoção interna e dificilmente será neutralizada se passar desapercebida.
Um outro estudo feito por Lawton et al. (1992, apud BATISTONE et al. 2011) foi um
dos primeiros estudos a constatarem que quanto às habilidades de Regulação emocional os
idosos divergiam dos mais novos. Outros estudos corroboram com essa teoria, evidenciando
que os idosos são mais tendenciosos a utilizar maior controle emocional, e inclusive regular a
experiência interna com situações negativas, em momento de raiva e da expressão externa de
felicidade e tristeza. (BLANCHARD-FIELDS et al. 2004; GROSS et al 1997, apud
BATISTONE et al. 2011).
Após a análise dos artigos componentes da amostra da presente revisão de literatura,
ficou evidenciada pouca literatura disponível sobre a regulação emocional, principalmente

19
relacionados com a educação e na infância. Lembra-se, aqui, que é importante saber lidar com
as emoções de forma eficaz, pois elas podem interferir em todas as áreas da vida. “Sem
emoções nossas vidas não teriam significado, textura, riqueza, contentamento e conexão com
outras pessoas.”(LEAHY et al. 2013). Como os referidos autores abordam, as emoções são
parte essencial da nossa vida.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo da escrita deste artigo, após exame da literatura disponível na área, nota-se
que, quando o indivíduo sabe utilizar estratégias de RE eficientes, ele tem melhor convívio
nas relações, seja na família ou em sociedade, também tem maior desenvolvimento e bons
relacionamentos no ambiente de trabalho sendo a RE essencial ao longo do desenvolvimento
humano.
De um modo geral, é possível perceber que há poucos artigos e que eles não se
concentram numa data de publicação específica, bem como os principais teóricos
mencionados quando se fala sobre RE são Damásio (1996,2000 e 2004), Gross (2014) e
Harris (1996), os quais compreendem a Regulação emocional como a forma de lidar com os
processos emocionais de forma intencional, ativando ou diminuindo-as, consistindo em um
processo cognitivo, psicológico e consciente, onde permite o individuo gerenciar os as
emoções sentidas, seja para diminuir, aumentar ou disfarçar.
Quanto aos instrumentos utilizados para avaliar a RE, é possível afirmar que ela vem
sendo avaliada por instrumentos de pesquisas diversificados, a maioria já existente havendo
apenas adaptação para o contexto brasileiro. Ficou claro que as pesquisas sobre RE em sua
maioria são voltadas para a população adulta e a escassez de estudos com instrumentos para a
população infantil, para qual se faz necessário instrumentos e procedimentos específicos para
essa faixa etária.
Outro aspecto muito importante decorrente do exame da literatura existente consiste
na identificação das principais estratégias mais usadas diante da desregulação emocional, as
quais são a reavaliação e a supressão, sendo a reavaliação mais eficiente, pois mostrou um
resultado mais duradouro e satisfatório ao longo do tempo.
Saber regular as emoções é imprescindível em todos os ciclos, desde a infância até a
vida adulta. A inabilidade pode trazer consequências negativas, tanto para aquele que a
experimenta, quanto para aqueles que estão à sua volta, pois as emoções, todas elas, têm papel
fundamental para o processo de amadurecimento, sejam as emoções consideradas boas ou
aquelas consideradas ruins.
Ainda pode-se observar, neste sentido, que a regulação emocional vem sendo apontada
como uma relevante habilidade para a vida intrapessoal e interpessoal, ajudando a manter a
saúde e bem-estar psicológico e social. Desse modo, reitera-se a necessidade de
aprofundamentos nos estudos sobre o tema, conforme estudo de revisão sistemática de
literatura apresentado neste artigo.
Por fim, indica-se que houve algumas limitações na presente pesquisa, como uma
amostra reduzida de artigos publicados nos últimos dez anos em língua portuguesa, pois a
maior parte da literatura referente à temática se encontra em inglês. Contudo, os objetivos
foram alcançados com êxito, e sugere-se a realização de novas pesquisas com uma amostra
maior de artigos e estudos empíricos sobre a regulação emocional na infância.

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