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PONTA GROSSA
2023
ALINE LUANA DE OLIVEIRA
LUCAS DA SILVA FERREIRA
PONTA GROSSA
2023
16 de novembro de 2023
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PONTA GROSSA
2023
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, que
estiveram ao nosso lado nos apoiando e incentivando para
que fossemos até o fim desta trajetória.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a força que tivemos para chegar até o fim deste percurso. Sabemos que
o que nos mantém firmes são pessoas que caminham ao nosso lado nos incentivando a
prosseguir. Mesmo que por muitas vezes o pensamento nos levou a desistir, tivemos apoio que
nos fizeram ser fortes. Temos muitos agradecimentos em comum, ao começar agradecendo
um ao outro que percorremos juntos em várias experiências e demos o nosso melhor para
alcançar o resultado que temos hoje. Agradecemos a nossa orientadora Jézili que fez parte
desse percurso nos orientando e incentivando a chegar onde chegamos.
Aos agradecimentos individuais, eu Aline quero agradecer em especial meu esposo
Douglas que me apoiou e me deu a maior força para prosseguir todas as vezes que pensei em
desistir e que está ao meu lado em todos os momentos da minha vida, sejam bons ou ruins.
Agradeço aos meus filhos, Isaac e Yasmin, que são a minha maior força em tudo o que faço,
pois de todas as experiências que tive na vida, eles são as que mais me motivam a continuar.
Agradeço também à minha mãe Jaqueline e ao meu pai Elvio, que sempre me nortearam por
caminhos frutíferos e foram exemplos para mim. Estou encerrando esse ciclo e dedico a eles
todo o meu esforço e dedicação, devido a todo o esforço e dedicação que eles sempre tiveram
para que minha educação fosse a melhor possível. Também agradeço a minha irmã Andressa e
ao meu irmão Jefferson que diversas vezes me aconselharam e estiveram me apoiando.
Agradeço também a minha irmã Alexandra que já partiu e que hoje olha por mim lá do céu,
por ter me incentivado tantas vezes a não desistir. Agradeço também a minha avó Maria, meus
padrinhos Janaína e Ederson, meus tios Lilian e Audeloir e aos meus primos Gustavo e João
Pedro por todas as vezes que me incentivaram. Minha família é meu maior alicerce.
Eu, Lucas, quero agradecer à minha mãe, Edna Salles da Silva, por sacrificar a sua
vida por mim, para me manter na universidade, que é um sonho de infância. Mesmo passando
por momentos difíceis, sempre pude contar com ela. Mesmo com recurso limitado
direcionava o mínimo que tinha para meus estudos. Ela está fazendo parte desse sonho e dos
próximos, pois, onde recebi suporte para está cursando um curso superior. Agradeço à minha
irmã, Jéssica Vieira, por ser otimista e por me incentivar a manter-me firme e nunca desistir
dos meus sonhos, ensinando-me a pensar de forma positiva. Agradeço pela relação que
construí com meus colegas de universidade, por me ajudarem com alguns empecilhos durante
a trajetória do curso, até chegar a esta etapa da minha vida. Também agradeço ao meu
namorado, Cristofer Kaique, onde me diz diariamente que sou capaz de fazer tudo que desejo
nesta vida e me ensinar a viver uma vida mais leve. Ele me apoia na busca dos meus sonhos e
compartilhamos a jornada, como neste trabalho.
RESUMO
This work consists of the need to develop materials that help students understand specific
content related to Botany in a terrarium. For this reason, the objective was to build a terrarium
as a proposal for a sustainable model aimed at teachers in the areas of Science and Biology.
The construction of this terrarium in the classroom aims to help future teachers be trained to
take teaching and practical materials into the classroom. The terrarium is an ecosystem model
or mini ecosystem that makes it possible to observe the factors and cycles that occur in the
environment. To carry out this proposal, an instruction manual was initially created for
building this terrarium, for students and teachers to build in the classroom. We know how
important it is to deal with botany in schools in a sustainable and accessible way, even more
so with practical and tangible methodologies that help students to better understand the
content. Workshops were later held with future teachers of Science and Biology subjects, and
with students from basic education schools at the Botany and Nature Conservation Laboratory
at the Federal Technological University of Paraná, Campus Ponta Grossa. The results
obtained formalize the proposal of this project, since the training of future teachers and the
insertion of practical teaching materials in teaching collaborate with methodologies in the
classroom. Furthermore, the perception of the construction of this practical material makes its
elaboration viable while expanding the methods that can be developed through practical and
accessible activities.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 10
1.1 OBJETIVOS................................................................................................................12
1.1.1 Objetivo Geral......................................................................................................12
1.1.2 Objetivos Específicos...........................................................................................12
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................13
2.1 TERRÁRIO................................................................................................................. 13
2.2 O TERRÁRIO COMO RECURSO DIDÁTICO................................................................ 15
2.2 MÉTODOS E RECURSOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA................20
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................. 23
3.1 TIPO DE PESQUISA E ÁREA DE ESTUDO................................................................... 23
3.2 COLETA DE DADOS.................................................................................................. 23
3.3 ANÁLISE DOS DADOS..............................................................................................24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................25
4.1 PERCEPÇÕES DE FUTUROS PROFESSORES SOBRE O TERRÁRIO....................... 25
4.2 CONSTRUÇÃO DO MATERIAL DE APOIO - MANUAL DE INSTRUÇÕES............. 29
4.3 OFICINAS REALIZADAS: CONSTRUINDO UM TERRÁRIO.....................................36
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................45
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Desenvolver e explorar o terrário como modelo experimental sustentável para o ensino
de Botânica destinado a alunos e futuros professores de Ciências e Biologia, possibilitando a
capacitação destes para a observação dos elementos da natureza e a utilização em sala de aula.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 TERRÁRIO
O terrário é um mini ecossistema que foi criado por um médico inglês chamado Dr.
Nathaniel Ward. A criação deste material iniciou-se pelo interesse em colecionar espécimes
vegetais desidratadas que ele catalogava. Em 1820, Ward notou que as plantas não estavam se
desenvolvendo devido ao ar poluído de Londres. Esse ar se caracteriza, de acordo com
Almeida et al (2020, p. 2), como uma “poluição sufocante da era industrial da Inglaterra,
talvez o motivo de seu jardim e suas samambaias não terem sobrevivido.” Em um dos seus
experimentos, analisando o ciclo de vida de uma borboleta dentro de um recipiente com terra
úmida, Ward percebeu que estava germinando uma samambaia dentro do pote. A partir disso,
ele pôde perceber que o processo de desenvolvimento desta planta dentro do recipiente,
ocorreu devido a umidade estabelecida ali.
Ward fez uma descoberta que beneficiou os estudiosos e botânicos da época,
“Instigando sua curiosidade, passou a observar o desenvolvimento e sobrevivência das
samambaias nesse ambiente protegido, levando-o a uma das mais importantes descobertas
botânicas e econômicas da era vitoriana” (ALMEIDA, et al., 2020, p. 2). Pois a partir disso,
eles puderam observar que as plantas poderiam sobreviver em ambientes mesmo que não
fossem favoráveis, possibilitando então viagens com o transporte delas. Além disso, seu
grande interesse em estudar plantas em vidros, incentivou a escrita de um livro chamado - On
the growth of plants in closely glazed cases - traduzindo “Sobre o crescimento de plantas
encapsuladas em vidros”, e os primeiros terrários ficaram conhecidos como mini estufas de
plantas naturais.
O terrário foi tão importante na época que se espalhou pelos Estados Unidos e pela
Europa, que além de ser utilizado na ciência, passou a ser utilizado também nas residências
como forma de cultivo de plantas. Em 1970, os terrários passaram a ser utilizados pela cultura
hippie, como material decorativo, e variaram de pequenos a grandes, nos mais diversos tipos
de espécies de plantas. A utilização decorativa chamou atenção das pessoas devido a beleza e
a diversidade que existiu, principalmente pela praticidade de transportar um mini ecossistema
através de plantas que poderiam vir de todo lugar do mundo.
Consequentemente, além de toda a importância que o terrário teve na época, sabe-se
que mesmo nos dias atuais eles ainda são utilizados. Isso porque, de acordo com Rosa (2009,
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Sendo assim, um terrário aberto ou mini jardim são construídos, na maior parte das
vezes, em recipientes de vidro transparente e sem tampas, para possibilitar o contato direto
com a luz, ou ainda com materiais em cerâmica, barros, madeiras e metais. Por conseguinte,
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dentro desses recipientes podem ser utilizadas plantas como suculentas e cactos, por estes
sobreviverem em ambientes com ampla exposição luminosa. E por este motivo, devem ser
expostas ao sol com frequência, e regadas a cada duas semanas dependendo da sua exposição.
Já os terrários fechados, são feitos em vidros transparentes, e como no caso citado
anteriormente, eles também precisam da luz solar. Esse tipo de terrário pode ser feito em
qualquer recipiente, além de qualquer tamanho ou formato, podendo então ser utilizada a
criatividade de quem o fizer. No entanto, após regar as plantas contidas nesse recipiente, a
água vai ser armazenada na parte interna deste vidro, e devido ao aumento da temperatura, ela
vai passar do estado de vapor ao estado líquido, justamente pelo fato do recipiente ser
fechado, fazendo com que haja a precipitação dessa água e ela retorne ao jardim. Esse
processo se repete por diversas vezes, o que faz com que se torne um ecossistema
autossustentável, podendo ter durabilidade de até oito meses.
Contudo, como vimos, existem algumas diferenças entre os terrários, por isso, a
nomenclatura varia com base nos materiais, e a forma como eles serão manuseados. Portanto,
são chamados de mini jardins, e quando são utilizados vidros sem tampas, consequentemente,
serão chamados de terrários abertos. Em relação ao terrário fechado, obviamente, será um
recipiente com tampa, possibilitando a formação de um ecossistema independente, de acordo
com o ciclo de durabilidade.
De acordo com Bandeira (2009, p. 14) “O material didático pode ser definido
amplamente como produtos pedagógicos utilizados na educação, e especificamente, como o
material instrucional que se elabora com finalidade didática”. Através disso, a busca de
material palpável para tornar as aulas mais dinâmicas e interativas, é algo que vem se
construindo e ganhando espaço no processo de ensino para uma aprendizagem significativa.
Os materiais didáticos são propostas relevantes e de suma importância para o ensino.
Diante disso, existem diversas informações que contemplam a ideia da inserção desse método
como enriquecimento na aprendizagem. Portanto, ao discorrer esse texto falamos sobre a
utilização de materiais didáticos no ensino, e principalmente para o ensino de Ciências e
Biologia, a utilização do manual de instruções como material de apoio, a utilização do terrário
como material didático e por fim, a formação de professores de Ciências e Biologia e o uso de
novos métodos no ensino a fim de sanar essa defasagem de materiais existente.
16
Nessa perspectiva enfatizamos tanto o conteúdo como o processo, onde não apenas
conceitos e termos científicos são aprendidos, mas são desenvolvidas principalmente
atitudes de processo como a formulação de hipóteses, a interpretação de dados e o
desenvolvimento de idéias que irão constituir a base para aprendizagem em Ciências
(BOTELHO, 2008, p. 5).
A partir disso, a construção do terrário é uma ideia de material didático que pode ser
implementado nas aulas, tornando-as mais práticas e experimentais possíveis, desenvolvendo
uma construção não somente de conhecimento, mas também de levar o aluno a conhecer o
conteúdo abordado através de uma ação prática e positiva.
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Estas articulações são de extrema importância, uma vez que a disciplina de Ciências
encontra-se subentendida como uma ciência experimental, de comprovação
científica, articulada a pressupostos teóricos, desta forma, a ideia da realização de
experimentos pode ser uma boa estratégia didática para seu ensino e aprendizagem
(MAGALHÃES, 2016, p. 4).
Mesmo que a prática voltada para um material didático não apresente o resultado
esperado, ainda assim, ela é a melhor maneira de inserir o aluno num processo de ensino ao
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qual se espera um resultado melhor e mais positivo, visando uma aprendizagem significativa
que possa ampliar seu conhecimento através de práticas e experimentações. É considerado de
suma importância criar modelos que reforcem a aproximação do aluno com o conteúdo, e
torne mais fácil a explicação do professor por se tratar de um material palpável e acessível,
levando em consideração todos os aspectos citados e intrínsecos a eles, acerca de desenvolver
essa temática. Sendo assim, a ideia é favorecer o ensino de um professor, dentro de um
panorama que possa inserir esse material em sala de aula.
Por meio disso, é que muitas vezes é deixada de lado a ideia de novos métodos em
sala de aula, devido aos desafios que os professores encontram, que acabam restringindo a
utilização de novas metodologias em suas aulas. De acordo com Silva, (2015, p. 3):
ser desafiador, quando este percebe que não possui estruturas físicas, materiais que possam
servir de subsídios no processo de ensino e aprendizado do aluno.”
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3 MATERIAL E MÉTODOS
A apresentação para o projeto foi realizada a partir do manual de instruções que serviu
de material de apoio para os alunos, e após a explicação do passo a passo deu sequência a
construção do terrário, na qual houve uma observação participante, a fim de analisar como os
alunos interagiam em relação ao material. Por fim, foi feita a aplicação de formulário, aberto
para todos os alunos do curso de licenciatura em Ciências Biológicas, onde 64 alunos
participaram. Além da oficina, posteriormente foi feito um questionário com os alunos da
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
base nisso, se deu a escolha da plataforma para a pesquisa, devido ao fato de ser eficaz e
trazer resultados reais e verídicos.
Todas as questões obtidas no formulário, foram embasadas na interpretação sobre
como os alunos enxergam a proposta do terrário como material didático e como eles
utilizariam em suas aulas futuramente. As perguntas que compuseram a pesquisa com os
alunos da licenciatura geral do curso, foram as seguintes: Você já construiu ou já ouviu falar
sobre o terrário? Você já fez um terrário? Você construiria esse material em suas aulas? Se a
resposta anterior foi talvez, justifique. Considerando que existe uma defasagem de materiais
didáticos nas escolas, você considera que o terrário seria uma forma colaborativa de melhorar
esse cenário? Se sua resposta anterior foi talvez, justifique. Se precisasse aplicar uma aula
para o Ensino de Botânica, quais métodos didáticos você utilizaria? Ainda sobre a questão
anterior, o terrário seria uma opção? Você acha importante a utilização de novos métodos
práticos na formação do professor para utilização em sala de aula? Se sua resposta foi talvez,
justifique. Você considera positiva a proposta deste trabalho?
O formato das respostas foram de maneira simples e objetivas, onde contou com
alternativas de sim, não, talvez, e em caso de talvez, uma justificativa plausível que
descrevesse certa opinião em relação a resposta dada. Na descrição deste formulário foram
feitas apresentações sobre a proposta do material didático e também da área interdisciplinar
que este material proposto poderia abranger. Os resultados foram como o esperado, onde
resultaram em 64 respostas de acadêmicos da Licenciatura em Ciências Biológicas, futuros
professores de Ciências e Biologia. Portanto, 64 alunos participaram desta pesquisa,
colaborando com a opinião que existe diante de materiais didáticos, mais especificamente
nesse caso, a construção do terrário.
A primeira questão elaborada foi uma forma de analisar quantos acadêmicos
conheciam o material proposto, com a seguinte pergunta: você conhece ou já ouviu falar sobre
o terrário? Sendo que, 100% dos acadêmicos do curso responderam que sim. Esse material,
portanto, é de conhecimento dos estudantes e de algum modo já conhecem, ou ouviram falar.
A segunda pergunta, foi elaborada a fim de analisar quantos alunos do curso já
teriam construído este material em algum momento, com a seguinte pergunta: você já fez um
terrário? A maioria dos acadêmicos nunca elaboraram um terrário. Sendo assim, 60,3% não
fizeram esse material e 39,7% dos acadêmicos já o fizeram.
A terceira questão visou identificar quantos acadêmicos e futuros professores
levariam este material como metodologia em suas aulas, com a seguinte pergunta: você
construiria esse material em suas aulas? As respostas obtidas variaram entre sim, não e talvez,
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onde o sim foi respondido pela maior parte dos acadêmicos com 89,1%, enquanto talvez foi
respondido por 7,8% dos alunos, onde as justificativas apresentadas foram pautadas em
relação ao tempo de aula, interesse dos alunos e disposição dos materiais, ou ainda por
questões de planejamento que fogem das propostas do Estado e do ensino, e 3,1% não
levariam este material para suas aulas por falta de tempo, materiais e espaço nas escolas.
A quarta questão como uma forma de consideração mais próxima da realidade vista
muitas vezes no âmbito escolar, seguiu da seguinte maneira: considerando que existe uma
defasagem de materiais didáticos nas escolas, você considera que o terrário seria uma forma
colaborativa de melhorar esse cenário? Todas as respostas obtidas nessa questão foram sim,
totalizando 100% de acadêmicos, ou seja, 64 respostas.
A quinta questão foi descritiva, e deu-se da seguinte forma: se precisasse aplicar uma
aula para o Ensino de Botânica, quais métodos didáticos você utilizaria? As respostas
variaram de acadêmico para acadêmico, mas seguiram o mesmo raciocínio de métodos, sendo
apresentados das seguintes maneiras: saída de campo, quadro de giz e laboratório,
experimentação, mostrar a natureza para os alunos, exemplares de plantas, recursos lúdicos e
práticos, livros, slides e saídas de campo, hortas e compostagem, pesquisas e discussões,
amostras vegetais e materiais que a escola fornece. Nessa questão, a maior parte dos alunos
dissertaram sobre a construção do terrário como uma boa prática a ser elaborada com os
alunos, tendo 98,4% de futuros professores que utilizariam o terrário em suas aulas.
A sexta questão foi em relação a importância de novos métodos práticos na formação
de professores, seguindo da seguinte forma: você acha importante a utilização de novos
métodos práticos na formação do professor para utilização em sala de aula? 98,4%
responderam que sim, enquanto 1,6% respondeu talvez, seguido da justificativa de que
querendo ou não, muitas vezes as escolas irão exigir métodos tradicionais ou estes serão a
única opção para suprir os prazos de conteúdo em pouco tempo.
A sétima e última questão que compôs o questionário, foi uma forma relativa de
saber se a proposta deste trabalho é positiva ou negativa, visando então nos resultados. Sendo
assim, os 64 acadêmicos responderam que sim, portanto 100% dos futuros professores
consideram que a proposta é positiva, e que o terrário é uma proposta de material didático que
pode ser implantado nas aulas de Ciências e Biologia, principalmente nas relações
interdisciplinares e multidisciplinares no ensino.
Levando em consideração as respostas obtidas no formulário, nota-se que grande
parte dos acadêmicos estão dispostos a inserir materiais didáticos práticos que possam mudar
cenários de aulas tradicionais. Porém, como é difícil a elaboração de um terrário capacitando
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todos eles, acaba sendo difícil de mostrar o passo a passo e a inserção deste material como
método didático, ou seja, a capacitação de futuros professores pode ser uma ideia essencial
para a realização de novas práticas pedagógicas. A questão está muito relacionada aos
desafios que são encontrados no percurso, enquanto professor, que mostra uma realidade
totalmente diferente do que a teoria visa. Na teoria tudo parece ser simples, acontece que
existem inúmeros fatores por trás da teoria que acabam impedindo uma possível prática.
Percebe-se que existe a vontade de inserir novos métodos, porém existem barreiras e
desafios que acabam impedindo que materiais sejam elaborados no planejamento de ensino.
Dessa forma, de acordo com Bastos (2017, p. 1):
Para a segunda parte do manual de instruções, foi trazido uma proposta dos conceitos
sobre o terrário através de perguntas e respostas, que indicassem desde o conceito do terrário,
como eles podem ser construídos, até os materiais que precisam ser utilizados para essa
construção. Essa forma de abordagem, foi pensando de acordo com um método que construa
o pensamento reflexivo do leitor, levando-o a pensar em como pode ser findada tal construção
do terrário e até mesmo do próprio manual, (Figura 3).
Como uma forma de conversar com o leitor, foi adicionada uma página interativa,
indicando que a realização da construção do terrário pode ser feita de maneira simples,
acessível e sustentável. O objetivo de construir um material que converse com o leitor, faz
com que a prática se torne melhor e que a pessoa que está lendo, seja ela professor, aluno, ou
qualquer outro cidadão, tenha o interesse em continuar essa leitura, e por fim tenha a
curiosidade e a vontade de construir um terrário.
Além disso, o passo a passo desempenha um papel muito importante nos resultados
que irão ocorrer após a construção do material que será elaborado. Por isso alguns pontos são
fundamentais na hora de construí-lo, desde a clareza na execução do material que precisa ser
elaborado seguindo sequências fáceis de serem compreendidas, até na inclusão a qual esse
material de apoio pode ser utilizado, abrangendo todos os professores e alunos que podem
utilizá-lo. É importante também, que esse material seja feito pensado na resolução de
possíveis problemas, que poderão ser revertidos de alguma maneira.
É importante levar em consideração que para a construção do terrário, não se deve
conter no manual de instruções apenas o passo a passo deste material, mas também, a forma
como deve ser feita a manutenção dele. É importante que os leitores deste manual, ao pensar
na construção do terrário, pensem também na maneira como devem ser os cuidados com esse
material. Pensando nisso, como forma de evitar que as plantas que estiverem se
desenvolvendo dentro do terrário morram, por falta de cuidado e manutenção, houve a
inserção de medidas de cuidados que devem ser tomadas.
Portanto, mesmo que sejam tomados os cuidados necessários, isso não evita que a
planta sofra algumas alterações por fatores inesperados. Ainda assim, mesmo que seja feita a
manutenção deste material, o modo como ele foi construído, reflete muito no tempo de
duração que ele terá. O que pode exemplificar essas alterações, podem estar relacionadas ao
tanto de água que é colocado no terrário após o término da construção, isso devido ao fato de
que não ocorre a drenagem dessa água, o que faz com que a planta que está neste ambiente
não consiga sobreviver em meio úmido demais.
Por isso, além da manutenção é importante que se conheça todos os passos
corretamente, para que seja possível o desenvolvimento deste material e que possa servir
então, como método de estudo para sala de aula. Além disso, precisa-se compreender que as
manutenções do terrário vão mudar de acordo com o tipo que ele será feito, de modo aberto
ou fechado. Isso ocorre, devido às particularidades em cada caso, sendo necessário estar
atento ao tipo de cuidado que precisa ser tomado.
Ademais, as características contidas no manual, prezam um material que vai dar
ênfase e suporte na construção do terrário e seguido corretamente, pode garantir uma maior
condição de sobrevivência a planta que será introduzida neste material.
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Por exemplo, um solo muito rico em areia que se apresenta na forma de grãos rela-
tivamente grandes não consegue reter a água por muito tempo. A água se infiltra
rapidamente pelos espaços existentes entre os grãos de areia, acumulando-se nas
camadas mais profundas, este é considerado um solo muito permeável (isto é, a água
passa livremente, não é retida). Este tipo de solo retém pouca água e seca com muita
facilidade, dificultando o crescimento de plantas. São chamados solos arenosos
(VIANA; RIBEIRO. 2014, p. 72).
Nesse sentido, entende-se que a função da areia e da pedra têm como finalidade drenar
a água para que ela não fique retida exclusivamente na terra, não dificultando então, a
absorção de nutrientes que a planta precisa fazer. Nesse caso, o solo do terrário não vai
apresentar uma insuficiência de água, pois ela estará dentro de um recipiente fechado nas
infiltrações, e nesse caso os ciclos da água irão ocorrer normalmente. Dessa forma, vai
acontecer o processo de evaporação, portanto, ela vai do estado líquido para o gasoso, que irá
subir a parte mais alta até alcançar a tampa ou as laterais do recipiente, onde essas partículas
vão se fixando e formando gotas de água, até ficarem pesadas o suficiente para sofrer a
precipitação. Com a queda da água, ela vai retornar para terra antes de chegar nas camadas de
areia e de pedras, onde vai ter uma camada de carvão que é importante também no processo
de construção.
O carvão deste modo, também possui particularidades principais na funcionalidade do
terrário, pois é considerado importante para não desenvolver bactérias que podem prejudicar o
crescimento das plantas, devido ao fato do carvão conter materiais antibacterianos e também
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auxiliar na purificação da água. Desse modo, podemos observar as camadas que compõem o
terrário: as camadas consistem em pedras, areia, carvão e terra, com a presença das plantas na
camada superior. Segundo Viana e Ribeiro (2014, p. 75):
Dessa forma, a terra é essencial para o crescimento das plantas e por isso é necessário
inserir a terra nutritiva para que a planta tenha todos os nutrientes essenciais para a sua
sobrevivência dentro do terrário. Todos os materiais utilizados foram disponibilizados pelos
autores no dia das oficinas (Figura 4).
Luvas Para a construção do terrário, é opcional usar luvas para o manuseio de terra.
Potes O recipiente pode ser aberto ou fechado, podendo ser utilizados potes de vidro transparentes ou
plásticos, garrafas pet, etc.
Pedrisco O primeiro material a ser utilizado foram os pedriscos. Através dele forma-se uma camada de
drenagem para que a água percorra de forma lenta até chegar ao fundo do recipiente.
Areia A areia foi utilizada para colocar em cima das pedras, para fazer o escoamento da água.
Carvão Foi preciso colocar o carvão em pequenos pedaços dentro do recipiente, que serviu para
absorver a água e tirar odores que poderiam ser ocasionados pela decomposição da matéria
orgânica ao longo do tempo.
Terra Vegetal A terra vegetal é nutritiva de matéria orgânica, para servir de nutriente para as plantas. A
quantidade de terra foi suficiente para colocar as plantas e suas raízes, para que a planta
conseguisse se desenvolver.
Plantas Após a colocação da terra, é necessário fazer pequenos buracos para colocar as plantas. A
escolha delas está relacionada ao qual tipo de terrário você deseja construir, isso pois, cada
planta tem seu ambiente ótimo para desenvolver. Os dois tipos de terrários tem suas
particularidades; o fechado será ideal para plantas como: musgos, hortelã, samambaia e etc,
pois elas conseguem viver em ambientes mais úmidos. E por fim, no terrário aberto os
exemplos de plantas são as suculentas e os cactos. Para as oficinas utilizamos as suculentas.
Sacos de lixo Após a montagem do terrário,foi feita a limpeza dos balcões e a separação dos rejeitos, a fim de
descartá-los corretamente em sacos plásticos.
Fonte: Os autores (2023).
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Além disso, o feedback dos terrários destes alunos, é que eles cuidaram deste material
por algum tempo e inclusive as suculentas que foram usadas nos terrários brotaram. Outra
oficina foi realizada com 10 alunos do 2º período da licenciatura em Ciências Biológicas, que
também ficaram empolgados com a construção do terrário, porém o feedback obtido é que
com o passar do tempo, as plantas foram morrendo e portanto a explicação dada para isso, é
que existem vários fatores que impedem uma planta de se desenvolver dentro do terrário, mas
que nesse caso, pode não ter dado certo devido a rega que pode ter sido feita com um volume
maior de água e dessa forma impede o desenvolvimento da planta que foi colocada dentro
deste material.
acontece por falta de conhecimento e cuidado, que causa a exclusão de muitas espécies e
plantas que deveriam ser conhecidas, sendo possível superá-las na educação. “Além disso, há
também uma predileção por mostrar exemplos com animais tanto no ensino como na mídia, o
que exacerba ainda mais o processo de cegueira botânica” (SALATINO; BUCKERIDGE,
2016, p. 179). Dessa forma, se faz necessário elaborar estudos que despertem o interesse dos
alunos, levando a reflexões e ampliando o conhecimento que se têm. O terrário é uma
proposta não somente de construção, mas de uma ampla abordagem metodológica e
desmistificações que fecham os olhos das pessoas acerca de temas que também são
necessários.
Após a explicação teórica deste material didático, foram feitas orientações para que
cada aluno pudesse fazer a montagem de seus próprios terrários, seguindo o material de
instruções como um guia que visou detalhar cada passo considerado importante para a
elaboração e construção deste material. Como os alunos que participaram dessa construção
estavam interessados na prática, foi utilizado o máximo de informações possíveis, aos quais
fosse possível estabelecer a importância deste material no cotidiano em disciplinas
interdisciplinares de várias maneiras. “O trabalho interdisciplinar na escola serve como
alimento para que os professores dialoguem entre si, pesquisem os conteúdos curriculares
independente da disciplina e que haja reflexão e atividades sobre determinado tema com a
contribuição de cada uma delas” (SILVA, 2019, p. 3).
Desse modo, a forma como os materiais serão propostos e a maneira como eles serão
conduzidos, depende muito de como o professor fará a relação dele com os conteúdos
programáticos que farão a sistematização juntamente com o uso do terrário. Sendo assim, essa
é a proposta que visa se solidificar nesses aspectos citados, levando o terrário como um
método didático interativo para futuros professores, considerando a importância da construção
para alunos e elaborando uma forma de envolver todos os meios que são de interesse para
abordar essa prática no âmbito escolar (Figura 7).
A oficina realizada com os estudantes da rede de educação básica, objetivou
conhecer a reação dos alunos, aos quais estão envolvidos na proposta deste trabalho, uma vez
que, esse material está sendo proposto como uma atividade prática com alunos de escolas
básicas. Levar essa prática como forma de experiência elaborada diretamente com os alunos,
já remete o fato de resultados que norteiam o quão importante essa construção é considerada,
após ser elaborada. Sendo assim, nada melhor do que propor essa atividade diretamente com
os alunos de escolas básicas, aos quais a proposta se aplica. Com base nisso, essa experiência
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é importante para chegar em algumas conclusões sobre o uso de terrário em sala de aula.
Umas das percepções é o interesse dos alunos ao fazer a construção deste material,
consequentemente, a percepção da interdisciplinaridade que pode abranger a construção e
utilização do terrário em sala de aula.
Figura 7 - Oficina realizada com os alunos do ensino médio da Educação Básica de ensino da região de
Ponta Grossa, no laboratório de Botânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
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Quanto aos estudantes universitários, houve uma discussão com perguntas sobre os
tipos de materiais didáticos que eles conheciam para o ensino de botânica e se sentiam
capazes de promover a aprendizagem significativa em sala de aula. Espontaneamente, isso
gerou uma interação na qual os formandos discutiram metodologias e aplicações didáticas que
podem ser levadas como abordagens em sala de aula. Em sequência, houve a apresentação da
proposta de terrário como ferramenta pedagógica, seguida de explicação do terrário como
uma abordagem interdisciplinar, envolvendo não apenas a biologia, mas também conceitos da
química, física e outras áreas do conhecimento. As orientações visaram demonstrar como eles
poderiam utilizar o guia desenvolvido e integrar o terrário ao ensino em sala de aula. Além
disso, houve a descrição sobre a importância de levar materiais didáticos para a formação
docente e a finalidade desses materiais didáticos nas escolas (Figura 8).
Após a exposição pedagógica, visando nos conceitos do terrário e porque existe a
necessidade de introduzir materiais diferenciados em sala de aula, foram feitas conduções
necessárias para a construção de terrários com os estudantes universitários. Os acadêmicos
que realizaram a oficina fizeram tudo de acordo com as instruções que foram dadas, através
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Figura 8 - Oficina realizada com os alunos do segundo período do Curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas.
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Desta forma, o terrário é um material que visa ser um método didático prático e fácil
para a realização de trabalhos e acompanhamento de conteúdos interdisciplinares em sala de
aula, no entanto, a forma como esse material pode ser inserido nas escolas ainda é um desafio.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto aos alunos que realizaram a prática da construção do terrário, as abordagens
mostraram certo interesse por parte deles, mas que ao mesmo tempo gerou um pouco de
dúvidas em como esse material pode ser adequado e utilizado ao tempo proposto de aulas,
principalmente na educação básica da rede de ensino. Essa proposta para os alunos do
segundo período e futuros professores, se deu através de uma oficina de capacitação, para que
pudessem entender como um terrário poderia ser construído e de que maneira poderia ser
inserido na educação. Esse material já havia sido produzido por alguns alunos, mas outros
ainda não os conhecia, portanto, o que se percebe é que a maior parte das pessoas inseridas de
alguma maneira no ensino, ainda não conhecem formas de materiais práticos que podem ser
elaborados na maioria das vezes de formas simples, acessível e plausível.
Enquanto os alunos da educação básica que participaram da oficina, muitos não
conheciam o terrário e ficaram motivados com a prática. Percebe-se então, que existe o
interesse dos alunos em construir materiais diferenciados e que muitas vezes o que falta são
incentivos que aprofundem o conhecimento que é adquirido em sala de aula. Alguns desafios
encontrados na educação, são os maiores responsáveis pela falta de ações práticas mediadas
por professores.
Partindo do pressuposto, em relação às respostas obtidas do formulário que foi
respondido pelos acadêmicos da licenciatura e futuros professores da educação, entende-se
que a maior parte dos acadêmicos conhecem, como também a maior parte ainda não elaborou
este material. E devido aos desafios que sabe-se que serão encontrados durante a profissão
enquanto professores, algumas respostas foram adversas, e nesse caso, alguns alunos não
levariam o terrário como método prático para a sala de aula, por fatores compreensíveis e que
por inúmeros motivos, tornam-se difíceis de serem revertidos.
Para amenizar os desafios que são encontrados, é necessário que sejam investidas
capacitação de professores para aumentar a gama de conhecimentos a partir do material
didático e então mudar a visão de que a construção de materiais diferenciados, podem
atrapalhar o sistema de ensino. Por fim, a inserção do terrário como material didático prático,
torna-se uma ferramenta acessível e que pode trazer diversos benefícios para as aulas de
Ciências e Biologia abrangendo todas as áreas que fazem parte dessas disciplinas.
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