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VOTUPORANGA
2021
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Votuporanga
2021
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BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________________________
Prof. Dr
___________________________________________________________
Prof. Me
___________________________________________________________
Prof. Esp.
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Para que os alunos possam ter um bom aprendizado e melhorem seu rendimento
escolar, diversos fatores são relevantes. Dentre eles, está a influência do ambiente
escolar. A arquitetura de uma Instituição de Ensino pode influenciar positivamente
ou negativamente no aprendizado dos alunos, pois o conforto de um ambiente
escolar projetado adequadamente permite aos alunos condições necessárias para
um bom rendimento escolar. Questões como poluição visual, limpeza e organização
constante, iluminação e ventilação adequadas são fatores que influenciam
diretamente tornando o ambiente agradável e favorável ao aprendizado. O que se
pretende através desse trabalho, é entender como o espaço escolar pode influenciar
a aprendizagem, levando-se em consideração um modelo pedagógico interacionista.
Como metodologia, este estudo analisa a arquitetura de uma escola municipal da
cidade de Quintana-SP observando os aspectos arquitetônicos e pedagógicos e
suas correlações. Espera-se como resultados apontar aspectos do ambiente escolar
que condicionados ao modelo pedagógico possam ser aperfeiçoados melhorando
assim o processo de ensino e aprendizagem.
ABSTRACT
For students to learn well and improve their academic performance, several factors
are relevant. Among them is the influence of the school environment. The
architecture of an educational institution can positively or negatively influence student
learning, as the comfort of a properly designed school environment allows students
the necessary conditions for good academic performance. Issues such as good
location in the sense of a good place to live, not just a real estate vision, constant
cleaning, adequate lighting and ventilation are factors that directly influence making
the environment pleasant and favorable to learning. The aim of this work is to
understand how the school space can influence learning, taking into account an
interactionist pedagogical model. As a methodology, this study analyzes the
architecture of a municipal school in the city of Quintana-SP, observing the
architectural and pedagogical aspects and their correlations. It is expected as results
to point out aspects of the school environment that conditioned to the pedagogical
model can be improved, thus improving the teaching and learning process.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........…………………………….........……………................13
1.1 Considerações acerca da história da Arquitetura Escolar no Brasil e no
Mundo ........................................................................................................................13
1.2 Justificativa................................................................................................17
1.3 Objetivos....................................................................................................18
1.3.1 Objetivo Geral............................................................................................18
1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................18
2 DESENVOLVIMENTO …………………………………………………….....19
2.1 Referencial Teórico……………………………………………………...........19
2.1.1 Conceituação da relação usuário-ambiente no espaço escolar................19
2.1.2 Contextualização.......................................................................................20
2.1.2.1 Relação da arquitetura e da Pedagogia....................................................20
2.1.3 Modelos Pedagógicos: Empirismo, Apriorismo e Interacionismo..............21
2.1.3.1 Empirismo..................................................................................................22
2.1.3.2 Apriorismo.................................................................................................24
2.1.3.3 Interacionismo...........................................................................................25
2.1.3.3.1 Vygotsky e Piaget..................................................................................... 26
2.2 Metodologia..............................................................................................28
4 ANÁLISES E DISCUSSÕES....................................................................64
4.1. Aspectos contextuais-ambientais..............................................................64
4.1.1 Relações com o entorno da escola...........................................................64
4.1.1.1 Dados demográficos da cidade de Quintana............................................64
4.1.1.2 O entorno da escola..................................................................................65
4.2 Aspectos programáticos-funcionais...........................................................68
4.2.1 Organização espacial................................................................................68
4.2.2 Acessos e percursos.................................................................................73
4.2.3 Adequação do layout escolar....................................................................80
4.2.4 Luminosidade e acústica...........................................................................86
4.3 Aspectos estéticos-compositivos..............................................................89
4.4 Wish poems e Mapas mentais..................................................................92
4.4.1 Aplicação dos Wish Poems.......................................................................92
4.4.1.1 Resposta dos alunos de oito anos de idade.............................................93
4.4.1.2 Resposta dos alunos de nove anos de idade...........................................93
4.4.1.3 Resposta dos alunos de dez anos de idade.............................................93
4.4.2 Aplicação dos Mapas Mentais...................................................................95
4.4.3 Aplicação do questionário de satisfação dos usuários..............................98
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................102
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................104
13
1. INTRODUÇÃO
Segundo Paulo Freire (2003, p.40) “A educação é sempre uma certa teoria do
conhecimento posta em prática.” Ou seja, a educação significa o meio em que os
valores e tradições de uma civilização são transferidos de geração em geração.
A arquitetura escolar, de acordo com Frago e Escolano (2001), pode ser
definida como a relação do aluno com o ambiente de uma escola. É quando a
educação se aplica em um espaço físico projetado para o aprendizado, que oferece
uma estrutura pensada para que o conhecimento seja construído e alcançado.
Segundo Costa e Jerônimo (2017) apud Melatti (2004, p.90), existiram vários
modelos de escola que foram se modificando até a escola que conhecemos hoje.
Nos primórdios da humanidade, as atividades voltadas para a educação aconteciam
ao ar livre, em casa, na natureza ou em alguma outra edificação destinada a outro
fim, sem as características e condições necessárias. Não existia um modelo de
arquitetura escolar, mas sim um ambiente aleatório onde acontecia uma educação
informal, ou seja, os conceitos de aprendizagem eram passados dentro da própria
família, com o passar das gerações. (COSTA; JERÔNIMO, 2017)
relata que as construções das escolas seguiam estilos mais modernos, com
formatos retos lembrando a indústria, que poderiam ser comparadas a caixas.
(COSTA; JERÔNIMO, 2017)
Depois das manifestações da Semana de Arte Moderna, em 1922, e
também após revoluções, como por exemplo, a Revolução de 1930, as edificações
escolares começaram a serem executadas com uma arquitetura mais moderna,
evitando referências aos estilos antigos. Os espaços eram construídos com maior
racionalidade e funcionalidade: edifícios menos compactos, maior liberdade na
implantação, espaço livre para as atividades de lazer, entre outras mudanças
(BUFFA; PINTO, 2002).
Simultaneamente, novos conceitos começaram a ser executados no projeto
arquitetônico de escolas, como por exemplo, construção de salas de aula mais
amplas, bem iluminadas e com boa ventilação, pintadas com cores mais claras, a
implantação de novas instalações como auditórios, salas de educação física,
bibliotecas, salas para assistência médica, dentista, entre outros (FDE, 2016). Nos
últimos quarenta anos, a arquitetura escolar foi padronizada nos estados do Brasil.
1.2) Justificativa
1.3) Objetivos
2. DESENVOLVIMENTO
“Mais do que base física a partir e por meio da qual a pessoa recebe
informações (visuais, táteis, térmicas, auditivas e/ou olfativas-
gustativas), o ambiente é um agente continuamente presente na
vivência humana. De fato, grande parte do comportamento do
indivíduo envolve a interação com o espaço e no espaço, desde
atividades simples como alimentar-se e vestir-se, até atividades
complexas, como definir um percurso na urbe.” (ELALI , 2003,p.1).
2.1.2) Contextualização
2.1.3.1) Empirismo
convicções são oriundas das nossas percepções sensoriais. John Locke, filósofo
empirista, afirmava que “ao nascermos, nossa mente é como um papel em branco,
completamente desprovido de ideias.” (ABRANCHE & ANASTACIO, 1989)
O aluno já traz um saber que ele precisa, qualquer ação que ele
decida fazer é instrutiva, o que ele realmente necessita é organizá-la
e recheá-la de conteúdos. O poder que é exercido sem reservas, no
modelo empírico, pelo professor cai por terra no modelo apriorista.
(BECKER, 2001, p. 21-22).
2.1.3.3) Interacionismo
Seus conhecimentos são construídos por meio de seu contato com o local em que
está inserido. Piaget se dedicou ao estudo do desenvolvimento cognitivo e o
“construtivismo” foi o nome pelo qual sua teoria se popularizou.
2.2) Metodologia
Figura 6 - Planta baixa da Escola: Planta do Pavimento Térreo e Superior e Quadra Poliesportiva
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A escola possui duas portas principais, sendo que a primeira fica na lateral
da escola e é destinada, para a entrada de alunos, dando acesso ao pátio principal.
A segunda é destinada para a entrada de funcionários, pais e professores, e dá
acesso somente à secretaria, isso atende uma norma importante de segurança onde
todos os pais ou responsáveis que vierem a escola precisam se identificar na
secretária e não tem acesso direto aos alunos.
Se o aluno seguir reto por onde entrou, encontrará uma escada, ou poderá
encontrar uma rampa de acesso à esquerda junto com outra escada, que dá acesso
ao bloco principal da escola, o bloco das salas de aula.
Figura 11: Pátio de entrada dos alunos – imagem panorâmica onde se pode ver a escada principal e
a escada com a rampa à esquerda
Figura 13: Palco para apresentações com banheiros nas laterais no pátio coberto
Figura 29: Disposição espacial entre a quadra descoberta, o pátio coberto e o bloco de salas externo
Nesse corredor há acesso para nove portas, sendo elas dos respectivos
ambientes: Laboratório de informática, sala da coordenação, sala da direção, WC
feminino, WC masculino, sala de aula 1 (do 3°B e do 3°D), sala de aula 2 (do 3°A e
do 3°C), sala dos professores e depósito.
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Figura 42 - Depósito
4) Análises e Discussões:
A autora Azevedo (2002) também afirma em sua análise que deve haver uma
coerência nos espaços destinados a circulação, ou seja, nos corredores.
Para que o espaço tenha uma acústica de qualidade reparos devem ser
realizados a fim de impedir a má propagação do som. Quando o isolamento sonoro
acontece de forma correta, os ruídos externos indesejados são resolvidos, ou
passam despercebidos, pois passam a representar incomodo desprezível. (Barreiros
e Sopchaki, 2013)
Nas imagens abaixo pode-se observar a escolha das cores da parte de dentro
e na parte de fora da escola analisada.
ALEGRIA 11 9 0 12 - -
DESCONFORTO 1 - 1 - - -
MEDO - - 13 - - -
ABANDONO 2 - 1 - - -
ANGUSTIA 1 - - - - -
BEM ESTAR 2 2 3 1 - 2
TRANQUILIDADE 6 6 1 2 1 1
Nota-se que a quadra, a sala de aula e o pátio trazem, na grande maioria das
respostas, sensações positivas os alunos, como alegria, tranquilidade e bem estar.
Já o bloco administrativo, devido à presença da diretoria nesse bloco, traz
sensações negativas na grande maioria dos alunos, como medo e desconforto.
Em relação aos banheiros e aos corredores, a grande maioria dos alunos
ficaram neutros, e disseram que seus sentimentos quanto a esses espaços eram
indiferentes, ou seja, não despertavam sentimento nenhum. A indiferença em
relação aos corredores reforça os resultados obtidos na avaliação técnica, uma vez
que foi dito que os corredores pálidos e sem vida não despertavam a criatividade e a
imaginação dos alunos. Se o ambiente fosse pensado e projetado melhor, poderia
trazer sensações positivas aos alunos, e não a indiferença.
Dois alunos responderam que sentem sensações de abandono no pátio, e
quando questionados do motivo disso, ambos deram a mesma resposta. Eles
disseram que é porque o bloco externo em desuso, que fica localizado no pátio,
deixa-os assustados e causa sensação de abandono.
98
SENTE SENTE LUGAR QUE LUGAR QUE LUGAR MAIS LUGAR QUE GOSTA DE
SONO CANSAÇO MAIS GOSTA MENOS GOSTA IMPORTANTE FICAR COM OS AMIGOS
SALA DE AULA 14 1 7 - 14 4
QUADRA 1 8 8 1 3 12
ADMINISTRAÇÃO - - - 10 - -
CORREDOR - 5 - - - -
PÁTIO 4 2 - - 2 4
Dos alunos que responderam a opção “outro”, dois deles justificaram que
colocariam um parquinho lá fora, um relatou que gostaria que tivesse uma biblioteca
grande em funcionamento e os outros dois gostariam que colocassem jogos para
eles brincarem.
O desejo por mais árvores, novamente expressa o desejo dos alunos pelo
contato com a natureza, o que é fundamental quando se pensa em uma abordagem
interacionista. A interação do aluno com as árvores e com a natureza é muito
necessária em uma escola.
Os alunos que disseram que gostaria que a escola tivessem mais bancos
relataram que não tem lugar pra sentar com os amigos no recreio, e precisam sentar
no chão para brincar ou para conversar. Para comer, eles ficam no refeitório, onde
tem cadeiras para todos, mas passado o tempo da refeição, não tem para onde
irem.
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5) CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
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NUNES, César. Platão e a dialética entre a filosofia do amor e amor à filosofia.
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