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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

ALINE LUANA DE OLIVEIRA


LUCAS DA SILVA FERREIRA

EXPLORANDO O TERRÁRIO COMO MODELO EXPERIMENTAL


SUSTENTÁVEL PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PONTA GROSSA
2023
ALINE LUANA DE OLIVEIRA
LUCAS DA SILVA FERREIRA

EXPLORANDO O TERRÁRIO COMO MODELO EXPERIMENTAL


SUSTENTÁVEL PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para obtenção do título de Licenciandos
em Ciências Biológicas da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, campus Ponta Grossa.

Orientador(a): Profa. Dra. Jezili Dias de Geus.

PONTA GROSSA
2023

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ALINE LUANA DE OLIVEIRA

LUCAS DA SILVA FERREIRA

EXPLORANDO O TERRÁRIO COMO MODELO EXPERIMENTAL


SUSTENTÁVEL PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para obtenção do título de Licenciandos
em Ciências Biológicas da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, campus Ponta Grossa.

16 de novembro de 2023

___________________________________________________________________________

Jaqueline de Morais Costa

Doutorado em Ensino de Ciência e Tecnologia

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Ponta Grossa

___________________________________________________________________________

Michele Proença dos Santos

Licenciada em Ciências Biológicas

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

___________________________________________________________________________

Jézili Dias de Geus

Doutora em Ciências Biológicas

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Ponta Grossa

PONTA GROSSA

2023
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, que
estiveram ao nosso lado nos apoiando e incentivando para
que fossemos até o fim desta trajetória.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a força que tivemos para chegar até o fim deste percurso. Sabemos que
o que nos mantém firmes são pessoas que caminham ao nosso lado nos incentivando a
prosseguir. Mesmo que por muitas vezes o pensamento nos levou a desistir, tivemos apoio que
nos fizeram ser fortes. Temos muitos agradecimentos em comum, ao começar agradecendo
um ao outro que percorremos juntos em várias experiências e demos o nosso melhor para
alcançar o resultado que temos hoje. Agradecemos a nossa orientadora Jézili que fez parte
desse percurso nos orientando e incentivando a chegar onde chegamos.
Aos agradecimentos individuais, eu Aline quero agradecer em especial meu esposo
Douglas que me apoiou e me deu a maior força para prosseguir todas as vezes que pensei em
desistir e que está ao meu lado em todos os momentos da minha vida, sejam bons ou ruins.
Agradeço aos meus filhos, Isaac e Yasmin, que são a minha maior força em tudo o que faço,
pois de todas as experiências que tive na vida, eles são as que mais me motivam a continuar.
Agradeço também à minha mãe Jaqueline e ao meu pai Elvio, que sempre me nortearam por
caminhos frutíferos e foram exemplos para mim. Estou encerrando esse ciclo e dedico a eles
todo o meu esforço e dedicação, devido a todo o esforço e dedicação que eles sempre tiveram
para que minha educação fosse a melhor possível. Também agradeço a minha irmã Andressa e
ao meu irmão Jefferson que diversas vezes me aconselharam e estiveram me apoiando.
Agradeço também a minha irmã Alexandra que já partiu e que hoje olha por mim lá do céu,
por ter me incentivado tantas vezes a não desistir. Agradeço também a minha avó Maria, meus
padrinhos Janaína e Ederson, meus tios Lilian e Audeloir e aos meus primos Gustavo e João
Pedro por todas as vezes que me incentivaram. Minha família é meu maior alicerce.
Eu, Lucas, quero agradecer à minha mãe, Edna Salles da Silva, por sacrificar a sua
vida por mim, para me manter na universidade, que é um sonho de infância. Mesmo passando
por momentos difíceis, sempre pude contar com ela. Mesmo com recurso limitado
direcionava o mínimo que tinha para meus estudos. Ela está fazendo parte desse sonho e dos
próximos, pois, onde recebi suporte para está cursando um curso superior. Agradeço à minha
irmã, Jéssica Vieira, por ser otimista e por me incentivar a manter-me firme e nunca desistir
dos meus sonhos, ensinando-me a pensar de forma positiva. Agradeço pela relação que
construí com meus colegas de universidade, por me ajudarem com alguns empecilhos durante
a trajetória do curso, até chegar a esta etapa da minha vida. Também agradeço ao meu
namorado, Cristofer Kaique, onde me diz diariamente que sou capaz de fazer tudo que desejo
nesta vida e me ensinar a viver uma vida mais leve. Ele me apoia na busca dos meus sonhos e
compartilhamos a jornada, como neste trabalho.
RESUMO

Este trabalho consiste na necessidade de elaborar materiais que auxiliem os alunos na


compreensão de conteúdos específicos relacionados à Botânica em um terrário. Por este
motivo, objetivou-se construir um terrário como uma proposta de modelo sustentável
destinado a professores das áreas de Ciências e Biologia. A construção deste terrário em sala
de aula, visa colaborar para que futuros professores possam estar sendo capacitados a levar
materiais didáticos e práticos em sala de aula. O terrário é um modelo de ecossistema ou mini
ecossistema que possibilita a observação dos fatores e ciclos que acontecem no meio
ambiente. Para a realização desta proposta, foi feito, no primeiro momento, um manual de
instrução para construção deste terrário, para que alunos e professores construam em sala de
aula. Sabe-se o quanto é importante tratar sobre a botânica nas escolas de forma sustentável e
acessível, ainda mais com metodologias práticas e palpáveis que auxiliam em uma melhor
compreensão do conteúdo pelos educandos. Posteriormente foram realizadas oficinas com
futuros docentes das disciplinas de Ciências e Biologia, e com alunos de escolas da educação
básica no Laboratório de Botânica e Conservação da Natureza na Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Câmpus Ponta Grossa. Os resultados obtidos, formalizam a proposta deste
projeto, uma vez que, a capacitação de futuros professores e a inserção de materiais didáticos
práticos no ensino, colabora com as metodologias em sala de aula. Além disso, a percepção da
construção deste material prático viabiliza a sua elaboração ao mesmo tempo que amplia os
métodos que podem ser elaborados através de atividades práticas e acessíveis.

Palavras-chave: Futuros docentes. Materiais didáticos. Oficina.


ABSTRACT

This work consists of the need to develop materials that help students understand specific
content related to Botany in a terrarium. For this reason, the objective was to build a terrarium
as a proposal for a sustainable model aimed at teachers in the areas of Science and Biology.
The construction of this terrarium in the classroom aims to help future teachers be trained to
take teaching and practical materials into the classroom. The terrarium is an ecosystem model
or mini ecosystem that makes it possible to observe the factors and cycles that occur in the
environment. To carry out this proposal, an instruction manual was initially created for
building this terrarium, for students and teachers to build in the classroom. We know how
important it is to deal with botany in schools in a sustainable and accessible way, even more
so with practical and tangible methodologies that help students to better understand the
content. Workshops were later held with future teachers of Science and Biology subjects, and
with students from basic education schools at the Botany and Nature Conservation Laboratory
at the Federal Technological University of Paraná, Campus Ponta Grossa. The results
obtained formalize the proposal of this project, since the training of future teachers and the
insertion of practical teaching materials in teaching collaborate with methodologies in the
classroom. Furthermore, the perception of the construction of this practical material makes its
elaboration viable while expanding the methods that can be developed through practical and
accessible activities.

Keywords: Biology. Sciences. Future teachers. Workshop.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Modelos de terrários.............................................................................................. 14


Figura 2: Construção do material de apoio - Manual de Instruções..................................28
Figura 3: Segunda parte da construção do Manual de Instruções.....................................29
Figura 4: Terceira parte da construção do Manual de Instruções..................................... 30
Figura 5: Passo a passo da construção do terrário, através do Manual de Instruções.... 31
Figura 6: Manual de Instruções - Como fazer a manutenção do terrário…………….....33
Quadro 1. Materiais utilizados para a realização da prática……………………………..36
Figura 7: Oficina realizada com os alunos do ensino médio da Educação Básica de
ensino da região de Ponta Grossa, no laboratório de Botânica da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná……………………………………………………………..39
Figura 8: Oficina realizada com os alunos do segundo período do Curso de Licenciatura
em Ciências Biológicas………………………………………………………………………41
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 10

1.1 OBJETIVOS................................................................................................................12
1.1.1 Objetivo Geral......................................................................................................12
1.1.2 Objetivos Específicos...........................................................................................12

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................13
2.1 TERRÁRIO................................................................................................................. 13
2.2 O TERRÁRIO COMO RECURSO DIDÁTICO................................................................ 15
2.2 MÉTODOS E RECURSOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA................20

3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................. 23
3.1 TIPO DE PESQUISA E ÁREA DE ESTUDO................................................................... 23
3.2 COLETA DE DADOS.................................................................................................. 23
3.3 ANÁLISE DOS DADOS..............................................................................................24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................25
4.1 PERCEPÇÕES DE FUTUROS PROFESSORES SOBRE O TERRÁRIO....................... 25
4.2 CONSTRUÇÃO DO MATERIAL DE APOIO - MANUAL DE INSTRUÇÕES............. 29
4.3 OFICINAS REALIZADAS: CONSTRUINDO UM TERRÁRIO.....................................36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................45
1 INTRODUÇÃO

Os terrários são modelos de ecossistemas ou mini ecossistemas que compõem fatores


aos quais mostram as condições existentes no meio em que vivemos. “A construção do
terrário permitirá simular uma mini biosfera, possibilitando a observação e a análise dos
fatores abióticos presentes e essenciais à sobrevivência dos seres vivos, como: o solo, a água,
o ar e a luz” (MAGALHÃES, 2016, p. 4).
Através disso, pode-se perceber ao longo do trabalho, que a utilização do terrário
pode ser ampliada quando se trata de ensino e aprendizagem. Isso ocorre devido aos fatores
físicos, biológicos, geológicos, etc, que acontecem dentro dele e que podem ser estudados
através dos conteúdos abordados no ensino de Ciências e Biologia. A importância dessa
construção, é relativamente relacionada aos conteúdos que podem ser abordados e podem
proporcionar uma gama de conhecimentos de maneira visual. De acordo com Batista, (2020):

Desta forma a proposta da utilização de terrários como estratégia metodológica no


ensino de ciências, a partir da observação e contextualizações de conteúdos, o aluno
pôde construir e reedificar o seu conhecimento despertando a curiosidade e o
interesse do mesmo (BATISTA, 2020, p. 16).

Construir um terrário como material didático no ensino, é uma maneira de tornar o


ensino mais prático e dinâmico. Além disso, proporciona uma aprendizagem onde os alunos
podem observar, experimentar e praticar tudo aquilo que o conteúdo aborda na teoria. “O uso
de atividades práticas nas aulas de ciências contribuem para o desenvolvimento de conceitos
científicos, que auxilia na compreensão dos conteúdos abordados, relacionando-os com
situações problemas do cotidiano do estudante” (MAGALHÃES, 2016, p.2).
No que se refere aos estudos de Ciências e Biologia, ainda existe nos dias atuais,
uma defasagem de material didático nas aulas metodológicas. Parte dos desafios que são
encontrados em relação ao ensino que o professor precisa mediar para conseguir uma
aprendizagem que seja amplamente significativa, é a falta de materiais que sejam capazes de
suprir estes desafios encontrados. De acordo com Júnior et al, (2022), “Muitos são as
problemáticas e os desafios encontrados no ensino de Botânica, dentre eles estão relacionados
à infraestrutura inadequada das escolas, uma vez que, não proporcionam um espaço adequado
para desenvolvimento de atividades” (JÚNIOR, et al, 2022, p. 2). Isso ocorre, devido a
realidade do cotidiano escolar que por diversas vezes acaba levando o professor a escolher o
11

método tradicional, devido a falta de materiais e recursos que possibilitem a utilização de


métodos práticos em suas aulas.
Portanto, a construção do terrário sustentável, traz a concepção de que o material
didático pode ser uma alternativa para as aulas se tornarem mais dinâmicas, e que além disso,
proporciona uma melhor interação entre o professor e o aluno, uma vez que, o professor deixa
de ser o mediador de total teoria e conteúdo, enquanto motiva o aluno a buscar, investigar,
praticar e experimentar através do material proposto. Além de tornar o aprendizado muito
mais palpável e acessível para a realidade do aluno.
Além disso, para a elaboração do terrário é importante inserir a utilização de
materiais que servirão de apoio e que auxiliarão nessa construção. A proposta do manual de
instruções como material de apoio, por exemplo, está relativamente atrelada à ideia de apoiar
professores e alunos, além de facilitar o processo de inserção do projeto no plano de ensino. O
cenário em que se vive atualmente, faz parte de uma era tecnológica que está inserida em
todos os cantos do mundo. Através disso, a proposta deste manual como material de apoio se
tornou tão viável no presente projeto.
Muitos professores, principalmente professores de universidade que se preocupam
com uma formação de professores mais moderna e efetiva, se empenham em construir um
ensino mediado pela construção do conhecimento através da teoria e da prática. Prezando
então, por um ensino onde exista atividades investigativas, exploratórias e práticas, e que
assumam a finalidade de tornar as aulas mais dinâmicas e alunos mais interessados em
aprender. Portanto, devido alguns desafios que são encontrados em algumas escolas
atualmente, é muito difícil inserir práticas que incluirão todos os alunos de maneira acessível,
e de modo que eles se interessem pela atividade que está sendo proposta.
Nesse sentido, é essencial incentivar atividades práticas nas formações iniciais em
conjunto com a importância de construir uma educação rica em saberes, que proporcionam a
interação entre o docente e o discente, entre o conteúdo abordado e a prática do conteúdo.
Pensando nisso, se percebe a importância de incentivar a utilização de metodologias práticas e
acessíveis e colaborar para que o ensino seja efetivo dentro da sala de aula, além de despertar
o interesse do aluno através de atividades práticas.
12

1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Desenvolver e explorar o terrário como modelo experimental sustentável para o ensino
de Botânica destinado a alunos e futuros professores de Ciências e Biologia, possibilitando a
capacitação destes para a observação dos elementos da natureza e a utilização em sala de aula.

1.1.2 Objetivos Específicos


● Desenvolver um terrário experimental sustentável e o passo-a-passo para a sua construção
através de um manual de instruções acessível e prático para uso.
● Sensibilizar os futuros docentes quanto a utilização do terrário como material didático.
● Promover uma oficina para futuros professores da Licenciatura em Ciências Biológicas
para a construção e uso de terrários em suas docências futuras.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 TERRÁRIO

O terrário é um mini ecossistema que foi criado por um médico inglês chamado Dr.
Nathaniel Ward. A criação deste material iniciou-se pelo interesse em colecionar espécimes
vegetais desidratadas que ele catalogava. Em 1820, Ward notou que as plantas não estavam se
desenvolvendo devido ao ar poluído de Londres. Esse ar se caracteriza, de acordo com
Almeida et al (2020, p. 2), como uma “poluição sufocante da era industrial da Inglaterra,
talvez o motivo de seu jardim e suas samambaias não terem sobrevivido.” Em um dos seus
experimentos, analisando o ciclo de vida de uma borboleta dentro de um recipiente com terra
úmida, Ward percebeu que estava germinando uma samambaia dentro do pote. A partir disso,
ele pôde perceber que o processo de desenvolvimento desta planta dentro do recipiente,
ocorreu devido a umidade estabelecida ali.
Ward fez uma descoberta que beneficiou os estudiosos e botânicos da época,
“Instigando sua curiosidade, passou a observar o desenvolvimento e sobrevivência das
samambaias nesse ambiente protegido, levando-o a uma das mais importantes descobertas
botânicas e econômicas da era vitoriana” (ALMEIDA, et al., 2020, p. 2). Pois a partir disso,
eles puderam observar que as plantas poderiam sobreviver em ambientes mesmo que não
fossem favoráveis, possibilitando então viagens com o transporte delas. Além disso, seu
grande interesse em estudar plantas em vidros, incentivou a escrita de um livro chamado - On
the growth of plants in closely glazed cases - traduzindo “Sobre o crescimento de plantas
encapsuladas em vidros”, e os primeiros terrários ficaram conhecidos como mini estufas de
plantas naturais.
O terrário foi tão importante na época que se espalhou pelos Estados Unidos e pela
Europa, que além de ser utilizado na ciência, passou a ser utilizado também nas residências
como forma de cultivo de plantas. Em 1970, os terrários passaram a ser utilizados pela cultura
hippie, como material decorativo, e variaram de pequenos a grandes, nos mais diversos tipos
de espécies de plantas. A utilização decorativa chamou atenção das pessoas devido a beleza e
a diversidade que existiu, principalmente pela praticidade de transportar um mini ecossistema
através de plantas que poderiam vir de todo lugar do mundo.
Consequentemente, além de toda a importância que o terrário teve na época, sabe-se
que mesmo nos dias atuais eles ainda são utilizados. Isso porque, de acordo com Rosa (2009,
14

p. 2) “Os Terrários são apresentados como modelos de Ecossistemas terrestres e constituem-se


de mini-laboratórios práticos, através dos quais procura-se reproduzir as condições do meio
ambiente.” Através disso, podemos dizer que um ecossistema consiste em fatores que
equilibram todo o meio natural, além de seres vivos que habitam nele. Esse conceito
predomina pelo fato de envolver todas as características e interações que estão presentes no
meio ambiente, além de seus estados químicos, biológicos, físicos, geológicos, etc.
Os terrários estão inseridos nesse processo, pois estão dentro das características que
existem no ciclo de vida e na forma como os seres interagem com o meio em que participam.
Além de poderem ser apresentados de diferentes maneiras, como terrários abertos ou mini
jardins fechados (Figura 1).

Figura 1 - Modelos de terrários.

Fonte: Cultips (2022).

Sendo assim, um terrário aberto ou mini jardim são construídos, na maior parte das
vezes, em recipientes de vidro transparente e sem tampas, para possibilitar o contato direto
com a luz, ou ainda com materiais em cerâmica, barros, madeiras e metais. Por conseguinte,
15

dentro desses recipientes podem ser utilizadas plantas como suculentas e cactos, por estes
sobreviverem em ambientes com ampla exposição luminosa. E por este motivo, devem ser
expostas ao sol com frequência, e regadas a cada duas semanas dependendo da sua exposição.
Já os terrários fechados, são feitos em vidros transparentes, e como no caso citado
anteriormente, eles também precisam da luz solar. Esse tipo de terrário pode ser feito em
qualquer recipiente, além de qualquer tamanho ou formato, podendo então ser utilizada a
criatividade de quem o fizer. No entanto, após regar as plantas contidas nesse recipiente, a
água vai ser armazenada na parte interna deste vidro, e devido ao aumento da temperatura, ela
vai passar do estado de vapor ao estado líquido, justamente pelo fato do recipiente ser
fechado, fazendo com que haja a precipitação dessa água e ela retorne ao jardim. Esse
processo se repete por diversas vezes, o que faz com que se torne um ecossistema
autossustentável, podendo ter durabilidade de até oito meses.
Contudo, como vimos, existem algumas diferenças entre os terrários, por isso, a
nomenclatura varia com base nos materiais, e a forma como eles serão manuseados. Portanto,
são chamados de mini jardins, e quando são utilizados vidros sem tampas, consequentemente,
serão chamados de terrários abertos. Em relação ao terrário fechado, obviamente, será um
recipiente com tampa, possibilitando a formação de um ecossistema independente, de acordo
com o ciclo de durabilidade.

2.2 O TERRÁRIO COMO RECURSO DIDÁTICO

De acordo com Bandeira (2009, p. 14) “O material didático pode ser definido
amplamente como produtos pedagógicos utilizados na educação, e especificamente, como o
material instrucional que se elabora com finalidade didática”. Através disso, a busca de
material palpável para tornar as aulas mais dinâmicas e interativas, é algo que vem se
construindo e ganhando espaço no processo de ensino para uma aprendizagem significativa.
Os materiais didáticos são propostas relevantes e de suma importância para o ensino.
Diante disso, existem diversas informações que contemplam a ideia da inserção desse método
como enriquecimento na aprendizagem. Portanto, ao discorrer esse texto falamos sobre a
utilização de materiais didáticos no ensino, e principalmente para o ensino de Ciências e
Biologia, a utilização do manual de instruções como material de apoio, a utilização do terrário
como material didático e por fim, a formação de professores de Ciências e Biologia e o uso de
novos métodos no ensino a fim de sanar essa defasagem de materiais existente.
16

Os materiais didáticos para as aulas de Ciências e Biologia possuem métodos


tradicionais que são utilizados há muito tempo no ensino e que fazem parte da vida do
professor e do aluno. Esses materiais visam proporcionar um conteúdo didático que na
maioria das vezes são as melhores opções a partir de alguns desafios existentes. Isso ocorre,
pois são materiais que auxiliam e evitam na maioria das vezes, problemas que são
encontrados no decorrer do ensino, e que acabam sendo métodos aliados e colaborativos para
as aulas, mas que ainda assim, também exige do professor a necessidade de orientar os alunos
para que seja possível gerar conhecimento a partir deles.
Atualmente, algumas aulas já estão sendo inseridas em modelos práticos. Porém,
para que exista diversidade nas propostas de aulas práticas, os professores precisam analisar a
realidade condizente ao ensino. Alguns materiais servem para mostrar a vida e o ciclo que
existe em nosso planeta, como os livros didáticos através de leituras e imagens, pranchas com
a aplicação de artes visuais que faz com que o aluno faça tradução de imagens, e também a
utilização de animais e plantas que são conservados em laboratórios.
O material didático serve para instruir e melhorar o ensino aprendizagem do aluno,
além de facilitar a compreensão dos conteúdos que estão sendo abordados. Porém, quando o
professor precisa escolher entre quais tipos de materiais ele poderá utilizar em suas aulas, os
recursos que existem são consolidados em livros didáticos, quadro de giz e vídeos e textos.
Sendo assim, esse professor acaba sendo limitado a partir dos materiais que ele pode utilizar
em suas aulas. De acordo com Borges (2012) “Muitas vezes, no espaço da sala de aula, esse
diálogo não pode se limitar apenas à linguagem oral. A imagem, o texto, o objeto, são
indispensáveis para o complexo trabalho de ensinar e aprender” (BORGES, 2012, p. 3).
Muitas terminologias buscam conceituar a aprendizagem através do material
didático, e consequentemente, inserem um modo de sensibilizar alunos ao aprendizado,
trazendo conhecimentos que auxiliarão nesse processo. Por isso, num embasamento histórico,
o que se denomina, busca e se conhece, a partir de um modelo de material didático, é a
inserção dele em sala de aula, a fim de servir como apoio nas atividades propostas. Borges
(2012, p. 3) faz ainda, outra consideração importante sobre a utilização do material didático,
da seguinte forma:

Assumir a ideia do material didático como expressão de concepções de ensino e


aprendizagem, significa um avanço em relação à concepção de material auxiliar. O
material didático não é um mero auxiliar; ele pode interferir de forma intensa e
intencional na relação professor/aluno/conhecimento (BORGES, 2012, p. 3).
17

Consequentemente, introduzir métodos práticos e palpáveis nas aulas de Ciências e


Biologia, tornam-se alternativas que incentivam os alunos a interagirem com o ambiente em
que vivem, e faz com que o professor consiga gerar um estímulo neles colaborando com o
raciocínio diante do conteúdo que está sendo abordado. Porém, diante de todos os benefícios
que o material didático pode oferecer para que uma aula seja mais dinâmica e produtiva, ainda
assim, existem casos em que a defasagem de materiais acaba se sobressaindo no ensino.
É pensando nisso, que construir uma prática requer muita atenção, devido a
acessibilidade e recursos que precisam ser inseridos para práticas nas salas de aula. Se a
defasagem de materiais didáticos ainda existem, mesmo tendo uma enorme possibilidade de
construções, é porque algum recurso não está sendo utilizado. Dessa forma, soluções precisam
ser encontradas, e entender que materiais acessíveis colabora para às metodologias e
abordagens de conteúdos, é primordial. Sendo assim, para elaborar um material didático é
preciso elaborar também um material de apoio que facilite o uso de determinada prática, pois
além de contribuir com o entendimento dos alunos, auxilia no trabalho do professor.
O manual de instrução como material de apoio didático, por exemplo, é utilizado
para nortear e ensinar a construção de materiais que precisam ser elaborados. Neste caso, sua
utilização é importante para o processo de passo a passo, pois ele será como um manual de
instruções propriamente dito, permitindo que a construção do material seja feita corretamente
e que não existam dúvidas em relação ao que está sendo elaborado. De acordo com Préve
(2011, p. 104), “Os manuais formam universos distintos, mas têm como objetivo maior
esclarecer as dúvidas e auxiliar nos procedimentos”.
Além disso, pensando no mundo atual, a sociedade em que vivemos exige que
professores estejam sendo formados para inserir metodologias práticas e tecnológicas em suas
aulas para que os alunos tenham maiores interações e interesses. Para essa formação, não é
preciso deixar o ensino tradicional de lado, mas propor atividades que fundamentam a
modernidade, de maneira que proporcionem uma amplitude de conhecimento e aprendizado,
numa gama de propostas didáticas e metodologias diferenciadas.
Por fim, a inserção do manual de instruções como material de apoio nas atividades
propostas em sala de aula, traz uma metodologia de ensino que também se preocupa com a
inclusão dos alunos, principalmente com necessidades especiais, pois possibilita apresentar os
elementos de forma audiovisual nos conteúdos apresentados. Essa é a melhor inovação que o
manual pode proporcionar para os seus leitores, pois além da sua utilização diferenciada em
sala de aula considerando a interação do professor, do aluno e do conteúdo abordado, traz
18

também a possibilidade da inclusão de todas as pessoas, ampliando os conhecimentos


literários e científicos independente de quem os utiliza.
Pode-se mencionar também, que os materiais didático-pedagógicos estão passando
por um processo de desenvolvimento e evolução, buscando inovação e superação nas
perspectivas de ensino. Essa superação no ensino, leva em consideração o melhoramento e
aprimoramento ao conhecimento que estará atrelado a realidade do aluno. Através disso, a
utilização do manual como material didático, parte da ideia de inseri-lo como material apoio e
de leitura para a prática a qual deseja-se propor em sala de aula.
Buscando uma contextualização que traga ênfase a utilização do terrário como
material didático, é necessário lembrarmos que ele parte de um mini ecossistema que visa
analisar e compreender vários fatores que compõem o mundo e que estão acerca de todos os
organismo da Terra, sejam esses fatores físicos, biológicos, geológicos, ou qualquer outro que
possa influenciar na vida dos seres vivos. “O Terrário é um instrumento para tornar o Ensino
de Ciências mais criativo, dinâmico, possibilitando aos discentes, através de observações e
análise, construírem seu conhecimento” (MOURA et al., 2015, p. 2). Pensando nisso, a
ideia de levar o terrário para a sala de aula como material didático, parte da necessidade de
potencializar o ensino-aprendizagem dos alunos.
Torna-se evidente e pertinente então, a ideia principal deste trabalho, ao qual
refere-se a uma proposta de prática na educação que esteja preocupada em elevar o
conhecimento do aluno e colaborar para o método que o professor deseja inserir em sua
prática docente. Para isto, a busca de soluções que sejam alternativas para o ensino de
Biologia e Ciências é primordial, e pode ser considerada como um dos principais incentivos
para a aprendizagem do aluno. Seguindo esse papel que o material didático proporciona
relacionando a teoria com a utilização da prática, Botelho (2008, p. 5), enfatiza:

Nessa perspectiva enfatizamos tanto o conteúdo como o processo, onde não apenas
conceitos e termos científicos são aprendidos, mas são desenvolvidas principalmente
atitudes de processo como a formulação de hipóteses, a interpretação de dados e o
desenvolvimento de idéias que irão constituir a base para aprendizagem em Ciências
(BOTELHO, 2008, p. 5).

A partir disso, a construção do terrário é uma ideia de material didático que pode ser
implementado nas aulas, tornando-as mais práticas e experimentais possíveis, desenvolvendo
uma construção não somente de conhecimento, mas também de levar o aluno a conhecer o
conteúdo abordado através de uma ação prática e positiva.
19

Ainda de acordo com a concepção de Botelho (2008, p. 6) sobre a utilização do


terrário como material didático para o ensino, “Os temas e conteúdos abordados nesse
material não se esgotam podendo ser ampliados, enriquecidos e adaptados de acordo com o
planejamento do professor.” Pode-se afirmar, em razão disso, que a construção desse material
não altera o conteúdo que precisa ser abordado em sala de aula, mas sim, a forma como ele
pode ser abordado, propiciando então um ensino de maior interação com o conteúdo,
mostrando para o aluno a importância que existe em observar, explorar e praticar toda a teoria
presente, deixando de lado um ensino tradicional e tornando então sua aprendizagem mais
significativa.
O terrário é um instrumento que pode ser utilizado em sala de aula para propiciar aos
alunos interações com a concepção alternativa e o conhecimento científico, onde essa
atividade irá proporcionar uma relação de vários fatores que são encontrados no cotidiano
deles e reforçar as ideias que já existem neles, ou seja, esse material só comprova a
importância que existe em colocar o aluno diante de um ensino que seja capaz de vincular a
interação entre a prática e a teoria, seus conhecimentos prévios e o conhecimento científico.
De acordo com o pensamento de Magalhães (2016, p. 4):

Estas articulações são de extrema importância, uma vez que a disciplina de Ciências
encontra-se subentendida como uma ciência experimental, de comprovação
científica, articulada a pressupostos teóricos, desta forma, a ideia da realização de
experimentos pode ser uma boa estratégia didática para seu ensino e aprendizagem
(MAGALHÃES, 2016, p. 4).

Por fim, a proposta do terrário como material didático, parte do pressuposto de


transformar o ensino em uma educação mais prática e relevante. Além de contribuir com a
interação entre o professor e o aluno, buscando solucionar problemas que estão voltados a
defasagem de material didático no ensino. Além disso, também podemos levar em
consideração a dificuldade que os alunos apresentam diante de um ensino totalmente
conteudista, que acaba muitas vezes, tornando o processo de aprendizagem mais difícil e
escasso. Por este motivo, existe a necessidade de superar alguns modelos educacionais, como
cita Moura et al., (2015, p. 264):

Nesta perspectiva, nas escolas do campo há saberes e conhecimentos que advém


daquela realidade e do seu próprio contexto, modo de se fazer educação, superando a
visão de "modelo de ensino e de professor", mas efetivando uma busca pelo
conhecimento como processo (MOURA et al., 2015, p. 264).

Mesmo que a prática voltada para um material didático não apresente o resultado
esperado, ainda assim, ela é a melhor maneira de inserir o aluno num processo de ensino ao
20

qual se espera um resultado melhor e mais positivo, visando uma aprendizagem significativa
que possa ampliar seu conhecimento através de práticas e experimentações. É considerado de
suma importância criar modelos que reforcem a aproximação do aluno com o conteúdo, e
torne mais fácil a explicação do professor por se tratar de um material palpável e acessível,
levando em consideração todos os aspectos citados e intrínsecos a eles, acerca de desenvolver
essa temática. Sendo assim, a ideia é favorecer o ensino de um professor, dentro de um
panorama que possa inserir esse material em sala de aula.

2.2 MÉTODOS E RECURSOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

O professor é peça fundamental para a aprendizagem significativa do aluno,


consequentemente, é no processo de formação desse professor que serão investigados e
explorados quais serão os métodos que serão exercidos em sala de aula e como esses métodos
irão influenciar no cotidiano dos alunos. Isso ocorre, de acordo com a construção de
conhecimento que foi sendo adquirida durante o percurso de aprendizagem do docente. Vale
ressaltar também, que é na formação do professor que criam-se bases que serão coadjuvantes
de toda experiência que trará profissionalismo e sucesso em sua trajetória como docente. De
acordo com Busato (2001, p. 37), "Para que a aprendizagem seja eficaz não basta a
motivação, há necessidade da ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento".
Sendo assim, para superar desafios que são encontrados durante o
ensino-aprendizagem, é importante que o professor seja formado para executar uma
aprendizagem coletiva, onde a teoria e a prática estejam em conjunto e exista uma interação
entre ele e o aluno. Desse modo, despertar a criatividade, a crítica, a curiosidade e o interesse
dos alunos é indispensável e precisa vir de uma formação continuada, onde o professor busca
aprimorar, cada vez mais, o que aprendeu na formação inicial para aplicar com seus alunos
em sala de aula. Embora, buscar métodos didáticos práticos e pedagógicos sejam uma tarefa
difícil quando colocados na realidade dos alunos, principalmente pela dificuldade de
inseri-los, pela falta de recursos disponibilizados e inúmeros adjetivos que colaboram para um
ensino defasado, buscar novos métodos de aprendizagem práticas, tornam o ensino mais
eficiente para os alunos.
Alguns desafios são encontrados na educação e acabam dificultando o processo de
aprendizagem, como cita Krasilchik (2004, p. 84):

O livro didático é um poderoso estabilizador desse estado de coisas, coibindo a


função do professor como planejador e executor do currículo. Como produto
21

comercial, dificilmente pode apresentar propostas renovadoras, que significariam


um risco mercadológico. Pelas suas condições de trabalho, os docentes preferem os
livros que exigem menor esforço, e que reforçam uma metodologia autoritária e um
ensino teórico (KRASILCHIK, 2004, p. 84).

Por meio disso, é que muitas vezes é deixada de lado a ideia de novos métodos em
sala de aula, devido aos desafios que os professores encontram, que acabam restringindo a
utilização de novas metodologias em suas aulas. De acordo com Silva, (2015, p. 3):

É importante destacar que apesar desses obstáculos enfrentados pelos professores,


sempre que possível é interessante trazer o aluno para o contexto experimental,
ainda que não haja laboratórios e condições mínimas para que isso aconteça, a
criatividade, planejamento, interesse e o empenho do professor e da instituição pode
fazer com que isso aconteça (SILVA, 2015, p. 3).

Mesmo diante disso, no que diz respeito à formação do professor no ensino de


Biologia e Ciências, é importante a inserção de atividades nas quais a reflexão também seja
explorada, de modo que esse discente que está sendo formado, se torne um professor de
formação continuada. Na formação desse professor, o conhecimento que está sendo formado
deverá sempre ser explorado para que ele seja um bom professor. Dessa forma, o
conhecimento que ele já tem não deverá o satisfazer, ou seja, ele não deverá estar confortado
no embasamento das teorias e práticas existentes que ele já conhece. Sendo assim, isso
significa que ele deverá sempre pesquisar, explorar e investigar acerca de novas metodologias
que enriqueçam seu currículo.
As licenciaturas são cursos responsáveis pela formação de professores e precisam ser
transformadas para que existam novos planejamentos e para que esses planejamentos tenham
como objetivo trazer novos modelos e métodos para utilização em sala de aula. A capacitação
dos professores surge da necessidade de formar alunos que saibam lidar não somente com
questões educacionais, mas também questões sociais no âmbito escolar. Por este motivo, é
importante formar professores que se preocupem com os recursos didáticos que serão
implementados em suas aulas enquanto professor, e que esses recursos quando inseridos,
possam alcançar todos os alunos de maneira inclusiva, tanto na teoria, quanto na prática.
Pensando nisso, o papel que o professor carrega consigo é primordial e de suma
importância, pois é através dele que os alunos serão instigados a aprender todos os processos
da educação escolar. Dessa forma, é importante que dentro do desenvolvimento formativo na
vida do discente, ele seja submetido a várias aprendizagens e métodos, pois esses métodos
irão ampliar seu conhecimento e será possível assim, influenciar as demais vivências do
cotidiano. De acordo com Vicentim (2020, p. 2), “o papel do professor em sala de aula passa a
22

ser desafiador, quando este percebe que não possui estruturas físicas, materiais que possam
servir de subsídios no processo de ensino e aprendizado do aluno.”
23

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 TIPO DE PESQUISA E ÁREA DE ESTUDO


O presente trabalho retrata uma abordagem que busca instruir futuros professores das
áreas de ciências e biologia a utilizar o material didático como ferramenta de ensino,
tratando-se de natureza aplicada, tendo caráter qualitativo, visando complementar os dados
que precisamos, além de ser uma pesquisa exploratória e descritiva (GIL, 2002). Essa
metodologia tem por finalidade construir um manual com instruções, mediando a construção
de um terrário, com o intuito de sensibilizar sobre sua utilização em sala de aula, construir um
terrário apresentando como material didático para alunos, através de oficinas. Além disso,
aplicação de questionário inserindo o caráter qualitativo, exposto anteriormente.

3.2 COLETA DE DADOS


Esta pesquisa foi realizada no Laboratório de Botânica e Conservação da Natureza
(LBCN), localizado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, na cidade de Ponta
Grossa, através de duas oficinas com a construção de terrários. A primeira oficina foi
realizada no dia 12 de setembro de 2023 com os alunos da licenciatura em Ciências
Biológicas, cursando o segundo período do curso. Já a segunda oficina foi realizada no dia 19
de setembro de 2023 com os alunos da Educação Básica do ensino médio.

Para a coleta de dados foram realizadas oficinas no Laboratório de Botânica e


Conservação da Natureza (LBCN), localizado na Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, na cidade de Ponta Grossa, para os alunos do 2º período da licenciatura em Ciências
Biológicas e com alunos da Rede Básica de Ensino através do evento UTFPR de portas
abertas para observar como seria a construção deste material, tanto com os alunos e futuros
professores da licenciatura como para os próprios alunos da rede de ensino ao qual este
trabalho é destinado.

A apresentação para o projeto foi realizada a partir do manual de instruções que serviu
de material de apoio para os alunos, e após a explicação do passo a passo deu sequência a
construção do terrário, na qual houve uma observação participante, a fim de analisar como os
alunos interagiam em relação ao material. Por fim, foi feita a aplicação de formulário, aberto
para todos os alunos do curso de licenciatura em Ciências Biológicas, onde 64 alunos
participaram. Além da oficina, posteriormente foi feito um questionário com os alunos da
24

Licenciatura em Ciências Biológicas, buscando a complementação de informações sobre a


possível utilização desta ferramenta em sala de aula.

3.3 ANÁLISE DOS DADOS


A coleta de informações e análise destas, foi realizada através de questionário no
Google Forms, uma plataforma da internet, que possibilita criar questões e compartilhar com
outras pessoas. O modo de divulgação foi feito através da rede social (Whatsapp), em um
grupo de Biologia do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, do câmpus de Ponta Grossa, por um período de 7 dias no mês
de outubro de 2023. As respostas obtidas foram contabilizadas e agrupadas por etapas
distribuídas através de alternativas: sim, não, talvez e justificativa das que resultaram em
talvez. O intuito dessa pesquisa foi analisar quantas pessoas conheciam o terrário, qual a
importância deste material para a inserção em sala de aula, e a concordância ou não em
relação a inserção deste material em sala de aula.
25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A capacitação de futuros professores é importante para desenvolver habilidades que


são colaborativas para a formação. “Sendo assim, as aulas de Ciências devem ter um caráter
investigativo e o trabalho com situações-problema pode ser um excelente recurso para o
professor por colocar o aluno em contato com as situações do cotidiano” (NAZARET;
SOUZA, 2019, p. 2). Seguindo nesta proposta de caráter investigativo dentro de uma sala de
aula, a percepção de um futuro professor de Ciências e Biologia, com as aulas que ele irá
abordar no âmbito profissional, enquanto professor trabalhando em sala de aula, é
fundamental.
Enquanto a construção do material de apoio - manual de instruções, serve para
viabilizar a elaboração do terrário e também para dar ênfase ao material que está sendo
construído, sua utilização também é uma opção de interesse para quem vai construir. Nem
todos os professores optam por materiais como o manual de instruções, por exemplo. Porém
ele é um material de apoio que facilita a abordagem da construção do terrário e por este
motivo, a ideia de inseri-lo juntamente com o material prático foi considerado importante.
Portanto, as oficinas que foram elaboradas, serviram como uma proposta para
apresentar esses materiais de forma sucinta e clara para os alunos e futuros professores. Ela
surgiu como uma ideia de capacitação, na qual foi possível demonstrar cada passo e a
construção do terrário, além do porque ele é considerado um material acessível e sustentável.
Com base no que contextualizam as autoras Jesus e Ribeiro (2021, p. 4), “Numa oficina
ocorrem apropriação, construção e formação de conhecimentos teóricos e práticos, de maneira
ativa e reflexiva.” Por este motivo, é tão importante e imprescindível que essas oficinas sejam
realizadas através de capacitações, que irão despertar o interesse de quem participa, em buscar
metodologias que sejam ativas e inovadoras.

4.1 PERCEPÇÕES DE FUTUROS PROFESSORES SOBRE O TERRÁRIO


Os resultados obtidos, estiveram fundamentados em partes diferentes, uma vez que,
houve a obtenção de respostas dos acadêmicos/futuros professores do curso de licenciatura
através da plataforma da internet Google Forms, por alternativas contendo: sim, não e talvez.
De acordo com que diz Mota (2019) sobre a pesquisa feita através dessa plataforma, “A
grande vantagem da utilização do Google Forms para a pesquisa, seja ela acadêmica ou de
opinião é a praticidade no processo de coleta das informações” (MOTA, 2019, p. 3). Com
26

base nisso, se deu a escolha da plataforma para a pesquisa, devido ao fato de ser eficaz e
trazer resultados reais e verídicos.
Todas as questões obtidas no formulário, foram embasadas na interpretação sobre
como os alunos enxergam a proposta do terrário como material didático e como eles
utilizariam em suas aulas futuramente. As perguntas que compuseram a pesquisa com os
alunos da licenciatura geral do curso, foram as seguintes: Você já construiu ou já ouviu falar
sobre o terrário? Você já fez um terrário? Você construiria esse material em suas aulas? Se a
resposta anterior foi talvez, justifique. Considerando que existe uma defasagem de materiais
didáticos nas escolas, você considera que o terrário seria uma forma colaborativa de melhorar
esse cenário? Se sua resposta anterior foi talvez, justifique. Se precisasse aplicar uma aula
para o Ensino de Botânica, quais métodos didáticos você utilizaria? Ainda sobre a questão
anterior, o terrário seria uma opção? Você acha importante a utilização de novos métodos
práticos na formação do professor para utilização em sala de aula? Se sua resposta foi talvez,
justifique. Você considera positiva a proposta deste trabalho?
O formato das respostas foram de maneira simples e objetivas, onde contou com
alternativas de sim, não, talvez, e em caso de talvez, uma justificativa plausível que
descrevesse certa opinião em relação a resposta dada. Na descrição deste formulário foram
feitas apresentações sobre a proposta do material didático e também da área interdisciplinar
que este material proposto poderia abranger. Os resultados foram como o esperado, onde
resultaram em 64 respostas de acadêmicos da Licenciatura em Ciências Biológicas, futuros
professores de Ciências e Biologia. Portanto, 64 alunos participaram desta pesquisa,
colaborando com a opinião que existe diante de materiais didáticos, mais especificamente
nesse caso, a construção do terrário.
A primeira questão elaborada foi uma forma de analisar quantos acadêmicos
conheciam o material proposto, com a seguinte pergunta: você conhece ou já ouviu falar sobre
o terrário? Sendo que, 100% dos acadêmicos do curso responderam que sim. Esse material,
portanto, é de conhecimento dos estudantes e de algum modo já conhecem, ou ouviram falar.
A segunda pergunta, foi elaborada a fim de analisar quantos alunos do curso já
teriam construído este material em algum momento, com a seguinte pergunta: você já fez um
terrário? A maioria dos acadêmicos nunca elaboraram um terrário. Sendo assim, 60,3% não
fizeram esse material e 39,7% dos acadêmicos já o fizeram.
A terceira questão visou identificar quantos acadêmicos e futuros professores
levariam este material como metodologia em suas aulas, com a seguinte pergunta: você
construiria esse material em suas aulas? As respostas obtidas variaram entre sim, não e talvez,
27

onde o sim foi respondido pela maior parte dos acadêmicos com 89,1%, enquanto talvez foi
respondido por 7,8% dos alunos, onde as justificativas apresentadas foram pautadas em
relação ao tempo de aula, interesse dos alunos e disposição dos materiais, ou ainda por
questões de planejamento que fogem das propostas do Estado e do ensino, e 3,1% não
levariam este material para suas aulas por falta de tempo, materiais e espaço nas escolas.
A quarta questão como uma forma de consideração mais próxima da realidade vista
muitas vezes no âmbito escolar, seguiu da seguinte maneira: considerando que existe uma
defasagem de materiais didáticos nas escolas, você considera que o terrário seria uma forma
colaborativa de melhorar esse cenário? Todas as respostas obtidas nessa questão foram sim,
totalizando 100% de acadêmicos, ou seja, 64 respostas.
A quinta questão foi descritiva, e deu-se da seguinte forma: se precisasse aplicar uma
aula para o Ensino de Botânica, quais métodos didáticos você utilizaria? As respostas
variaram de acadêmico para acadêmico, mas seguiram o mesmo raciocínio de métodos, sendo
apresentados das seguintes maneiras: saída de campo, quadro de giz e laboratório,
experimentação, mostrar a natureza para os alunos, exemplares de plantas, recursos lúdicos e
práticos, livros, slides e saídas de campo, hortas e compostagem, pesquisas e discussões,
amostras vegetais e materiais que a escola fornece. Nessa questão, a maior parte dos alunos
dissertaram sobre a construção do terrário como uma boa prática a ser elaborada com os
alunos, tendo 98,4% de futuros professores que utilizariam o terrário em suas aulas.
A sexta questão foi em relação a importância de novos métodos práticos na formação
de professores, seguindo da seguinte forma: você acha importante a utilização de novos
métodos práticos na formação do professor para utilização em sala de aula? 98,4%
responderam que sim, enquanto 1,6% respondeu talvez, seguido da justificativa de que
querendo ou não, muitas vezes as escolas irão exigir métodos tradicionais ou estes serão a
única opção para suprir os prazos de conteúdo em pouco tempo.
A sétima e última questão que compôs o questionário, foi uma forma relativa de
saber se a proposta deste trabalho é positiva ou negativa, visando então nos resultados. Sendo
assim, os 64 acadêmicos responderam que sim, portanto 100% dos futuros professores
consideram que a proposta é positiva, e que o terrário é uma proposta de material didático que
pode ser implantado nas aulas de Ciências e Biologia, principalmente nas relações
interdisciplinares e multidisciplinares no ensino.
Levando em consideração as respostas obtidas no formulário, nota-se que grande
parte dos acadêmicos estão dispostos a inserir materiais didáticos práticos que possam mudar
cenários de aulas tradicionais. Porém, como é difícil a elaboração de um terrário capacitando
28

todos eles, acaba sendo difícil de mostrar o passo a passo e a inserção deste material como
método didático, ou seja, a capacitação de futuros professores pode ser uma ideia essencial
para a realização de novas práticas pedagógicas. A questão está muito relacionada aos
desafios que são encontrados no percurso, enquanto professor, que mostra uma realidade
totalmente diferente do que a teoria visa. Na teoria tudo parece ser simples, acontece que
existem inúmeros fatores por trás da teoria que acabam impedindo uma possível prática.
Percebe-se que existe a vontade de inserir novos métodos, porém existem barreiras e
desafios que acabam impedindo que materiais sejam elaborados no planejamento de ensino.
Dessa forma, de acordo com Bastos (2017, p. 1):

A educação brasileira vivencia grandes desafios na atualidade. De um lado a


fomentação pela ampliação estatística de uma “Pátria Educadora” e de um país sem
analfabetos, do outro a necessidade, gritante, por maiores investimentos, na
formação inicial e continuada dos professores, reparação e adequação das estruturas
físicas das escolas e, é claro, maior preocupação e comprometimento com a sua
qualidade (BASTOS, 2017, p.1).

Contudo, o que impede professores e consequentemente, futuros professores de


propostas práticas e inovadoras, é como o citado nas respostas do formulário feito para os
alunos da licenciatura: a falta de tempo, a falta de espaço, metodologias e planejamentos que
precisam ser seguidos com precisão, e ainda questões de recursos que sejam destinados a
novas práticas. O terrário portanto, vem com a proposta de diminuir os gastos e promover
acessibilidade e inclusão. Isso ocorre devido ao fato de ser uma proposta que pode ser
elaborada com materiais simples, sustentáveis e que temos em casa. Essa proposta vem para
complementar os recursos pedagógicos que podem ser inseridos nas escolas, pois tem como
objetivo auxiliar, como uma ferramenta que desperta a curiosidade e aumenta a possibilidade
de conhecimentos que podem ser adquiridos com os estudos que estão por trás deste material.
Neste sentido, o terrário ganha seu espaço nas abordagens metodológicas, reconhece teorias
através do estudo prático, transforma curiosidades em conhecimento, enriquece a
aprendizagem, organiza ideias, identifica fenômenos que são importantes, estabelecem maior
conexão com conteúdos estudados, e qualifica as aulas de um professor.
Deste modo, como visto anteriormente, a maior parte dos futuros professores já
ouviram sobre o terrário mas nunca o fizeram, mas mesmo não o fazendo o interesse em
construí-lo nas práticas quando estiverem formados, existe. Embora em algumas respostas
obtidas existiram futuros professores que não abordariam essa prática em sala de aula, ainda
assim concordaram que o terrário é um material importante para ser inserido e que a proposta
dele é positiva.
29

4.2 CONSTRUÇÃO DO MATERIAL DE APOIO - MANUAL DE INSTRUÇÕES

Para colaborar com a construção do terrário, foi elaborado um material de apoio


através da plataforma Canva, pensando numa abordagem facilitadora, considerando esse
material um manual de instruções para quem desejar construir o terrário. Esse material conta
com uma breve contextualização sobre o terrário, a forma como deve ser construído, os
materiais que devem ser utilizados, além do passo a passo para a construção e a maneira como
deve ser realizada a manutenção deste material. Pensando nisso, cada construção objetivou
trazer a atenção do leitor de uma maneira visual, como na capa elaborada, onde o desenho do
terrário trouxe a ideia central para o manual apresentado, (Figura 2).

Figura 2 - Construção do material de apoio - Manual de Instruções.

Fonte: Os autores (2023).


30

Para a segunda parte do manual de instruções, foi trazido uma proposta dos conceitos
sobre o terrário através de perguntas e respostas, que indicassem desde o conceito do terrário,
como eles podem ser construídos, até os materiais que precisam ser utilizados para essa
construção. Essa forma de abordagem, foi pensando de acordo com um método que construa
o pensamento reflexivo do leitor, levando-o a pensar em como pode ser findada tal construção
do terrário e até mesmo do próprio manual, (Figura 3).

Figura 3 - Segunda parte da construção do Manual de Instruções.

Fonte: Os autores (2023).


31

Como uma forma de conversar com o leitor, foi adicionada uma página interativa,
indicando que a realização da construção do terrário pode ser feita de maneira simples,
acessível e sustentável. O objetivo de construir um material que converse com o leitor, faz
com que a prática se torne melhor e que a pessoa que está lendo, seja ela professor, aluno, ou
qualquer outro cidadão, tenha o interesse em continuar essa leitura, e por fim tenha a
curiosidade e a vontade de construir um terrário.

Figura 4 - Terceira parte da construção do Manual de Instruções.

Fonte: Os autores (2023).

Posteriormente, foram elaboradas páginas indicando oito passos para a construção do


terrário. Nessas páginas foram colocados desde a higienização do material onde ele pode ser
elaborado, todas as camadas que devem estar presentes, além das plantas que podem ser
utilizadas. A proposta deste material de apoio, viabiliza o fato de que a construção do terrário
não é difícil e que pode ser colocada como prática metodológica em sala de aula. Podendo ser
construído também como material decorativo nas residências ou ainda como proposta
interdisciplinar no ensino, abrangendo diversas disciplinas.
32

Figura 5 - Passo a passo da construção do terrário, através do Manual de Instruções.

Fonte: Os autores (2023).


33

Além disso, o passo a passo desempenha um papel muito importante nos resultados
que irão ocorrer após a construção do material que será elaborado. Por isso alguns pontos são
fundamentais na hora de construí-lo, desde a clareza na execução do material que precisa ser
elaborado seguindo sequências fáceis de serem compreendidas, até na inclusão a qual esse
material de apoio pode ser utilizado, abrangendo todos os professores e alunos que podem
utilizá-lo. É importante também, que esse material seja feito pensado na resolução de
possíveis problemas, que poderão ser revertidos de alguma maneira.
É importante levar em consideração que para a construção do terrário, não se deve
conter no manual de instruções apenas o passo a passo deste material, mas também, a forma
como deve ser feita a manutenção dele. É importante que os leitores deste manual, ao pensar
na construção do terrário, pensem também na maneira como devem ser os cuidados com esse
material. Pensando nisso, como forma de evitar que as plantas que estiverem se
desenvolvendo dentro do terrário morram, por falta de cuidado e manutenção, houve a
inserção de medidas de cuidados que devem ser tomadas.
Portanto, mesmo que sejam tomados os cuidados necessários, isso não evita que a
planta sofra algumas alterações por fatores inesperados. Ainda assim, mesmo que seja feita a
manutenção deste material, o modo como ele foi construído, reflete muito no tempo de
duração que ele terá. O que pode exemplificar essas alterações, podem estar relacionadas ao
tanto de água que é colocado no terrário após o término da construção, isso devido ao fato de
que não ocorre a drenagem dessa água, o que faz com que a planta que está neste ambiente
não consiga sobreviver em meio úmido demais.
Por isso, além da manutenção é importante que se conheça todos os passos
corretamente, para que seja possível o desenvolvimento deste material e que possa servir
então, como método de estudo para sala de aula. Além disso, precisa-se compreender que as
manutenções do terrário vão mudar de acordo com o tipo que ele será feito, de modo aberto
ou fechado. Isso ocorre, devido às particularidades em cada caso, sendo necessário estar
atento ao tipo de cuidado que precisa ser tomado.
Ademais, as características contidas no manual, prezam um material que vai dar
ênfase e suporte na construção do terrário e seguido corretamente, pode garantir uma maior
condição de sobrevivência a planta que será introduzida neste material.
34

Figura 6 - Manual de Instruções - Como fazer a manutenção do terrário.

Fonte: Os autores (2023).


35

Embora não seja um material muito utilizado no ensino, o manual de instruções é


uma ferramenta que auxilia na elaboração de algumas metodologias e torna essa ferramenta
na maior parte das vezes, uma funcionalidade didática. Essa funcionalidade didática vai
facilitar a forma como algum material, jogo ou qualquer proposta de atividade será conduzido,
possibilitando a forma como vai ocorrer a construção de tais abordagens.
Contudo alguns autores não considerem a elaboração do manual como um material
de apoio a ser seguido em sala de aula, torna-se viável uma tentativa de construí-lo como
forma de facilitar a elaboração de alguma prática desenvolvida em sala de aula. Portanto, o
manual de instruções elaborado neste trabalho, foi apresentado para os alunos no dia das
oficinas, dos quais serviram como base para o desenvolvimento do material didático prático
que estava sendo construído, o terrário. Embora seja um material com poucas paginações, é
considerado eficiente e informativo, pois norteia o que deve ser feito em todas as etapas.
De acordo com Frota e Sales (2019, p. 3), “Os Experimentos são maneiras de fazer
com que o aluno participe da aula e interaja com o conteúdo em si; fazer ou trazer
experimentos prontos sempre desperta a curiosidade dos alunos.” Pensando nisso, estruturar
materiais que despertem a curiosidade dos alunos, é de fato um dos resultados mais
compensadores para um professor que está sendo formado, isso porque o material que está
sendo abordado, vai enfasar toda a programação pensada e planejada para uma aula
experimental, trazendo resultados positivos. De acordo com Mendes et al., (2019, p. 3):

A inserção dessas metodologias no âmbito escolar se faz necessária para a


construção de novos aprendizados. Para tanto, os objetivos impostos pelos docentes
devem partir do cotidiano do mundo globalizado, o qual influencia os saberes dos
indivíduos contemporâneos e possibilita novas descobertas de aprendizagem
(MENDES, et al., 2019, p.3).

Ao estabelecer a construção de materiais de apoio no ensino, existe uma


categorização do modo como ele é considerado importante e deve ser inserido. Com a
proposta de construir um material de apoio, a maneira como o material didático será
desenvolvido, terá uma qualificação muito maior. Isso porque o manual de instruções, como o
próprio nome já diz, irá instruir como deverá ser seguido a construção do material didático
inserido, e dessa maneira, o acerto nessa construção será maior, e a probabilidade de erros
será menor.
36

4.3 OFICINAS REALIZADAS: CONSTRUINDO UM TERRÁRIO


Os materiais que foram utilizados para essa construção foram pensados de maneira
acessível, para que houvesse o conhecimento sobre a possibilidade de realizar diferentes
atividades práticas com materiais que muitas vezes estão em nossas residências. As camadas
do terrário precisam ser funcionais para a sobrevivência dos seres vivos que foram
selecionados para o desenvolvimento e reprodução. Dessa forma, os materiais precisam ser
higienizados, para que não haja nenhuma contaminação, principalmente de bactérias e fungos
patogênicos, que possam prejudicar o crescimento dos organismos selecionados.
A construção de um terrário é composto por pedras, areia, terra, carvão, água e
algumas espécies de plantas, que neste trabalho, utilizou-se suculentas. Portanto, para a
construção, é necessário seguir uma sequência de materiais que são fundamentais para dar
maior funcionalidade à sobrevivência da espécie que está sendo utilizada. Pensando nisso, a
utilização da pedra e areia, por exemplo, são responsáveis por algumas funções importantes
para o terrário. Com base no que diz Viana e Ribeiro (2014, p. 72):

Por exemplo, um solo muito rico em areia que se apresenta na forma de grãos rela-
tivamente grandes não consegue reter a água por muito tempo. A água se infiltra
rapidamente pelos espaços existentes entre os grãos de areia, acumulando-se nas
camadas mais profundas, este é considerado um solo muito permeável (isto é, a água
passa livremente, não é retida). Este tipo de solo retém pouca água e seca com muita
facilidade, dificultando o crescimento de plantas. São chamados solos arenosos
(VIANA; RIBEIRO. 2014, p. 72).

Nesse sentido, entende-se que a função da areia e da pedra têm como finalidade drenar
a água para que ela não fique retida exclusivamente na terra, não dificultando então, a
absorção de nutrientes que a planta precisa fazer. Nesse caso, o solo do terrário não vai
apresentar uma insuficiência de água, pois ela estará dentro de um recipiente fechado nas
infiltrações, e nesse caso os ciclos da água irão ocorrer normalmente. Dessa forma, vai
acontecer o processo de evaporação, portanto, ela vai do estado líquido para o gasoso, que irá
subir a parte mais alta até alcançar a tampa ou as laterais do recipiente, onde essas partículas
vão se fixando e formando gotas de água, até ficarem pesadas o suficiente para sofrer a
precipitação. Com a queda da água, ela vai retornar para terra antes de chegar nas camadas de
areia e de pedras, onde vai ter uma camada de carvão que é importante também no processo
de construção.
O carvão deste modo, também possui particularidades principais na funcionalidade do
terrário, pois é considerado importante para não desenvolver bactérias que podem prejudicar o
crescimento das plantas, devido ao fato do carvão conter materiais antibacterianos e também
37

auxiliar na purificação da água. Desse modo, podemos observar as camadas que compõem o
terrário: as camadas consistem em pedras, areia, carvão e terra, com a presença das plantas na
camada superior. Segundo Viana e Ribeiro (2014, p. 75):

As plantas são organismos autotróficos (capazes de produzir seu próprio alimento


pelo processo da fotossíntese) através do CO2, da água e dos nutrientes do solo. Os
nutrientes são adquiridos pelas plantas primariamente na forma de íons inorgânicos
presentes na solução do solo que são absorvidos pelas raízes. Depois de absorvidos,
os íons são transportados para diversas partes da planta, onde são assimilados e
utilizados em importantes funções biológicas, por exemplo, na formação de
proteínas, aminoácidos e enzimas (VIANA; RIBEIRO, 2014, p. 75).

Dessa forma, a terra é essencial para o crescimento das plantas e por isso é necessário
inserir a terra nutritiva para que a planta tenha todos os nutrientes essenciais para a sua
sobrevivência dentro do terrário. Todos os materiais utilizados foram disponibilizados pelos
autores no dia das oficinas (Figura 4).

Quadro 1 - Materiais utilizados para a realização da prática.

Materiais Descrição do uso e finalidade para montagem do terrário

Luvas Para a construção do terrário, é opcional usar luvas para o manuseio de terra.

Sabão Necessário para fazer a lavagem dos potes e das pedras.

Potes O recipiente pode ser aberto ou fechado, podendo ser utilizados potes de vidro transparentes ou
plásticos, garrafas pet, etc.

Pedrisco O primeiro material a ser utilizado foram os pedriscos. Através dele forma-se uma camada de
drenagem para que a água percorra de forma lenta até chegar ao fundo do recipiente.

Areia A areia foi utilizada para colocar em cima das pedras, para fazer o escoamento da água.

Carvão Foi preciso colocar o carvão em pequenos pedaços dentro do recipiente, que serviu para
absorver a água e tirar odores que poderiam ser ocasionados pela decomposição da matéria
orgânica ao longo do tempo.

Terra Vegetal A terra vegetal é nutritiva de matéria orgânica, para servir de nutriente para as plantas. A
quantidade de terra foi suficiente para colocar as plantas e suas raízes, para que a planta
conseguisse se desenvolver.

Plantas Após a colocação da terra, é necessário fazer pequenos buracos para colocar as plantas. A
escolha delas está relacionada ao qual tipo de terrário você deseja construir, isso pois, cada
planta tem seu ambiente ótimo para desenvolver. Os dois tipos de terrários tem suas
particularidades; o fechado será ideal para plantas como: musgos, hortelã, samambaia e etc,
pois elas conseguem viver em ambientes mais úmidos. E por fim, no terrário aberto os
exemplos de plantas são as suculentas e os cactos. Para as oficinas utilizamos as suculentas.

Água Em seguida colocamos água nas raízes das plantas.

Sacos de lixo Após a montagem do terrário,foi feita a limpeza dos balcões e a separação dos rejeitos, a fim de
descartá-los corretamente em sacos plásticos.
Fonte: Os autores (2023).
38

As oficinas que foram realizadas no laboratório de Botânica, para construir o terrário


foram feitas com materiais acessíveis, que foram disponibilizados para os alunos
participantes, ambas as apresentações desse material foram feitas através do manual de
instruções possibilitando conhecer o manual e a construção do terrário. Uma oficina foi feita
com 40 alunos do Ensino Médio da Educação Básica de Ponta Grossa, onde eles
demonstraram interesse em construir o material.

Foram adotadas abordagens distintas para cada grupo, considerando o conhecimento


prévio que cada um possuía sobre o uso de plantas decorativas. No caso dos estudantes do
ensino médio, as abordagens visaram explorar seus conhecimentos sobre o uso de plantas
como elementos decorativos em suas casas. Seguindo isso, foi feito uma introdução do
projeto de pesquisa abordado, visando na elaboração de terrários como modelos
experimentais sustentáveis para o ensino de ciências e biologia. As explicações feitas
seguiram todos os conceitos necessários de acordo com os elementos que compõem um
terrário e suas funções. Houve ainda, um destaque maior em relação aos cuidados que se
devem ter para manter um mini ecossistema vivo, sendo necessários componentes essenciais
para a manutenção da vida, “Através da elaboração de atividades teórico-práticas criadas a
partir da construção de um terrário como dispositivo de um meio natural, as variações
ambientais produzidas neste ambiente, poderão ser previstas, introduzidas, observadas e
estudadas pelos alunos” (BOTELHO, 2008, p. 5).

Além disso, o feedback dos terrários destes alunos, é que eles cuidaram deste material
por algum tempo e inclusive as suculentas que foram usadas nos terrários brotaram. Outra
oficina foi realizada com 10 alunos do 2º período da licenciatura em Ciências Biológicas, que
também ficaram empolgados com a construção do terrário, porém o feedback obtido é que
com o passar do tempo, as plantas foram morrendo e portanto a explicação dada para isso, é
que existem vários fatores que impedem uma planta de se desenvolver dentro do terrário, mas
que nesse caso, pode não ter dado certo devido a rega que pode ter sido feita com um volume
maior de água e dessa forma impede o desenvolvimento da planta que foi colocada dentro
deste material.

Portanto, através dos conhecimentos obtidos, é possível ver as plantas de outras


formas com a complexidade que elas têm, não só como objeto decorativo. Através dessa
construção é possível analisar também a necessidade de perceber como as plantas interagem
no ambiente em que estão alocadas, e com isso, é deixada de lado a cegueira botânica que
39

acontece por falta de conhecimento e cuidado, que causa a exclusão de muitas espécies e
plantas que deveriam ser conhecidas, sendo possível superá-las na educação. “Além disso, há
também uma predileção por mostrar exemplos com animais tanto no ensino como na mídia, o
que exacerba ainda mais o processo de cegueira botânica” (SALATINO; BUCKERIDGE,
2016, p. 179). Dessa forma, se faz necessário elaborar estudos que despertem o interesse dos
alunos, levando a reflexões e ampliando o conhecimento que se têm. O terrário é uma
proposta não somente de construção, mas de uma ampla abordagem metodológica e
desmistificações que fecham os olhos das pessoas acerca de temas que também são
necessários.
Após a explicação teórica deste material didático, foram feitas orientações para que
cada aluno pudesse fazer a montagem de seus próprios terrários, seguindo o material de
instruções como um guia que visou detalhar cada passo considerado importante para a
elaboração e construção deste material. Como os alunos que participaram dessa construção
estavam interessados na prática, foi utilizado o máximo de informações possíveis, aos quais
fosse possível estabelecer a importância deste material no cotidiano em disciplinas
interdisciplinares de várias maneiras. “O trabalho interdisciplinar na escola serve como
alimento para que os professores dialoguem entre si, pesquisem os conteúdos curriculares
independente da disciplina e que haja reflexão e atividades sobre determinado tema com a
contribuição de cada uma delas” (SILVA, 2019, p. 3).
Desse modo, a forma como os materiais serão propostos e a maneira como eles serão
conduzidos, depende muito de como o professor fará a relação dele com os conteúdos
programáticos que farão a sistematização juntamente com o uso do terrário. Sendo assim, essa
é a proposta que visa se solidificar nesses aspectos citados, levando o terrário como um
método didático interativo para futuros professores, considerando a importância da construção
para alunos e elaborando uma forma de envolver todos os meios que são de interesse para
abordar essa prática no âmbito escolar (Figura 7).
A oficina realizada com os estudantes da rede de educação básica, objetivou
conhecer a reação dos alunos, aos quais estão envolvidos na proposta deste trabalho, uma vez
que, esse material está sendo proposto como uma atividade prática com alunos de escolas
básicas. Levar essa prática como forma de experiência elaborada diretamente com os alunos,
já remete o fato de resultados que norteiam o quão importante essa construção é considerada,
após ser elaborada. Sendo assim, nada melhor do que propor essa atividade diretamente com
os alunos de escolas básicas, aos quais a proposta se aplica. Com base nisso, essa experiência
40

é importante para chegar em algumas conclusões sobre o uso de terrário em sala de aula.
Umas das percepções é o interesse dos alunos ao fazer a construção deste material,
consequentemente, a percepção da interdisciplinaridade que pode abranger a construção e
utilização do terrário em sala de aula.

Figura 7 - Oficina realizada com os alunos do ensino médio da Educação Básica de ensino da região de
Ponta Grossa, no laboratório de Botânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
41

Fonte: Os autores (2023).

Quanto aos estudantes universitários, houve uma discussão com perguntas sobre os
tipos de materiais didáticos que eles conheciam para o ensino de botânica e se sentiam
capazes de promover a aprendizagem significativa em sala de aula. Espontaneamente, isso
gerou uma interação na qual os formandos discutiram metodologias e aplicações didáticas que
podem ser levadas como abordagens em sala de aula. Em sequência, houve a apresentação da
proposta de terrário como ferramenta pedagógica, seguida de explicação do terrário como
uma abordagem interdisciplinar, envolvendo não apenas a biologia, mas também conceitos da
química, física e outras áreas do conhecimento. As orientações visaram demonstrar como eles
poderiam utilizar o guia desenvolvido e integrar o terrário ao ensino em sala de aula. Além
disso, houve a descrição sobre a importância de levar materiais didáticos para a formação
docente e a finalidade desses materiais didáticos nas escolas (Figura 8).
Após a exposição pedagógica, visando nos conceitos do terrário e porque existe a
necessidade de introduzir materiais diferenciados em sala de aula, foram feitas conduções
necessárias para a construção de terrários com os estudantes universitários. Os acadêmicos
que realizaram a oficina fizeram tudo de acordo com as instruções que foram dadas, através
42

do manual de instruções. Os terrários foram elaborados e deixados no laboratório para


observação. Após um período de tempo, algumas plantas não sobreviveram por não estar em
seu ambiente agradável para sobreviver. Essas são algumas das ocorrências negativas que
podem acometer a construção do terrário, onde se a planta não estiver em um ambiente
adequado para o seu desenvolvimento, ela pode sofrer alterações e não conseguir se
desenvolver dentro desse material.
Partindo dessas condições, os resultados obtidos a partir da construção do terrário
com os alunos do segundo período, foi positivo por um lado, em relação a proposta principal
que era de capacitá-los de como é feita a construção do terrário, para que quando formados,
eles possam levar o terrário como metodologia em suas aulas. Por outro lado, por motivos que
podem ter envolvido aspectos diversos, o terrário destes futuros professores não desenvolveu
como deveria, e por isso gerou indagações que são considerados pontos que podem ocorrer
com a construção deste material. Nem sempre os resultados são positivos como o esperado,
sendo que isso também pode ocorrer no decorrer da prática em sala de aula.

Figura 8 - Oficina realizada com os alunos do segundo período do Curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas.
43

Fonte: Os autores (2023).

Desta forma, o terrário é um material que visa ser um método didático prático e fácil
para a realização de trabalhos e acompanhamento de conteúdos interdisciplinares em sala de
aula, no entanto, a forma como esse material pode ser inserido nas escolas ainda é um desafio.
44

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto aos alunos que realizaram a prática da construção do terrário, as abordagens
mostraram certo interesse por parte deles, mas que ao mesmo tempo gerou um pouco de
dúvidas em como esse material pode ser adequado e utilizado ao tempo proposto de aulas,
principalmente na educação básica da rede de ensino. Essa proposta para os alunos do
segundo período e futuros professores, se deu através de uma oficina de capacitação, para que
pudessem entender como um terrário poderia ser construído e de que maneira poderia ser
inserido na educação. Esse material já havia sido produzido por alguns alunos, mas outros
ainda não os conhecia, portanto, o que se percebe é que a maior parte das pessoas inseridas de
alguma maneira no ensino, ainda não conhecem formas de materiais práticos que podem ser
elaborados na maioria das vezes de formas simples, acessível e plausível.
Enquanto os alunos da educação básica que participaram da oficina, muitos não
conheciam o terrário e ficaram motivados com a prática. Percebe-se então, que existe o
interesse dos alunos em construir materiais diferenciados e que muitas vezes o que falta são
incentivos que aprofundem o conhecimento que é adquirido em sala de aula. Alguns desafios
encontrados na educação, são os maiores responsáveis pela falta de ações práticas mediadas
por professores.
Partindo do pressuposto, em relação às respostas obtidas do formulário que foi
respondido pelos acadêmicos da licenciatura e futuros professores da educação, entende-se
que a maior parte dos acadêmicos conhecem, como também a maior parte ainda não elaborou
este material. E devido aos desafios que sabe-se que serão encontrados durante a profissão
enquanto professores, algumas respostas foram adversas, e nesse caso, alguns alunos não
levariam o terrário como método prático para a sala de aula, por fatores compreensíveis e que
por inúmeros motivos, tornam-se difíceis de serem revertidos.
Para amenizar os desafios que são encontrados, é necessário que sejam investidas
capacitação de professores para aumentar a gama de conhecimentos a partir do material
didático e então mudar a visão de que a construção de materiais diferenciados, podem
atrapalhar o sistema de ensino. Por fim, a inserção do terrário como material didático prático,
torna-se uma ferramenta acessível e que pode trazer diversos benefícios para as aulas de
Ciências e Biologia abrangendo todas as áreas que fazem parte dessas disciplinas.
45

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